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O estudo relata um caso de tratamento endodôntico em um dente com extensa destruição coronária, onde foi realizada a reabilitação com um pino de fibra de vidro anatomizado. A paciente, uma mulher de 50 anos, apresentava necrose pulpar e periodontite apical assintomática, e o tratamento incluiu a remoção de cárie, preparo do canal e instalação do pino. O procedimento resultou na restauração da saúde e estética dental, prolongando a longevidade do tratamento.

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O estudo relata um caso de tratamento endodôntico em um dente com extensa destruição coronária, onde foi realizada a reabilitação com um pino de fibra de vidro anatomizado. A paciente, uma mulher de 50 anos, apresentava necrose pulpar e periodontite apical assintomática, e o tratamento incluiu a remoção de cárie, preparo do canal e instalação do pino. O procedimento resultou na restauração da saúde e estética dental, prolongando a longevidade do tratamento.

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Brazilian Journal of Development 44680

ISSN: 2525-8761

Tratamento endodôntico com instalação de pino de fibra de vidro


anatomizado: relato de caso

Endodontic treatment with installation of anatomized glass fiber pin: a


case report
DOI:10.34117/bjdv7n5-067

Recebimento dos originais: 06/04/2021


Aceitação para publicação: 06/05/2021

Isabelle Vanessa Magnata Sales


Especialista em endodontia na Faculdade COESP e em Saúde Coletiva, Residente em
Atenção Básica e Saúde da Família em Jaboatão dos Guararapes.
Instituição: Fundo Municipal de Saúde de Jaboatão dos Guararapes.
Endereço: Avenida Liberdade 440, Recife-PE, Brasil.
E-mail: [email protected]

Larissa Hellen de Paiva Felix


Residente em Atenção Básica e Saúde da Família em Jaboatão dos Guararapes.
Instituição: Fundo Municipal de Saúde de Jaboatão dos Guararapes.
Endereço: Av. Padre Ibiapina, 64, Recife-PE, Brasil.
E-mail: [email protected]

Rômulo César de Alencar


Mestrando em Odontologia em Clinica Integrada da Universidade Federal de
Pernambuco.
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco.
Endereço: Rua Dr Raul Lafayette, 113, Recife-PE, Brasil.
E-mail: [email protected]

Beatriz Mirella Figueiredo dos Santos


Graduada em Odontologia pela UFPE.
Endereço: Rua Boa Esperança 580, Vila Rica, Jaboatão dos Guararapes – PE, Brasil.
E-mail: [email protected]

Pollyana Milena Figueiredo dos Santos


Graduanda em Odontologia pela UFPE.
Instituição: Universidade Federal de Pernambuco.
Endereço: Rua Boa Esperança 580, Vila Rica, Jaboatão dos Guararapes – PE, Brasil.
E-mail: [email protected]

Marcely Cassimiro
Doutorado em Odontologia pela Universidade de Pernambuco (UPE), professora de
Endodontia na Faculdade COESP.
Instituição: Professora Doutora do centro universitário Unifacol.
Endereço: Matriz, Vitória de Santo Antão - PE, Brasil.
E-mail: [email protected]

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ISSN: 2525-8761

Lucas Nascimento Ribeiro


Mestrando em Clínica Odontológica com Ênfase em Estomatologia e Patologia Oral –
UPE.
Instituição: Universidade de Pernambuco.
Endereço: Rua Flora Rica 127, San Martin, Recife-PE, Brasil.
E-mail: [email protected]

José Klidenberg de Oliveira Júnior


Doutorando em Odontologia/PPGO-UFPB.
Instituição: Universidade Federal da Paraíba.
Endereço: Raimunda Xavier de Sousa, n° 40, Sousa-PB, Brasil.
E-mail: [email protected]

RESUMO
O presente estudo tem como objetivo relatar um caso de tratamento endodôntico em dente
com extensa destruição coronária e posterior reabilitação com pino de fibra de vidro
anatomizado. Paciente do sexo feminino, 50 anos, compareceu à clínica de pós-graduação
em Endodontia da Faculdade COESP com encaminhamento para realização de tratamento
endodôntico do dente 14. Ao exame intrabucal, observou-se exposição da câmara pulpar,
com a parede vestibular acometida por cárie extensa. Aos testes clínicos, a paciente
respondeu negativamente, estando completamente assintomática. O exame radiográfico
periapical evidenciou lesão perirradicular associada ao dente 14 e extensa área radiolúcida
na coroa, sugestiva de cárie. O diagnóstico estabelecido foi de necrose pulpar com
periodontite apical assintomática. O plano de tratamento proposto foi tratamento
endodôntico com posterior reabilitação com pino de fibra de vidro. O procedimento foi
iniciado com anestesia, remoção da cárie e adequação do meio, abertura coronária e
isolamento absoluto. Foram selecionados os instrumentos WaveOne Gold Primary
(25.07), para o preparo dos canais no comprimento de patência e ampliação 1mm aquém
deste com o instrumento WaveOne Gold Medium (35.06). A solução irrigadora utilizada
durante todo o procedimento foi o hipoclorito de sódio a 2,5%. Irrigação ultrassônica
passiva (IUP) e a lima XP Endo Finisher foram utilizadas como métodos auxiliares na
limpeza e desinfecção dos canais radiculares. A obturação foi realizada na mesma sessão,
pela técnica de cone único e cimento AH Plus, com posterior realização de espaço para
retentor intrarradicular. Em outra sessão, foi instalado o pino de fibra de vidro com a
técnica de anatomização, favorecendo a posterior reabilitação e um adequado selamento
coronário. Desta forma, foi possível restabelecer a saúde e a estética da paciente
prolongando a longevidade do tratamento.

Palavras-Chave: Endodontia, Reabilitação Bucal, Tratamento do Canal Radicular.

ABSTRACT
The present study aims to report a case of endodontic treatment of teeth with extensive
coronary destruction and subsequent rehabilitation with fiberglass forceps. Female
patient, 50 years old, compared to the post-graduate clinic in Endodontics at Faculdade
COESP with referral for endodontic treatment of tooth 14. Upon intraoral examination, it
is possible to show the exposure of the pulp chamber, with a vestibular wall affected by
tooth and fragile. To clinical tests, a patient responded negatively, he is completely
asymptomatic. The periapical radiographic examination showed a periradicular lesion
associated with tooth 14 and enlarged the radiolucent area in the crown, suggestive of
caries. The diagnosis established was pulp necrosis with asymptomatic apical

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periodontitis. The proposed treatment plan was endodontic treatment with subsequent
rehabilitation with fiberglass. The procedure was started with anesthesia, removal of
caries and adjustment of the environment, coronary opening and absolute isolation. The
Primary instruments (25.07), of the WaveOne Gold system, were selected for the
preparation of channels without patent length and 1 mm more extension of this Medium
instrument (35.06). The irrigating solution used throughout the procedure was 2.5%
sodium hypochlorite. A passive ultrasonic irrigation (IUP) and an XP Endo final finisher
were used as auxiliary methods for cleaning and disinfecting root canals. Obtaining was
performed in the same session, using the single cone technique, with subsequent
realization of the space for intraradicular retainer. In another session, the fiberglass pin
was installed with an anatomical technique of this type, favoring posterior recovery and
an appropriate coronary adjustment. In this way, it was possible to restore the patient's
health and aesthetics, prolonging the longevity of the treatment.

Keywords: Endodontics, Oral rehabilitation, Root Canal Treatment.

1 INTRODUÇÃO
O tratamento endodôntico apresenta altas taxas de sucesso na sua realização,
sendo uma forma conservadora de manter os dentes em função no sistema
estomatognático (SALEHRABI; ROTSTEIN, 2004; CHEN et al. 2007). Contudo, para o
planejamento restaurador de dentes tratados endodonticamente deve ser considerada a
quantidade de estrutura coronária remanescente e as suas exigências funcionais (PRADA
et al. 2019). Estudos anteriores relataram que o uso dos retentores intrarradiculares está
indicado para prover a reabilitação estética e funcional em dentes tratados
endodonticamente que perderam 50% ou mais de sua estrutura coronária (VÂRLAN et
al. 2009).
A seleção correta do pino intrarradicular é determinante para o sucesso do
procedimento restaurador. Nesta escolha devem ser considerados fatores relacionados às
características do pino e ao elemento que será restaurado, como: oclusão, posição do dente
no arco e remanescente dentário (PRADA et al. 2019). A técnica de instalação do retentor
de fibra de vidro é simples, entretanto deve ser realizada de forma criteriosa, sem
negligência em nenhum dos seus passos clínicos. Primeiramente, é necessário selecionar
o diâmetro, o comprimento e a forma do pino a ser utilizado. Ainda, o tratamento de
superfície deve ser realizado tanto no pino quanto no conduto radicular. Após a
cimentação, deve-se confeccionar a parte coronária com resina composta seguindo os
princípios da coroa que será utilizada (MANHART et al. 2011).

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Diante do exposto, o presente estudo apresenta um relato de caso de um tratamento


endodôntico realizado no primeiro pré-molar superior, com extensa destruição coronária
e reabilitação com pino de fibra de vidro reanatomizado.

2 RELATO DE CASO
Paciente do sexo feminino, 50 anos, compareceu à clínica de pós-graduação em
Endodontia da Faculdade COESP com encaminhamento para realização de tratamento
endodôntico do dente 14 e queixa principal de falta de estética do referido dente.
Na anamnese, nenhum dado do histórico médico foi relevante. Ao exame clínico
intraoral foi observada extensa cárie acometendo a parede vestibular da coroa do dente
14. Os testes de percussão e palpação apresentaram resultado negativo e a sondagem
periodontal apresentou um resultado compatível com saúde periodontal. Esta foi realizada
com a sonda periodontal WHO (Millenium; Campos dos Goitacazes, RJ). Ao exame
radiográfico periapical inicial, foi possível observar no dente em questão, lesão
perirradicular. Diante da junção dos achados clínicos e radiográficos, o diagnóstico do
caso foi necrose pulpar e periodontite apical assintomática. O plano de tratamento
proposto foi o tratamento endodôntico do dente 14 com posterior confecção de espaço
para pino e reabilitação com pino de fibra de vidro anatomizado. A paciente concordou
com o tratamento e assinou um termo de consentimento livre e esclarecido. A paciente
foi orientada da necessidade de posterior reabilitação com coroa protética após a
conclusão do tratamento, para garantir a longevidade clínica do procedimento
endodôntico.
Foi iniciada a rotina de cuidados pré-operatórios, com o bochecho de digluconato
de clorexidina a 0,12%, por um minuto. Em seguida, foi realizada a anestesia tópica, na
mucosa vestibular do dente a ser tratado, com Benzotop (Nova DFL, Rio de Janeiro, RJ)
e anestesia por meio da técnica infiltrativa no fundo de sulco vestibular com
complementação na gengiva por lingual. Foi utilizado como anestésico o cloridrato de
Articaína a 4% com epinefrina na proporção 1:100.000 (Nova DFL, Rio de Janeiro, RJ).
Após a anestesia, foi realizada a remoção de todo tecido cariado e acesso dos canais
radiculares com ponta diamantada esférica em alta rotação. Posteriormente, foi realizado
o isolamento do campo operatório com lençol de borracha (Madeitex; São José dos
Campos, SP), arco de Ostby (Angelus; Santa Izabel, Londrina ,PR) e grampo para
isolamento número 208 (Golgran, São Caitano do Sul, SP).

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Foi realizada a neutralização dos canais com irrigação com hipoclorito de sódio a
2,5%, o qual é o irrigante mais comumente utilizado como substância química auxiliar no
preparo dos canais radiculares (TRAVASSOS et al., 2020), e a exploração destes com o
auxílio de uma lima especial #10 (Dentsply Sirona). Foi realizado glide path e obtida a
patência foraminal nos dois condutos. Em seguida, foi selecionado o instrumento
WaveOne Gold (WOG) Primary (25.07) para o preparo dos terços cervical e médio,
acoplado ao motor X-Smart Plus (Dentsply Sirona). A odontometria eletrônica foi
realizada com localizador foraminal eletrônico Propex Pixi (Dentsply Sirona) e obtido o
comprimento de patência (CP) do canal radicular. Com a lima WOG Primary foi realizado
o preparo do canal radicular até o CP e foi utilizada a lima WOG Medium (35.06) no
comprimento de obturação (CP – 1mm) para uma maior desinfecção.
A solução irrigadora utilizada durante todo tratamento foi o hipoclorito de sódio
a 2,5% (Água sanitária Brilux, Paulista – PE). Para maximizar a descontaminação do
canal radicular foi realizada a agitação da solução irrigadora por meio da técnica da IUP
(Irrigação Ultrassônica Passiva) com o inserto ultrassônico TRA31 (Dental Trinks,
Jardim cidade Pirituba, SP) acoplado ao equipamento de ultrassom (Gnatus) na potência
de 10%. Além disso, foi realizada a agitação com a lima XP-Endo Finisher (FKG, Suíça)
acoplado ao motor X-Smart Plus (Dentsply Sirona) com 800rpm e 1N de torque. Ambas
as agitações seguiram o protocolo de 3 ciclos de 20 segundos, com troca da solução entre
cada ciclo. As duas técnicas foram realizadas com o hipoclorito de sódio a 2,5% e o EDTA
17% (Ácido Etilenodiamino Tetra-Acético (Biodinâmica, Ibiporã, PR), sendo as duas
soluções intercaladas com irrigação com água destilada estéril.
Posteriormente, realizou-se a prova do cone, utilizando-se cones de guta-percha
compatíveis ao instrumento utilizado na ampliação, sendo escolhido o F3 do sistema
ProTaper Universal (Dentsply Sirona). A obturação foi realizada com a técnica de cone
único, utilizando o cimento AH Plus (Dentsply Sirona). Foi realizada confecção do
espaço para instalação de retentor intrarradicular no canal palatino (Figura 1), utilizando
os calcadores Odous 1/2 (Odous de Deus, Belo Horizonte, MG) aquecidos e foi deixado
em torno de 5mm de obturação para garantir um adequado selamento apical. Os 11 mm
que permaneceram sem material obturador foram preenchidos com pasta à base de
hidróxido de cálcio (Ultracal, Ultradent, Indaiatuba – SP) e o selamento coronário foi
realizado com cimento de ionômero de vidro fotopolimerizável (RIVA Light Cure, SDI,
Victoria, Austrália) (Figura 2).

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Figura 1: Foto por microscópio operatório pós tratamento do dente 14 e espaço para pino realizado

(Fonte: arquivo do autor)

Figura 2: Radiografia final, com 5 mm de obturação e 11 mm de espaço para pino no canal vestibular

(Fonte: arquivo do autor)

Na segunda sessão, foi realizada a instalação do pino de fibra de vidro e realização


da sua reanatomização, seguindo o protocolo de desinfecção e cimentação. Foi realizada
a remoção da medicação à base de hidróxido de cálcio com irrigação com EDTA a 17%
e, ao final, irrigação com água destilada estéril. Posteriormente, foi realizada a prova do
pino de fibra de vidro com diâmetro de 0.5 e realizada a radiografia periapical para
verificar o ajuste.
O canal palatino foi seco com ponta de papel absorvente correspondente e foi
realizado o protocolo de preparo do pino de fibra de vidro. O pino foi higienizado com
álcool a 70% e foi aplicado Silano (Fgm) por 60 segundos (Figura 3). Posteriormente,
aplicou-se o adesivo universal Single Bond (Dentsply) por 30 segundos e polimerização
por 1 minuto (Figura 4). Foi aplicado gel lubrificante hidrossolúvel no canal radicular e
removido o excesso com pontas de papel absorvente. Depois, foi realizada a
anatomização do pino de fibra de vidro. Resina composta foi colocada no pino e levada

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ao canal radicular e polimerizado por 5 segundos, removido um pouco e inserido


novamente e realizada uma nova polimerização de 5 segundos. Esse passo foi repetido
por 3 vezes. Após, foi removido o pino do canal e polimerizado por 1 minuto.

Figura 3: Preparo do pino

(Fonte: Arquivo do autor)

Figura 4: Pino com adesivo

Para a cimentação do pino de fibra de vidro, o canal foi irrigado com água
destilada estéril e seco com pontas de papel absorvente e o pino foi higienizado com
álcool a 70%. Posteriormente, foi espatulado o cimento resinoso autoadesivo Rely X
(Denstply) e levado ao canal com seringa Centrix (Maquira). O pino foi inserido dentro
do canal radicular, removido os excesso de cimento e aguardado 5 minutos para a presa
química. Após esse período, foi polimerizado por 1 minuto para a presa física (Figura 5).
Posteriormente, foi realizada uma radiografia periapical para constatar a adequação do
retentor. O pino foi cortado na altura adequada, foi confeccionada uma restauração com
resina composta (3M) e removido o isolamento (Figura 6). A paciente foi orientada e
encaminhada para realizar a coroa protética.

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Figura 5: Isolamento absoluto e instalção do pino de fibra de vidro

(Fonte: Arquivo do autor)

Figura 6: Resultado final da instalação e reanatomização em resina composta

(Fonte: Arquivo do autor)

3 DISCUSSÃO
A retenção das restaurações indiretas depende da confecção de um correto e
específico preparo da estrutura dental e do uso de um agente cimentante adequado. Em
alguns casos, ainda é necessário aumentar a retenção da restauração através da realização
de pinos intrarradiculares (TRUSHKOWSKY et al. 2011). Por muitos anos, os núcleos
metálicos fundidos eram tidos como a melhor opção para reabilitação de dentes tratados
endodonticamente que tinham pouca estrutura coronária (PRADO et al. 2014). No
entanto, além desse material não ser estético, demanda um maior tempo clínico, custo,
desgaste da estrutura coronária e apresentam um maior risco de fraturas dentárias em
função do seu alto módulo de elasticidade (SANTOS et al. 2012). A indicação dos pinos
pré-fabricados flexíveis, como os pinos de fibra de vidro, vem ganhando destaque, uma
vez que suas propriedades mecânicas são mais favoráveis para a restauração de um dente
quando comparados com o núcleo metálico fundido. A estética é um fator primordial na
odontologia restauradora moderna e estes retentores flexíveis, ao contrário dos núcleos
metálicos, conseguem atender essa característica devolvendo a função ao paciente
(PRADO et al. 2013). O presente relato teve como objetivo demonstrar o
restabelecimento funcional e estético do elemento 14 após realização do tratamento
endodôntico, utilizando a associação do pino de fibra de vidro com a restauração de resina
composta para posterior reabilitação protética. Uma vez que o elemento em questão se

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encontrava com grande destruição coronária, foi escolhido o uso do pino de fibra de vidro
pré-fabricado, que tem como uma das suas principais funções ser retentor para as futuras
restaurações (PEREIRA et al. 2017).
A utilização de pinos de fibra anatômicos, reembasados com resina composta, é
uma técnica viável para a reabilitação de dentes tratados endodonticamente e conduto
radicular ampliado (CARDOSO et al. 2011). É um procedimento prático, que utiliza
materiais disponíveis no consultório odontológico sem necessidade de trabalho protético,
garantindo o sucesso da técnica. Dessa forma, a utilização de pinos anatômicos favorece
a longevidade da restauração, seja esta direta ou indireta, pois a redução da linha de
cimentação favorece a estabilidade do pino de fibra dentro do ambiente radicular,
evitando fraturas e descolamentos do pino (PEREIRA et al. 2017). No presente caso, foi
utilizada a técnica de reanatomização do pino de fibra de vidro com resina composta para
garantir a estética e funcionalidade.

4 CONCLUSÃO
Diante do exposto, é visto a importância de um diagnóstico correto para a
recompor a saúde, mas sem se esquecer da função e da estética dos pacientes. Ainda, o
profissional deve sempre se atualizar e estar preparado para atender a essas demandas
associadas. O presente caso apontou a realização do tratamento endodôntico do dente 14,
com a reparação da saúde, e a instalação de pino de fibra de vidro reanatomizado para a
reconstrução funcional e estética da paciente.

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Dental Press Estét. Maringá, 2006.

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Fibra de Vidro Associado a Restauração Classe IV e Faceta Direta em Resina Composta
em Dente Anterior: Relato de Caso. Revista Gestão &Saúde, 2017.

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MARTINSA, G. Retentores intrarradiculares: revisão da literatura. J. Health Sci, 2014.

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patient population in the USA: an epidemiological study. J Endod, 2004.

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10. TRUSHKOWSKY, R. D. Esthetic and functional consideration in restoring


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