Gl Novels em Português 1
Gl Novels em Português 2
1. A Grande Família Watinwanit
A vida é como um livro, e cada capítulo que vivemos vai se entrelaçando em
nossas memórias, formando histórias que nos moldam. Algumas páginas são
leves e alegres, outras mais densas e cheias de aprendizado, mas todas nos
fazem crescer. Com o tempo, nossas identidades se transformam, e o amor
que encontramos não é um fim, mas o começo de uma nova jornada.
Para nós, da família Watinwanit, esse amor floresceu entre mulheres, criando
laços tão fortes quanto os fios do destino. E então, um dia, nossas vidas
ganharam um novo significado: nos tornamos mães.
As crianças corriam animadas pela praia de Hua Hin, enquanto as mães
observavam com sorrisos ternos. "Crianças, cumprimentem a tia Nam
primeiro!", disse Blue, e os gêmeos Wind e Padpa responderam em uníssono:
"Olá, tia Nam!". Mal podiam esperar para brincar com Talay, a filha de Nam e
Lada. Afinal, aquele era um dia especial—o reencontro da família toda para
celebrar o Ano Novo, o que significava rever as primas Daisy e Horapha.
"Wind e Padpa estão tão crescidos desde o ano passado!", comentou Nam,
acariciando a cabeça dos pequenos. "Onde está a Talay?". "Com a tia Lada",
respondeu Blue, enquanto os gêmeos insistiam: "Quero ir com a Phi Talay!".
Wayo, a outra mãe das crianças, trocou um olhar cúmplice com Blue. Sabia
Gl Novels em Português 3
que precisava ajudá-la a conter tanta energia antes que os pequenos
transformassem o encontro em um furacão de travessuras.
Enquanto isso, Nam e Lada viviam seu próprio conto de fadas. Talay, sua
filha, era o reflexo do amor que as unia—uma menina alegre, de sorriso fácil,
que corria em direção a elas sem medo. "Talay, cuidado para não cair!", disse
Nam, pegando-a no colo e recebendo um abraço apertado. Lada, alguns
passos atrás, suspirou de alívio. "Ela nem esperou por mim", riu, enquanto a
pequena se aninhava entre as duas.
Wayo observava a cena com um sorriso. Sabia o quanto Nam e Lada amavam
aquela menina—e como Talay ocupava o primeiro lugar em seus corações,
assim como Blue, Wind e Padpa eram o centro do seu mundo.
Rose e Din foram as últimas a chegar, trazendo Daisy, a priminha mais
velha—uma garota inteligente, que herdou a eloquência da mãe Rose e o
carisma do pai Din. "Phi Daisy ficou em primeiro lugar no exame!", anunciou
Wind, orgulhoso. "Eu quero ser a número um também!", declarou Talay, com
a inocência de quem ainda mal sabia contar até vinte. Lada riu ao lembrar das
notas da filha: "Ela ficou em décimo nono… em uma turma de vinte".
Rose arqueou uma sobrancelha. "E o que Nam achou disso?". "Ela só sorriu.
Quer que Talay seja feliz, não importa o lugar que ocupa". Era assim que elas
amavam—sem pressão, sem cobranças. Cada filho tinha seu próprio ritmo, e
Gl Novels em Português 4
todas as mães sabiam que o verdadeiro sucesso estava em viver com
autenticidade.
Enquanto as crianças brincavam na areia, a pequena Horapha—filha de Fai e
Kaprao—tropeçou. Todos se prepararam para o choro, mas… "Não dói!", ela
disse, levantando-se sozinha e esfregando as mãos com determinação. Fai
olhou para Kaprao, orgulhosa. "Ela é igual a mim—não chora por qualquer
coisa". Rose riu. "Parece que temos uma guerreirinha na família".
No final do dia, enquanto o sol se despedia no horizonte, as mulheres da
família Watinwanit se reuniam, compartilhando histórias e risadas. Cada uma
com suas particularidades, cada filho com suas manias—mas todas unidas por
um amor que transcendeu expectativas. Porque, no fim, o que importava não
eram as notas, os tropeços ou quem chegava por último. Importava o abraço
ao final do dia, o "te amo" sussurrado no escuro, e a certeza de que, juntas,
elas haviam criado um lar onde o amor—entre mulheres, entre mães e
filhos—era a maior vitória de todas.
E assim, página após página, a história da família Watinwanit continuava a ser
escrita—com doçura, leveza e a beleza de um amor que escolheu ser livre.
Gl Novels em Português 5
Gl Novels em Português 6
2. Uma terra sólida e sólida
O sol da tarde banhava suavemente a fazenda quando Daisy, impaciente,
puxava a barra da camisa de Din. "Mãe, posso ajudar no balanço agora?",
insistia com aqueles olhos brilhantes que herdara de Rose. Din, com as mãos
calejadas segurando a madeira, sorriu enquanto enxugava o suor com o
antebraço. "Quase pronto, flor. Só mais alguns ajustes para ficar perfeito para
você."
Rose observava a cena da varanda, os lábios curvados num sorriso terno.
Como era típico de Din, tudo para a família era feito com esmero - desde os
balanços até os pequenos bilhetes que deixava na geladeira quando saía cedo.
"Ela vai acabar construindo um parque inteiro só para a Daisy", murmurou
para si mesma, lembrando como Din passara semanas planejando cada
detalhe do brinquedo.
Na cozinha mais tarde, enquanto preparavam o jantar, Rose aproximou-se
silenciosamente e enlaçou a cintura de Din por trás. "Você trabalhou demais
hoje", sussurrou, sentindo o cansaço nos ombros da esposa. Din girou
lentamente, envolvendo-a num abraço que ainda, depois de tantos anos, fazia
o coração de Rose acelerar. "Valia a pena só para ver o sorriso da Daisy",
respondeu, deixando um beijo leve na testa de Rose.
Gl Novels em Português 7
A noite caía quando Daisy finalmente se acomodou no balanço recém-
terminado, seu riso ecoando pelo quintal. "Mais alto, mãe!", gritava, enquanto
Din empurrava com cuidado. Rose filmava a cena, capturando não apenas a
imagem, mas aquele sentimento quente que preenchia seu peito - a
completude de uma família construída com paciência e amor.
No quarto, mais tarde, enquanto arrumavam as cobertas, Din pegou a mão de
Rose com uma suavidade que contrastava com as mãos ásperas do trabalho do
dia. "Você sabe que eu faria tudo de novo, não sabe?", perguntou, os olhos
sérios. "Cada escolha, cada dificuldade - tudo para chegar até aqui." Rose
apertou sua mão em resposta, sabendo que não precisava de palavras. O
balanço que balançava suavemente no quintal, o cheiro de terra e flores que
vinha pela janela aberta, o som da respiração calma de Daisy no quarto ao
lado - tudo isso era sua resposta.
E quando finalmente se deitaram, Rose encostou a cabeça no ombro de Din,
ouvindo o batimento cardíaco constante que sempre a acalmava. Fora daquele
quarto, o mundo podia ser incerto, difícil. Mas ali, naquele espaço que
construíram juntas, tudo era sólido como a terra sob seus pés - firme, seguro,
eterno. Um amor que, como o balanço que Din construíra com tanto cuidado,
resistiria ao tempo e às estações, balançando suavemente no ritmo de suas
vidas entrelaçadas.
Gl Novels em Português 8
Gl Novels em Português 9
3. Nam: A Chuva Suave que Nutre a Alma
— Mãe!
— O que foi, minha pequena Talay?
A menina entrou no escritório com passos leves, os olhos brilhantes de
expectativa.
— Vim ver a mãe! A mamãe disse que a senhora estava ocupada com
trabalho...
— É verdade, estou ocupada. Mas a Talay pode me ajudar?
Nam sorriu, estendendo os braços. Antes que pudesse piscar, Talay já estava
em seu colo, abraçando-a com toda a força de seus bracinhos. O trabalho
podia esperar—aquela criança, nunca.
Lada apareceu na porta, arrependida.
— Eu pedi para ela não vir te perturbar...
— Não é perturbação, Nam respondeu, acariciando o cabelo da filha. Ela é
bem-vinda aqui sempre.
Era assim que Nam fazia as coisas. Mesmo sendo uma executiva exigente,
filha de pais que sempre priorizaram o trabalho, ela se recusava a repetir os
erros do passado. Talay nunca sentiria a ausência que ela mesma havia sentido
na infância.
Gl Novels em Português 10
Mais tarde, já noite, Lada encontrou Nam ainda mergulhada em papéis.
— Você devia estar dormindo, murmurou, colocando uma tigela de macarrão
instantâneo na mesa.
— Preciso terminar isso. Mas obrigada. Nam sorriu, puxando-a para sentar
ao seu lado.
— Você nunca come isso...
— É especial quando é você quem faz.
Lada corou. Nam tinha memória de elefante para certas coisas—como a
primeira vez que Lada tentou cozinhar para ela, anos atrás, e acabou jogando
água no colo da chefe sem querer.
— Não me lembre daquilo!
— Por que não? Foi o dia em que percebi que você era a pessoa mais sincera
que eu conhecia. Nam riu, entrelaçando os dedos com os dela. E a mais
teimosa—igual à nossa filha.
No dia seguinte, Lada hesitou ao entregar o boletim de Talay. A menina estava
em último lugar na classe.
— Dezenove entre vinte... Nam leu em voz alta, sem qualquer sombra de
decepção.
— Ela prometeu que vai se esforçar mais, Lada disse rápido.
Gl Novels em Português 11
— Ela já é esforçada. Olha como desenha bem! Nam apontou para os
rabiscos coloridos no verso da folha. E como é corajosa. E gentil. Isso é o que
importa.
Talay, que observava com olhos arregalados, soltou um suspiro aliviado.
— Então... ainda vou ao parque de diversões?
— Claro que sim! Nam a puxou para um abraço. E vamos trazer presentes
para todos os primos.
Mais tarde, quando Talay já dormia, Lada encostou a cabeça no ombro de
Nam.
— Eu estava com medo de que você ficasse decepcionada...
— Como poderia? Nam beijou sua testa. Nossa filha é exatamente quem
deveria ser—assim como você. E eu amo vocês duas exatamente assim.
Era essa a magia de Nam. Ela não precisava de discursos. Cada gesto, cada
olhar, cada macarrão instantâneo compartilhado em silêncio dizia tudo:
"Vocês são meu mundo."
E para Lada, isso sempre seria suficiente.
Gl Novels em Português 12
Gl Novels em Português 13
4. Wayo: A Brisa Leal que Aconchega a Alma
O sol da tarde entrava suavemente pela janela da cozinha enquanto Blue
tentava, mais uma vez, lavar a louça do almoço. Seus dedos delicados mal
haviam tocado a primeira tigela quando um par de braços firmes a envolveu
por trás, afastando-a gentilmente da pia.
"Deixe comigo", murmurou Wayo, seu sopro quente fazendo Blue estremecer
enquanto a afastava da louça suja.
"Você sempre faz isso", reclamou Blue, mas seu protesto soou mais como um
suspiro de rendição. Seus olhos acompanharam os movimentos hábeis de
Wayo - aquelas mãos que já empunharam armas para protegê-la agora
lavando pratos com a mesma devoção.
Na sala, os risos dos gêmeos ecoavam. Padpa, sentada no chão com suas
tranças desfeitas, franzia o nariz para o espelho. "Mamãe Wayo, parece que
um passarinho fez ninho no meu cabelo!"
Wayo secou as mãos e ajoelhou-se atrás da filha, tentando desfazer o desastre
capilar. "Está lindo, minha princesa", insistiu, mesmo quando os fios teimosos
escapavam de seus dedos.
Blue observava a cena, seu coração apertando de ternura. Wayo - sua ex-
guarda-costas, sua esposa, a mãe de seus filhos - ainda a olhava com a mesma
devoção do primeiro dia. Mesmo depois de anos, mesmo depois de deixarem
Gl Novels em Português 14
para trás títulos e palácios, aquela mulher continuava tratando-a como sua
princesa.
À noite, com as crianças finalmente dormindo, Wayo preparou o chocolate
quente como sempre fazia - a mesma receita que aprendera nos tempos do
palácio. Blue aceitou a xícara com um sorriso, seus dedos se encontrando
brevemente no contato.
"Para Sua Alteza", disse Wayo, com uma reverência exagerada que fez Blue
rir.
"Você nunca vai me deixar esquecer esse título, vai?"
"Nunca." Wayo sentou-se tão perto que seus joelhos se tocavam. "Porque para
mim, você sempre será minha princesa."
Blue fingiu beber devagar, saboreando cada gole, enquanto observava Wayo
pela borda da xícara. Aquele olhar faminto que conhecia tão bem. Quando
finalmente cedeu e ofereceu a xícara, Wayo não bebeu - em vez disso,
inclinou-se para roubar um beijo doce como o próprio chocolate.
"Mesquinha", murmurou contra seus lábios.
Na cama, envolta nos braços firmes que a protegiam há tantos anos, Blue
suspirou contente. O amor de Wayo era como aquela brisa suave que entrava
pela janela - constante, reconfortante, sempre presente. Não importava
quantos anos passassem, quantas tranças desastrosas fizessem ou quantas
Gl Novels em Português 15
louças discutissem, aquela verdade permaneceria: Wayo era seu porto seguro,
seu eterno "para sempre".
Gl Novels em Português 16
5. Fai: A Chama que Aquece a Alma
Kaprao sentiu o calor familiar antes mesmo de abrir os olhos. Aquele cheiro
de café fresco e torradas queimadas - sinal certo de que Fai estava fazendo o
café da manhã novamente. Ela se espreguiçou na cama, ouvindo os sons da
casa: os passos firmes de Fai no corredor, o balbuciar animado de Horapha e...
aquele barulho característico de panelas sendo manuseadas com pouca
delicadeza.
"P'Fai, você queimou as torradas de novo?" Kaprao perguntou ao entrar na
cozinha, esfregando os olhos sonolentos.
Fai virou-se com um sorriso desafiador, o avental amarrado de qualquer jeito
na cintura, manchas de geleia no rosto. "Dessa vez foi só um pouquinho. É o
estilo 'caramelizado'", argumentou, empurrando um prato na direção de
Kaprao.
Horapha, sentada na cadeirinha alta, batia as mãozinhas na mesa. "Mamãe
queimou! Mamãe queimou!"
Kaprao não conseguiu conter o riso. Era assim todas as manhãs - o caos
organizado que só Fai sabia criar. Ela pegou a torrada carbonizada e
mergulhou no café, amaciando a crosta dura. "Delicioso", mentiu, fazendo
uma careta quando o gosto amargo atingiu seu paladar.
Gl Novels em Português 17
Fai arqueou uma sobrancelha. "Mentirosa. Mas eu te amo assim mesmo." E
antes que Kaprao pudesse reagir, sentiu os lábios quentes de Fai contra os
seus, roubando um beijo doce e pegajoso de geleia.
Horapha fez um barulho de protesto. "E eu? E eu?"
Fai riu, aquela risada rouca e calorosa que sempre fazia o coração de Kaprao
acelerar. Ela pegou a filha no colo, girando com ela pela cozinha enquanto a
menina gritava de alegria. "Você também, minha pequena fera! Mas primeiro,
vamos alimentar a mamãe Kaprao direito."
Kaprao se apoiou no balcão, observando as duas. Fai nunca tinha sido
delicada - nem nos gestos, nem nas palavras, nem no amor. Tudo nela era
intenso, ardente, como um incêndio florestal que você não queria apagar. Até
mesmo quando tropeçava na paternidade, era com uma paixão que deixava
todos boquiabertos.
Lembrou da primeira vez que Fai segurou Horapha - mãos trêmulas, olhos
vermelhos, aquele orgulho e medo lutando em seu rosto. A mesma Fai que
enfrentava qualquer adversário sem pestanejar, reduzida a um amontoado de
nervos por um bebê de 3 quilos.
"P'Fai", Kaprao chamou suavemente, estendendo a mão.
Gl Novels em Português 18
Fai parou de dançar com Horapha e se aproximou, os olhos escuros brilhando
com aquela luz que só aparecia para elas duas. "Hmm?"
"Te amo." Era tudo que Kaprao precisava dizer.
Fai sorriu, aquele sorriso raro e verdadeiro que poucas pessoas tinham o
privilégio de ver. "Eu também te amo, minha menina." E então, num gesto
que ainda fazia Kaprao corar depois de todos esses anos, Fai pegou sua mão e
a pressionou contra seu peito, onde o coração batia forte e rápido. "Sempre."
Horapha, presa entre elas, protestou: "Aperto demais!"
As duas riram, mas não se afastaram. Porque era assim que elas funcionavam
- um abraço apertado, um amor intenso, uma vida cheia de momentos
queimados e imperfeitos, mas perfeitamente seus.
E Kaprao sabia: não trocaria aquele fogo por nada no mundo.
Gl Novels em Português 19
6. A Rosa Vermelha Apaixonada
O telefone tocou pela segunda vez naquela noite, interrompendo o momento
íntimo entre Din e Rose. Com um suspiro, Din atendeu, sua voz ainda rouca
de desejo contido.
"Sim, sou eu... Não, Net, não tem problema. Vou enviar os arquivos agora."
Rose virou-se na cama, os lençóis se enrolando em seu corpo como um véu de
frustração. Net. Aquele nome soava como uma farpa em seu coração.
Na manhã seguinte, a cozinha da Fazenda Chomrak estava carregada de
tensão. Rose serviu uma tigela de Tom Yum tão picante que fazia os olhos
lacrimejarem.
"P'Din pode comer, não é?" Ela sorriu docemente, empurrando o prato em
direção à esposa.
Din engoliu em seco, os olhos arregalados diante da sopa vermelha e
fumegante. "Claro... delicioso." Cada colherada era um suplício, mas ela não
reclamou - sabia que aquilo era mais do que apenas um jantar.
Daisy, sentada entre elas, olhava de uma para a outra com curiosidade infantil.
"Mamãe, por que você está fazendo cara feia?"
"Porque a mamãe Din adora coisas apimentadas," Rose respondeu, servindo
mais uma colherada generosa.
Gl Novels em Português 20
Foi Red quem finalmente contou a verdade a Din, entre risos sufocados.
"Senhorita Rose acha que você tem um caso! Com a cliente nova, aquela do
jantar!"
Din quase engasgou com o café. "Net? Ela está grávida do marido!"
Mas a imagem já estava plantada na mente de Rose: Din jantando com uma
mulher mais jovem, rindo, discutindo negócios enquanto ela esperava em
casa. O ciúme era um veneno doce, e Rose havia bebido cada gota.
Naquela noite, Din encontrou Rose no jardim, sob o luar que pintava as rosas
de prata.
"Você realmente acha que eu olharia para outra pessoa?" Din perguntou,
segurando as mãos de Rose entre as suas. "Depois de tudo que passamos?"
Rose baixou os olhos, os espinhos de sua raiva finalmente se afrouxando. "É
só... você tem estado tão ocupada. E então aquela ligação, o jantar..."
Din puxou-a para um abraço, seu perfume misturando-se ao aroma das rosas.
"Net é apenas uma cliente. Mas você... você é minha rosa. A única que me fez
sangrar e florescer ao mesmo tempo.
E então, como nos velhos tempos, Din provou seu amor não com palavras,
mas com ações - um beijo tão profundo que fez Rose esquecer até mesmo o
nome "Net".
Gl Novels em Português 21
No dia seguinte, Daisy encontrou as duas mães dormindo entrelaçadas no
sofá, uma manta cobrindo seus corpos. Sobre a mesa, um buquê de rosas
vermelhas - colhidas por Din ao amanhecer - brilhava como brasas ao sol da
manhã.
E Rose, mesmo meio adormecida, sorriu. Porque sabia: não importava
quantos espinhos houvesse, seu amor sempre encontraria uma maneira de
florescer.
Afinal, Din não era apenas o vaso que a sustentava - era a terra, a chuva e o
sol que a faziam desabrochar, ano após ano. E essa era uma história que
nenhum ciúme, nenhum mal-entendido, poderia apagar.
Porque algumas rosas são eternas - assim como o amor que as cultiva.
Gl Novels em Português 22
Gl Novels em Português 23
7. A Tulipa que Ilumina Minha Vida
O carro deslizava suavemente pelas ruas movimentadas quando os olhos
ávidos de Talay avistaram a sorveteria.
"Mãe! Sorvete, por favor!" A voz da pequena ecoou como um sino, cheia de
esperança.
Nam apertou levemente os lábios, calculando mentalmente o tempo até a
próxima reunião. Mas então seus olhos encontraram os de Lada pelo
retrovisor - aqueles olhos castanhos quentes que sempre conseguiam amolecer
sua determinação.
"Eu desço rapidinho," Lada anunciou, já desabotoando o cinto com aquela
agilidade que Nam tanto admirava.
Em menos de três minutos, ela voltou triunfante com uma casquinha de
morango que fez Talay vibrar de alegria no banco traseiro. Nam observava
discretamente enquanto Lada, com movimentos precisos, alimentava a filha e
limpava cada respingo com a delicadeza de quem cuida de algo precioso.
Era nessas pequenas cenas cotidianas que Nam se maravilhava com sua
esposa. Lada era como aquelas tulipas que floresciam no jardim da casa dela -
aparentemente frágeis, mas na verdade resistentes, capazes de suportar até as
geadas mais rigorosas.
---
Gl Novels em Português 24
A luz azulada do laptop iluminava o rosto cansado de Nam quando Lada
entrou no escritório, trazendo consigo o aroma reconfortante de café fresco.
"Você devia estar na cama," Nam murmurou, embora seus dedos agradecidos
já se estendessem para receber a xícara.
"Alguém precisa cuidar da workaholic desta casa," Lada respondeu com um
sorriso que fez Nam esquecer por um instante a pilha de relatórios.
Foi então que o acidente aconteceu. Um movimento brusco, o café escuro se
espalhando como uma mancha de tinta sobre o teclado, e o pânico instantâneo
nos olhos de Lada.
"P'Nammmm, eu... eu não foi de propósito!"
Nam viu as mãos da esposa tremendo enquanto tentava limpar o líquido. Algo
dentro dela se contraiu - não pela perda do equipamento, mas pelo medo
genuíno na voz de Lada.
"Está bem," ela disse mais suavemente do que pretendia, afastando o laptop.
"São só coisas materiais."
Mas Lada já havia fugido, deixando para trás o cheiro do café derramado e o
peso do silêncio.
---
Gl Novels em Português 25
Nam encontrou-as dormindo juntas no quarto de Talay - sua esposa envolta
em um emaranhado de cabelos escuros, o braço protetor sobre a filha. A cena
era tão pura que por um momento, Nam esqueceu a frustração do trabalho
perdido.
Ajoelhou-se ao lado da cama, seu dedo traçando suavemente a linha do rosto
de Lada.
"Eu não deveria ter sido tão brusca," sussurrou, sabendo que mesmo
dormindo, Lada sempre conseguia sentir sua presença.
Como resposta, Lada virou-se e enterrou o rosto no pescoço de Nam, seu
calor familiar envolvendo-a como um cobertor macio.
"Você me assustou hoje," Lada murmurou, meio acordada, meio sonolenta.
Nam puxou-a mais perto, sentindo o cheiro do shampoo de jasmim que
sempre usavam juntas. "Eu sei. Mas você sabe que não existe laptop no
mundo que valha mais que um segundo com vocês duas."
Lada riu baixinho, seu sopro quente contra a pele de Nam. "Que discurso
cafona, P'Nam."
"Mas funcionou, não foi?"
Gl Novels em Português 26
E quando Talay, sem acordar, se aconchegou entre elas, Nam percebeu que a
vida era como aquela tulipa no jardim - às vezes precisava de um pouco de
chuva para florescer ainda mais bonita.
Porque o amor verdadeiro não tem medo de se molhar – o amor apenas
cresce mais forte depois da tempestade.
Gl Novels em Português 27
8. A Íris que Iluminou Meu Caminho
"Qual é o coração de Wayo para Blue?"
Wayo sempre viu Catherine como uma princesa nobre, mesmo que ela tenha
renunciado ao seu título. Ela não ocupou o trono de Madeline nem se tornou a
primeira herdeira na linha de sucessão, mas, para ela, Catherine permaneceu
digna e amada. Como sua esposa, Wayo a reverenciava — uma flor de lírio,
forte e elegante, como uma verdadeira princesa. Mas também via nela a
doçura e o calor que faziam de Catherine, a íris, uma perfeição única no
mundo. Para Wayo, ela era incomparável.
— "O que há de errado, Wayo?"
— "Você ainda não bebeu? As crianças estão ficando impacientes."
Catherine olhou para os gêmeos, Wind e Padpa, sentados à mesa, quietos, sem
chorar, apenas esperando. Wayo, no entanto, parecia ainda mais inquieta do
que eles.
— "Wayo está brincando ou são as crianças?"
— "Claro que são Wind e Padpa. Por que eu causaria problemas, Blue? Achas
que sou tão infantil?"
Ela respondeu com rigidez, sem admitir que seu desconforto vinha do homem
que se aproximara de Catherine para conversar. Enquanto esperava os
Gl Novels em Português 28
lanches, contou mentalmente até dez para se acalmar. Mas não precisou
chegar nem à metade — no três, o capitão da guarda, antigo protetor da
Princesa Azul, interveio. Com firmeza, deixou claro que a mulher em questão
não só tinha uma esposa, mas também dois tesouros que provavam seu amor.
— "Ele só me perguntou sobre a loja, pediu recomendações."
— "Não. Wayo sabe que ele tinha outras intenções."
— "Blue não percebeu?"
— "Percebi."
— "Então por que não se afastou?"
— "Wayo, eu sei me cuidar."
Mesmo com o coração aquecido pelo ciúme, Wayo se acalmou ao ouvir a
confiança na voz dela. Catherine sempre cumpria suas promessas, e ela sabia
que não havia motivo para preocupação.
Wayo refletiu que, por mais que outros se aproximassem, Catherine manteria
apenas conversas educadas, distante como uma princesa deveria ser. Ninguém
receberia dela a mesma gentileza reservada a ela e às crianças. Mas seu
charme era inegável, e Wayo se perguntava como fazer com que apenas ela
pudesse admirar aquela íris.
— "Os lanches estão prontos. Wind, Padpa, vamos voltar para a tenda."
Gl Novels em Português 29
As crianças, felizes, mergulharam nos doces, esquecendo-se de tudo ao redor.
— "Wayo, quer um pouco?"
— "Não agora."
— "Por que essa agitação? Acha que Blue mudaria de ideia?"
— "Sei que seu coração é só meu e das crianças. Mas por que os outros
insistem em olhar para você?"
Catherine sorriu.
— "Talvez porque eu seja bonita demais."
Wayo riu. Mesmo depois de anos juntos, ela ainda a surpreendia. Seu amor só
crescia, inabalável.
— "Desculpe, mas Wayo ainda te ama demais."
— "Tudo bem. Estou acostumada."
— "Cansou de mim?"
— "Não. Apenas entendo seu ciúme. Ela nunca me sufoca."
— "E você? Ainda me ama?"
Ela baixou os olhos, respondendo com sinceridade:
— "Sempre."
Gl Novels em Português 30
Wayo sentiu-se a mulher mais sortuda do mundo.
Mais tarde, ao saírem da joalheria, Catherine ficou distante. Wayo percebeu
algo errado.
— "Blue, está brava?"
— "Não."
Mas seu tom era frio.
— "Se não me disser o que fiz, como posso me desculpar?"
Ela suspirou.
— "A atendente da joalheria. Você riu muito com ela."
Wayo entendeu. Catherine a vira conversando animadamente e assumira o
pior.
— "Posso explicar."
— "Não hoje."
— "É um mal-entendido!"
Ela relutou, mas cedeu.
— "O que estava fazendo?"
— "Preparando um presente. Amanhã é nosso aniversário de oito anos."
Gl Novels em Português 31
Seus olhos se iluminaram.
— "Lembrou?"
— "Como esqueceria?"
Ela mostrou a pulseira de íris que encomendara, única, como Catherine.
— "Só falava com a atendente porque estava orgulhosa do presente."
Catherine sorriu, aliviada.
— "Então você viu tudo?"
— "Juro. Só tenho você no meu coração."
Ela se aproximou, surpreendendo-a com um beijo.
— "Feliz aniversário."
Wayo riu, percebendo que caíra em sua armadilha.
— "Blue estava com ciúmes de propósito?"
— "Talvez um pouco."
Ela a abraçou.
— "Não mude. Seu ciúme me deixa fraca."
Catherine riu, e Wayo roubou outro beijo. Afinal, seu tesouro sempre fora
dela.
Amor em estilo azul — nobre, intenso e eterno.
Gl Novels em Português 32
9. Kaprao é como manjericão picante
Se alguém perguntasse a Fai como descreveria Kaprao, ela diria que sua
esposa é como manjericão picante: uma combinação de doçura gentil e
determinação ardente. Kaprao não tem medo de enfrentar problemas de
frente, tão destemida quanto a própria Fai costumava ser em seus dias mais
temperamentais.
Ou, para ser mais poética, Kaprao era como um prato simples, mas
perfeitamente equilibrado — nada extravagante, mas tão especial que Fai se
considerava sortuda por tê-la em sua vida.
— O que você acha do garoto, irmã?
— Kaprao nunca deixou a criança sozinha.
— Então por que Pha se machucou ao cair?
— Ele tropeçou numa raiz enquanto corria. Eu não o segurei a tempo, mas
não foi uma queda grave.
Fai respondeu com voz suave, tentando tranquilizar Kaprao de que podia
cuidar sozinha da pequena Horapha. Mas a confiança de Kaprao se esvaiu ao
ver os arranhões e o sangue no joelho da criança.
— Nem discuta. P’Fai levou o menino para brincar e ele se empolgou demais.
Mesmo sem estar lá, eu já sabia como isso ia terminar.
Gl Novels em Português 33
Fai, normalmente tão eloquente e argumentativa, ficou em silêncio. Entre os
trabalhadores, ela era uma líder firme, mas diante de Kaprao, mantinha a boca
fechada, evitando desculpas que só trariam mais reprimendas.
Ficar quieta primeiro — era um truque que aprendera com o pai, Akkanee.
Funcionava bem com sua esposa impaciente, quase sempre.
— Pequena Pha.
— Ei, mãe!
— A ferida dói?
— Dói, dói muito.
— Vem com a mamãe. Vamos cuidar disso.
Kaprao falou com doçura à filha, mas lançou um olhar severo para Fai. Sua
irmã sempre levava Horapha para brincar de forma selvagem, transformando
a menina num macaquinho travesso. E, embora Kaprao adorasse ver Fai tão
dedicada à criança, isso só a deixava mais determinada a moderar os excessos.
Quem diria que, desde a chegada de Horapha, o temperamento impulsivo de
Fai desapareceria, substituído por uma doçura quase irreconhecível? Ela agora
era carinhosa, atenciosa, cuidando da esposa e da filha com um zelo quase
exagerado.
Gl Novels em Português 34
O problema era que Fai mimava demais a pequena Pha. Kaprao temia que,
sem limites, a menina crescesse mimada e incapaz de lidar com frustrações.
Ela insistia que a base da educação vinha do amor, compreensão e disciplina
equilibrada. Se todos na família Watinwanit — o avô Akkanee, a tia Want, a
tia Phanee — a mimassem sem freios, Horapha poderia se tornar uma criança
insuportável.
Kaprao queria que sua filha crescesse como uma menina adorável, não uma
cópia da Fai travessa de outrora.
— Pequena Pha, abre a boquinha.
— Ahhh.
— Muito bem! Minha bebê é a melhor.
Kaprao tentava de tudo para fazer a filha comer vegetais — cortava-os em
formatos divertidos, fazia vozes engraçadas. Mas só quando Fai teve a ideia
de comer primeiro, demonstrando como era gostoso, é que a pequena Pha
finalmente cedia.
— Kaprao, nossa filha não é incrível?
— A pequena Pha é maravilhosa. E P’Fai também.
Fai sorriu, feliz com o elogio. Era uma redenção após a bronca por ter deixado
a menina se machucar.
Gl Novels em Português 35
— Vamos, mamãe vai te levar para escovar os dentes.
— Sim, mãe Kaprao!
— Quem quer história de dormir hoje?
— Euuuu!
— Então mamãe te espera no seu quarto.
Kaprao beijou a cabeça da filha e pediu a Fai que a levasse, enquanto ela
preparava a história. Horapha adorava quando Fai contava histórias,
interpretando vozes e fazendo caretas até a menina adormecer.
— P’Fai!
— Shhhh! Vai acordar a criança.
Fai quase gritou de empolgação, mas Kaprao a repreendeu suavemente.
Vendo o cansaço no rosto da esposa, ela sugeriu:
— Descansa aqui com Pha. Eu cuido do resto.
Mas Fai agarrou seu braço, impedindo-a de sair. Quando seus olhos se
encontraram, ambas sorriram.
— Não seja tão brava comigo. Estou injustiçada.
— É porque P’Fai não me escuta e sempre deixa a criança se machucar.
— Vamos conversar em outro lugar.
Gl Novels em Português 36
Fai puxou Kaprao para seu quarto, onde poderiam falar sem perturbar o sono
da filha.
— P’Fai, o que há nesse braço? Está roxo!
— Ah, isso? Acho que bati numa árvore.
— Como é que bate numa árvore?
— Me virei para segurar Pha antes que ela caísse e nem vi a árvore.
Fai faria qualquer coisa para proteger as duas. Ela entendia o amor de Kaprao
pela filha, mas acidentes acontecem.
— Dói?
— Saber que Kaprao se importa já alivia a dor.
— P’Fai, não enrole.
— Sério! Mas se você assoprar, talvez melhore mais rápido.
Kaprao riu ao ver Fai fazendo beicinho. Ela não sabia se ficava com pena ou
raiva — afinal, a lesão era culpa dela.
— Espera aí, vou pegar o kit de primeiros socorros.
— Não vá! Não quero dormir sozinha.
— P’Fai tem 30 anos, não é uma criança.
— Adultos também têm medo de fantasmas.
Gl Novels em Português 37
Kaprao suspirou. Entre Fai e Horapha, não sabia quem era mais convincente.
— Só vou pegar o kit.
— Mas volta e me dá outro beijo.
Fai sorriu, satisfeita, mesmo após ser "rejeitada". Sabia que Kaprao voltaria
com um beijo na bochecha — e talvez mais.
— Ai!
— Aguentou machucar o joelho da Pha, aguenta isso aqui.
Kaprao aplicou o remédio com cuidado, mas Fai bufou exageradamente.
— Quanto mais velha fica, mais dramática fica.
Fai riu, puxando Kaprao para seu colo.
— Meu amor é tão fofo.
— Segurando assim, o braço não dói?
— Não. Meu coração é que está quente.
Kaprao percebeu então que Fai também estava machucada.
— Estou chorando! Minha esposa é tão brava, mas ainda se importa comigo.
— P’Fai adora dizer bobagens.
Fai riu, sentindo o constrangimento de Kaprao. Depois de tantos anos juntas,
elas conheciam cada nuance uma da outra.
Gl Novels em Português 38
— Viver assim pelo resto da vida? Eu topo. Mas não eduque minha filha —
eu cuido disso.
— Ela é teimosa porque P’Fai a estraga.
— É que ela é tão fofa que não consigo ser rígida.
Kaprao revirou os olhos.
— Se continuar assim, ela vai amar você mais do que a mim.
— Impossível. Nenhuma filha deixa de amar Kaprao.
— Como tem tanta certeza?
— Porque eu e Pha combinamos de te amar mais.
Fai sorriu, selando a promessa com um beijo.
— Eu te amo.
— O que esse amor significa?
— Tudo.
Kaprao hesitou, então fez uma pergunta que a intrigava há tempos:
— P’Fai, depois de todos esses anos… por que você nunca se cansou de
mim? Nunca pensou em mais ninguém?
Fai ficou séria.
— Nunca. Jamais vou querer outra pessoa.
Gl Novels em Português 39
— Eu sempre acreditei em você.
— Só preciso de você.
— Fai! Cada vez menos vergonha.
Fai riu, abraçando Kaprao com firmeza. Suas ações sempre falaram mais que
palavras.
O amor de Kaprao era picante e doce, forte e terno — perfeito. E Fai não
trocaria por nada.
Gl Novels em Português 40
10. A Família Watinwanit é Cheia de Amor
"Se você quer falar de possessividade, ninguém supera a P'Rose", disse Fai,
enquanto P'Nam e P'Wayo concordavam com um aceno de cabeça. A cunhada
mais velha da família Watinwanit sempre foi extremamente protetora com
P'Din, nunca permitindo que o nome "Irmã Rose" caísse em descrédito.
As quatro irmãs aproveitaram a rara oportunidade de se reunir, conversar e
colocar os assuntos em dia. Por causa do trabalho e das responsabilidades
familiares, não se viam com tanta frequência quanto gostariam. Mas, a cada
feriado, faziam um esforço para ajustar seus horários, se reunir e curar juntas
as saudades. Esses momentos em família eram ainda mais especiais com a
presença alegre das crianças.
"Vocês três são bem unânimes nesse assunto", brincou P'Din.
"E você vai negar?", provocou uma das irmãs.
"Negar o quê? Eu admito."
Kasama sorriu, aceitando as observações das irmãs. Para ela, a possessividade
da esposa nunca fora um problema. Pelo contrário, ela se sentia feliz — até
privilegiada — por ser amada tanto por Rose. Mesmo após todos esses anos,
seu amor por aquela rosa encantadora não diminuíra. Se havia espinhos
ocasionais, elas só reforçavam o quanto ela valorizava sua flor.
Gl Novels em Português 41
"Quanto a Lada e eu, nossos desentendimentos sempre foram mais sobre
trabalho", explicou Nam.
"Somos workaholics, e às vezes Fai acaba no meio das nossas brigas",
acrescentou Lada. "Mas no fim, sempre resolvemos nossas diferenças."
"Mas a mais surpreendente das quatro é P'Wayo", disse Fai de repente.
"O quê? Por que falaram de mim agora?", protestou Wayo.
"Foi o Blue que transformou a tigresa em um gatinho dócil", gracejou Nam.
"Quem disse que ainda sou uma tigresa?", rebateu Wayo, rindo. "Aliás, Fai,
processa o Blue por mim!"
"Nem adianta, porque eu sou o gatinho dele mesmo", respondeu Fai,
provocando risadas gerais.
Era verdade: todas haviam sido transformadas pelo amor. Wayo, outrora uma
oficial durona, agora era uma esposa dedicada. O amor as tornara melhores —
por seus parceiros, por suas famílias e por si mesmas. Queriam cuidar umas
das outras, estar presentes e valorizar cada momento juntas. No futuro,
poderiam olhar para trás com orgulho, sabendo que haviam amado da melhor
forma possível.
Gl Novels em Português 42
"Estou tão feliz vendo todas assim", disse Din, emocionado.
"P'Din também está feliz, não é?", perguntou Rose.
"Claro que estou. Muito feliz."
Kasama lembrava de como fora frágil e solitária, até que Tippapha (Rose)
entrou em sua vida com amor e compreensão. Agora, ela era uma mulher
completa— esposa dedicada e mãe protetora da pequena Daisy.
Nam, antes obcecada pelo trabalho, encontrara em Lada a peça que faltava em
seu quebra-cabeça. Wayo, que já duvidara do amor verdadeiro, descobrira-o
na princesa Blue, que a ensinara o significado do sacrifício e da felicidade
cotidiana. E Fai, outrora impulsiva, aprendera a brandura com Kaprao, que
lhe mostrara um amor incondicional.
"Parece que ninguém aqui vai admitir que é a menos romântica", brincou
Rose.
"Somos as irmãs Watinwanit — todas competimos para ver quem ama mais!",
respondeu Lada.
Cada família tinha seu jeito único de demonstrar afeto, mas o resultado era o
mesmo: laços inquebráveis. Enquanto as crianças brincavam e os fogos de
artifício do Ano Novo Chinês iluminavam o céu de Hua Hin, todos se reuniam
para uma foto — congelando aquele momento de felicidade.
Gl Novels em Português 43
Daqui a décadas, muito poderia mudar, mas uma coisa era certa: o amor da
família Watinwanit permaneceria tão forte e caloroso quanto agora.
FIM