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O documento discute a importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar, destacando seu papel na informação ao consumidor sobre ingredientes, composição nutricional e riscos à saúde. A legislação pertinente e as normas que regem a rotulagem são abordadas, evidenciando a necessidade de garantir que os rótulos sejam claros e precisos para evitar confusões e problemas de saúde. Além disso, o texto enfatiza a relação entre a industrialização dos alimentos e o aumento de doenças não transmissíveis, como obesidade e diabetes, tornando a rotulagem uma ferramenta essencial para promover escolhas alimentares saudáveis.

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O documento discute a importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar, destacando seu papel na informação ao consumidor sobre ingredientes, composição nutricional e riscos à saúde. A legislação pertinente e as normas que regem a rotulagem são abordadas, evidenciando a necessidade de garantir que os rótulos sejam claros e precisos para evitar confusões e problemas de saúde. Além disso, o texto enfatiza a relação entre a industrialização dos alimentos e o aumento de doenças não transmissíveis, como obesidade e diabetes, tornando a rotulagem uma ferramenta essencial para promover escolhas alimentares saudáveis.

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Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

Importância da
rotulagem de
alimentos para a
segurança alimentar 1
Professora Flávia Mira Leis

1
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

1 Introdução 3
1.1 A rotulagem de alimentos no contexto atual 3
1.1.1 O que é rótulo e para que ele serve? 5
1.1.2 O que se espera da rotulagem? 5

2 Legislação pertinente 7
2.1 Normas básicas sobre alimentos 8
2.2 Rotulagem de alimentos embalados 9
2.2.1 Que informações o rótulo deve conter? 9
2.3 Água mineral 14
SUMÁRIO 2.4 Alimentos que contenham corante amarelo tartrazina 15
2.5 Alimentos que contém glúten 17
2.6 Alimentos que contém organismos geneticamente modificados 17
2. 7 Produtos de origem animal 19
2. 8 Carnes de aves e miúdos 20
2.9 Ovos 20
2.10 Dispensa e obrigatoriedade de registro sanitário 21

3 Embalagem 21

Referências 25

2
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

Documentário Muito além do peso. Disponível em: População Brasileira (BRASIL, 2012). Segundo o
<http://www.muitoalemdopeso.com.br/sobre.html> Instituto de Defesa do Consumidor (IDEC), nas últimas
décadas, a venda de alimentos industrializados no
1 INTRODUÇÃO mundo aumentou 92%, atingindo US$2,2 trilhões em
2012 (IDEC, 2013).
1.1 A rotulagem de alimentos no
contexto atual É inquestionável o papel da industrialização de
alimentos neste contexto. Os processos tecnológicos
O Brasil passou por grandes transformações trouxeram muitos benefícios como a conservação de
sociais nas últimas décadas. Os processos de alimentos, permitindo o aumento da validade dos
industrialização e urbanização e a entrada da mulher mesmos, o enriquecimento pela adição de vitaminas
no mercado de trabalho, por exemplo, provocaram e minerais, a eliminação de micro-organismos
mudanças no estilo de vida da população, incluindo patogênicos e a praticidade no preparo e consumo
alterações no padrão alimentar (BRASIL, 2012; de alimentos pré-preparados. Mas de que forma
MOREIRA; PEREIRA, 2008; MARTINEZ, 2006). isso vem influenciando nossos hábitos alimentares e
nossa saúde?
Com grande parte das refeições sendo
realizadas fora de casa e as opções acabam incidindo Estas mudanças são responsáveis pela
em alimentos industrializados, de mais fácil e rápida situação de saúde e estado nutricional das populações
preparação (MARTINEZ, 2006; GRACIANO et al, e as consequências apontam para um novo cenário
2000 apud CASAES; TANCREDI, 2012). Entre os anos de problemas relacionados à alimentação e nutrição
de 2002 e 2009 houve um aumento de 24% dos como obesidade, diabetes e alergias alimentares
gastos com alimentação fora do domicílio em todas (MONDINI; MONTEIRO, 1994; MONTEIRO;
as faixas de renda, o que está associado ao aumento MONDINI; COSTA, 2000; MARTIN; MATSHUSHITA;
de alimentos industrializados (CONSEA, 2010). SOUZA, 2004).

No entanto, tais opções como refrigerantes, A estimativa é de que 63% das 57 milhões
sanduíches, salgados e salgadinhos também de mortes ocorridas no mundo em 2008 foram
apresentam em sua composição altos teores de provocadas por doenças não transmissíveis, incluindo
gorduras, sódio e açúcar, bem como baixo teor de doenças cardiovasculares (48%), câncer (21%),
micronutrientes e alto conteúdo calórico (BRASIL, doenças respiratórias crônicas (12%) e diabetes
2012; LOBANCO, 2007). Soma-se a isto a grande (3,5%) (IDEC, 2013).
diversidade desses alimentos, sua alta palatabilidade
e baixo custo (MONTEIRO; MONDINI; COSTA, 2000). Segundo a Pesquisa de Orçamentos Familiares
(POF 2008/2009), o excesso de peso (sobrepeso
Estudos feitos sobre consumo alimentar e obesidade) acomete quase metade dos adultos
permitem verificar que o aumento expressivo no brasileiros, sendo a prevalência de obesidade de
consumo de produtos industrializados ocorreu em 12,5% nos homens e 16,9% nas mulheres. Entre as
detrimento do consumo de carboidratos complexos, crianças de 5 a 9 anos, no período compreendido
legumes, verduras e frutas. De acordo com o entre os anos de 1989 a 2009, as prevalências de
documento da Política Nacional de Alimentação e obesidade foram multiplicadas por quatro entre os
Nutrição, o consumo de frutas e hortaliças, que se meninos (de 4,1% para 16,6%) e, aproximadamente,
mantém estável na última década, ainda é metade por cinco entre as meninas (de 2,4% para 11,8%).
do valor recomendado pelo Guia Alimentar para a No caso dos adolescentes, 6% dos sexo masculino

3
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

e 4% do sexo feminino foram classificados como alimentação inadequada e ao sedentarismo (WHO,


obesos (ANVISA, 2012). 2003). No Brasil, um dos principais avanços obtidos
recentemente foi a incorporação da alimentação como
Os estudos epidemiológicos têm ajudado a um direito social no artigo 6° da Constituição Federal,
esclarecer o papel da dieta na prevenção e controle oficializada em 2010 pela Emenda Constitucional 64
da morbidade e mortalidade precoces resultantes (BRASIL, 2011).
destas doenças, podendo-se inclusive identificar
alguns componentes dietéticos capazes de aumentar No que diz respeito à alimentação, as
as chances de desenvolvimento individual, como recomendações específicas sobre dieta que constam
também algumas intervenções para alterar seu no documento final da estratégia (CGAN, 2004, p. 9)
impacto (MONTEIRO; MONDINI; COSTA, 2000; são:
WHO, 2003).
• manter o equilíbrio energético e o peso saudável;
Desta forma, vêm sendo criadas estratégias
integradas e sustentáveis de prevenção e controle • limitar a ingestão energética procedente
dessas doenças com base nos principais fatores de de gorduras; substituir as gorduras saturadas
risco modificáveis: tabagismo, inatividade física e por insaturadas e eliminar as gorduras trans
alimentação inadequada. Em 2004 a Organização (hidrogenadas);
Mundial de Saúde (OMS) e a Organização Panamericana
de Saúde (OPAS) aprovaram a Estratégia Global para • aumentar o consumo de frutas, legumes e
Promoção da Alimentação Saudável, Atividade Física verduras, cereais integrais e leguminosas (feijões);
e Saúde, objetivando a redução de mortes e doenças
• limitar a ingestão de açúcar livre;
no mundo. (BRASIL, 2011; WHO, 2003).

• limitar a ingestão de sal (sódio) de toda


Anteriormente a isso, documentos oficiais,
procedência e consumir sal iodado.
a exemplo da Lei 8.080, de 1990, já consideravam
a alimentação como um fator condicionante e
Dentre as estratégias que convergem para a
determinante da saúde e apontavam para as ações
promoção da alimentação saudável estão o controle e
de alimentação e nutrição como estratégias que
a regulação de alimentos, que envolvem a rotulagem
devem ser desempenhadas de forma transversal
e a informação, a publicidade e a melhoria do perfil
às ações de saúde (BRASIL, 1990). Tais estratégias
nutricional dos alimentos (WHO, 2003; BRASIL,
devem ser formuladas e implantadas de forma
2012; DAB, 2013).
efetiva e integrada, a fim de garantir aos indivíduos
a capacidade de fazer escolhas saudáveis em relação
Segundo o Departamento de Ação Básica, o
à alimentação e à atividade física, prevendo ações
controle e a regulação dos alimentos buscam também
de caráter regulatório, fiscal e legislativo que visem
a proteção à saúde da população sob os pontos de
tornar essas escolhas factíveis à população (BRASIL,
vista sanitário, biológico, tecnológico e nutricional,
2011).
respeitando sempre o direito de cada cidadão realizar
suas escolhas individualmente.
Assim, a Promoção da Alimentação Adequada
e Saudável (PAAS) figura como estratégia fundamental
As medidas de regulação impedem que
para reversão do atual perfil epidemiológico mundial
haja exposição da população a fatores e situações
e prevenção dos agravos nutricionais e de saúde e
que estimulem práticas não saudáveis, como a
redução da morbidade e mortalidade relacionadas à
regulamentação da venda e propaganda de alimentos

4
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

nas cantinas escolares; da publicidade dirigida ao Considerando-se este contexto, vamos


público infantil e da rotulagem de produtos dirigidos a abordar o que é rotulagem, seus objetivos, conhecer
lactentes. Já as medidas de controle buscam ajudar na como está sua aplicação e adequação e as legislações
adesão a práticas saudáveis, através de informação e que dispõem sobre o assunto.
motivação, como a rotulagem nutricional, programas
de alimentação institucional, cantinas saudáveis 1.1.1 O que é rótulo e para que ele serve?
nas escolas e ambientes de trabalho e espaços que
favoreçam a amamentação. Segundo o dicionário Aurélio, rótulo é um
“Pequeno impresso que se cola em embalagens e
Em resumo, a regulação de alimentos é recipientes para indicar-lhes o conteúdo” (FERREIRA,
o conjunto de medidas técnico-legais, de caráter 2004, p. 1777). O Decreto-Lei 986/1969, que institui
preventivo, adotadas para controlar os riscos as normas básicas sobre alimentos, define rótulo
relacionados aos alimentos. As medidas envolvem como
a regulamentação, fiscalização e monitoramento
dos alimentos e das condições de produção destes, [...] qualquer identificação impressa ou
litografada, bem como os dizeres pintados ou
realizadas por instituições competentes (DAB1).
gravados a fogo, por pressão ou declaração,
aplicados sobre o recipiente, vasilhame,
As esferas de regulação de alimentos estão
envoltório, cartucho ou qualquer outro tipo
vinculadas internacionalmente à comissão do Codex
de embalagem do alimento ou sobre o que
Alimentarius2 e ao programa Organização das Nações
acompanha o continente. (BRASIL, 1969, s/p).
Unidas para Alimentação e Agricultura/Organização
Mundial da Saúde (FAO/OMS). No Brasil, os órgãos A rotulagem tem como objetivo fornecer
responsáveis pela regulamentação técnica são a ao consumidor todas as informações necessárias
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) sobre os alimentos embalados, tais como o local
e o Ministério da Agricultura, que definem o padrão de origem, os ingredientes que foram utilizados, a
de identidade e qualidade dos alimentos. Dentre composição nutricional, a data de validade e a forma
os objetivos, estão as práticas leais no comércio de conservação (Código de Defesa do Consumidor,
de alimentos e o controle dos riscos das Doenças artigo 6º, inciso III). Assim, é possível ao consumidor
Transmitidas por Alimentos (DTAs). escolher adequadamente os produtos visando atender
às suas necessidades, tanto no que diz respeito ao
Além disso, o próprio consumidor tem se
aspecto de saúde, quanto nas questões práticas de
tornado mais exigente frente à diversidade de
aquisição, preparo, consumo e conservação (CÂMARA
produtos novos que são lançados no mercado e à
et al, 2008).
preocupação com a qualidade de vida e a alimentação
(MARTINEZ, 2006; GRACIANO et al 2000 apud 1.1.2 O que se espera da rotulagem?
CASAES; TANCREDI, 2012).
Espera-se que o rótulo traduza fielmente o
que existe no conteúdo da embalagem – ou seja,
1 Fonte: <http://dab.saude.gov.br/portaldab/ape_promocao_ o que compõe o alimento – e que o consumidor
da_saude.php?conteudo=controle>. Acesso em 02/09/2013.
2 “O Codex Alimentarius é o programa conjunto da Organização consiga interpretar corretamente as informações
das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação/ Organização disponíveis. Mas isso é o que realmente acontece?
Mundial de Saúde (FAO/OMS) criado em 1963 para desenvolver
padrões, manuais e normas alimentares internacionais com
Infelizmente, estudos (CÂMARA et al, 2008; COSTA
o objetivo de proteger a saúde dos consumidores e garantir et al, 2012; HISSANAGA; PROENÇA; BLOCK, 2012;
práticas leais de comércio de alimentos”. Fonte: ANVISA (2011).
PROENÇA; SILVEIRA, 2012) têm demonstrado que

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Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

existem irregularidades nos rótulos dos alimentos o consumidor ao erro, comprometendo, inclusive,
quando avaliados considerando-se a legislação sua saúde. Marins et al (2008) identificaram como
específica e as recomendações de saúde. Estas problemas relacionados ao entendimento do
estão relacionadas com a rotulagem geral, com a consumidor, além da falta de confiança, a relação
rotulagem nutricional, a declaração da presença de entre o conteúdo com as propagandas realizadas
glúten, de substâncias alergênicas etc. Em um artigo pela indústria, as informações sobre a presença de
de revisão, baseado na produção acadêmica sobre ingredientes que possam causar disfunções e o uso
a rotulagem de alimentos no Brasil entre os anos de linguagem técnica, o que dificulta o entendimento.
de 1987 e 2004, Câmara et al (2008) constataram
que a principal inadequação estava relacionada aos Analisando os estudos que têm sido feitos e
valores declarados nas informações nutricionais, já estudando a legislação sobre rotulagem, observamos
considerando a tolerância da Anvisa na variação de que grande parte das informações necessárias para
20% dos mesmos. garantir a fidedignidade dos rótulos e o cumprimento
das determinações previstas em legislação são
Quando se avalia a adequação dos rótulos de extremamente técnicas, científicas, ficando
produtos para fins especiais, a exemplo de produtos basicamente detidas pelas indústrias e profissionais
diet e light, estudos realizados por Garcia e Carvalho que atuam na área de alimentos. Elas não chegam
(2011) e Câmara et al (2008) verificaram inadequação ao consumidor, o maior interessado.
em 85% e 100% das amostras, respectivamente. No
primeiro estudo citado, por exemplo, as irregularidades Se todo o processo envolvido na regulação
dizem respeito aos critérios estabelecidos pela e controle dos alimentos visa garantir a saúde da
legislação para declaração do atributo light no que se população, como envolvê-la e fazer com que ela
refere ao valor energético, quantidade de nutriente e se aproprie das informações? O consumidor bem
presença de substância laxativa. informado e consciente pode contribuir muito no
cumprimento das determinações legais através da
Irregularidades em relação à conservação, fiscalização. Estudos apontam para a necessidade
lista de ingredientes, propaganda e lote foram de investimentos em políticas públicas que visem
observados por Costa et al (2012). São elas a auxiliar o consumidor a se apropriar das informações
ausência de declaração da função de aditivos e da disponíveis nos rótulos dos alimentos, para contribuir
forma de conservação após aberto, declarações de no cumprimento efetivo da legislação vigente (COSTA
ser rico em cálcio e de presença de proteína, bem et al, 2012; MARINS et al, 2008).
como declarações do tipo “nova fórmula baseada em
estudo científico”, que podem levar o consumidor ao A Consumers International3 (CI) e suas
engano, entre outras. organizações-membro, entre elas o IDEC, organizaram
um quiz internacional sobre a rotulagem de alimentos
No que se refere à compreensão do consumidor industrializados para demonstrar as dificuldades que
sobre as informações disponibilizadas nos rótulos – os consumidores enfrentam para escolher alimentos
ainda que, segundo Silva (2003), a rotulagem não saudáveis. O objetivo do projeto foi demonstrar os
signifique intenção de compra, já que apenas 23,6% benefícios dos rótulos que apresentam informações
dos indivíduos entrevistados modificaram seus hábitos nutricionais claras e consistentes na parte frontal
alimentares em função das informações contidas nos da embalagem. Os resultados identificaram que
rótulos – e de acordo com Marins et al (2008), os menos da metade dos consumidores saberia avaliar
consumidores não confiam no que está declarado 3 Federação internacional que reúne institutos de defesa do
no rótulo. As informações disponíveis podem induzir consumidor de vários países. Para saber mais acesse: <http://www.
consumersinternational.org>.

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Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

os níveis de sal, açúcar e gordura dos alimentos


industrializados sem um rótulo visível. Ao contrário,
quando a informação nutricional se apresenta na
parte frontal da embalagem, a porcentagem de
consumidores que avaliou corretamente o conteúdo
nutricional do produto subiu para 90%.

Figura 1: Frequência da leitura de rótulo e compreensão da


tabela nutricional pelos brasileiros em 2013. Fonte: <http://www.
idec.org.br/em-acao/revista/dificil-de-decifrar/materia/rotulo-
nutricional-ou-bicho-de-sete-cabecas>. Acesso em 13/06/2013.

Os resultados demonstram que a informação


nutricional é valorizada no momento da compra de
alimentos pois, conforme o resultado acima, a maior
parte das entrevistadas observa os rótulos. No entanto,
apenas 21% das entrevistadas afirmam compreender
Fonte: <www.netconsumo.com/2011/07/rotulos-de-alimentos-
as informações disponibilizadas no rótulo em sua
vao-ter-mais.html>
totalidade. Além disso, menos da metade tinha
Consumidores de nove países foram apresentados conhecimento acerca da obrigatoriedade, por lei, da
a imagens de alimentos industrializados – com e sem rotulagem de alimentos.
informações nutricionais simples – representadas por
De que forma o consumidor pode ter acesso
um código de cores chamado “semáforo nutricional”,
a informações tão importantes? Onde estão as
onde a cor vermelha indica que os alimentos são
legislações e demais documentos que visam orientar
ricos em açúcar, sal, gordura saturada e gordura;
o consumidor? Quem são os órgãos responsáveis por
amarela indica níveis médios; e verde indica nível
esta regulamentação?
baixo. Os participantes foram convidados a estimar
se os alimentos continham alto, médio ou baixo teor
de sal, açúcar e gorduras, e a escolher entre a opção
2 LEGISLAÇÃO PERTINENTE
mais saudável a partir de uma variedade de marcas
No Brasil, cabe ao Ministério da Saúde, através
de produtos semelhantes. No Brasil, participaram da
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, e ao
pesquisa 807 mulheres adultas, de todas as faixas de
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
renda, com idades entre 20 e 65 anos, residentes nas
regulamentar e fiscalizar as questões relativas à
cidades de São Paulo (SP), Goiânia (GO), Salvador
rotulagem de alimentos. Fatores que embasam a
(BA) e Porto Alegre (RS). Dentre as participantes,
regulamentação de alimentos são a necessidade de
50% são portadoras ou residem com alguém portador
aperfeiçoamento contínuo das ações de controle
de doenças como hipertensão, diabetes, obesidade,
sanitário, os interesses em harmonizar os
problemas cardíacos, dislipidemia (colesterol elevado)
instrumentos legais com os do Mercosul e
e osteoporose.
demandas oriundas de processos tecnológicos e
conhecimentos atuais.

7
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

Iremos agora abordar o arcabouço legal que I - Denominação, definição e composição,


dispõe sobre as questões que envolvem a rotulagem compreendendo a descrição do alimento,
de alimentos. Alguns trechos foram reproduzidos na citando o nome científico quando houver e
íntegra, devido à sua relevância. Os documentos4 os requisitos que permitam fixar um critério
podem ser encontrados integralmente no site da de qualidade;
Anvisa.
II - Requisitos de higiene, compreendendo
medidas sanitárias concretas e demais
Nesta primeira parte abordaremos a legislação que
disposições necessárias à obtenção de um
traz informações mais gerais sobre o que deve ou
alimento puro, comestível e de qualidade
não constar nos rótulos, a respeito de informações,
comercial;
declarações, origem do produto, denominação de
venda, validade, lote, quantidade etc. Posteriormente, III - Aditivos intencionais que podem ser
veremos a legislação mais específica sobre composição empregados, abrangendo a finalidade do
nutricional dos alimentos. Discutiremos sobre a emprego e o limite de adição;
tabela de informação nutricional e as declarações de
propriedades nutricionais, que dirão quanto de cada IV - Requisitos aplicáveis a peso e medida;
nutriente está presente em cada porção de alimento.
Conheceremos também os documentos que definem V - Requisitos relativos à rotulagem e
os termos e os atributos que podem ser declarados e apresentação do produto;
também os critérios para que isto ocorra.
VI - Métodos de colheita de amostra, ensaio
e análise do alimento. (BRASIL, 1969, p. 4).
2.1 Normas básicas sobre
alimentos
Decreto-Lei no 986, de 1969 – Institui as Tais exigências visam garantir a qualidade
normas básicas sobre alimentos. físico-química, observando-se os aspectos
nutricionais, e também a microbiológica, visando
Umas das primeiras legislações relacionadas a à inocuidade dos alimentos. Quanto às questões
alimentos foi o Decreto-Lei no 986, de 1969 (BRASIL, específicas de rotulagem, segundo o Artigo 11 do
1969). Embora algumas definições e procedimentos mesmo decreto-lei, são informações obrigatórias:
tenham sido incorporados às legislações mais
recentes, ainda está em vigor, visto que se trata
de uma legislação bastante abrangente. Estabelece
definições sobre alimentos, procedimentos para I - a qualidade, a natureza e o tipo
seu registro e controle, rotulagem, utilização de do alimento, observadas a definição, a
aditivos, critérios para fiscalização e identificação descrição e a classificação estabelecida no
respectivo padrão de identidade e qualidade
de alterações. Também prevê que cada tipo ou
ou no rótulo arquivado no órgão competente
espécie de alimento deverá apresentar um padrão de
do Ministério da Saúde, no caso de alimento
identidade e qualidade que contemple:
de fantasia ou artificial, ou de alimento não
padronizado;

II - Nome e/ou a marca do alimento;


4 Disponível em <http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/
Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Alimentos/Assuntos+de+Interesse/
Legislacao>. Acesso em 02/09/2013.
III - Nome do fabricante ou produtor;

8
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

IV - Sede da fábrica ou local de produção; Esta resolução substituiu a Portaria nº 42 de


1998, referente à Rotulagem Geral de Alimentos e
V - Número de registro do alimento no órgão Bebidas Embalados. Um de seus objetivos, como o
competente do Ministério da Saúde; de outras legislações, é compatibilizar a legislação
nacional sobre rotulagem de alimentos com a do
VI - Indicação do emprego de aditivo
Mercosul (Resoluções GMC nº 06/94 e 21/02),
intencional, mencionando-o expressamente
facilitando o livre-comércio. Aplica-se à rotulagem de
ou indicando o código de identificação
todo alimento comercializado – independentemente
correspondente com a especificação da
classe a que pertencer; de sua origem – embalado na ausência do cliente e
pronto para oferta ao consumidor.
VII - Número de identificação da partida,
lote ou data de fabricação, quando se tratar de Para alimentos que apresentam características
alimento perecível; particulares, existem regulamentações específicas
que devem ser aplicadas de maneira complementar
VIII - O peso ou o volume líquido; a esta RDC. Desta resolução podemos destacar
basicamente as informações obrigatórias, ou seja,
IX - Outras indicações que venham a ser tudo que deve constar nos rótulos, e as “proibidas”,
fixadas em regulamentos. (BRASIL, 1969, p. aquilo que o rótulo não pode apresentar, ou levaria o
3). consumidor ao erro.

2.2.1 Que informações o rótulo deve


conter?
São proibidas a apresentação de informações,
expressões falsas ou figuras que possam levar o
No item 5 da RDC, encontramos a relação de
consumidor a erro ou que sugiram alguma “vantagem”
informações obrigatórias:
comercial com relação a produtos similares. Muitas das
disposições previstas neste decreto-lei encontram-
se nas demais regulamentações sobre rotulagem
de alimentos, atendendo às especificidades de cada
documento.

A seguir, veremos as legislações específicas sobre


rotulagem de alimentos, disponíveis no site da Anvisa
(www.anvisa.gov.br).
Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/-Cscu_S86enA/
2.2 Rotulagem de alimentos UKEBK5qHUHI/AAAAAAAAAFE/VxgD9kxQ_zM/

embalados s1600/r%C3%B3tulo+1.jpg>.

- Denominação de venda do alimento;


RDC no 259 de 20 de setembro de 2002
– Aprova o Regulamento Técnico sobre Rotulagem
- Lista de ingredientes;
de Alimentos Embalados (modificada pela RDC no
123, que altera o subitem 3.3. do Anexo). (ANVISA,
- Conteúdos líquidos;
2002a).
- Identificação da origem;

9
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

- Nome ou razão social e endereço do importador,


no caso de alimentos importados;

- Identificação do lote;

- Prazo de validade;
Figura 3: Lista de ingredientes de geleia de goiaba. Fonte: LEIS
- Instruções sobre o preparo e uso do alimento, (2013).

quando necessário. (ANVISA, 2002a, p. 4).


Aqueles alimentos que apresentam um único
O que é denominação de venda do alimento? ingrediente, a exemplo do amido de milho, do açúcar,
do café, e da farinha de mandioca, não precisam
Ela indica que tipo de produto está sendo vendido, apresentar lista de ingredientes.
definido conforme regulamento técnico específico.
Ex: O que significa conteúdo líquido?

De acordo com a Portaria nº 157/2002 do


INMETRO, que aprova o Regulamento Técnico
Metrológico, estabelecendo a forma de expressar o
conteúdo líquido a ser utilizado nos produtos pré-
medidos, item 4.2:

Os produtos pré-medidos que apresentam


duas fases (uma sólida e outra líquida, como
exemplo as conservas vegetais) separáveis
por filtragem simples, deverão indicar,
impressas na vista principal da embalagem,
as indicações quantitativas referentes ao
conteúdo líquido e o conteúdo drenado
Figura 2: Embalagem de amido de milho. Fonte: LEIS (2013).
precedidos das expressões: ‘PESO LÍQUIDO’
e ‘PESO DRENADO’ , em caracteres iguais
Pela lista de ingredientes conhecemos a em dimensão e destaque. (INMETRO, 2002).
composição do alimento. A lista deve estar em
ordem decrescente, ou seja, do ingrediente que está
em maior quantidade para o que está em menor
quantidade. No final da lista geralmente estão os
aditivos, com sua função seguida do seu nome
completo ou seu número INS (Sistema Internacional
de Numeração, elaborado pelo Codex Alimentarius
FAO/OMS), ou ambos. Quando forem utilizados dois Figura 4: Peso líquido e peso drenado de vidro de azeitona.
ou mais aditivos com a mesma função, podem ser Fonte: LEIS (2013).
mencionados agrupados, um após o outro. No caso
dos aromatizantes declara-se somente a função. A De acordo com a mesma portaria supracitada,
classificação é opcional. o peso drenado é “[...] a quantidade do produto
declarada na embalagem, excluindo-se o peso da
própria embalagem e de qualquer líquido, solução,

10
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

caldo, vinagre, azeite, óleo ou suco usados como


conservantes” . (INMETRO, 2002, p. 2).

A indicação quantitativa do conteúdo líquido deve


ser feita de forma que haja contraste com o fundo na
qual é impressa. Em embalagens transparentes, a cor Figura 7: Exemplo fictício de apresentação da identificação da
da indicação deve contrastar com a cor do produto origem de um alimento. Fonte: LEIS (2013).

embalado.
Nos alimentos importados, devem também constar
Exemplos: o nome ou razão social e endereço do importador,
pelos mesmos motivos citados anteriormente.

Como se faz a identificação do lote?

Esta informação é fundamental para a


rastreabilidade do produto, caso haja algum problema
com o lote. É possível identificar o caminho percorrido
pelo alimento e fazer um recolhimento do produto,
Figuras 5 e 6: Embalagem de amido de milho e embalagem de caso necessário.
arroz polido. Fonte: LEIS (2013).

Recentemente houve problemas com um produto à


Por que é importante constar no rótulo a
base de soja, no qual foi detectada a presença de um
identificação da origem?
agente sanificante que provocava queimaduras nos
Esta é a informação que permite ao consumidor consumidores. A empresa então, por determinação
conhecer quem é o fabricante do produto e onde ele da Anvisa, fez o recall dos produtos, informando aos
foi fabricado, permitindo contato, caso necessário. A consumidores o lote que estava com problemas.
identificação da origem é então caracterizada pelas
Cada fabricante, produtor ou fracionador do
seguintes informações:
alimento estabelece o lote segundo seus critérios,
- o nome (razão social) do fabricante ou produtor que devem atender à seguinte recomendação:
ou fracionador ou titular (proprietário) da marca;
Todo rótulo deve ter impresso, gravado
ou marcado de qualquer outro modo, uma
- endereço completo;
indicação em código ou linguagem clara, que
permita identificar o Lote a que pertence o
- país de origem e município;
alimento, de forma que seja visível, legível e
indelével (item 6.5.1). Pode-se utilizar:
- número de registro ou código de identificação
do estabelecimento fabricante junto ao órgão
a) um código-chave precedido da letra
competente. ‘L’;

- Para identificar a origem deve ser utilizada b) a data de fabricação, embalagem


uma das seguintes expressões: ‘fabricado em...’ , ou de prazo de validade, sempre que a(s)
‘produto...’ ou ‘indústria...’ (ANVISA, 2002a, p. 7). mesma(s) indique(m), pelo menos, o dia
e o mês ou o mês e o ano (nesta ordem).
(ANVISA, 2002a, p. 8).

11
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

O rótulo também deve conter o prazo de vinhos de frutas e vinhos espumantes de frutas;
validade. bebidas alcoólicas que contenham 10% (v/v)
ou mais de álcool; produtos de panificação e
De acordo com o item 6 da RDC 259 de confeitaria que, pela natureza de conteúdo,
2002, a não ser que um Regulamento Técnico sejam em geral consumidos dentro de 24 horas
específico indique alguma forma específica, o prazo seguintes à sua fabricação; vinagre; açúcar
deve ser declarado com as seguintes expressões: sólido; produtos de confeitaria à base de açúcar,
aromatizados e ou coloridos, tais como: balas,
“prazo de validade” ; “consumir antes de...” ; “válido
caramelos, confeitos, pastilhas e similares;
até...” ; “validade...” ; “val:...” (como no exemplo
goma de mascar; sal de qualidade alimentar
acima); “vence...” ; “vencimento...” ; “vto:...” ;
(não se aplica para sal enriquecido), alimentos
“venc:....” ; “consumir preferencialmente antes de...”
isentos por Regulamentos Técnicos específicos.
acompanhadas: (ANVISA, 2002a, p. 9).

- do prazo de validade;

- ou de uma indicação clara do local onde


Alimentos que exigem condições especiais para
consta o prazo de validade;
sua conservação, inclusive aqueles que podem se
alterar depois de abertas suas embalagens, devem
- ou de uma impressão através de perfurações
apresentar legenda com caracteres bem legíveis,
ou marcas indeléveis;
indicando os cuidados necessários para manter suas
- do dia e do mês para produtos que tenham características normais. Devem ser indicadas as
prazo de validade não superior a três meses; temperaturas máxima e mínima para a conservação
do alimento e o tempo que o fabricante, produtor
- do mês e o ano para produtos que tenham ou fracionador garante sua durabilidade nessas
prazo de validade superior a três meses. condições.
Se o mês de vencimento for dezembro, basta
indicar o ano, com a expressão ‘fim de......’ (ano). No caso de alimentos congelados, pode constar
(ANVISA, 2002a, p. 8, sem grifo no original). a data de vencimento para cada temperatura, ou
então o prazo de validade para cada temperatura,
indicando o dia, o mês e o ano de fabricação (data
de fabricação):

Figura 8: Validade e lote de um produto alimentício. Fonte: LEIS


(2013).

Não é exigida a indicação do prazo de validade


para:

Frutas e hortaliças frescas, incluídas as


Figura 9: tabela com conservação doméstica em embalagem de
batatas não descascadas, cortadas ou tratadas frango. Fonte: LEIS (2013).
de outra forma análoga; vinhos, vinhos licorosos,
vinhos espumantes, vinhos aromatizados,

12
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

Para aqueles alimentos que requerem tratar de especiarias e de ervas aromáticas. Porém, a
reconstituição, descongelamento ou qualquer embalagem que contiver as unidades pequenas deve
tratamento que deve ser dado pelo consumidor apresentar a totalidade da informação obrigatória
para o uso correto do produto, as instruções devem exigida.
ser claras, de modo que seja garantida a correta
utilização do alimento. Agora que já vimos o que os rótulos devem informar
ao consumidor, vejamos aquelas informações que não
podem constar: quaisquer informações que possam
induzir o consumidor a erro, ou fazê-lo adquirir e
consumir o produto pensando que está adquirindo
benefícios que o mesmo não pode oferecer. Segundo
a resolução RDC no 259 de 2002, item 3, podemos
dividi-las da seguinte forma:

[...] a informação falsa, incorreta,


insuficiente, ou que possa induzir o
consumidor a equívoco, erro, confusão ou
engano, em relação à verdadeira natureza,
composição, procedência, tipo, qualidade,
quantidade, validade, rendimento ou forma
de uso do alimento. (ANVISA, 2002a, p. 3).

- Alimentos que demonstrem que o consumo


de uma determinada quantidade seja equivalente
ao consumo de determinada quantidade de um
outro alimento não equivalente, mesmo havendo
equivalência em determinado nutriente. Essa
Figuras 10 e 11: Sugestão de preparo de Capuccino e cuidados comparação pode levar o consumidor ao erro.
no manuseio em embalagem de frango. Fonte: LEIS (2013). Exemplo: “Danoninho, vale por um bifinho”.

No painel principal ainda devem constar a - Que “[...] atribua efeitos ou propriedades que
denominação de venda do alimento, sua qualidade, não possuam ou não possam ser demonstradas,
pureza ou mistura. Exemplos: “leite em pó integral”, como alegar que o consumo do produto pode reduzir
“leite em pó parcialmente desnatado” ou “leite em o risco de doença” . (ANVISA, 2002a, p. 3).
pó desnatado”. Ainda de acordo com a RDC 259
de 2002, “[...] o tamanho das letras e números - Destacar “[...] a presença ou ausência de
da rotulagem obrigatória, exceto a indicação dos componentes que sejam intrínsecos ou próprios
conteúdos líquidos, não pode ser inferior a 1mm” . de alimentos de igual natureza, exceto nos casos
(ANVISA, 2002a, p. 10). previstos em Regulamentos Técnicos específicos”
(ANVISA, 2002a, p. 3). Exemplo clássico do óleo
As unidades pequenas, segundo a mesma vegetal: “Óleo sem colesterol”. O correto é: “Óleo
resolução, cuja superfície do painel principal para sem colesterol, como todo óleo vegetal”.
rotulagem, depois de embaladas, for inferior a 10
cm2 podem apresentar apenas a denominação de - Ressaltar, “[...] em certos tipos de alimentos
venda e a marca do produto, a não ser quando se processados, a presença de componentes que sejam

13
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

adicionados como ingredientes em todos os alimentos I - nome da fonte;


com tecnologia de fabricação semelhante” (ANVISA,
2002a, p. 3): II - local da fonte, Município e Estado;

Anunciar uma frase como “Catchup preparado III - classificação da água;


com tomates”, sendo que todo catchup deve conter
IV - composição química, expressa em
tomates em sua composição.
miligramas por litro, contendo, no mínimo,
os oito elementos predominantes, sob a
- Ressaltar
forma iônica;
[...] qualidades que possam induzir a
V - características físico-químicas na
engano com relação a reais ou supostas
surgência;
propriedades terapêuticas que alguns
componentes ou ingredientes tenham
VI - nome do laboratório, número e data
ou possam ter quando consumidos em
da análise da água;
quantidades diferentes daquelas que
se encontram no alimento ou quando
VII - volume expresso em litros ou
consumidos sob forma farmacêutica;
mililitros;
indique que o alimento possui propriedades
medicinais ou terapêuticas; aconselhe seu
VIII - número e data da concessão de
consumo como estimulante, para melhorar
lavra, e número do processo seguido do
a saúde, para prevenir doenças ou com ação
nome ‘DNPM’;
curativa: (ANVISA, 2002a, p.3).
IX - nome da empresa concessionária e/
Exemplos: “...previne...”; “...provoca tal ou arrendatária, se for o caso, com o número
efeito...”. de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica - CNPJ, do Ministério da Fazenda;
2.3 Água mineral
X - duração, em meses, do produto,
Portaria n 470 de 24 de novembro de 1999
o destacando-se a data de envasamento
por meio de impressão indelével na
– Define que o rótulo a ser utilizado no embalagem, no rótulo, ou na tampa;
envasamento de água mineral e potável de mesa
deverá ser aprovado pelo Departamento Nacional XI - se à água for adicionado gás carbônico,
de Produção Mineral – DNPM, a requerimento do as expressões ‘gaseificada artificialmente;’
interessado, após a publicação, no Diário Oficial da
XII - as expressões ‘Indústria Brasileira’
União, da respectiva portaria de concessão de lavra.
[...] (MME, 2002, p. 2, sem grifo no original).

De acordo com esta portaria, aqueles


interessados em envasar e comercializar água mineral
devem apresentar requerimento com o modelo Pode-se utilizar qualquer marca e outros dizeres
de rótulo pretendido, no qual deverão constar os que obedeçam às disposições do Código de Águas
seguintes elementos informativos, conforme o texto Minerais, desta portaria e das demais normas legais
oficial do Ministério de Minas e Energia: aplicáveis, inclusive das previstas no Código de
Defesa do Consumidor. Não poderão constar do rótulo

14
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

informações relativas a propriedades terapêuticas, alérgicas à tartrazina, como asma, bronquite, rinite,
expressões que supervalorizem a água, eventuais náusea, broncoespasmos, urticária, eczema e dor
características ou ainda qualquer designação de cabeça. Mesmo tendo encontrado uma baixa
suscetível de causar confusão ao consumidor. incidência de sensibilidade na população, optou-se
por informar a presença da substância nos rótulos de
A cápsula de metal ou outro dispositivo empregado produtos, a fim de evitar possíveis confusões entre
para vedar as embalagens de água mineral e potável reações alérgicas e os efeitos colaterais ao princípio
de mesa são considerados como extensão do rótulo. ativo do medicamento. Assim, desde a década de
80 a agência Food and Drug Administration (FDA),
2.4 Alimentos que contenham órgão de controle do governo dos Estados Unidos,
corante amarelo tartrazina exige que o corante tartrazina seja listado no rótulo
de todos os produtos que o contenham, de modo que
Resolução RDC no 340 de 13 de dezembro os consumidores sensíveis possam evitá-lo. Em 2001,
de 2002 – Determina que as empresas fabricantes tornou obrigatória, em alguns medicamentos de uso
de alimentos que contenham na sua composição o em humanos, a presença da seguinte advertência:
corante tartrazina (INS 102) devem obrigatoriamente
declarar na rotulagem, na lista de ingredientes, o Este produto contém FD&C Yellow Nº. 5
nome do corante tartrazina por extenso (tartrazina) que pode causar reações do tipo
alérgica (incluindo asma bronquial) em certas
Art. 1º As empresas fabricantes de alimentos pessoas susceptíveis. Embora a incidência de
que contenham na sua composição o corante sensibilidade a FD&C Yellow Nº. 5 (tartrazina)
tartrazina (INS 102) devem obrigatoriamente na população em geral seja baixa, esta é
declarar na rotulagem, na lista de ingredientes, frequentemente observada em pacientes que
o nome do corante tartrazina por extenso. também possuem hipersensibilidade à aspirina.
(ANVISA, 2002b, p. 2). (ANVISA, 2007).

A tartrazina, também conhecida como E102, Ainda de acordo com informe técnico, em
é um pigmento sintético que confere a cor amarelo- 2002 a Anvisa publicou uma resolução, da qual não
limão. É bastante utilizada na indústria farmacêutica, se menciona o número, determinando o uso da
em cosméticos, medicamentos e também alimentos. advertência em medicamentos contendo o corante
De acordo com a PROTESTE (2011, s/p), tartrazina (Amarelo FD&C nº. 5): “Este produto
contém o corante amarelo de TARTRAZINA que pode
[...] é o corante que provoca mais reações causar reações de natureza alérgica, entre as quais
alérgicas (crises de asma, urticária, dermatites, asma brônquica, especialmente em pessoas alérgicas
eczema), principalmente em asmáticos, pessoas ao Ácido Acetil Salicílico [sic]” (ANVISA, 2007).
com intolerância ao ácido acetilsalicílico ou Por meio de uma consulta pública, também propôs
que sofram de urticária; possíveis resíduos a inclusão de uma advertência em alimentos. Foi
de substâncias potencialmente cancerígenas; feita uma discussão científica sobre a utilização do
suspeito quanto à hiperatividade e déficit de
corante amarelo tartrazina quanto aos seus aspectos
atenção.
fisiológicos, bioquímicos, tecnológicos e de segurança
de uso. Participaram especialistas e representantes
Segundo informe técnico no 30 de 24 de
de diversas áreas de interesse, incluindo médicos,
julho de 2007 da Anvisa (ANVISA, 2007), estudos
instituições nacionais de pesquisa, representantes
realizados nos Estados Unidos e na Europa desde
de diversas associações como a Associação Brasileira
a década de 70 demonstraram casos de reações
de Engenharia de Alimentos e Associação Brasileira

15
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

das Indústrias da Alimentação, além de técnicos de


várias áreas da Anvisa. Entretanto, deduziu-se que
os estudos sobre os efeitos alérgicos da tartrazina
ainda não são conclusivos. Definiu-se apenas que
deveria ser informada ao consumidor a presença do
aditivo na lista de ingredientes, por extenso e sem
destaque dos mesmos, como no caso do glúten e da
fenilalanina.

Figura 12: Rótulo de balas de goma tipo americana em sabores


Como outros aditivos de utilização aprovada, o sortidos de creme de frutas. Fonte: LEIS (2013).
corante tartrazina tem sua Ingestão Diária Aceitável
(IDA) estabelecida pelo Joint FAO/WHO Expert A informação disponível ao consumidor é apenas
Committee on Food Additives – JECFA em 7,5mg/Kg a de que o produto contém ou não o corante. Mas as
de peso corpóreo. Resta a dúvida: qual a quantidade quantidades são exibidas? Como o consumidor pode
do corante presente nos alimentos, já que esta administrar o consumo de alimentos que contêm
informação não é declarada no rótulo? essas substâncias? Como saber se está consumindo
quantidades excessivas?
Às indústrias, cabe respeitar os limites estabelecidos
pelos regulamentos técnicos específicos. No caso de Para saber mais sobre aditivos e conhecer as
balas e caramelos, o limite máximo de tartrazina como legislações que regulamentam seu uso5, visite o site da
corante é 0,030g/100g. Esta informação consta do Anvisa. Neste podemos ver a descrição das seguintes
Regulamento Técnico que aprova o uso de Aditivos portarias e resoluções para aditivos alimentares e
Alimentares, estabelecendo suas Funções e seus coadjunvantes de tecnologia, entre outras:
Limites Máximos Para A Categoria de Alimentos 5:
Balas, Confeitos, Bombons, Chocolates e Similares, - Portaria nº 540/1997. Regulamento Técnico:
aprovado pela Resolução nº 387, de 05 de agosto Aditivos Alimentares – definições, classificação e
de 1999. (ANVISA, 1999). emprego.

Segundo a RDC 259 (ANVISA, 2002a), os - Portaria nº 503/1998. Inclusão da goma gelana
aditivos alimentares devem ser declarados na lista (INS 418) na lista de aditivos da Legislação Brasileira
de ingredientes, ao final, da seguinte forma: função com as funções de estabilizante, espessante e
principal no alimento; nome completo ou número gelificante, em quantidade suficiente para obter o
INS, ou ambos; os aromatizantes podem ou não efeito desejado (q.s.p.).
ser seguidos da classificação, conforme previsto em
regulamento técnico específico. - Portaria nº 376/1999. Inclusão dos aditivos INS
461 Metilcelulose e INS 464 Hidroxipropil Metilcelulose
Vejamos como a informação é disponibilizada no na Legislação Brasileira nas funções espessante e
rótulo: estabilizante.

- Resolução nº 386/1999. “Regulamento Técnico


Sobre Aditivos Utilizados Segundo as Boas Práticas

5 Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/content/


Anvisa+Portal/Anvisa/Inicio/Alimentos/Assuntos+de+Interesse/
Legislacao/Aditivos+Alimentares+e+Coadjuvantes+de+Tecnolo
gia>. Acesso em 02/09/2013.

16
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

de Fabricação e Suas Funções” , contendo a tabela em sua composição qualquer um dos ingredientes
de aditivos e os procedimentos para sua consulta. que contenham glúten devem ser evitados pelos
celíacos. Daí a necessidade de se constar nos rótulos
- Resolução RDC nº 234/2002. RT sobre aditivos a advertência “contém glúten” ou “não contém
utilizados segundo as boas práticas de fabricação e glúten” .
suas funções.

- Resolução RDC nº 2/2007. Aprova regulamento


técnico sobre aditivos aromatizantes.

- Resolução RDC n° 60/07. Regulamento Técnico


sobre “Atribuição de Aditivos e seus Limites Máximos
para a Categoria de Alimentos 6: Cereais e Produtos
de ou a base de Cereais”.

2.5 Alimentos que contém glúten


Lei no 10.674 de 16 de maio de 2003 –
Obriga que os produtos alimentícios comercializados Figuras 13 e 14: Listas de ingredientes de Aveia em Flocos e
Capuccino em pó . Fonte: LEIS (2013).
informem sobre a presença de glúten, como medida
preventiva e de controle da doença celíaca. (BRASIL,
Em dezembro de 2010 houve problemas
2003).
relacionados a divergências de informações em um
determinado produto que na embalagem externa
Segundo esta lei, todos os alimentos
trazia uma informação “não contém glúten”, mas na
industrializados deverão obrigatoriamente declarar,
embalagem interna outra “contém glúten”. Por este
em seu rótulo, as inscrições “contém glúten” ou “não
motivo a empresa foi obrigada a realizar o recall6 dos
contém glúten” , conforme o caso. A advertência deve
lotes onde foi detectado o problema7.
ser impressa nas embalagens e rótulos dos produtos,
assim como em cartazes e materiais de divulgação.
Os caracteres das inscrições devem ser destacados,
2.6 Alimentos que contém
nítidos e de fácil leitura. organismos geneticamente modificados
O glúten é uma proteína presente no trigo, Decreto no 4.680 de 24 de abril de 2003 –
aveia, centeio, cevada e no malte (subproduto Regulamenta o direito à informação, assegurado pela
da cevada). Para alguns indivíduos, a ingestão de Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, quanto aos
alimentos com este tipo de proteína provoca lesão no alimentos e ingredientes alimentares destinados ao
intestino delgado, impedindo a adequada absorção consumo humano ou animal que contenham ou sejam
6 Segundo o Ministério da Justiça, “Recall é a forma pela
dos alimentos (doença celíaca). A única forma de qual um fornecedor vem a público informar que seu produto ou
evitar a manifestação dos sintomas (diarreia crônica, serviço apresenta riscos aos consumidores. Ao mesmo tempo,
recolhe produtos, esclarece fatos e apresenta soluções”. Fonte:
distensão abdominal, anemia, entre outros) é excluir
<http://portal.mj.gov.br/main.asp?View={F84114A3-
completamente o glúten da dieta. O glúten não 05C7-41AC-BA85-936DBE737A1F}&BrowserType=IE
desaparece quando os alimentos são assados ou &LangID=pt-br&params=itemID%3D%7B07CC8CDB-
9312-41E7-A097-E28028802305%7D%3B&UIPartU-
cozidos, e por isto a dieta deve ser seguida à risca. ID=%7B2868BA3C-1C72-4347-BE11-
Portanto, os produtos e alimentos que contenham A26F70F4CB26%7D>. Acesso em 16/11/2013.
7 ANVISA, 2010a.

17
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

produzidos a partir de organismos geneticamente produzido com a utilização de OGM apresentar mais
modificados, sem prejuízo do cumprimento das de 1% do produto. Assim, os rótulos dos produtos
demais normas aplicáveis. (embalados ou vendidos a granel) e dos recipientes
devem apresentar as seguintes expressões:
Portaria no 2.658 de 22 de dezembro de
2003 – Regulamento para o emprego do símbolo - ‘(nome do produto) transgênico’
transgênico.
- ‘contém (nome do ingrediente ou
Os Organismos Geneticamente Modificados ingredientes) transgênico(s)’
(OGM) são definidos como toda entidade biológica
- ou ‘produto produzido a partir de (nome do
cujo material genético (DNA/RNA) foi alterado por
produto) transgênico’
meio de qualquer técnica de engenharia genética
de uma forma que não aconteceria pelas técnicas
Deve constar na lista de ingredientes a espécie
de cruzamento naturais/tradicionais. Através de
doadora do gene:
tecnologia, genes individuais selecionados são
transferidos de um organismo para outro, inclusive
entre diferentes espécies. Desta forma, plantas
geneticamente modificadas estão sendo criadas para
Figura 15: Lista de ingredientes de amido de milho. Fonte: LEIS
o cultivo de matérias-primas e alimentos. O objetivo (2013).
é proteger as plantações, introduzindo códigos
genéticos resistentes a doenças causadas por insetos No caso de alimentos e ingredientes de origem
ou vírus, ou por um aumento da tolerância aos animal, se os animais forem alimentados com ração
herbicidas (BRASIL, 2013). contendo ingredientes transgênicos, conforme o ∙
Decreto no 4.680 de 24 de abril de 2003, o alimento
A utilização dos OGM ainda é uma questão deve apresentar no rótulo:
muito polêmica no mundo. O debate gira em
torno de questões éticas específicas relacionadas, - ‘(nome do animal) alimentado com ração
principalmente, com os efeitos destes no meio contendo ingrediente transgênico’
ambiente e sua utilização na indústria agroalimentar.
Alguns os defendem e outros os condenam. Até - ‘(nome do ingrediente) produzido a partir
então, por ser ainda considerada uma técnica de animal alimentado com ração contendo
nova, existem, também, muitas dúvidas quanto às ingrediente transgênico’ .
consequências para a saúde humana relacionadas à
Os alimentos e ingredientes alimentares que não
ingestão desses alimentos (CAVALLI, 2001).
contêm organismos geneticamente modificados
Por este motivo, o trabalho com a precaução tem nem são produzidos a partir destes, e que tenham
sido desenvolvido, buscando defender a sociedade de similares transgênicos no mercado, podem apresentar
danos advindos da utilização dos OGM. Para atender na rotulagem a declaração: “(nome do produto ou
aos interesses do consumidor temos: ingrediente) livre de transgênicos”.

∙ Decreto no 4.680 de 24 de abril de 2003. ∙ Portaria no 2.658 de 22 de dezembro de


2003
Este decreto aponta que o consumidor tem o direito
de ser informado quando o alimento ou ingrediente Complementando o decreto anterior, a portaria
apresenta o símbolo que deve constar nos rótulos

18
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

dos alimentos contendo mais de 1% de OGM em sua - Na denominação de venda do produto deve-
composição: se observar o disposto em Regulamento Técnico de
Identidade e Qualidade ou RIISPOA.

- Conteúdo líquido: atender o estabelecido no


Regulamento Técnico específico

- Carimbo Oficial da Inspeção Federal

Figura 16: Símbolo de transgênico em embalagem de amido de


milho. Fonte: LEIS (2013).

Para saber mais sobre os OGM, visite os sites:


- Categoria do estabelecimento: Conforme
- Comissão Técnica Nacional de Biossegurança registro no DIPOA (Fábrica de Laticínios, Usina de
- www.ctnbio.gov.br Beneficiamento, Fábrica de Conservas, Matadouro
Frigorífico, Entreposto Frigorífico etc.).
- Agência Nacional de Biossegurança - www.
anbio.org.br - Marca comercial do produto

- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Data de fabricação


- www.embrapa.br
- Expressão de registro do rótulo:
- Leia o parecer do Conselho Federal de
Nutricionistas (disponibilizar no ambiente) - Registro no Ministério da Agricultura SIF/
DIPOA sob nº xxxx/nº SIF.
2. 7 Produtos de origem animal
- Composição: se for adicionado gordura
Instrução Normativa no 22, de 24 de vegetal no processo tecnológico do produto de
novembro de 2005 - Aprova o Regulamento origem animal, deve ser indicada, logo abaixo do
técnico para Rotulagem de Produto de Origem Animal nome do produto, em letras em caixa alta e em
Embalado negrito, a expressão “contém gordura vegetal”.
Os produtos de origem animal, não destinados
Este regulamento técnico segue as diretrizes à alimentação humana, devem conter, além
apresentadas na RDC 259 quanto às informações do carimbo da Inspeção Federal competente,
obrigatórias, mas traz algumas especificidades: a declaração obrigatória “não comestível” nas
embalagens, em caracteres bem destacados.
Os produtos de origem animal próprios à
alimentação dos animais conterão, além do

19
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

carimbo da Inspeção Federal, a declaração A RDC comunica que essas informações podem ser
“alimento para animais”. complementadas com ilustrações, de forma a facilitar
a sua compreensão, mas ressalta que as receitas
2. 8 Carnes de aves e miúdos culinárias não são caracterizadas como instruções
mínimas obrigatórias para controle da Salmonella.
Resolução RDC no 13 de 2 de janeiro de 2001
– Aprova o Regulamento Técnico para Instruções 2.9 Ovos
de Uso, Preparo e Conservação na Rotulagem de
Carne de Aves e Seus Miúdos Crus, Resfriados ou Resolução RDC no 35 de 17 de junho de
Congelados. 2009 – Dispõe sobre a obrigatoriedade de instruções
de conservação e consumo na rotulagem de ovos e
Esta RDC tem como objetivo alertar o dá outras providências
consumidor sobre os riscos de contaminação
por Salmonella sp. em aves e seus miúdos crus, A resolução aplica-se aos entrepostos que
resfriados ou congelados. Ainda que haja controle embalem ovos destinados ao consumo humano, e
nas indústrias, os processos utilizados não garantem considera como ovo “[...] o ovo em casca produzido
a eliminação completa deste micro-organismo, uma por aves domésticas de qualquer espécie, destinado
vez que a Salmonella, nestes produtos, devido às ao consumo humano” e como entreposto de ovos
suas características próprias para consumo, só tem “[...] o estabelecimento destinado ao recebimento,
sua eliminação efetiva com a utilização de calor. Daí classificação, acondicionamento, identificação e
a importância de se ter um controle rigoroso com distribuição de ovos, dispondo ou não de instalações
a matéria-prima crua para evitar a contaminação para sua industrialização”.
de outros alimentos, seja pelo próprio produto
cru, ou pelo contato de utensílios ou das mãos dos Conforme descrito no documento,
manipuladores.
Este Regulamento possui o objetivo de
Assim, as informações mínimas obrigatórias estabelecer a obrigatoriedade de incluir na
previstas no item 4 desta RDC (além dos dizeres rotulagem de ovos as instruções de conservação
e consumo, que auxiliem o consumidor no
exigidos para os alimentos em geral e específicos)
controle do risco associado à presença de
que devem constar em destaque, obrigatoriamente,
Salmonella sp neste alimento. (ANVISA,
são as seguintes expressões, conforme exemplo de
2009, sem grifo no original).
filé de peito:

As instruções são:

I - O consumo deste alimento cru ou mal cozido


pode causar danos à saúde;

Figura 17: Cuidados no manuseio do produto em embalagem II - Manter os ovos preferencialmente


de frango. Fonte: LEIS (2013).
refrigerados.

20
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

produtos, além da conformidade com a legislação


sanitária, ainda que estejam isentos de registro
na Anvisa. Alguns alimentos, além da isenção de
registro, não precisam informar o início de fabricação,
conforme item 5.1.6 da Resolução no 23/2000. São
eles:

• matérias-primas alimentares;
Figura 18: Alerta para o consumo de ovo cru em embalagem de
ovo. Fonte: LEIS (2013). • alimentos in natura;

Observe que a referida legislação não proíbe o • aditivos alimentares inscritos na Farmacopeia
consumo de ovos crus e não obriga o armazenamento Brasileira;
em refrigeração. Os ovos apresentam validade e, na
maioria dos casos, a validade em refrigeração indicada • aditivos alimentares utilizados de acordo com as
na embalagem é o dobro daquela sob refrigeração. Boas Práticas de Fabricação;

2.10 Dispensa e obrigatoriedade de • aditivos alimentares dispensados de registro


pelo órgão competente do Ministério da Saúde:
registro sanitário
• ingredientes alimentares para utilização
Resolução RDC no 27 de 2010 – Dispõe
industrial;
sobre as categorias de alimentos e embalagens
isentos e com obrigatoriedade de registro sanitário.
• produtos (“panificação, de pastifício, de
Revoga o item 8.2 do Anexo da Resolução 23, de 15
pastelaria, de confeitaria, de doceria, de rotisseria e
de março de 2000 e a resolução da Diretoria Colegiada
de sorveteria”) para venda direta ao consumidor no
da Anvisa - RDC nº 278, de 22 de setembro de 2005.
balcão do produtor, “mesmo quando acondicionados
em recipientes ou embalagens com a finalidade de
Resolução no 23 de 2000 – Dispõe sobre
facilitar sua comercialização”. (ANVISA, 2000, p. 5).
o Manual de Procedimentos Básicos para registro e
Dispensa da Obrigatoriedade de registro de produtos
pertinentes à Área de Alimentos.
3 EMBALAGEM
“Embalagem é o recipiente, o pacote ou a
A resolução RDC nº 27 classifica os produtos
embalagem destinada a garantir a conservação e
alimentícios em dois grupos: alimentos dispensados
facilitar o transporte e manuseio dos alimentos.”
da obrigatoriedade de registro e alimentos com
(ANVISA, 2002a). Os tipos de material das
registro obrigatório, conforme anexos I e II do
embalagens são diversos, como plástico, celulósico,
documento. No caso dos produtos isentos de registro,
metálico, vidro, têxtil e elastomérico.
as empresas devem apresentar comunicado de início
de fabricação junto ao órgão de vigilância sanitária
No geral, as embalagens são isentas de registro
onde está localizada a empresa, respeitando os
junto à Anvisa, conforme a RDC nº 27, de 2010.
procedimentos definidos na Resolução no 23/2000.
Contudo, têm a obrigatoriedade de cumprir as
exigências dos regulamentos técnicos específicos,
Todos os alimentos devem atender aos
a não ser nos casos em que são obtidas por novas
regulamentos técnicos específicos, por categoria de
tecnologias, a exemplo de embalagens de PET pós-

21
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

consumo reciclado, em que são obrigadas a obterem - Embalagem primária ou envoltório primário: É
registro antes de serem comercializadas. a embalagem que está em contato direto com os
alimentos.
As empresas que fabricam embalagens que
entram em contato direto com alimentos devem estar - Embalagem secundária ou pacote: É a embalagem
devidamente licenciadas junto ao órgão de vigilância destinada a conter a(s) embalagem(ns) primária(s).
sanitária local e devem observar o atendimento aos
respectivos regulamentos. - Embalagem terciária ou embalagem: É a
embalagem destinada a conter uma ou várias
De acordo com o item 2 Resolução RDC nº 91, de embalagens secundárias .(ANVISA, 2002, p. 2).
11 de maio de 2001,
Quanto à classificação, podem ser:
embalagens e materiais que entram em
contato direto com alimentos (destinados - Rígidas: caracterizam-se por sua dureza
a contê-los, com a finalidade de protegê- (Recipientes metálicos, Vidros, Plásticos rígidos)
los de agente externos, de alterações e de
contaminações, assim como de adulterações); - Semirrígidas: possuem menos dureza do que as
rígidas (Garrafas e recipientes plásticos, Laminados,
equipamentos que entram em Papel cartão)
contato com os alimentos: na elaboração,
fracionamento, armazenamento, comercialização - Flexíveis: possuem baixa dureza (Plásticos
e consumo, incluindo recipientes, máquinas,
–filmes, sacos, pouches; Celulose regenerada
correias transportadoras, tubulações, acessórios,
– celofane; Alumíno – folha; Papel). (SANTOS;
válvulas, utensílios e similares. (ANVISA, 2001,
YOSHIDA, 2011, p. 36).
p. 2).

Suas funções são:


Os regulamentos sobre embalagens são
harmonizados no Mercosul, que utiliza como
- Contenção: acomodar o produto;
referências regulamentos de embalagens e materiais
para contato com alimentos da Comunidade Europeia, - Proteção: combater agentes de contaminação do
do Food and Drug Administration (FDA) dos Estados meio ambiente;
Unidos da América e do Instituto Alemão de Avaliação
de Risco (BfR), entre outros. Os regulamentos8 - Conveniência: adaptar-se às necessidades do
podem ser consultados no site da Anvisa. consumidor da atualidade, porção individual;

A resolução RDC nº 259, de 2002, no item 2, - Comunicação: informar aspectos nutricionais,


definições menciona que as embalagens podem ser marca, preparação, código de barras etc.
divididas em três níveis:
Como já foi mencionado anteriormente, o padrão
de vida atual vem demandando da indústria cada
vez mais opções de alimentos que sejam práticas,
seguras e mais próximas do natural no que diz
respeito às características organolépticas. Neste
8 Disponível em < http://portal.anvisa.gov.br/wps/portal/
anvisa/anvisa/home/alimentos/!ut/p/c5/rY_JcqNAEES_RR9gddF sentido, a indústria tem empreendido em tecnologia,
szZFN7EKgNmq4EMgaYzYhBQiwvt5EzHk0F1feqiryZaIMrboWU1 visando a obtenção de embalagens que, além de
UWY9VfixYxlEm5bqm2IPsAIGk6OJa4l8QoBMsFdEIMhPxYf9-cZ_

22
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

protegerem o alimento e não transmitirem a ele Portaria no 177, de 1999 – Aprova o Regulamento
nenhum de seus componentes, se comuniquem, Técnico “Disposições Gerais Para Embalagens
interajam com o consumidor, com a cadeia produtiva e Equipamentos Celulósicos em Contato com
e com o próprio produto (CAVALCANTI; CHAGAS, Alimentos” .
2006 apud MENDES, 2010).
RDC no 130 de 2002 – Altera o subitem 2.10 do
Surgem então novos conceitos de embalagens. item 2 da Portaria nº 177/99, de 04 de março de
Em um monitoramento realizado por Mendes 1999.
(2010) sobre embalagens ativas, a partir de artigos
científicos e documentos de patentes, essas têm RDC no 129 de 2002 – Aprova o Regulamento
funções que vão além de proteger o alimento, como Técnico sobre Material Celulósico Reciclado.
a absorção de compostos que podem deteriorar os
alimentos e também a liberação de outros compostos RDC no 217, de 2002 – Aprova o Regulamento
que aumentem a vida de prateleira ou auxiliem Técnico sobre Películas de Celulose Regenerada em
no monitoramento da vida de prateleira. Já as Contato com Alimentos.
embalagens inteligentes são aquelas que comunicam
ao consumidor sobre as características e a história dos RDC no 218, de 2002 – Aprova o Regulamento
alimentos, incluindo quaisquer alterações ocorridas Técnico sobre Tripas Sintéticas de Celulose
no produto. Regenerada em Contato com Alimentos.

Para saber mais sobre embalagens consulte, no Embalagens elastoméricas:


site da Anvisa :
RDC no 123, de 2001 – Aprova o Regulamento
Regulamento geral sobre embalagens e Técnico sobre Embalagens e Equipamentos
materiais em contato com alimentos: Elastoméricos em Contato com Alimentos.

RDC no 91, de 2001 – Aprova o Regulamento Embalagens metálicas:


Técnico “Critérios Gerais e Classificação de Materiais
Lei no 9832, de 1999 – Proíbe o uso industrial
para Embalagens e Equipamentos em Contato com
de embalagens metálicas soldadas com liga de
Alimentos”.
chumbo e estanho para acondicionamento de
Adesivos para contato com alimentos: gêneros alimentícios, exceto para produtos secos ou
desidratados.
RDC no 91, de 2001 – Aprova o Regulamento
Técnico “Critérios Gerais e Classificação de Materiais RDC no 20, de 2007 – Aprova o Regulamento
para Embalagens e Equipamentos em Contato com Técnico sobre Disposições para Embalagens,
Alimentos”. Revestimentos, Utensílios, Tampas e Equipamentos
Metálicos em Contato com Alimentos.
Ceras e parafinas:
Embalagens plásticas:
RDC no 122, de 2001 – Aprova o Regulamento
Técnico sobre Ceras e Parafinas em Contato com Portaria no 987, de 1998 – Aprova o Regulamento
Alimentos. Técnico para embalagens descartáveis de polietileno
tereftalato - PET - multicamada destinadas ao
Embalagens celulósicas:

23
Importância da rotulagem de alimentos para a segurança alimentar 1

acondicionamento de bebidas não alcoólicas Embalagens para produtos hortícolas in


carbonatadas. natura:

Resolução no 105, de maio de 1999 – Aprova o Instrução Normativa no 9, de 2002 – Dispõe sobre
Regulamento Técnico “Disposições Gerais para as embalagens destinadas ao acondicionamento de
Embalagens e Equipamentos Plásticos em contato produtos hortícolas in natura.
com Alimentos”.

Resolução no 124, de junho de 2001 – Aprova o


Regulamento Técnico sobre Preparados Formadores
de Películas a base de Polímeros e/ou Resinas
destinados ao revestimento de Alimentos.

RDC no 51 de novembro de 2010 – Dispõe sobre


migração em materiais, embalagens e equipamentos
plásticos destinados a entrar em contato com
alimentos.

RDC no 52 de 2010 – Dispõe sobre corantes em


embalagens e equipamentos plásticos destinados a
estar em contato com alimentos.

RDC no 14 de 2011 – Dispõe sobre a proibição


de uso de bisfenol A em mamadeiras destinadas a
alimentação de lactentes e dá outras providências.

RDC no 56, de 2010 – Dispõe sobre a lista positiva


de monômeros, outras substâncias iniciadoras
e polímeros autorizados para a elaboração de
embalagens e equipamentos plásticos em contato
com alimentos.

Aditivos para embalagens plásticas:

RDC no 17, de 2008 – Dispõe sobre Regulamento


Técnico sobre Lista Positiva de Aditivos para Materiais
Plásticos destinados à Elaboração de Embalagens e
Equipamentos em Contato com Alimentos.

Embalagens de vidro e cerâmica:

Portaria no 27, de 1996 – Aprova o Regulamento


Técnico sobre embalagens e equipamentos de vidro e
cerâmica em contato com alimentos, e não metálicos.

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ALIMENTOS+RESOLU%C3%87%C3%83O+-DC+ modificados, sem prejuízo do cumprimento das
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