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TCC GRUPO 7 Microbiota

O trabalho investiga a influência da microbiota intestinal nos transtornos de humor, como depressão e ansiedade, e o papel da nutrição na regulação do eixo intestino-cérebro. A pesquisa revela que a microbiota afeta o funcionamento cerebral e está ligada a outras patologias, destacando a necessidade de mais estudos clínicos para entender os mecanismos envolvidos. A revisão integrativa de literatura aponta lacunas no conhecimento sobre a relação entre microbiota e humor, sugerindo a realização de investigações com indivíduos saudáveis.

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TCC GRUPO 7 Microbiota

O trabalho investiga a influência da microbiota intestinal nos transtornos de humor, como depressão e ansiedade, e o papel da nutrição na regulação do eixo intestino-cérebro. A pesquisa revela que a microbiota afeta o funcionamento cerebral e está ligada a outras patologias, destacando a necessidade de mais estudos clínicos para entender os mecanismos envolvidos. A revisão integrativa de literatura aponta lacunas no conhecimento sobre a relação entre microbiota e humor, sugerindo a realização de investigações com indivíduos saudáveis.

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

A influência da microbiota Intestinal nos transtornos de humor: o


papel da nutrição na regulação do eixo intestino-cérebro
The Influence of the Gut Microbiota on Mood Disorders: The Role of Nutrition
in Regulating the Gut-Brain Axis

Cássia Aparecida de Oliveira Santos, Juliana Barreto Graciano a, Nayara de Araújo Luza, Pedro
Henrique de Sousaa, Tiago da Silva Amorim, Victor Ferrazza Correa Leite, Viviane Bellucci Pires de
Almeidab, Ana Carolina Lavio Rochab

a: Graduanda do Curso de Nutrição do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas - FMU/Brasil
b: Nutricionista, Docente do Curso de Nutrição do Centro Universitário das Faculdades Metropolitanas Unidas -
FMU/Brasil

RESUMO: A microbiota intestinal, composta por trilhões de microrganismos, exerce


influência significativa sobre o cérebro ao produzir metabólitos neuroativos e modular
respostas imunológicas, contribuindo para a comunicação no eixo intestino-cérebro. O
objetivo desta pesquisa é investigar a influência da composição e função da microbiota
intestinal em indivíduos com transtornos de humor (com foco em depressão e ansiedade), e
analisar criticamente o papel das intervenções nutricionais (incluindo probióticos, pré-
bióticos e transplante de microbiota fecal) e de componentes dietéticos específicos
Trata se de uma
revisão integrativa utilizando a base de dados eletrônicas Pubmed , LIilacs e-, Scielo
com artigos publicado nos anos de 2019 a 2025 nos idiomas português e Inglês. A
microbiota tem uma influencias muito relevante no funcionamento do cérebro, através de
mecanismos, está também está diretamente relacionado com outras patologias como;
diabetes, depressão e ansiedades. A microbiota e um tema muito relevante visto que
lacunas significativas no conhecimento sobre os mecanismos específicos que associam
microbiota intestinal aos transtornos de humor. A heterogeneidade dos estudos e a
escassez de ensaios clínicos robustos evidenciam a necessidade de mais investigações
científicas

Palavras chaves: Microbiota, intestinal, regulação, Influência, cérebro.

ABSTRACT.

The intestinal microbiota, composed of trillions of microorganisms, exerts significant


influence on the brain by producing neuroactive metabolites and modulating immune
responses, contributing to communication in the gut-brain axis. The aim of this research is to
investigate the influence of the composition and function of the intestinal microbiota in
individuals with mood disorders (with a focus on depression and anxiety), and to critically
analyze the role of nutritional interventions (including probiotics, prebiotics and fecal
microbiota transplantation) and specific dietary components. This is an integrative review
using the electronic databases Pubmed, LIilacs e-, Scielo with articles published in the years
2019 to 2025 in Portuguese and English. The microbiota has a very relevant influence on
brain functioning, through mechanisms, and is also directly related to other pathologies such
as; diabetes, depression and anxiety. The microbiota is a very relevant topic since there are
significant gaps in knowledge about the specific mechanisms that associate intestinal
microbiota with mood disorders. The heterogeneity of studies and the scarcity of clinical
trials.

Keywords: Microbiota, intestinal, regulation, influence, brain.

INTRODUÇÃO.

O eixo intestino-cérebro responsável pela comunicação bidirecional entre o intestino


e o cérebro, é fundamental para a homeostase fisiológica e modulação do humor 1. A
microbiota intestinal, composta por trilhões de microrganismos, exerce influência
significativa sobre o cérebro ao produzir metabólitos neuroativos e modular
respostas imunológicas, contribuindo para a comunicação no eixo intestino-cérebro 1.
Desregulações na composição e função da microbiota, conhecidas como disbiose,
têm sido implicadas na patogênese de transtornos psiquiátricos, incluindo depressão
e ansiedade¹, ², ³

A investigação do papel da microbiota intestinal em transtornos de humor tem se


intensificado, com estudos comparando o perfil microbiano de pacientes com
transtorno bipolar e controles saudáveis 4, e de pacientes com transtorno depressivo
maior5. Além disso, pesquisas exploram a microbiota intestinal como um potencial
preditor da resposta ao tratamento antidepressivo em idosos com depressão 6. As
associações entre a dieta, a composição da microbiota gastrointestinal e estados
emocionais negativos, como ansiedade e depressão, também têm sido investigadas
em adultos7.

A microbiota intestinal exerce uma influência significativa sobre o funcionamento


cerebral por meio de múltiplos mecanismos fisiológicos que compõem o eixo
microbiota-intestino-cérebro. Essa comunicação bidirecional envolve vias neurais,
humorais, imunes e metabólicas, com destaque para o nervo vago, que atua como
uma via rápida de sinalização entre o trato gastrointestinal e o sistema nervoso
central (SNC). Microrganismos intestinais são capazes de sintetizar e modular
neurotransmissores, como serotonina, ácido gama-aminobutírico (GABA) e
dopamina, bem como de produzir metabólitos neuroativos, incluindo os ácidos
graxos de cadeia curta (AGCCs), como acetato, propionato e butirato. Esses AGCCs
podem atravessar a barreira hematoencefálica e influenciar diretamente a função
neuronal e a expressão gênica no SNC. Além disso, a microbiota regula a
permeabilidade da barreira intestinal e a resposta inflamatória sistêmica, fatores que,
quando alterados em situações de disbiose, contribuem para a ativação de vias pró-
inflamatórias, aumento da permeabilidade da barreira hematoencefálica e disfunções
neuro comportamentais. Evidências experimentais indicam que a composição da
microbiota durante períodos críticos do desenvolvimento neuropsicológico pode
moldar circuitos neuronais associados à regulação emocional, cognição e
comportamento, sugerindo um papel fundamental da microbiota intestinal na saúde
mental e em transtornos neuropsiquiátricos, como a depressão maior1.

Diante do exposto, o presente estudo se justifica pela crescente necessidade de


integrar e analisar as evidências científicas sobre a influência da microbiota intestinal
nos transtornos de humor e o papel da nutrição na regulação do eixo intestino-
cérebro. O objetivo desta pesquisa é investigar a influência da composição e função
da microbiota intestinal em indivíduos com transtornos de humor (com foco em
depressão e ansiedade), e analisar criticamente o papel das intervenções
nutricionais (incluindo probióticos, pré-bióticos e transplante de microbiota fecal) e de
componentes dietéticos específicos na modulação do eixo intestino-cérebro e no
alívio dos sintomas desses transtornos, conforme evidenciado na literatura científica.

MÉTODO

Trata - se de uma revisão integrativa de literatura utilizando as bases de dados


eletrônicas Pubmed, LIilacs, Scielo, selecionando artigos dos anos de 2019 a 2025
somente em português e em inglês, inseriu-se em modelo revisões sistemáticas e
Ensaio Clínico os descritores a serem utilizados são: microbiota, transtorno,
influência, regulação e os operadores booleanos, AND e OR. Na primeira etapa da
seleção de artigos, limitando artigos para textos completos, foram encontrados 884
artigos no descritor ‘’microbiota’’; 186 artigos no descritor ‘’influência’’; 303 artigos no
descritor ‘’ transtorno’’; em seguida, a pesquisa foi limitada a estudos apenas a
‘’Gastrointestinal Microbiome’ resultando em 307 artigos.
Uma síntese da literatura sobre um tema específico, realizada de maneira não
sistemática, onde a conclusão pode refletir o estado da arte ou a opinião do autor.
Diferentemente das revisões sistemáticas, permite uma abordagem mais flexível e
abrangente na análise da literatura, explorando as nuances e complexidades do
tema, identificando lacunas no conhecimento e direcionando futuras pesquisas.

Tabela 1: Estratégia de busca de número de estudos incluídos nesta revisão.

Base de dados Estratégias de busca Resultados

PubMed (Gastrointestinal Microbiome) AND the Influence nutricion ) 60

(Gastrointestinal Microbiome) OR( Vestibulocochlear Nerve


Diseases)
scielo 43

Llilacs Nutricional END Microbiome 48

Fonte: Autores, 2025.

Critérios de exclusão. Foram excluídos os artigos que falam de transtorno intestinal


por outros fatores, como medicações e patologias, artigos que apresentam
resultados incoerentes e artigos duplicados.
Fonte: Autores, 2025.
RESULTADOS E DISCUSSÃO.

Examinamos os artigos selecionados em relação à microbiota intestinal. Nas


pesquisas realizadas, foram investigados estudos que focam em duas linhas a
influência da microbiota intestinal e transtornos de humor e o papel da nutrição na
regulação do eixo intestino-cérebro.
A microbiota também está relacionada com outras patologias, como diabete, e uma
maior ingestão calórica. Isto faz com que a flora seja modificada, a alta ingestão de
açúcares refinados e gorduras, além de afetar o sistema cognitivo. Outro fator
interessante evidenciado nas pesquisas foi justamente a alteração da microbiota
com uso de medicamentos prolongados e dietas mais gordurosas e restrição
calórica evidenciada em pacientes com anorexia nervosa.
Nota-se uma variação nas metodologias dos artigos selecionados, cada artigo tem
um foco em uma patologia e foram utilizados métodos diferentes para as análises e
seus resultados. A maioria dos artigos selecionados foi de estudos clínicos em seres
humanos, houve também um estudo piloto, um estudo comparativo. Em relação às
amostras, não foram padronizadas, houve estudos com um número de amostras
considerável e outro com um número baixo, os estudos também variaram em
relação à idade e sexo, houve estudos com adolescentes no caso dos que tratam
sobre anorexia nervosa e idosos.
Os métodos de análises não foram iguais. Para cada estudo, foi usado um tipo de
análise dos 20 artigos. 4 usou análise de comparação de microbiota saudável com a
microbiota de pacientes com alguma patologia associada, além de extração de DNA
fecal para as análises.
Analisando os resultados encontrados nos artigos conseguimos observar que alguns
resultados permanecem os mesmos porem com diferentes abordagens estatísticas
ou de modelagem, ou quando aplica a análise a um conjunto diferente de dados,
Probióticos demonstraram reduzir sintomas depressivos e marcadores inflamatórios,
além de modular o eixo HPA e aumentar BDNF em diversos estudos 12 e a terapia
probiótica adjuvante teve efeitos sobre os sintomas depressivos, a composição da
microbiota intestinal e a atividade neural dos participantes2. Foram dois estudos que
tiveram resultados similares, porém análises e amostras diferentes.
Os possíveis viés foram encontrados em 5 estudos que usaram revisão sistemática
de outros estudos, não conseguindo definir as amostras usadas em cada um deles,
foram analisados muitos estudos e não um único com suas características podendo
levar a erros nas análises.
Das contradições encontradas todos os estudos mostram as análises de microbiotas
por patologias e não microbiota saldável em uma relação com o humor, outro desvio
foi que os artigos visam a implementação de pro bióticos para melhora das
disfunções e não de uma alimentação voltada para este fim.
Uma das lacunas observadas nos estudos foram que em nenhum foram feitas
analises com pessoas sem patologias somente para avaliação de microbiota e como
ela tem um impacto no eixo cérebro intestino, não foi verificado em nenhum dos
estudos a questão da alimentação como uma forma e auxiliar na microbiota, todos
os artigos se relacionavam a alguma patologia em si. A sugestão seria pesquisa com
pessoal saldáveis para a investigação do impacto da microbiota com mudanças de
humor sem ter associação com mudanças advindas de patologias associadas.
Tabela 1 - Resultado dos artigos selecionado

Tipo de estudo, característica da


Autor e Ano. Objetivo do estudo. Principais resultados.
amostra local de estudo.

Pacientes com AN apresentam


Analisar a microbiota de pacientes disbiose intestinal, com redução de
Revisão sistemática sobre com anorexia nervosa além disso, Roseburia e Faecalibacterium,
alterações na microbiota intestinal até onde sabemos, investigações aumento de Clostridium e
Anton-Păduraru et al., 2024.
de pacientes com anorexia nervosa anteriores sobre a microbiota Enterobacteriaceae, e diminuição da
(AN), incluindo crianças e adultos. intestinal em pacientes com AN diversidade bacteriana. Essas
frequentemente produziram alterações se relacionam à
resultados heterogêneos. inflamação, estresse e desnutrição.

Houve associação positiva


Estudo prospectivo com 70 significativa entre a qualidade da
pacientes recentemente dieta e os índices de diversidade da
diagnosticados com transtorno Investigar prospectivamente a microbiota (Shannon, Chao1,
bipolar (BD), avaliados com relação entre dieta e microbiota em Pielou). Os alimentos que mais
questionário alimentar (DHD-15) e pacientes com transtorno bipolar influenciaram positivamente foram
Riedinger et al., 2024. recentemente diagnosticado,
análise de microbiota fecal por peixes, leguminosas, frutas e
sequenciamento 16S rRNA. As investigar se há associação entre oleaginosas. Álcool e carnes
avaliações foram feitas na linha de qualidade da dieta e diversidade da processadas mostraram correlações
base e após 1 ano de seguimento. microbiota em pacientes com negativas. Não houve mudanças
Amostras Holandesas. transtorno. significativas na dieta ou microbiota
ao longo de um ano.

Tsai et al., 2024. Analisar que diferenças entre os Pacientes com depressão
Estudo caso-controle com 32 grupos na composição microbiana apresentaram menor diversidade
pacientes com depressão tardia e 16 intestinal podem estar associadas a microbiana e alterações em gêneros
controles saudáveis. Utilizou análise diferenças entre os grupos na CF como Enterobacter e Odoribacter.
da microbiota fecal (16S rRNA) e cerebral e nos sintomas clínicos Essas bactérias correlacionaram-se
ressonância magnética funcional (rs- entre pacientes idosos com com conectividade funcional em
fMRI) para avaliar conectividade depressão. áreas cerebrais ligadas à regulação
emocional, como córtex pré-frontal e
cerebral em repouso, além de
escalas clínicas (HAM-D). núcleo caudado.

O estudo mostra que não houve


diferenças significativas entre os
Estudo de caso controle em
pacientes do grupo controle e o
pacientes acima de 55 anos
Avaliar as diferenças na microbiota grupo de pesquisa, a diferença foi
incluindo câncer maligno ou histórico
intestinal e na influência cérebro e em relação a dieta, onde o grupo
de doença gastrointestinal orgânica,
humor usando análise baseada em controle tinha maior restrição de
Chia – Fen et al., 2024. incluindo cirrose hepática, doença
carboidratos simples e lipídios e um
hepática gordurosa, úlcera péptica sementes por meio de fMRI em
maior consumo de fibras que o
ou doença inflamatória intestinal; repouso. grupo de estudo. Houve
Aqueles com qualquer infecção
modificações de IMC no grupo de
bacteriana, fúngica ou viral ativa
estudo em relação ao grupo
controle.
Estudo comparativo para
O estudo revelou diferenças
caracterizar o perfil da microbiota Medir e comparar a abundância de
significativas na composição da
intestinal em pacientes iranianos 10 gêneros/espécies e cinco filos de
Rashnaei et al., 2023. microbiota intestinal entre pacientes
com transtorno bipolar em bactérias em amostras fecais de
com transtorno bipolar e controles
comparação com controles indivíduos com transtornos mentais
saudáveis na população iraniana.
saudáveis.

Três cepas específicas de Clostridia


Determinar se alterações na
mostraram correlação com
microbiota intestinal podem estar
Estudo piloto com 57 pacientes com desempenho cognitivo.
associadas aos déficits cognitivos
depressão maior e 30 controles Bifidobacterium e Blautia foram mais
observados na depressão.
saudáveis. Avaliou função cognitiva abundantes em pacientes com
Analisamos especificamente os
Dong et al., 2023. com diversos testes depressão e também associadas a
dados de nível de estresse do
neuropsicológicos e microbiota funções cognitivas. Alguns
microbioma intestinal para descobrir
intestinal por metagenômica (nível metabólitos microbianos também se
estresses específicos que afetam a
de cepa). correlacionaram com desempenho
função cognitiva em pacientes com
neuropsicológico.
TDM

Gao et al., 2023. Analisar os microrganismos vivos Probióticos demonstraram reduzir


Revisão sistemática de estudos benéficos, podem ser usados para sintomas depressivos e marcadores
clínicos e pré-clínicos sobre uso de modular a disbiose intestinal em inflamatórios, além de modular o
probióticos no tratamento da uma nova eubiose e modificar a eixo HPA e aumentar BDNF em
depressão e comorbidades ocorrência e o desenvolvimento da diversos estudos.
associadas, com foco em vias do
eixo microbiota-intestino-cérebro. depressão e suas comorbidades.

Probióticos aumentaram
Revisão sistemática e meta-análise significativamente os níveis de
de 20 ensaios clínicos randomizados Apresentar o estado atual do
BDNF e diminuíram os de proteína
com pacientes com depressão e/ou conhecimento sobre os mecanismos
C reativa (PCR) em pacientes com
Sikorska et al., 2023. sintomas subclínicas, com foco em moleculares envolvidos no eixo
depressão e comorbidades. Não
biomarcadores moleculares. intestino-cérebro em três grupos de
houve diferenças significativas em
pacientes tratados com probióticos
IL-6, IL-1β, TNF-α e cortisol.

Avaliar como os componentes do


Alterações inconsistentes na
Revisão sistemática de 12 estudos eixo intestino-cérebro contribuem
microbiota foram observadas, mas
com pacientes com transtorno para o transtorno bipolar, determinar
Lactobacillus, Faecalibacterium e
bipolar (n = 613), avaliando como o equilíbrio da microbiota
Ruminococcus mostraram
Obi-Azuike et al., 2023. alterações na microbiota e o efeito intestinal afeta a gravidade dos
relevância. Probióticos
de intervenções como probióticos. sintomas e discutir e comparar a
demonstraram reduzir
eficácia de diferentes métodos de
reospitalizações e melhorar
equilíbrio da microbiota intestinal no
sintomas depressivos.
transtorno bipolar.
Ensaio clínico randomizado
Analisar os efeitos da
controlado para investigar os efeitos A terapia probiótica adjuvante teve
suplementação probiótica sobre os
clínicos (sintomas depressivos), na efeitos sobre os sintomas
sintomas, a microbiota intestinal e os
Schaub et al., 2022. microbiota intestinal e na atividade depressivos, a composição da
marcadores cerebrais nunca foram
neural de uma terapia probiótica microbiota intestinal e a atividade
investigados conjuntamente em
adjuvante em pacientes com neural dos participantes.
pacientes com TDM.
transtorno depressivo maior.

Revisão sistemática de 24 estudos


observacionais (n = 2817) e 19 Diferenças significativas na
estudos clínicos (n = 1119) sobre Avaliar os benefícios dos diversidade beta da microbiota em
alterações da microbiota no tratamentos prebióticos, probióticos MDD. Probióticos e simbióticos
Alli et al., 2022. transtorno depressivo maior (MDD) e simbióticos em relação aos mostraram benefícios modestos na
e efeitos de prebióticos, probióticos antidepressivos e durante um redução dos sintomas depressivos,
e simbióticos. acompanhamento mais longo principalmente em curto prazo (4 a 9
semanas).
Redução da diversidade microbiana
(α-diversidade) em indivíduos com
Revisão sistemática de 57 estudos MDD ou BD. Aumento consistente
clínicos com humanos avaliando a de Bacteroides, Bifidobacterium e
associação entre a microbiota Avaliar A diversidade da microbiota Actinobacteria e redução de
Knuesel & Mohajeri, 2022.
intestinal e os transtornos intestinal é majoritariamente Faecalibacterium, Roseburia e
depressivo maior (MDD) e bipolar reduzida em indivíduos deprimidos. Christensenellaceae. Probióticos
(BD). com Lactobacillus e Bifidobacterium
mostraram benefícios em vários
estudos.

Quatro estudos relataram menor α-


diversidade em BD. A redução de
Revisão sistemática de 13 estudos Faecalibacterium prausnitzii foi o
clínicos comparando microbiota achado mais convergente. Elevação
Sublette et al., 2021. intestinal de pacientes com Avaliar a microbiota intestinal dos
de Bacteroides também foi
transtorno bipolar (BD) com a de pacientes com transtorno bipolar em
observada. Alguns achados
controles saudáveis. relação a pessoas saldáveis.
sugerem relação entre disbiose,
menor produção de butirato e
inflamação no BD.

Investigar flexibilidade mental e Probióticos reduziram bactérias


aliviam o estresse em idosos inflamatórias, melhoraram
Ensaio clínico randomizado com 63 idosos saudáveis, além
saudáveis 65 anos. de placebo
Comparou causar flexibilidade
versus probióticosmental e reduziram
(Bifidobacterium o BGN4 e B. long
bifidum
Kim et al., 2021. alterações na microbiota intestinal. estresse. Aumento de BDNF sérico
Esses resultados fornecem correlacionado com alterações na
evidências que sustentam as microbiota.
propriedades.

Investigar a microbiota de pacientes


Knudsen et al., 2021. Revisão sistemática de 17 estudos saldáveis em relação a pacientes Houve redução da diversidade α em
comparando a composição da com de pressão. 4 estudos e alterações consistentes
microbiota intestinal de pacientes na diversidade β. Aumento de
com transtorno depressivo maior Eggerthella, Atopobium,
(MDD) e controles saudáveis. Bifidobacterium e redução de
Faecalibacterium em MDD.

Estudo clínico randomizado com 61


pacientes com MDD internados, A expressão gênica de IL-6 diminuiu
avaliando o efeito de 4 semanas de significativamente no grupo
Reiter et al., 2020. Avaliar o efeito dos probióticos na
probiótico multiespécies sobre probiótico e aumentou no placebo.
expressão gênica inflamatória em
expressão gênica inflamatória (IL-6, Não houve alterações em TNF ou
pacientes internados.
TNF, NFKB1). NFKB1.

Estudo transversal para examinar as O estudo encontrou associações


associações entre a dieta, a Investigar a associação da dieta e a significativas entre padrões
Taylor et al., 2020. microbiota gastrointestinal e estados microbiota e sua influência nos dietéticos, composição da microbiota
emocionais negativos (como estados emocionais em adultos. e a prevalência de sintomas de
ansiedade e depressão) em adultos. ansiedade e depressão.
Revisão sistemática e meta-análise
A meta-análise identificou alterações
para investigar as associações entre Associação da microbiota em
específicas na composição da
a microbiota intestinal e doenças pacientes com doenças
Zhuang et al., 2020. microbiota intestinal associadas a
neuropsiquiátricas, incluindo doença neurodegenerativas e transtorno
cada uma das condições
de Alzheimer, transtorno depressivo depressivo.
neuropsiquiátricas investigadas.
maior e esquizofrenia.
Revisão sistemática para investigar Investigar como a microbiota fecal Foram observadas relações de
Andrew et al., 2019. os distúrbios de humor em adultos pode alterar os distúrbios de humor. bactérias foram observadas
entre 25 e 45 anos O DNA fecal foi relações entre 28 táxons bacterianos
extraído e a região V4 do gene 16S e as pontuações do DASS-42.
rRNA foi sequenciada. O estado de Associações dependentes do sexo
humor subjetivo foi avaliado usando foram observadas entre 21 táxons
a Escala de Depressão, Ansiedade bacterianos e as pontuações do
e Estresse. DASS-42, incluindo uma relação
inversa entre as pontuações da
escala de ansiedade e
Bifidobacterium em fêmeas e uma
relação inversa entre as pontuações
da escala de depressão e
Lactobacillus em machos.

Fonte: autores, 2025.


CONSIDERAÇÕES FINAIS.

O trabalho evidenciou uma ampla conexão entre o intestino e o cérebro, destacando


o papel principal da microbiota intestinal na regulação de funções neurológicas e
comportamentais. Diante das evidências atuais, torna-se cada vez mais evidente
que a alimentação tem uma grande influência sobre saúde mental, especialmente no
que diz respeito à prevenção e ao tratamento adjuvante de transtornos de humor,
como depressão e ansiedade.

A modulação da microbiota intestinal por meio de estratégias nutricionais, como o


consumo de alimentos prebióticos, probióticos e dietas anti-inflamatórias, apresenta-
se como uma abordagem potencial e de baixo custo no cuidado integrado à saúde
mental. A adoção de modelo alimentares saudáveis, como a dieta mediterrânea,
pode contribuir para o equilíbrio da microbiota e, consequentemente, para a melhora
do estado emocional e do bem-estar geral.

Com todos os avanços nas pesquisas, ainda há lacunas significativas no


conhecimento sobre os mecanismos específicos que associam microbiota intestinal
aos transtornos de humor. A heterogeneidade dos estudos e a escassez de ensaios
clínicos robustos evidenciam a necessidade de mais investigações científicas que
consolidem essas relações e orientem práticas clínicas baseadas em evidências.

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