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Relatorio1 Modulo5 Grupo8 EAD 2021

O documento apresenta o planejamento do Projeto Integrado do Módulo 5 do curso de Engenharia Agronômica EAD, focando no manejo fitotécnico de culturas leguminosas e oleaginosas, especificamente o amendoim. Os alunos devem realizar um levantamento teórico sobre semeadura, plantas daninhas, pragas, fenologia e importância econômica da cultura, culminando em um diagnóstico prático. O projeto visa desenvolver habilidades técnicas e trabalho em equipe entre os estudantes.
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Relatorio1 Modulo5 Grupo8 EAD 2021

O documento apresenta o planejamento do Projeto Integrado do Módulo 5 do curso de Engenharia Agronômica EAD, focando no manejo fitotécnico de culturas leguminosas e oleaginosas, especificamente o amendoim. Os alunos devem realizar um levantamento teórico sobre semeadura, plantas daninhas, pragas, fenologia e importância econômica da cultura, culminando em um diagnóstico prático. O projeto visa desenvolver habilidades técnicas e trabalho em equipe entre os estudantes.
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1

UNIFEOB

ENGENHARIA AGRONÔMICA - EAD

Planejamento do
Projeto Integrado do Módulo 5
2021

“Manejo fitotécnico de culturas


leguminosas e oleaginosas”

Professores responsáveis (coordenadores)

Profa. Dra. Fernanda de Fátima da Silva Devechio

Prof. Dr. Rafael Munhoz Pedroso

SÃO JOÃO DA BOA VISTA, SP

ABRIL, 2021
2

UNIFEOB
ENGENHARIA AGRONÔMICA - EAD
PROJETO INTEGRADO

Planejamento do
Projeto Integrado do Módulo 5
2021
“Manejo fitotécnico de culturas
leguminosas e oleaginosas”

MÓDULO: MORFOFISIOLOGI VEGETAL E


LEGUMINOSAS E OLEAGINOSAS

ESTUDANTES:
CRISTIANO GONZAGA DE SOUZA,
RA:1012020100182
GUILHERME MILLER C. SANTOS,
RA:1012020100645
JOSÉ LEONARDO CASTOLDI MARIANO, RA:
1012020100769
LUCAS ULISSES GOMES ROSA-RA:1012020100273
MARCOS DONIZETE DA COSTA SILVEIRA,
RA:1012020100862
RAFAEL TEOBALDO DA SILVA, RA 1012020200012

SÃO JOÃO DA BOA VISTA, SP


ABRIL, 2021
3

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 4
2. DESAFIO AO GRUPO 4
3. DESENVOLVIMNTO DO PROJETO INTEGRADO 5
3.1. RELATÓRIO MANEJO FITOTÉCNICO DO AMENDOIM 6
3.1.1. INFORMAÇÃO DETALHADA E LEVANTAMENTO TEÓRICO
DOS PARÂMETROS DA SEMEADURA 6
3.1.2. LEVANTAMENTO TEÓRICO DAS 6 PRINCIPAIS PLANTAS
DANINHAS QUE PREJUDICAM A CULTURA DO AMENDOIM 10
3.1.3. LEVANTAMENTO TEÓRICO DAS PRINCIPAIS PRAGAS
QUE PREJUDICAM A CULTURA DO AMENDOIM 27
3.1.4. DESCRIÇÃO DA FENOLOGIA DA CULTURA E OS PERÍDOS
FISIOLÓGICOS MAIS CRÍTICOS 30
3.1.5. DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
FISIOLÓGICAS DA CULTURA: NOME CIENTÍFICO E FAMÍLIA;
DURAÇÃO MÉDIA DO CICLO DA CULTURA, ÉPOCA ADEQUADA
DE SEMEADURA E COLHEITA, PRODUTIVIDADE MÉDIA
32
3.1.6. LEVANTAMENTO SOBRE A IMPORTÂNCIA ECONÔMICA DA
CULTURA NO BRASIL, REGIÕES PRODUTORAS DE MAIOR
REPRESENTATIVIDADE, FINALIDADE DO CULTIVO (PRINCIPAIS
USOS) 35
4. CONCLUSÃO 43
REFERÊNCIAS 44
4

1. INTRODUÇÃO

O projeto integrado do módulo 5 do curso de Engenharia


Agronômica EAD envolve unidades de estudo relacionadas à fisiologia e
ao manejo fitotécnico na produção de grandes culturas leguminosas e
oleaginosas. O projeto integrado envolve atividades de busca por
informação (compreensão teórica sobre a integração das unidades de
estudo), diagnóstico prático relacionados a todos os temas discutidos nas
unidades por cada docente e recomendações técnicas para o diagnóstico
realizado, baseados em um desafio ao grupo de estudantes. Ao final deste
projeto integrado espera-se que os discentes apresentem uma visão
técnica relacionada às áreas principais trabalhadas no módulo,
demonstrem desenvoltura com relação ao trabalho em equipe.

2. DESCRIÇÃO DO TEMA
Desafio ao grupo
Você adquiriu uma propriedade agrícola em Rio Verde (GO) e
decidiu iniciar o cultivo de uma das culturas leguminosas ou oleaginosas
da região, no presente caso, o amendoim. A propriedade possui 1000 ha e
você terá que planejar e executar todas as operações agrícolas, desde o
preparo de solo até a colheita (ou manejo final) da cultura.
Para isso você deverá:
- fazer o levantamento dos parâmetros da semeadura: variedade ou
cultivar, profundidade de semeadura, espaçamento entrelinhas indicado,
densidade de semeadura (número de sementes/ha), estande inicial
(número de sementes/m), população desejada na colheita (número de
plantas/ha), estande final desejado na colheita (número de plantas/m).
- Fazer uma descrição teórica das 6 principais plantas daninhas
que prejudicam a cultura do seu grupo (amendoim). Colocar nome
5

científico (gênero e espécie), nomes comuns, família das plantas


daninhas. Fazer uma descrição da importância da espécie naquela cultura,
quais os prejuízos que podem ocasionar e biologia da espécie;
- Fazer um levantamento teórico das principais pragas e doenças
que prejudicam a cultura do seu grupo.
- descrever a fenologia da cultura e os períodos fisiológicos mais
críticos;
- verificar as principais características fisiológicas da cultura
estabelecida para seu grupo: nome científico e família, exigência térmica
e hídrica; duração média do ciclo da cultura, época adequada de
semeadura e colheita, produtividade média;
- fazer um levantamento sobre a importância econômica da cultura
no Brasil, regiões produtoras de maior representatividade, finalidade do
cultivo (principais usos) – Site da CONAB https://www.conab.gov.br.
-Se houver instalação de canteiro: realizar avaliações do
crescimento da planta e da parte aérea (altura da planta, número de folhas,
comprimento de raiz, e quais as implicações agronômicas desses
parâmetros.

3. PROJETO INTEGRADO
Desenvolvimento do Projeto Integrado
Mediante o desafio proposto, os estudantes do módulo 5 serão
divididos em grupos de 5 a 6 integrantes (os integrantes dos grupos
serão definidos pelos próprios estudantes).
Cada grupo irá fazer o levantamento teórico dos itens descritos
acima (Desafio do grupo) de uma única cultura leguminosa ou
oleaginosa sorteada para grupo.
A saber as culturas que serão sorteadas: SOJA, FEIJÃO,
ALGODÃO, CROTALÁRIA, AMENDOIM E MUCUNA.
6

3.1. Manejo Fitotécnico da cultura


AMENDOIM – RELATÓRIO:
3.1.1. Informação detalhada e
levantamento teórico dos parâmetros da
semeadura:
VARIEDADE E CULTIVAR:
De acordo com Elisangela Bulgarrelli, em sua Tese de Mestrado,
descreveu o amendoim cultivado, Arachis hypogaea L., como uma
dicotiledônea, pertencente à família Leguminosae, subfamília Faboideae,
gênero Arachis. Além, desta espécie ser subdividida em duas subespécies,
Arachis hypogaea L. subespécie hypogaea, cujos genótipos pertencem ao
grupo Virgínia e Arachis hypogaea L. subespécie fastigiata, com os
genótipos pertencentes aos grupos Valência e Spanish (JUDD et
al.,1999). (Bulgarelli, Elisangela Maria Bernal. Caracterização de
variedades de amendoim cultivadas em diferentes populações / Elisangela
Maria Bernal Bulgarelli. –Jaboticabal, 2008, p. 17).
De acordo com as informações disponibilizadas pela EMBRAPA,
o amendoim (Arachis hypogaea L.) é botanicamente dividido em duas
subespécies e seis variedades. Também existe a classificação agronômica,
baseada em critérios reprodutivos e vegetativos. Na Tabela 1 podem ser
observadas as características consideradas nas classificações botânica e
agronômica do amendoim.
(https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_
WAR_sistemasdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_stat
e=normal&p_p_mode=view&p_p_col_id=column-
1&p_p_col_count=1&p_r_p_-
7

76293187_sistemaProducaoId=3803&p_r_p_-996514994_topicoId=3444
acessado em 10/04/2021)

No Brasil, a Embrapa informa em seu site os cultivares e as variedades


de amendoim, sendo elas:
- Valência, popularmente conhecidas como tipo “Tatu”;
- Virgínia Runner, em especial a cultivar Runner IAC 886
- Valência, denominada “Vagem Lisa” (cultivada predominantemente no
Nordeste).
Historicamente os cultivares mais utilizados foram:
- Cultivar do tipo “Runner” no Brasil foi percebida pelo Instituto
Agronômico de Campinas (GODOY, 2001), que registrou a primeira
cultivar tipo Runner no Brasil em 1999, a IAC Caiapó, que também
apresentava resistência múltipla às doenças foliares (GODOY et al.,
1999b), uma das maiores demandas de pesquisa com esta cultura no
Brasil (MARTINS; VICENTE, 2010).
- Em 2002 foi registrada pelo IAC a Runner IAC 886, com maior
potencial produtivo e rendimento industrial (maior rendimento após
descascamento e sementes de tamanho uniforme – 60 a 70 gramas em 100
sementes), sendo adotada pela maioria dos produtores paulistas.
8

- Em 2009 o IAC lançou as cultivares alto oleico IAC 503 e IAC 505,
que também apresentam resistência moderada e diversas doenças foliares.
O maior teor de ácido oleico (70%) nas cultivares alto oleico confere
maior estabilidade oxidativa, maior vida útil de prateleira, para o
amendoim e produtos que contenham amendoim em sua composição, um
mercado importante que inclui indústrias de alimentos nacionais e
internacionais.
- Cultivares alto oleico desenvolvidas na Argentina (Granoleico e
Pronto AO) e nos Estados Unidos (TamRun OL01 e OLin) também foram
registradas no Brasil em 2010 e 2011 (MAPA, 2012), demonstrando a
elevada demanda por cultivares com estas características e a perspectiva
de expansão da produção de amendoim no Brasil.
- As cultivares BR 1, BRS 151 L-7 e BRS Havana (SUASSUNA et
al., 2008), registradas pela Embrapa entre 1999 e 2005, são adequadas à
colheita manual e atendem à demanda do mercado regional de consumo
in natura de amendoim no Nordeste.
- A cultivar BRS 151 L-7 é mais precoce (85 dias) e tolerante à seca,
característica herdada da cultivar africana Senegal 55437, e apresenta
maior potencial produtivo sob cultivo irrigado.
- Os ciclos das cultivares BR 1 e BRS Havana também são precoces
(90 dias); BR 1 é amplamente difundida entre os agricultores nordestinos
e também tolerante à seca; BRS Havana tem apresentado boas
produtividades no Nordeste e Centro-Oeste, sendo também indicada para
o mercado da indústria de alimentos (SANTOS et al., 2006). Nos últimos
anos, o cultivo do amendoim rasteiro passou a ser interessante na região
graças à perspectiva de expansão dos mercados de confeitaria e
agroenergia, incentivados pela Petrobras e Companhia de
Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf),
incluindo os estados de Pernambuco, Maranhão e Piauí.
9

- A Embrapa registrou em 2011 a cultivar rasteira BRS Pérola


Branca, cujas principais características são: porte rasteiro, ciclo 120 dias,
50% de óleo nas sementes, relação O/L 1,9, sendo indicada para o
mercado de óleos vegetais (SANTOS et al., 2012).
(https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudoportlet_
WAR_sistemasdeproducaolf6_1ga1ceportlet&p_p_lifecycle=0&p_p_stat
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1&p_p_col_count=1&p_r_p_-
76293187_sistemaProducaoId=3803&p_r_p_-
996514994_topicoId=3448)

PROFUNDIDADE DE SEMEADURA
A profundidade de plantio varia de 5 a 8 cm. Para solos arenosos,
recomendam-se plantios mais profundos.

ESPAÇAMENTO ENTRE LINHAS INDICADO E ESTANDE


INICIAL
- Cultivares de porte ereto: o espaçamento médio entrelinhas
recomendado é de 60 cm e a densidade de semeadura é de 18 a 20
sementes por metro de linha. Nas lavouras mecanizadas, é comum o
plantio de três linhas espaçadas de 50 a 55 cm, deixando-se um intervalo
de 70 cm, para a entre linha de trânsito do trator.
- Cultivares de porte rasteiro: O espaçamento médio entre linhas deve
ser de 80 a 90 cm, deixando-se cair 14 a 15 sementes por metro. Ou seja,
esses cultivares garantem sua máxima produtividade com um menor
número de plantas por área do que os amendoins de porte ereto. O
esquema de plantio mais usual para cultivares rasteiros, no Sudeste
brasileiro, é de “linhas simples” com 90 cm. entrelinhas. Este
espaçamento é o que melhor se adapta ao arranquio mecanizado,
produzindo um bom enleiramento das plantas. Plantas de amendoim
10

rasteiro podem apresentar variações no crescimento da parte aérea,


principalmente em função de fatores climáticos. Assim, outras
configurações de espaçamento e densidade de semeadura podem ser
testadas, dependendo do prévio conhecimento do comportamento desses
cultivares, em cada região, ou época de plantio, visando obter maior
produtividade e, ou melhorar a qualidade do arranquio/enleiramento
mecanizado.

POPULAÇÃO DESEJADA NA COLHEITA (NÚMERO DE


PLANTAS/HA), ESTANDE FINAL DESEJADO NA COLHEITA
(NÚMERO DE PLANTAS/M)
De acordo com a média da configuração de semeadura do
amendoim, será obtido aproximadamente 221 kg/ha com 3 níveis de
adubação NPK e pulverização.
Cada hectare necessitará de 249.990 sementes para seu plantio.
(multiplicar por quantidade pedida no PI).
Por fim, o número de plantas por hectare: o mínimo tolerado é de
70% da germinação da semente plantada, ou seja: 174.993.

3.1.2. LEVANTAMENTO TEÓRICO DAS 6


PRINCIPAIS PLANTAS DANINHAS QUE
PREJUDICAM A CULTURA DO
AMENDOIM
Um dos fatores que mais afeta o rendimento e a produtividade
agrícola é a ocorrência de plantas daninhas. Estas plantas assumem
grande importância por causarem efeitos diretos na cultura principal,
como a interferência (ação conjunta da competição e da alelopatia) e
consequentemente a perda de rendimento, além de efeitos indiretos, como
11

aumento do custo de produção, dificuldade de colheita, depreciação da


qualidade do produto, e hospedagem de pragas e doenças. As perdas
estimadas ocasionadas pelas plantas daninhas podem, em casos em que
não é feito controle algum, chegar a mais de 90%, ficando estas perdas
em média de 13 a 15% na produção de grãos.
As plantas daninhas englobam todas as plantas que interferem no
crescimento das cultivadas, mostrando-se persistentes, e que atuam de
forma negativa nas atividades humanas, sendo consideradas como plantas
indesejadas. Este tipo de planta costuma crescer em condições adversas,
como ambientes secos ou úmidos, com temperaturas baixas ou elevadas e
variados tipos de solos. Estas plantas apresentam capacidade de produzir
sementes viáveis em abundância, com variadas formas de dispersão, além
de apresentarem resistência ao ataque de pragas e doenças.
Características das plantas daninhas
As plantas daninhas apresentam a capacidade de se adaptar a
lugares diversos, sob os mais variados tipos de limitações de crescimento
e desenvolvimento. Em razão desta característica, estas plantas obtêm
mais facilmente os recursos naturais necessários (água, luz e nutrientes),
tornando-as grandes competidoras em meio às culturas. Portanto, se a
cultura emerge primeiro, essa competição pode se tornar menos agressiva,
dependendo dos hábitos e da densidade das plantas daninhas no campo.
Algumas dessas plantas diminuem sua competição com a cultura através
do efeito alelopático produzido por elas. Este efeito ocorre pela liberação
de toxinas que penetram no solo e impedem o crescimento normal de
outras plantas, incluindo a cultura.
Por causa do seu caráter competitivo, as plantas daninhas
garantem sua perpetuação por meio de dormência e germinação
desuniforme das sementes.
O desenvolvimento das plantas invasoras é rápido, sendo capaz de
atingir sua maturidade em pouco tempo. A produção de sementes é
12

elevada (produzem em grandes quantidades), porém, este não é o único


meio de reprodução destas invasoras; algumas espécies apresentam
capacidade reprodutiva também através de bulbos, tubérculos, rizomas e
enraizamento.
Interferência das plantas daninhas
A infestação de plantas daninhas em terras para cultivo diminui o
valor comercial do local, podendo até mesmo inviabilizar a exploração
agrícola. Os efeitos negativos da sua presença em lavouras incluem a
competição que exercem por recursos limitados.
O grau de interferência imposto pelas plantas daninhas às culturas
é determinado pelas espécies que ocorrem na área, pela distribuição
espacial da comunidade infestante, pelo período de convivência entre as
plantas daninhas e a cultura, e pelo ambiente. A competição por nutrientes
essenciais é de grande importância, pois estes na maioria das vezes, são
limitados.
Para a realização apropriada do Manejo Integrado de Plantas
Daninhas (MIPD), é importante e necessário que seja feita uma
identificação correta das espécies presentes, bem como sua frequência na
área, pois cada espécie apresenta seu potencial para se estabelecer e sua
agressividade, o que pode interferir de forma caracterizada na cultura.
Objetivos do manejo de plantas daninhas
O manejo integrado tem o intuito de tornar próspera a redução de
espécies indesejadas durante o período crítico de competição, fase em que
a convivência com as plantas daninhas pode causar danos irreversíveis à
cultura, com consequente prejuízo ao rendimento.
Não obstante, o manejo também propicia a otimização da colheita
mecanizada, poupando a proliferação de plantas daninhas, sendo
garantida uma melhor produção nas safras seguintes.
13

Portanto, ao usar algum método de controle de plantas daninhas na


cultura do amendoim, o produtor deve lembrar-se que os principais
objetivos são:
1. Evitar perdas de rendimento pela competição
2. Otimizar a colheita
3. Evitar o aumento da infestação
4. Proteger o meio ambiente
Resistência de plantas daninhas a herbicida
A utilização dos herbicidas para o controle químico das plantas
daninhas tem sido uma ferramenta frequente dos agricultores, em razão da
praticidade, economia e eficiência, quando comparada a outros métodos.
Contudo, o uso indiscriminado de herbicidas provocou a evolução
de muitos casos de resistência a tais compostos por diversas espécies de
plantas daninhas. Este processo compromete a obtenção de elevados
rendimentos nos cultivos agrícolas, ocasionando aumento nos custos de
produção e inviabilizando a utilização de determinados herbicidas.
A resistência de plantas daninhas é a habilidade de um biótipo em
sobreviver e se reproduzir, após a aplicação de um herbicida na dose que
normalmente controlaria uma população normal desta espécie. Já a
tolerância é a capacidade de determinadas plantas suportarem doses
recomendadas do herbicida que controlam outras espécies, sem que
sofram alterações no seu crescimento e/ou desenvolvimento.
O surgimento de plantas daninhas resistentes a herbicidas sempre
estará associado a mudanças genéticas na população em função da
seleção ocasionada pela aplicação do herbicida. A variabilidade genética
está presente nas populações infestantes, e caso haja a aplicação
continuada de um produto ou de herbicidas com o mesmo mecanismo de
ação, as plantas resistentes irão sobreviver, aumentando nos anos
subsequentes a sua frequência na população.
14

https://www.embrapa.br/tema-plantas-daninhas/sobre-o-tema, acessado
em 02/04/2021.
Manejo na cultura do amendoim
Com a inclusão do amendoim em áreas canavieiras e do fim das
queimadas da cana--de-açúcar, as áreas estão apresentando um banco de
sementes de plantas daninhas muito variado, com espécies de folhas
estreitas, folhas largas, algumas menos agressivas e outras com grande
agressividade e que podem inviabilizar a produção de amendoim (Tabela
1). Para minimizar os impactos das plantas daninhas, as estratégias
adotadas na cultura do amendoim abrangem os seguintes manejos:
controle preventivo, cultural, biológico, manual, mecânico e químico e,
quando utilizados em conjunto é estabelecido o Manejo Integrado de
Plantas Daninhas (MIPD).
15
16
17
18

(https://agriculture.basf.com/br/pt/conteudos/cultivos-e-
sementes/amendoim/controle-de-plantas-daninhas-na-cultura-do-
amendoim.html acessado em 10/04/2021).

Como no Estado de São Paulo é considerado o maior produtor de


amendoim no Brasil, face a utilização desse tipo de lavoura para fins de
quebra do ciclo de algumas pragas e doenças constantes na cultura da
cana de açúcar, o revolvimento do solo para o seu cultivo favorece a
germinação de plantas daninhas armazenadas no banco de sementes do
solo.
Embora o crescimento radicular da cultura se estabeleça
rapidamente, na parte vegetativa é diferente, pois esta cresce, desenvolve-
se e cobre o solo de forma lenta, permitindo as plantas daninhas a ocupar
o espaço livre antes do amendoim.
19

Em consequência disso, frequentemente, as 6 (seis) plantas


daninhas mais frequentes encontrada na cultura do amendoim são:
- Grama seda (Cynodon dactylon)
Sinônimos: Capriola dactylon, Cynodon linearis, Cynodon
pascuus, Digitaria dactylon e Panicum dactylon
A grama-seda é uma gramínea perene de hábito prostado, que
apresenta colmos levemente achatados e amplamente ramificados,
associados a estolões e caule rizomatoso, com capacidade de enraizar e
formar partes aéreas.
É umas das plantas daninhas mais espalhadas no mundo e
considerada de difícil controle. Pode produzir rizomas com até cinco
metros de comprimento em 80 dias, que se concentram na camada arável
do solo (0 – 20 cm), mas podem chegar a quase um metro de
profundidade.
É hospedeiro de nematoides dos gêneros Meloidogyne e
Pratylencchus, de fungos e vírus.
(https://agriculture.basf.com/br/pt/conteudos/cultivos-e-sementes/cana-
de-acucar/Manejo-integrado-para-controle-de-grama-seda-em-cana-de-
acucar.html)

- Leiteiro (Euphorbia heterophyla)


Sinônimos: Euphorbia elitica, Euphorbia frangulaefolia, Euphorbia
geniculata, Euphorbia zonosperma, Poinsettia geniculata e Poinsettia
heterophylla
O Leiteiro, Euphorbia heterophylla (Euphorbiaceae), também
conhecido como amendoim-bravo, é uma planta daninha bastante temida
pelos produtores em virtude do seu difícil controle. É amplamente
distribuída no Brasil.
Afeta culturas anuais e perenes de importância agrícola. Um dos
maiores obstáculos associados ao manejo do Leiteiro está relacionado a
20

sua múltipla resistência a herbicidas, o que dificulta ainda mais seu


controle.
O nome comum, Leiteiro, está relacionado a uma substância
leitosa que é produzida em todas as partes da planta. É uma planta
herbácea, com normalmente 30 a 80 cm de altura, que possui caule glabro
(que não apresentam pelos) ou pubescente (que apresentam pelos finos e
macios), simples ou ramificados, com nós em intervalos regulares. Possui
folhas alternas, opostas ou verticiladas (que brotam junto ao nó do caule),
as folhas ficam concentradas abaixo da inflorescência, que fica na parte
terminal da planta. A planta tem coloração verde que pode variar para
avermelhada.
Os danos associados a plantas daninhas estão relacionados à
competição por nutrientes, espaço, água e luz, com a cultura de interesse.
A magnitude destes danos depende do período de convivência e
do grau de infestação. O Leiteiro é caracterizado por ser uma planta de
elevada capacidade competitiva por recursos, o que influencia
negativamente na produtividade das culturas.
Carvalho et al. (2010) na avaliação da interferência de E.
heterophylla no crescimento e acúmulo de macronutrientes na cultura da
soja, concluíram que estes parâmetros foram reduzidos devido à presença
do Leiteiro. Na cana-de-açúcar, por exemplo, a sua presença pode
diminuir o crescimento, altura, diâmetro do colmo, número de folhas, área
foliar, massa seca, entre outros. Mesmo com uma quantidade grande de
palha produzida pela cana-de-açúcar, a planta daninha consegue se
desenvolver.
Além dos danos ocasionados na cultura de interesse pela
competitividade, o Leiteiro é hospedeiro de alguns patógenos, como
Pratylenchus zeae e Pratylenchus brachyurus. Assim, a ocorrência dessa
planta daninha pode aumentar a população destes patógenos na área de
cultivo.
21

O Leiteiro é uma planta comum em áreas agrícolas de todo


continente americano. É uma planta anual, com ciclo curto, de rápido
crescimento inicial que podem fazer com que as plantas tenham várias
gerações durante um ano. Este crescimento rápido também pode causar
sombreamento em culturas de crescimento mais lento em relação ao
Leiteiro, como é o caso da soja.
As sementes produzidas têm baixa dormência e são lançadas longe
da planta-mãe, com emergência escalonada, além de permanecerem
viáveis por anos, mesmo enterradas (VARGAS et al. 1999). As sementes
podem permanecer viáveis por muitos anos na área, e serem capazes de
germinar em profundidades do solo de até 12 centímetros. A germinação
e desenvolvimento das plantas são favorecidas em temperaturas mais
elevadas.
O Leiteiro é uma planta daninha que apresenta biótipos resistentes
ao herbicida glyphosate. Este herbicida é amplamente usado no controle
de plantas daninhas em geral.
Desta forma, é de suma importância que se realize a rotação com
diferentes mecanismos de ação para evitar a seleção de plantas resistentes.
Além disto, é indispensável a utilização da dose recomendada do
produto para o controle de plantas daninhas, que diminuem as chances da
seleção de biótipos resistentes.
No controle químico podem ser utilizados produtos em pré-
emergência e pós-emergência, e o uso integrado desses herbicidas é
extremamente importante no manejo de áreas infestadas. É de suma
importância que o controle químico seja realizado em plantas em menor
estágio de desenvolvimento, com até 10 centímetros de altura, pois os
produtos têm maior ação neste momento.
(https://www.agro.bayer.com.br/essenciais-do-campo/alvos-e-
culturas/plantas-daninhas/leiteiro).
22

- Tiririca (Cyperus rotundus)


A tiririca comum (Cyperus rotundus) é a mais agressiva da família
das Cyperaceae, ou tiriricas. Encontrada em 92 países, é uma das 10
plantas daninhas mais agressivas do mundo. Tolerante a temperaturas
elevadas, secas, enchentes e diferentes condições de solo, está presente
em praticamente todo o território nacional.
Entre as diversas espécies do gênero Cyperus, a tiririca comum é a
de maior impacto nas culturas de arroz, algodão, milho, feijão, cana-de-
açúcar e hortaliças. Também é encontrada facilmente em cultivos de soja,
café e frutas, pastagens e até parques e jardins. Além de competir por
água, luz e nutrientes, inibe a germinação e brotação de outras espécies
através da produção de toxinas (efeito alelopático) e é hospedeira de
fungos e nematoides.
A tiririca comum é uma planta perene com porte entre 10 e 60 cm,
ramificações subterrâneas em diferentes níveis de profundidade, com
crescimento e brotação irregulares. A espécie se reproduz principalmente
através de seus tubérculos e bulbos subterrâneos, e também por sementes.
As plantas daninhas do tipo ciperácea, como a tiririca comum, tem
grande capacidade de multiplicação. Em condições ambientais favoráveis,
um novo caule emerge a partir de um tubérculo entre 7 e 14 dias do após
o plantio. A formação de novos tubérculos se inicia depois de 4 a 6
semanas. Mais de 80% dos tubérculos ocorrem nos 15 cm superficiais do
solo.
Uma infestação de tiririca comum pode causar grandes prejuízos.
Pode formar até 40 toneladas de matéria vegetal por ha. Para 30 toneladas
de massa vegetal, extrai 815 kg de sulfato de amônio, 320 kg de cloreto
de potássio e 200 kg de superfosfato por ha.
O controle químico é considerado o método mais eficaz de
eliminação da tiririca comum, com o uso de herbicidas pré e pós
emergentes para exterminar os tubérculos e impedir a formação de novos
23

bulbos na fase jovem da planta, (de 3 a 5 semanas após a emergência).


Revolver o solo durante a época de seca é uma boa prática: os tubérculos
se tornam inviáveis se dessecados nessa época. Usar sementes e mudas
certificadas e não contaminadas e realizar uma boa limpeza dos
implementos são medidas que ajudam a prevenir a disseminação da planta
daninha.
Crédito: Frank Edwin Duurvoort – Agro Bayer
(https://www.agro.bayer.com.br/mundo-agro/agropedia/conheca-uma-
das-plantas-daninhas-mais-agressivas-do-mundo)

- Capim-braquiária (Brachiaria decumbens)


Espécie exótica, originária da África do Sul e Oriental, da família
Poaceae. É uma planta perene, herbácea, entouceirada, rizomatosa, com
enraizamento nos nós inferiores em contato com o solo, de coloração
geral verde-escura. Apresenta ramos largos e a disposição em fileiras
duplas das espiguetas ao longo dos ramos da inflorescência.
É considerada menos agressiva que outras espécies
de Brachiariaspp. (https://www.environmentalscience.bayer.com.br/flore
sta/o-que-controlar/brachiaria-decumbens).
Plantas invasora das mais frequentes nos solos de lavouras anuais,
em função da competição por água. Vegeta no período quente do ano
apresentando uma agressividade competitiva incomum, dominando
totalmente o ambiente que invade.
(https://www.agrolink.com.br/problemas/capim-braquiaria_103.html).

Viabilização de áreas - se em alguns casos, como planta


forrageira, a braquiária é considerada invasora, como planta cultivada,
viabilizou muitas áreas do Cerrado para produção pecuária. “Se a
braquiária não existisse, a pecuária no Cerrado não teria essa importância
toda”, arrisca dizer o pesquisador da Embrapa João K. Já com relação à
24

agricultura, ele também afirma que dentre os saltos qualitativos que essa
atividade teve ao longo dos anos, o principal deles se deveu à introdução
da braquiária.
De acordo com o pesquisador Lourival Vilela, o diferencial da
braquiária de outras forrageiras tropicais é que ela é menos exigente em
termos de fertilidade e, por isso, se adapta melhor aos diferentes solos.
“Além de possuir um sistema radicular bastante eficiente, com
raízes que alcançam até quatro metros de profundidade. Isso faz com que
ela seja uma excelente recicladora de nutrientes do solo”.
O gênero Brachiaria é composto por quase uma centena de
espécies, dentre elas destaque para a Brachiaria brizantha, no mercado há
mais de 30 anos. De 80 a 90% da área de pastagens cultivadas no Brasil
são constituídas por esse tipo de capim.
A braquiária é de origem africana, das regiões tropicais como
Zaire e Kenya. Foi introduzida no Brasil nos anos 60 pela região da
Amazônia e, em seguida, expandiu-se para todas as regiões tropicais e
subtropicais do Brasil.
Juliana Caldas (MTb 4861/DF)
Embrapa Cerrados
(https://www.embrapa.br/en/busca-de-noticias/-
/noticia/31795514/braquiaria-muito-alem-da-alimentacao-animal).

- Capim-pé-de-galinha (Eleusina indica).

O Capim-pé-de-galinha, conhecido também como Capim de


pomar, capim da cidade, desenvolve-se bem em qualquer tipo de solo,
sendo presença marcante em lavouras anuais. Relativamente resistente à
seca e a alta umidade. Está distribuída em todo o território, sendo comum
no sul, sudeste, centro-oeste e terras firmes da região Amazônica. O
capim-pé-de-galinha tem grande plasticidade, suas sementes germinam
25

em qualquer época do ano, porém no inverno o crescimento é mais lento


embora a produção de sementes seja igualmente elevada.
(https://www.agrolink.com.br/problemas/capim-pe-de-galinha_71.html).
É da família das Graminae, sendo uma espécie introduzida na
América, de origem definida.
Tem como descrição morfológica, como sendo uma planta ereta,
constituída por colmos; glabros e estriado, com altura variando entre 30-
70 cm.
É uma planta anual, herbácea, com reprodução por semente, com
capacidade de desenvolvimento em qualquer tipo de solo e, de
preferência, em locais com elevadas temperaturas e umidade, podendo ser
encontrada em quase todas as regiões do país, principalmente região
Norte.
Tem uma certa importância para controle de erosão de solos não
cultivados, bem como, pode ser utilizada para alimentação de animais. É
hospedeira de agentes patogênicos que atacam diversos cultivares.
(http://panorama.cnpms.embrapa.br/plantas-
daninhas/identificacao/folhas-estreitas/capim-pe-de-galinha-eleusine-
indica)

- Trapoeraba (Commelina benghalensis)


Entre as principais plantas daninhas infestantes das áreas agrícolas
brasileiras, pode-se destacar a trapoeraba (Commelina benghalensis), por
sua frequência de ocorrência e dificuldade de controle. Principalmente
após a introdução do glifosato, em áreas que esse herbicida é bastante
utilizado, populações de trapoeraba têm sido selecionadas devido à
tolerância dessa espécie ao herbicida.
A trapoeraba é uma planta com elevada capacidade competitiva
por recursos do meio como luz, água, nutrientes e espaço. Pode interferir
na fisiologia das plantas cultivadas, diminuindo a fotossíntese e o
26

potencial produtivo dos cultivos. A densidade de infestação é um fator


determinante na redução da produtividade, pois compete fortemente com
as culturas economicamente importantes.
Além disso, é uma planta que traz dificuldades por ocasião da
colheita mecanizada e é hospedeira de muitas pragas e doenças como o
percevejo-marrom (Euchistus heros) e o nematóide-das-galhas
(Meloidogyne spp.).
Possuem uma flor bastante característica de cor azulada.
Dependendo da espécie, pode possuir folhas mais largas (C.
benghalensis) ou mais estreitas (C. diffusa ou C. erecta).
Quando adultas, as folhas possuem um maior número de pelos
(tricomas) e cerosidade, o que dificulta a absorção e transporte de
herbicidas na planta.
É uma planta anual, no entanto, pode ocorrer perenização por
alastramentos sucessivos. A reprodução dessa espécie ocorre, geralmente,
por sementes, mas pode haver a produção de rebentos a partir de gemas
caulinares, que podem formar novas plantas.
A trapoeraba apresenta dois tipos de sementes, as aéreas e as
subterrâneas, fenômeno denominado anficarpia. As sementes aéreas
podem ser carregadas para outras áreas, enquanto as sementes
subterrâneas podem favorecer para que a trapoeraba se perpetue.
As sementes possuem dormência, e nesse caso, se as condições de
ambiente não forem favoráveis, elas não germinam, podendo ficar ativas
no solo por um longo período. A germinação é favorecida por
temperaturas entre 18 °C e 36 °C.
A presença de luz favorece, porém, não é essencial para a
emergência. As sementes aéreas não emergem a grandes profundidades,
porém, as subterrâneas podem emergir a profundidades maiores de 10 cm.
27

O seu desenvolvimento é melhor quando o solo é fértil, úmido,


sombreado a semi-sombreado. Estima-se que uma planta de trapoeraba
pode produzir mais de 1500 sementes.
A trapoeraba é uma planta tolerante ao glifosato, por limitações
impostas na absorção e translocação do herbicida. Isso exige a utilização
de outros herbicidas com outras características para seu controle.
A presença abundante de tricomas e cerosidade das folhas são
fatores que dificultam a ação de alguns herbicidas. A eficácia dos
herbicidas é maior quando aplicados em plantas jovens, até 4 folhas. Após
isso o controle cai e podem ser necessárias aplicações sequenciais de
diferentes herbicidas.
(https://www.agro.bayer.com.br/essenciais-do-campo/alvos-e-
culturas/plantas-daninhas/trapoeraba).

3.1.3. LEVANTAMENTO TEÓRICO DAS


PRINCIPAIS PRAGAS E DOENÇAS QUE
PREJUDICAM A CULTURA DO
AMENDOIM
PRAGAS DO AMENDOIN
Tripes-do-prateamento Enneothrips flavens Moulton, 1941
(Thysanoptera: Thripidae)
É sem dúvida a principal praga do amendoim na região Sul-
Sudeste do país. A espécie normalmente é encontrada nos ponteiros sendo
responsável pelas estrias e deformações nos folíolos, que acarreta grandes
prejuízos para a cultura. São insetos pequenos, não ultrapassando 2 mm
de comprimento.
28

As formas jovens são amareladas e os adultos apresentam


coloração escura e asas franjadas. Vivem abrigados nos folíolos fechados,
raspando e sugando a seiva que exsuda.
O ciclo de vida de E. flavens dura cerca de 13 dias passando pelos
estágios de ovo que são colocados no interior dos tecidos foliares, passa
por dois estágios imaturos que se alimentam ativamente (ninfas I e II), por
dois estágios quiescentes (pré-pupa e pupa) e adultos.
As pupas se alojam no solo a uma profundidade variável de acordo
com a temperatura.
Lagarta-do-pescoço-vermelho Stegasta bosqueella (Chambers, 1875)
O adulto mede 6 a 7 mm de envergadura, apresentando o corpo de
coloração cinza-prateada, com manchas amarelo-douradas.
Na base da asa nota-se uma grande mancha esbranquiçada, que vai
da margem interna à metade da asa.
A lagarta, completamente desenvolvida, mede cerca de 6 mm de
comprimento; é de coloração branco-esverdeada e de cabeça preta.
Os dois primeiros segmentos torácicos são vermelhos, notando-se
no primeiro deles uma placa preta do lado dorsal, subdividida na parte
central por uma linha longitudinal vermelha.
A fase de ovo dura de 2 a 3 dias; lagarta, de 8 a 15 dias; pupa de 4
a 10 dias; adulto, de 6 a 17 dias. O ciclo da praga se completa em 3 a 8
semanas.
Os ovos são depositados isoladamente ou em pequenos grupos
sobre ou sob brácteas das gemas, durante a noite
Percevejo-preto Cyrtomenus mirabilis (Perty, 1836) (Hemiptera:
Cydnidae)
Esse inseto possui hábito subterrâneo, sendo os adultos de
coloração preta, medindo aproximadamente 9 mm de comprimento, e as
formas jovens, de coloração esbranquiçada.
29

O período ninfal dura aproximadamente 75 dias, passando por


cinco instares ninfais. As posturas são individuais, no solo, a
profundidades variáveis, conforme a umidade.
Seu principal prejuízo está relacionado ao ataque em vagens na
fase de desenvolvimento dos grãos, na qual ninfas e adultos inserem seus
estiletes do seu aparelho bucal, atingindo os grãos e tornando-os
manchados e impróprios para comercialização.
DOENÇA DO AMENDOIN
A Rhizoctoniose, causada por Rhizoctonia solani Kuhn, destaca-se
como um dos mais importantes agentes causadores de doenças de pós-
emergência este fungo de solo, embora este tipo de doença em amendoim
também possa ser atribuído a outros patógenos como A. niger, Fusarium
spp., Rhizopus spp. e Pythium spp. R. solani é um fungo polífago,
apresentando um grande número de hospedeiros, entre os quais várias
plantas cultivadas, como alface, algodão, batata, café, cebola, feijão,
repolho, soja, tomate, entre outras.
O fungo pode invadir e destruir as sementes, que morrem antes da
germinação, ou infectar
A Podridão do colo, causada por Aspergillus niger Van Tiegh,
também conhecida como "crown rot", "collar rot" ou "Aspergillus blight".
Sua importância econômica está relacionada com a diminuição na
germinação, na densidade de plantas no campo e na produção da cultura.
DOENÇAS DA PARTE AÉREA
Manchas preta e castanha (cercosporioses) Entre as várias doenças
da cultura do amendoim, as manchas foliares conhecidas pelos nomes
vulgares de cercosporioses do amendoim, manchas preta e castanha,
"viruela del mani", "early and late leafspot" são consideradas as mais
importantes em todas as regiões produtoras.
30

Embora as duas manchas estejam comumente presentes em quase


todos os campos de cultivo, a intensidade de cada doença varia com a
localidade e as épocas de plantio.
Verrugose: A verrugose do amendoim (Sphaceloma arachidis Bit. &
Jenk.)
As hastes e pecíolos severamente afetados apresentam-se com
aspecto sinuoso e retorcido, devido à paralisação no crescimento do
tecido infectado, prejudicando o crescimento das plantas. Nos estágios
finais do desenvolvimento da doença, as lesões adquirem o aspecto de
cortiça, cobrindo a superfície desses órgãos.
Ferrugem: O fungo causador da ferrugem, Puccinia arachidis Speg.,
é um parasita obrigatório de ciclo incompleto, pois o estágio uredial, que
constitui a repetição das ferrugens, é o predominante e responsável pela
disseminação do fungo, embora em poucas ocasiões possa ser observada a
ocorrência de teliósporos. O patógeno ocorre especialmente no amendoim
cultivado e em espécies selvagens de Arachis spp.

3.1.4. DESCRIÇÃO DA FENOLOGIA DA


CULTURA E OS PERÍODOS
FISIOLÓGICOS MAIS CRÍTICOS
A Fenologia pode ser definida como o estudo dos eventos
periódicos da vida da planta, em função de sua reação às condições do
ambiente (Fancelli & Dourado Neto, 1997).
Em relação à fenologia do amendoim, o estudo completo de todas
as fases que envolvem o seu ciclo torna-se difícil, porque a frutificação
ocorre abaixo do nível do solo, dificultando a remoção de frutos para
observação do seu estádio de desenvolvimento, o que pode prejudicar a
31

planta e, consequentemente, mascarar os resultados relacionados à fase


reprodutiva.
No aspecto fenológico, a fase de desenvolvimento dos genótipos
do tipo Valência e Virgínia é particularmente definida, mas pode variar
entre locais, dependendo de diversos fatores, tais como, textura do solo,
disponibilidade hídrica, temperatura, radiação solar e dormência das
sementes.
Boete (1982) estabeleceu uma escala de estádios fenológicos para
o amendoim, onde as principais fases foram assim descritas:
- Germinação (G)
- Aparecimento das primeiras folhas tetrafoliadas (AF)
- Aparecimentos dos primeiros ramos (AR)
- Início da floração (IF)
- Aparecimento do ginóforo (AG)
- Alongamento do ginóforo (ALG)
- Início da formação da vagem (IFV)
- Final da floração (FF)
- Maturação completa da vagem (MCV)
No Estado de São Paulo, com semeadura no período das águas, de
setembro a outubro, os genótipos do grupo Valência, iniciam a floração,
geralmente, entre 30 e 32 dias após o plantio (dap), completando-se o
ciclo entre 110 e 115 dias. Nos genótipos do grupo Virgínia, a floração e
o final do ciclo ocorrem, respectivamente, entre 35 e 40 e entre 120 e 140
dias após o plantio (Godoy et al., 1985). Nas condições de cultivo de
sequeiro, nos Estados da Bahia e Paraíba, com semeadura de abril a maio,
tem sido observado que os genótipos do grupo Valência iniciam a
floração e são colhidos, respectivamente, entre 27 e 30 dias e entre 100 e
110 dias após o plantio, e a colheita a partir de 120 dias (Guerreiro, 1973;
Silva et al., 1991).
32

(Agrometeorologia dos Cultivos: o fator meteorológico na produção


agrícola. Monteiro, José Eduardo B. A. – Brasília, DF: INMET, 2009).

3.1.5. DESCRIÇÃO DAS PRINCIPAIS


CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS DA
CULTURA: NOME CIENTÍFICO E
FAMÍLIA, EXIGÊNCIA TÉRMICA E
HÍDRICA; DURAÇÃO MÉDIA DO CICLO
DA CULTURA, ÉPOCA ADEQUADA DE
SEMEADURA E COLHEITA,
PRODUTIVIDADE MÉDIA;
O amendoim é cultivado, amplamente, em mais de 80 países da
América, Ásia e África, principalmente em regiões tropicais, na faixa de
latitude de 30° N a 30° S. Apesar da ampla adaptabilidade, a
produtividade da cultura é fortemente influenciada por fatores ambientais,
especialmente temperatura, disponibilidade de água e radiação solar,
como a maioria das culturas agrícolas.
Disponibilidade Hídrica
De acordo com Doorenbos & Kassam (1994), a cultura do
amendoim necessita de 500 a 700 mm de água no período total de
crescimento, para obtenção de boas colheitas.
A planta do amendoim é conhecida por apresentar mecanismos
fisiológicos de tolerância ao déficit hídrico, sendo bem adaptada às
condições de seca. Apesar disso, o déficit hídrico pode trazer
consequências negativas a produtividade.
33

O déficit hídrico induz alterações metabólicas, cuja importância


depende da intensidade e duração do déficit, incluindo a redução do
desenvolvimento das células, a expansão das folhas, a transpiração e a
redução da translocação de fotoassimilados, apresentando-se, dentre todos
os fatores ambientais, como o que mais frequentemente limita o
desenvolvimento das culturas.
O período de floração é o mais sensível ao déficit hídrico, seguido
pelo período de formação da produção. O déficit hídrico, durante a
floração, acarreta a queda das flores ou prejudica a polinização, enquanto
que, durante o período de formação da produção, reduz o peso das
vagens.
Temperatura
A faixa situada entre 24 e 33ºC é considerada ideal para o
crescimento vegetativo, tendo-se verificado que, com temperaturas
próximas a 33ºC, o desenvolvimento vegetativo é maior, ocorrendo,
entretanto, um decréscimo na produção de vagens. Temperaturas
superiores a 31ºC diminuem o número de vagens, a massa de vagens, a
massa de grãos por planta e o acúmulo de matéria seca pelo amendoim.
Considera-se 28ºC a temperatura ótima para o período de frutificação.
Para o cultivo do amendoim, na fase compreendida entre a
semeadura e a colheita, Marin et al. (2006) determinaram, para o grupo
botânico Valência, um valor acumulado de 1712 GD e, para o grupo
botânico Virginia, de 1930 GD, valores próximos aos observados por
Bencachio et al. (1978) e Ketring & Wheless (1989), e superiores ao
trabalho de Prela & Ribeiro (2000), que determinaram, para o Estado do
Paraná, um valor aproximado de 1400 GD para o ciclo do cultivar Tatu
(grupo Valência).
Em todos estes estudos, considerou-se a temperatura-base como
10ºC.
34

Fotoperíodo
Os estados fenológicos da cultura do amendoim não parecem ser
afetados pelo fotoperíodo (Fortainer 1975, citado por ONG, 1986).
Entretanto, o mesmo autor relata estudos mostrando que a produtividade
da cultura pode ser afetada pelo fotoperíodo, existindo materiais genéticos
mais produtivos em dias curtos (11 a 12 horas) e materiais genéticos mais
produtivos em dias longos (15 a 16 horas). (Agrometeorologia dos
Cultivos: o fator meteorológico na produção agrícola. Monteiro, José
Eduardo B. A. – Brasília, DF: INMET, 2009).

3.1.6. Levantamento sobre a importância


econômica da cultura no Brasil, regiões
produtoras de maior representatividade,
finalidade do cultivo (principais usos) – Site
da CONAB https://www.conab.gov.br
A planta do amendoim foi, durante os últimos 500 anos, se
espalhando pelas regiões do mundo, e, atualmente, a China é o maior
produtor de amendoim em casca. Em 2011 os chineses já produziam
quase a metade do total mundial: 15.709.036 toneladas métricas, colhidas
em 4.547.917 hectares. No século 18 o amendoim foi levado à Europa; no
século 19, difundiu-se do Brasil para a África, e do Peru para as Filipinas,
China, Japão e Índia. Trata-se de um produto que é conhecido e apreciado
pelo seu sabor inconfundível e pela versatilidade de uso em pratos
salgados e doces e na indústria.
No mundo, a produção de amendoim em casca em 2012 foi de
35.340.000 toneladas métricas, obtida numa área de 20.780.000 hectares
(USDA, 2013).
35

No Brasil, em 2011 foram produzidas 311.409 toneladas métricas


de amendoim em casca e, em 2012, 324.178 toneladas, tendo sido
plantados 101.758 hectares (e colhidos 101.680 hectares). O rendimento
foi de 3.350 kg/ha, na primeira safra, e de 1.628 kg/ha, na segunda safra
(IBGE, 2013).
Em termos de produtividade da cultura, consegue-se no Brasil
quase a mesma que na China, de 3.454 kg/ha (FAO, 2012), mas a média
no Nordeste fica muito abaixo do desempenho chinês: 1.164 kg/ha
(IBGE, 2012). A produção alcançada no Nordeste na safra 2010 2011 foi
de 10.900 toneladas, colhidas em 12.000 hectares; e na safra 2011 2012,
deve ser alcançado um total de 6.100 toneladas, num ano caracterizado
por seca climatológica severa (CONAB, 2013).
Os mais de 4 milhões de hectares plantados anualmente pela
China estão inseridos num “modelo” econômico de prospecção de
atividades nos mais variados setores econômicos, e que é necessário na
busca de alimentos suficientes para a maior população humana da Terra:
1 bilhão e 300 milhões de bocas, ávidas por proteínas e vitaminas,
presentes nessa importante e oportuna fonte de energia e aminoácidos que
é o amendoim.
Desde a safra de 2011 2012 tem sido verificado crescimento
sistemático das safras anuais brasileiras de amendoim em casca,
alcançando-se, na safra de 2011 2012, já citada, 324.178 toneladas
métricas, colhidas em 101.680 hectares. Com destaque para o Estado de
São Paulo, maior produtor nacional, que alcançou na safra citada o
patamar de 88% do total produzido (IBGE, 2013), consorciando também
o amendoim com a cultura da cana-de-açúcar. O rendimento médio do
amendoim no Brasil em 2012 foi de 3.350 kg/ha na primeira safra – que
corresponde aos plantios realizados em outubro novembro, em todo o País
(a chamada “safra das águas”) –, representando 95% do volume total; e de
1.628 kg/ha, na segunda safra – a chamada “safra da seca”, que
36

complementa o montante, sendo os plantios realizados no mês de março


nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste.
Consumo
A principal forma de consumo é por meio dos grãos, torrados ou
cozidos. A farinha, contudo, é altamente proteica e pode ser utilizada de
várias maneiras, sobretudo na panificação e confecção de doces e
salgados.
No processamento industrial os grãos podem ser utilizados para
obtenção de óleo e farelo, na fabricação de produtos alimentícios, no
ramo de conservas e na indústria farmacêutica. Mas as características do
grão de amendoim é que o podem levar a ter um papel mais central na
alimentação mundial. A qualidade do seu óleo é superior ao do azeite de
oliva, o que pode ajudar na prevenção de doenças cardíacas. Além disso,
os grãos apresentam grandes concentrações de vitamina E — um
antioxidante que previne câncer, diabetes e doenças autoimunes — e de
proteína, podendo substituir a carne em países onde há escassez desse
alimento.
A importância econômica do amendoim no mundo atual é mais
bem revelada no fato de ser uma das culturas agrícolas que mais pode
contribuir significativamente para sustentar o aumento da demanda de
produtividade por hectare, sem ampliar a fronteira agrícola
(CONFERÊNCIA INTERNACIONAL DA COMUNIDADE
CIENTÍFICA DE AMENDOIM, 2011). Em outras palavras, o amendoim
é uma das culturas agrícolas que pode produzir mais alimentos no mesmo
espaço agrícola usado hoje, a partir de variedades mais produtivas,
nutritivas e resistentes, a serem obtidas com as ferramentas da
biotecnologia e da genômica. Esses são determinantes para tornar os
cultivos mais competitivos, já que em 25 anos será necessário que a Terra
dobre a produção de amendoim (CONFERÊNCIA INTERNACIONAL
DA COMUNIDADE CIENTÍFICA DE AMENDOIM, 2011).
37

O Brasil possui a maior coleção de germoplasma de amendoim do


mundo, criada pela Embrapa. São 80 espécies e mais 8 em fase de
descrição. Dessas, 67 são silvestres e originárias do Brasil. A diversidade
de plantas silvestres brasileiras e o solo fértil do País, além de áreas para
expansão da agricultura, fazem do Brasil um dos países com maior
potencial para a produção de amendoins, que pode até ultrapassar a da
soja.
Tendo todas as ferramentas para isso, é essencial que o Brasil seja
um dos principais atores na produção de alimentos de qualidade. Nada
mais de acordo com a Economia Verde e a necessária e urgente
sustentabilidade econômico-social-ambiental para o Mundo, em vista do
Aquecimento Global.
Mercado
Mesmo que se considere o amendoim como um mero tira-gosto,
há de se ter em mente que o grão é um dos petiscos mais consumidos no
Planeta, e que o mercado mundial do amendoim movimenta por ano cerca
de US$18,5 bilhões. Os maiores consumidores de amendoim são a União
Europeia, o Japão, a Rússia, a Indonésia, o Canadá e o México. Os
maiores exportadores são a Argentina e a China, onde o Brasil chega a
exportar 25% do que produz anualmente, ou seja, cerca de 80 mil
toneladas em 2012. Com um consumo interno que se aproxima da marca
das 100.000 toneladas anuais de amendoim sem casca, e produção
firmemente crescente a cada ano; já há quem avalie ser a cultura que
apresenta o quarto melhor rendimento do agronegócio brasileiro
(ABICAB, 2013).
O mercado internacional se interessa muito pelo amendoim. Os
países que não o produzem em casca são seus principais importadores no
mercado internacional: os países da Europa e o Japão. No Mundo, em
2010, a importação do amendoim em casca movimentou US$321 milhões
e a exportação US$281 milhões; e de amendoim sem casca o valor das
38

importações foi de US$1 bilhão e 692 milhões; e das exportações foi de


US$1 bilhão e 305 milhões (FAOSTAT, 2013). O Brasil, naquele mesmo
ano, exportou 50.808 toneladas de amendoim sem casca e 400 toneladas
de amendoim com casca, o que rendeu 47,851 milhões de dólares norte-
americanos, no primeiro caso, e 396 mil dólares, no segundo caso
(FAOSTAT, 2013).
Em relação ao óleo de amendoim, produz-se no mundo um
percentual de pouco mais de 4% do total da produção de óleos vegetais, o
que faz dele o quinto mais consumido, com uma produção em 2012
superior a 5 milhões de toneladas métricas.
Menos de 6% (seis por cento) do amendoim no Planeta, incluindo
o óleo e a produção de farelo de amendoim, são comercializados
internacionalmente. Os Estados Unidos da América são um exportador
líquido de amendoins. Em 2010, as suas exportações totalizaram mais de
244,5 milhões de dólares, superando as importações em cerca de 212,1
milhões dólares (USDA, 2013).
O comércio exterior tem na variação cambial e no nível de
estoque, tanto nacional quanto internacional, aspectos importantes para a
escolha de estratégias, visando ao posicionamento dos negociadores e
exportadores nesse mercado, estabelecendo determinada dinâmica e
influência na formação dos preços praticados no mercado interno
(MACÊDO, 2007).
E, dessa forma, no caso brasileiro, é no Estado de São Paulo que,
ao se considerar os preços médios mensais recebidos pelos produtores nos
últimos anos, mais se nota a tendência de valorização do produto.
Em 2010, no Brasil, uma pesquisa inédita realizada por
encomenda da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau,
Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) revelou que 66% da população
brasileira costuma consumir amendoim; 75% apreciam a paçoca e 71%
não largam um pé de moleque. Os resultados também revelaram que 63%
39

dos brasileiros consideram o amendoim muito saboroso, mesmo que


desconheçam seus valores nutritivos e a ampla variedade de benefícios
que o produto permite à saúde.
Ainda segundo o levantamento, a população brasileira ainda não
faz a associação direta entre o consumo do amendoim e a saudabilidade.
Por sua vez, grande parte dos entrevistados associou o produto com
situações de prazer, futebol, happy hour, confraternização e sociabilidade,
com ênfase no sabor.
Outros pontos positivos identificados na pesquisa foram o valor:
23% acham o produto barato; 19% o consideram energético, e 13% dizem
que é um produto que “dá vontade de comer” (ABICAB, 2013).
Em termos produtivos, a safra 2011 2012 do amendoim brasileiro
se distribuiu assim: região Sudeste (91%), região Sul (3,5%), região Norte
(3%), região Nordeste (2%) e região Centro-Oeste (0,5%). E no Sudeste,
apenas o Estado de São Paulo (295.177 toneladas) e o Estado de Minas
Gerais (9.005 toneladas) produziram amendoim em casca. É notória a
concentração produtiva em São Paulo, e as contribuições de novas
tecnologias geradas por instituições de pesquisa fazem parte das
explicações para que isso venha se dando nos últimos 15 anos.
Em conjunto com produtores e indústrias, os institutos de pesquisa
agropecuária pesquisaram e validaram sistemas produtivos em que o
cultivo é feito em rotação de culturas e em segunda safra, com cultivares
de porte rasteiro e mecanização nas operações de plantio e colheita, o que
refletiu em maior produtividade. Em São Paulo e no Cerrado brasileiro,
essas tecnologias emplacaram mais rapidamente.
Existem no território paulista áreas agrícolas apropriadas para o
cultivo de amendoim, em especial as duas regiões conhecidas como Alta
Paulista e Alta Mogiana, compreendidas por cidades como Tupã, Marília,
Dumont, Ribeirão Preto, Jaboticabal e Sertãozinho, onde a produção é
maior em volume. Coincidência, ou não, o fato é que “a combinação
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vegetal entre cana-de-açúcar e amendoim se estabeleceu, em São Paulo,


há algumas décadas, na Alta Mogiana, centro-leste do estado, em
regionais agrícolas tradicionais na produção e industrialização da cana,
como Ribeirão Preto, SP e Jaboticabal, SP.
O consumo interno de amendoim em 2008 foi de 95.000
toneladas, obtidas da safra 2007 2008 de 305,8 mil toneladas (ABICAB,
2013). No processamento industrial os grãos podem ser utilizados para
obtenção de óleo e farelo, na fabricação de produtos alimentícios, no
ramo de conservas e na indústria farmacêutica (o amendoim ajuda na
prevenção de doenças cardíacas, além de apresentar grandes
concentrações de vitamina E, um antioxidante que previne câncer,
diabetes e doenças autoimunes). Da produção de doces e salgados com
amendoim na região Sudeste, 85% são consumidos nessa mesma região
brasileira.
O Estado de São Paulo domina quase a totalidade das exportações
de amendoim em grão, e seu percentual de participação nas exportações
de óleo de amendoim é de 90%. O Estado de Minas Gerais iniciou
participação tímida neste último mercado a partir de 2010.
A importância do Brasil como produtor de amendoim tem sido
recuperada, gradativamente, com seu papel novamente relevante no
suprimento de óleo vegetal para o mercado interno e na exportação de
subprodutos.
Trata-se de uma cultura agrícola que ainda tem poucos
rebatimentos econômicos no Nordeste, o que pode ser ilustrado pelos
volumes de produção: o maior produtor do Nordeste é o Estado da Bahia
(3.837 toneladas, em segunda safra); em seguida Sergipe (1.590
toneladas, em segunda safra); depois, o Ceará (325 toneladas, em primeira
safra), e a Paraíba (148 toneladas, em segunda safra). Muito embora o
volume de matéria-prima transacionado na cadeia produtiva (35 mil
toneladas de grãos) tenha grande expressão econômica.
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A produção Nordestina de amendoim em casca, em torno de


10.000 toneladas anuais, é insuficiente para atender aos principais
mercados de consumo regionais, na Bahia, em Sergipe, no Ceará, em
Pernambuco e na Paraíba. Existem indústrias na região que são
abastecidas de matéria-prima oriunda da região Sudeste, ficando a
demanda anual em torno de 50 mil toneladas de vagens
(aproximadamente 35 mil toneladas de grãos).
A vulnerabilidade dos sistemas de produção existentes se liga à
presença das secas periódicas que limita no tempo os ganhos obtidos nos
anos de chuvas mais regulares. Ou seja, os empreendedores rurais
acumulam lucros por alguns anos e, na ocorrência periódica de uma seca
mais severa, se descapitalizam rapidamente, voltando ao ponto inicial dos
seus empreendimentos.
A produção local é direcionada para o mercado de consumo in
natura, composta pelo amendoim cozido e torrado que é distribuído por
meio de feiras livres (ou vendido para outros estados, quando será
comercializado também em feiras livres). Hoje, uma das grandes
dificuldades para a cultura do amendoim é o custo da produção. Em casos
de contratação de mão de obra externa às propriedades rurais, os gastos
podem chegar a até R$2.000,00 por hectare. No entanto, na safra, o valor
do produto não deixa margem para prejuízos. Em 2012, o amendoim em
casca teve preço de R$2,30 o quilograma, em média. Para os agricultores,
o rendimento bruto chegou a ser de R$3.500,00 por hectare.
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4. CONCLUSÃO
De acordo com os estudos realizados em relação ao amendoim,
para cumprimento do desafio proposto, verificou-se que, respeitando as
médias entre fileiras de 60 cm, com distância entre plantas de 10,5 e
semeadura por planta de 10 a 15 sementes por cada metro plantado, será
possível produzir na propriedade em Rio Verde-GO, em uma área de
1000 ha, com a utilização de 249.990.000 de sementes para a semeadura,
e considerando a média de 70% de germinação, será possível chegar a um
estande de plantas de 174.993.000 e, uma produção de média de 221.000
kg.
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REFERÊNCIAS
EMBRAPA
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76293187_sistemaProducaoId=3803&p_r_p_-996514994_topicoId=3444
acessado em 10/04/2021
https://www.embrapa.br/tema-plantas-daninhas/sobre-o-tema, acessado
em 02/04/2021.
BASF
https://agriculture.basf.com/br/pt/conteudos/cultivos-e-
sementes/amendoim/controle-de-plantas-daninhas-na-cultura-do-
amendoim.html acessado em 10/04/2021
https://agriculture.basf.com/br/pt/conteudos/cultivos-e-sementes/cana-de-
acucar/Manejo-integrado-para-controle-de-grama-seda-em-cana-de-
acucar.html
BAYER
https://www.agro.bayer.com.br/essenciais-do-campo/alvos-e-
culturas/plantas-daninhas/leiteiro).
https://www.agro.bayer.com.br/mundo-agro/agropedia/conheca-uma-das-
plantas-daninhas-mais-agressivas-do-mundo)
Agrometeorologia dos Cultivos: o fator meteorológico na produção
agrícola. Monteiro, José Eduardo B. A. – Brasília, DF: INMET, 2009).
(https://www.spo.cnptia.embrapa.br/conteudo?p_p_id=conteudopo
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