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3 Formação Da Imagem

A tomografia computadorizada (TC) utiliza um feixe de radiação laminar em forma de leque para gerar imagens digitais a partir de múltiplas projeções em diferentes ângulos, permitindo cortes seccionais em três planos. A qualidade da imagem é influenciada pela matriz, resolução espacial e de baixo contraste, além do campo de visão e do pitch durante a aquisição. A escala de Hounsfield é utilizada para quantificar a densidade dos tecidos, permitindo ajustes de janela para melhor visualização das estruturas anatômicas.

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A tomografia computadorizada (TC) utiliza um feixe de radiação laminar em forma de leque para gerar imagens digitais a partir de múltiplas projeções em diferentes ângulos, permitindo cortes seccionais em três planos. A qualidade da imagem é influenciada pela matriz, resolução espacial e de baixo contraste, além do campo de visão e do pitch durante a aquisição. A escala de Hounsfield é utilizada para quantificar a densidade dos tecidos, permitindo ajustes de janela para melhor visualização das estruturas anatômicas.

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Formação da Imagem em TC

Características essenciais do método


A tomografia apresenta um feixe de aspecto laminar e em forma de leque.

A aquisição das imagens ocorre no plano do gantry, o que, primariamente, gera cortes transversais ao
plano do corpo.

A imagem final é digital e pode ser facilmente manipulada por programas de computador.

Quanto maior a matriz, melhor será a resolução da imagem.

Princípio para a formação da imagem em TC


Na tomografia computadorizada, a formação das imagens ocorre mediante os mesmo princípios
físicos que estudamos no tópico anterior, diferenciando-se apenas na captação da imagem, que
se dá por meio de leitura da radiação por detectores, como em todo o método considerado
digital. Diferente, de outros métodos, nesse, o tubo de raios X giras 360 graus em torno da
região de interesse. Há também um gerador de alta voltagem que produz energia que o tubo
(ampola) transforma em raios X, exatamente igual à produção dos raios X convencionais, pois
como já se sabe, há apenas uma forma de se produzir os raios X. Os raios que foram gerados,
são emitidos em feixe em forma de um leque com espessura que varia de acordo com o
aparelho. Enquanto atravessa um determinado objeto, a radiação sofre atenuações e a energia
restante atravessa o mesmo e é recebida pelos detectores, que estão posicionados ao lado
oposto da fonte de radiação e que giram concomitantemente com o tubo e transformam-na em
sinal elétrico para a possível leitura do computador (SANTOS, 2009).

Comparando com a radiografia convencional, as características das imagens dependerão dos


fótons que foram absorvidos pela área em estudo. Quanto maior a energia do feixe que chega
ao detector, maior será o sinal elétrico. Os detectores da TC transformam os fótons recebidos
em sinal analógico e, posteriormente, em sinal digital por conversão do sistema de computação,
dispondo das imagens na tela da estação de trabalho (mais comumente chamada de
workstation), a partir daí, as reconstruções obtidas básicas são axiais, coronais e sagitais.
Para a formação da imagem anatômica em TC, são realizadas múltiplas projeções a partir dos
dados obtidos em diferentes ângulos, possibilitando imagens seccionais nos 3 planos de secção
(axial-transversal, sagital e coronal). O computador de posse dos dados obtidos constrói uma
imagem digital representada por uma matriz, como mostra a Figura 1. Posteriormente, as
imagens adquiridas, são processadas utilizando uma técnica matemática chamada de projeção
retrógrada, ou outras, como a transformada de Fourier. Em resumo, temos uma ampola de raios
X da TC é semelhante a utilizada em estudos radiológicos convencionais, exceto pelo fato de
girar em torno do paciente. Um tubo de raios-x que emite um feixe de radiação de forma laminar
e espessura muito fina, em ordem de milímetros, que atravessa o paciente indo sensibilizar um
conjunto de detectores. Estes, por sua vez, se encarregam de transmitir o sinal em forma de
corrente elétrica de pequena intensidade a um dispositivo eletrônico responsável pela
conversão dos sinais elétricos em dígitos de computador.
Para entender sobre formação da imagem digital, é preciso conhecer:

Matriz: arranjo de linhas e colunas, constituída de vários pixels, formando uma imagem matricial
(MOURÃO, 2007).

Pixel: que nada mais é do que a intersecção de linhas e colunas, considerado a menor parte de uma
matriz. Entender a relação do pixel com a qualidade da imagem também é importante. Quanto menor o
tamanho do pixel e quanto maior sua quantidade na matriz, melhor a qualidade da imagem.

Voxel: que é a profundidade do pixel.

Nos atuais tomógrafos computadorizados, um tubo de raios X emite um feixe de radiação laminar em
forma de leque e de espessura muito fina que atravessa o paciente sensibilizando o conjunto de
detectores. Este, por sua vez, encarrega-se de transmitir os sinais obtidos em forma de correntes
elétricas de pequenas intensidades a um dispositivo eletrônico que transforma os sinais obtidos em
dígitos de computador (números binários). Para que a imagem possa ser interpretada como uma
imagem anatômica, múltiplas projeções são realizadas a partir de diferentes ângulos. O computador de
posse dos dados obtidos nas diferentes projeções constrói uma imagem digital. Cada elemento da
imagem (pixel) apresenta-se com um tom de cinza correspondente à sua densidade radiológica.
Estruturas com alta densidade radiológica, como os ossos, por exemplo, apresentam-se claras
"hiperatenuantes" / "hiperdensos"; na imagem tomográfica, o ar, pela sua baixa densidade, apresenta-se
escuro "hipoatenuante" / "hipodensos"(NÓBREGA, 2005).
A escala Hounsfield, como vimos no tópico anterior, representa em unidades Hounsfield (UH) as
densidades radiológicas das diferentes estruturas anatômicas, atribuindo-lhes uma graduação específica
na escala de cinzas do equipamento de tomografia (NÓBREGA, 2005).
Resolução da Imagem
O desempenho do tomógrafo pode ser medido pela resolução espacial e pela resolução de
densidade, que podem ser calculadas por meio de phantons destinados a essa avaliação.

A resolução, ou o grau de definição das imagens, está relacionada à matriz utilizada. Quanto
maior a matriz, melhor será a resolução da imagem, pois os pixels se apresentarão com
dimensões reduzidas e em maior quantidade (NÓBREGA, 2005).

Resolução Espacial (RE)

Consiste na habilidade de diferenciar qualitativamente dois pequenos objetos de alto contraste


posicionados a pouca distância um do outro. Para avaliar a RE, realiza-se um exame teste
avaliando um phanton com placas e orifício sem um material com grandes diferenças
densitométricas. Pode-se aumentar a resolução espacial, reduzindo a largura do ajuste do
detector, do tamanho do foco e do ângulo de rotação durante aquisição. Resina acrílica e água
são utilizadas na avaliação com phanton (SANTOS, 2009).

Fatores que influenciam a RE

Tamanho da matriz.

Tamanho focal.

Tamanho da abertura dos detectores.

Espessura de corte.

Incremento.

Resolução de baixo contraste

Consiste na habilidade de se distinguirem pequenas diferenças de contraste entre duas regiões


adjacentes, sendo determinada por imagens obtidas em um phanton com orifícios de diferentes
tamanhos em material com pouca diferença densitométrica. São fatores determinantes da resolução de
baixo contraste: dose de radiação, eficiência de detecção, ruído no sistema, algoritmo etc. O aumento da
radiação melhora a qualidade da imagem, o que implica aumento de dose no paciente. Para evitar isso,
é necessário melhorar o desempenho do detector (eficiência de detecção) e reduzir o ruído do sistema
de detecção (SANTOS, 2009).

Resolução temporal (RT)

A resolução temporal é caracterizada pela existência de dois parâmetros: tempo e índice de corte. Ao
realizar-se o exame em um paciente, o melhor é reduzir o tmepo de corte o máximo possível, evitando,
assim, as interferências dos movimentos do corpo. O índice do corte é o número de cortes que podem
ser realizados por unidade de tempo. Os dois parâmetros que caracterizam a RT sofrem influencia de
outros três elementos: espaço, densidade e tempo. No entanto, as resoluções de cada parâmetro são
dependentes entre si. Com o aumento de qualquer uma das resoluções, ocorre uma diminuição das
outras. Assim, é importante aprender a equilibrar as resoluções, estabilizando o sistema, e a promover
alterações, de modo que satisfaçam as várias necessidades (SANTOS, 2009).
Campo de Visão – FOV (Field Of View)
O campo de visão refere-se à área examinada pela tomografia, Tabela 1. Normalmente o FOV
é definido em centímetros. Assim é normal, por exemplo, estabelecer um FOV de 22 cm para o
estudo tomográfico do crânio (NÓBREGA, 2005).

Para estruturas maiores utilizamos FOV grande; em estruturas menores, utilizamos FOV pequeno.

Tabela 1: Exemplos de campo de visão (FOV)


ESTRUTURAS FOV
Crânio 22cm
Tórax 35cm
Abdome 40cm
Joelho 18cm
Face 14cm
Coluna 14cm

Pitch
Um dos principais conceitos que surgiram nos sistemas helicoidais foi a introdução do pitch, em
virtude do deslocamento simultâneo da mesa com a rotação contínua do tubo de raios X. Com
isso, dependendo do protocolo a ser utilizado, essa inovação permitiu selecionar o valor do
pitch no momento do exame.

Pitch é a razão/relação entre o deslocamento da mesa pela espessura de corte. Por exemplo,
nas aquisições de imagens em equipamentos helicoidais com pitch de 1:1, observamos que a
mesa se desloca na mesma proporção da espessura do corte em cada revolução, Figura 2.
Assim, se os cortes forem de 10 mm, para cada imagem a mesa se deslocará 10 mm.

Se alterarmos a relação do pitch para 2:1, a mesa se deslocará em uma distância equivalente
ao dobro da espessura do corte por revolução, Figura 2. Um fator importante a considerar nos
casos de trabalho com pitchs de relação maiores que 1:1 é a redução da quantidade de
radiação por fatia de corte, o conhecido fator mAs. A redução desse fator afeta diretamente a
qualidade da imagem gerada, que poderá, dependendo das condições em que foi obtida,
apresentar-se com excessivo nível ruído, inviabilizando o seu aproveitamento para fins
diagnósticos (NÓBREGA, 2005).
O formato da imagem da TC consiste em várias células, cada uma associada a um número e mostrada
com uma densidade óptica ou nível de brilho no monitor.

Exemplos:

Matriz de um equipamento de 1ª geração (EMI) ----- 80 x 80 (6.400 células)

Matriz dos equipamentos atuais ----- 512 x 512 (262.144 células)


Escala de Hounsfield
A tomografia computadorizada é um método que mede a radiação residual, é também um
método que avalia e quantifica a densidade entre os diferentes tipos de tecidos corporais.
Dessa maneira, adota-se uma escala de densidades conhecida como escala de Hounsfield, que
representa as densidades em Unidades Hounsfield (UH).

Os equipamentos modernos têm uma capacidade de 4.096 tons de cinza, o que representa
níveis diferentes de densidades em unidades de Hounsfield (UH). Para cada coeficiente de
atenuação linear (µ) é associado um número e cada número representa um tom de cinza. A
densidade da água foi arbitrariamente definida em zero UH e a do ar em -1.000 UH, conforme a
tabela abaixo. O monitor pode exibir 256 tons de cinza no máximo. Entretanto, o olho humano
só consegue discriminar cerca de 20 tons. Uma vez que as densidades dos tecidos humanos se
estendem por uma faixa muito estreita (uma janela) do espectro total, é possível selecionar um
ajuste de janela para representar a densidade do tecido de interesse, a ferramenta utilizada
para realizar essa quantificação é denominada ROI (Region Of Interest), em português Região
de Interesse, a mesma será inserida após eleger a área de interesse a se quantificar as UH.

O nível médio de densidade da janela deverá ser definido o mais próximo possível do nível de
densidade do tecido a ser examinado. O pulmão, com seu alto conteúdo de ar, é mais bem
examinados em um ajuste de janela com baixa UH, enquanto os ossos exigem um ajuste para
níveis altos dessas unidades. A largura da janela influencia o contraste das imagens: quanto
mais estreita a janela, maior o contraste, já que os 20 tons de cinza cobrem somente uma
pequena escala de densidades.

Correlação Tecido e UH.


TECIDO UNIDADE HOUNSFIELD (UH)

Ar - 1000
Pulmão - 500 a - 800
Gordura - 20 a - 80
Água 0
Músculo + 20
Parênquima cerebral + 36
Pâncreas + 50
Fígado + 60
Osso denso + 1000

Vale notar que os níveis de densidade de quase todos os órgãos sólidos ficam em uma faixa estreita de
10 a 90 UH. A única exceção é o pulmão, devido à apneia solicitada no momento do exame, exigindo
um ajuste especial de janela. Quanto às hemorragias, deve-se levar em conta que o nível de densidade
de coágulos recentes é cerca de 30 UH superior ao do sangue fresco. Essa densidade diminui
novamente em hemorragias mais antigas ou em tromboses liquefeitas, podendo auxiliar o médico no
diagnóstico final.

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