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Menopausa e Climatério - GO

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Climatério e Menopausa

Rodízio Ginecologia e Obstetrícia II

Internos:
Bárbara Ellen de Araújo Queiroz
José Ulisses Barros Corrêa de Araújo

Caruaru, 2025
Sumário

01 02 03
Conceitos iniciais Fisiologia Quadro clínico

04 05 06
Diagnóstico Propedêutica Tratamento
complementar
Conceitos iniciais
❖ Climatério: fase de transição entre o período reprodutivo e não
reprodutivo da mulher
-Alterações endócrinas, clínicas e biológicas;
-Processo fisiológico→ Envelhecimento ovariano → Perda
progressiva de função;
-Final da 4ª década e início da 5ª década de vida;
-Processo que gera desconforto físico e emocional.
FEBRASGO, 2019;
FEBRASGO, 2021
Conceitos iniciais

❖ Menopausa: início no último período menstrual

-Identificado retrospectivamente após 12 meses de amenorréia;

-Se menopausa entre 40-45 anos: menopausa precoce;

-Se menopausa <40 anos: insuficiência ovariana prematura.

FEBRASGO, 2019;
FEBRASGO, 2021
Introdução fisiológica - Menacme
Boa disponibilidade de folículos ovarianos

FSH promove a “produção” de estrogênio com maior facilidade

A inibina age com eficiência

Retroalimentação negativa

Ciclo menstrual normal


Climatério - Início das Mudanças
Diminuição quantitativa dos folículos ovarianos

FSH promove a produção de estrogênio com maior “dificuldade”

A inibina B é diminuída

Aumento do FSH (compensatório)

LIberação do folículo Manutenção do estradiol *Depleção folicular*


Menopausa - Falência Ovariana
Diminuição/Insustentabilidade dos folículos ovarianos

FSH com picos sustentados e LH (tardiamente)

Ausência de liberação do folículo

Depleção do estrogênio e
androgênio

Anovulação
Produção periférica
(aromatização)
Ausência de pico do LH

↓ Progesterona
Menopausa - Falência Ovariana
Quadro clínico e diagnóstico
❖ Irregularidade menstrual→ Outros sintomas clínicos;

❖ Diagnóstico clínico (>45a+ queixas sugestivas);

❖ Se dúvida: 2 dosagens de FSH (>25mUI/ml) com intervalo entre

4-6 sem;

❖ Se <45 anos + irregularidade menstrual→ Investigação dos


FEBRASGO, 2021;
sintomas. FEBRASGO, 2022
Irregularidade do ciclo menstrual
❖ Alteração na intensidade, frequência e duração dos fluxos;

❖ Consequência de ciclos anovulatórios→ Alteração no padrão de

excreção de estrogênio e progesterona;

❖ Maiores chances de desenvolvimento de miomas e pólipos.

FEBRASGO, 2019;
FEBRASGO, 2021
Sintomas vasomotores (fogachos)
❖ Sintoma mais comum na transição menopausal e pós menopausa inicial;

❖ Alteração no centro termorregulador;

❖ Súbita sensação de calor intenso, que se inicia na face, região cervical e

parte superior do tórax + sudorese profusa + palpitações;

❖ Geralmente duram cerca de 5-7 anos, sendo 3-4 anos no pós

menopausa.
FEBRASGO, 2019;
FEBRASGO, 2021
Sintomas geniturinários
❖ Alterações histológicas e físicas na vulva, vagina e trato urinário baixo;

❖ Atrofia do epitélio, perda da elasticidade, redução da lubrificação,

aumento do pH vaginal;

❖ Caráter progressivo;

❖ Aumento da frequência urinária, urgência miccional, disúria, ITU,

dispareunia, vulvovaginites, prolapsos genitais.


FEBRASGO, 2019;
FEBRASGO, 2021
Alterações osteoarticulares
❖ Aumento do processo de reabsorção óssea pelo hipoestrogenismo;

❖ Contribuição para o desenvolvimento de osteopenia e osteoporose;

❖ Controvérsia em relação ao acometimento de articulações.

FEBRASGO, 2019;
FEBRASGO, 2021
Outras alterações
❖ Alterações na sexualidade;

-Sintomas genitourinários + baixa de androgênios

❖ Alterações cognitivas e emocionais;

-Sistemas serotoninérgicos e dopaminérgicos, eixo H-H-A

❖ Alterações cardiovasculares

-Estado de vasoconstrição e hipercoagulabilidade


FEBRASGO, 2019;
FEBRASGO, 2021
Propedêutica complementar
❖ TSH se sintomas ou >60 anos;

❖ Avaliar risco cardiovascular;

❖ Densitometria óssea a partir de 65 anos, ou mulheres no climatério +FR;

❖ Rastreamentos;

❖ Exame físico ginecológico.


FEBRASGO, 2022
Tratamento - Terapia Hormonal

❖ Não deve ser realizado rotineiramente - riscos

➢ Hiperplasia (endométrio);

➢ Neoplasias hormônio-dependentes (Mama e Ovário);

➢ Eventos cardioembólicos.
Tratamento - Terapia Hormonal

❖ Indicações

● Sintomas vasomotores;

● Atrofia urogenital;

● Hipogonadismo, falência ovariana primária ou menopausa precoce

cirúrgica sem contraindicações, com benefícios nos sintomas

vasoativos, na prevenção de perda de massa óssea, na cognição;


Tratamento - Terapia Hormonal

❖ Indicações

“Efeito positivo no humor e no sono na transição menopausal, redução do

risco de diabetes mellitus, redução de câncer colorretal (terapia

combinada, ou seja, estrogênio associado a progestagênio), redução do

risco de Alzheimer quando iniciada na pós-menopausa recente e melhora

da qualidade de vida das mulheres sintomáticas.” Não estão no rol de indicações!


Tratamento - Terapia Hormonal
❖ CONTRAindicações

● Doença trombótica ou tromboembólica venosa atual

○ (levar em conta a via de administração);

● Doença hepática descompensada; Absolutas

● Câncer de mama aguardando tratamento;

● Sangramento vaginal de causa desconhecida.


Tratamento - Terapia Hormonal
❖ CONTRAindicações

● Câncer de mama (primeiro grau);

● Câncer de endométrio;

● Adenocarcinoma cervicouterino;
Relativas
● Sarcoma do estroma endometrial;

● Lesão precursora para o câncer de mama;

● Meningeoma – apenas para progestagênio…


Tratamento - Terapia Hormonal
❖ CONTRAindicações
● Doença cardiovascular instalada;

● Trombo

○ Trombótica;

○ Tromboembólica venosa ou
Relativas
○ Presença de fatores de risco elevado;

● Calculose biliar;

● Lúpus eritematoso sistêmico;

● Porfiria.
Tratamento - Terapia Hormonal

❖ Janela de Oportunidade - Risco cardiovascular

❏ Fases:

❏ Transição menopáusica;

❏ Primeiros anos de pós-menopausa;

❏ Riscos cardiovasculares, quando iniciada tardiamente


Tratamento - Terapia Hormonal

❖ Janela de Oportunidade

❏ Idade: Abaixo de 65 anos

❏ ↓ Risco de perda de cognição;

❏ ↓ Risco de Alzheimer;

❏ Riscos cardiovasculares, quando iniciada tardiamente


Tratamento - Terapia Hormonal

❖ Exames que devem ser feitos antes de iniciar a TRH

● Mamografia de rastreamento de no máximo 1 ano;

● Risco cardiovascular

○ (NAMS recomenda a calculadora do Colégio Americano de Cardiologia)

■ Risco cardiovascular < 10%: Pode realizar TRH

■ Risco cardiovascular > 10%: ↑ Risco de eventos cardioembólicos


Tratamento - Terapia Hormonal

❖ Exames que devem ser feitos antes de iniciar a TRH

● Glicemia de jejum;

● Colesterol total e HDL;

● Triglicerídeo
Tratamento - Terapia Hormonal

❖ Exames que devem ser feitos durante a TRH

● Mamografia anual;

● USG Transvaginal;
Sangramento vaginal persistente
● Biópsia;
Tratamento - Terapia Hormonal
❖ Esquemas terapêuticos

❏ Definir os objetivos - estágio e sintomas associados

❏ Escolha da via de administração


Tratamento - Terapia Hormonal
❖ Esquemas terapêuticos

❏ Resultados esperados de acordo com a via de administração


Tratamento - Terapia Hormonal
❖ Esquemas terapêuticos

● Perimenopausa: correção dos ciclos menstruais e a prevenção das

hiperplasias endometriais.

○ Progestagênios em regime cíclico, durante 10-14 dias de cada

mês (ACETATOS - medroxiprogesterona, norestisterona,

nomegestrol. Didrogesterona também pode ser utilizado)


Tratamento - Terapia Hormonal
❖ Esquemas terapêuticos

● Sintomas vasomotores associados:

○ Associação de estrogênios com os progestágenos - combinado sequencial

❏ Pós-menopausa

❏ *Histerectomizadas: uso de isolado de estrogênios, inexiste possibilidade de

hiperplasia endometrial.

❏ Terapia combinada (estrogênios + progestogênios)


Tratamento - Terapia Hormonal
❖ Esquemas terapêuticos - Estrogênio
Uso Oral - Combinadol

Uso Transdérmico
Tratamento - Terapia Hormonal
❖ Esquemas terapêuticos - Progestágenos
Uso Oral

Uso Transdérmico

Uso Vaginal
Tratamento - Terapia Hormonal
❖ Tempo de terapia hormonal

❏ Não há critérios bem definidos;

❏ Análise individual;

❏ Ponderar o fator risco/benefício

❏ Qualidade de vida;

❏ Idade, tempo de pós-menopausa, risco individual de

tromboembolismo, DCV e câncer de mama.


Tratamento - Terapia Hormonal
❖ Suspensão da terapia hormonal

❏ Abrupta x Gradual

❏ Ausência de estudos robustos para servirem de modelo a serem disseminados.

❏ Piora imediatamente severa dos que suspendem a TH abruptamente;

❏ Incidência e intensidade dos sintomas vasomotores semelhantes após 6 meses


Tratamento - Terapia Hormonal
❖ Androgênios

❏ Inidicações:

❏ Queixas sexuais (desejo e excitação)

❏ Insuficiência Androgênica Feminina

❏ Pós-ooforectomia

❏ Bem-estar geral, diminuição de energia, desordens do humor,

fadiga e quadros de depressão leve.


Tratamento - Terapia Hormonal
❖ Androgênios

❏ Visa manter o nível de testosterona plasmático no período reprodutivo

❏ Exceto durante a fase do período ovulatório

❏ Efeitos adversos:

❏ Via de administração;

❏ Dose;

❏ Sensibilidade individual.
Tratamento - Terapia Hormonal
❖ Androgênios - Apresentações
Fármaco VD Dose Características
Tratamento- Terapia não hormonal

Sintomas Vasomotores

❖ Atividade física, perda de peso, resfriamento corporal, evitar estímulos;

❖ Terapia psicocorporal, alimentos e fitoterápicos;

❖ Terapias medicamentosas*: ISRS, IRSN, agonista adrenérgico,

anticonvulsivantes.
FEBRASGO, 2022
Tratamento- Terapia não hormonal

Sintomas Vasomotores

❖ Venlafaxina: 37,5-100 mg/dia;

❖ Paroxetina: 12,5-25mg/dia;

❖ Clonidina: 0,1-0,2 mg/dia;

❖ Gabapentina: 300mg, 12/12h;

❖ Fluoxetina, sertralina, citalopram, escitalopram…


FEBRASGO, 2019
Tratamento- Terapia não hormonal

Sintomas Geniturinários

❖ Lubrificantes vaginais;

❖ Hidratantes vaginais (policarbofila ou ácido hialurônico) → aplicados

regularmente a cada 2-3 dias;

❖ Laser vaginal.
FEBRASGO, 2022
Questões
IAMSP 2022 - Um dos sintomas característicos do climatério são os fogachos, sintomas

neurovegetativos geralmente acompanhados de sudorese, distúrbios do sono, palpitação e

vertigem. Esses sintomas se devem

A) ao hipoestrogenismo.

B) ao aumento acentuado do FSH com ação central importante.

C) à queda do estrogênio e da progesterona, de modo que a terapia hormonal sempre deve

ser de estrogênio e progesterona.

D) à depressão, comum nessa fase da vida da mulher.

E) à diminuição acentuada das endorfinas, cuja ação central é fundamental.


IAMSP 2022 - Um dos sintomas característicos do climatério são os fogachos, sintomas

neurovegetativos geralmente acompanhados de sudorese, distúrbios do sono, palpitação e

vertigem. Esses sintomas se devem

A) ao hipoestrogenismo.

B) ao aumento acentuado do FSH com ação central importante.

C) à queda do estrogênio e da progesterona, de modo que a terapia hormonal sempre deve

ser de estrogênio e progesterona.

D) à depressão, comum nessa fase da vida da mulher.

E) à diminuição acentuada das endorfinas, cuja ação central é fundamental.


HSL SP 2022- Mulher de 53 anos de idade, sem menstruar há mais de um ano, procura
atendimento de rotina. Nega fogachos, ressecamento vaginal e insônia. Como suas
amigas da mesma idade têm essas queixas com frequência, ela gostaria de saber por que
isso não acontece com ela. Ao exame, apresenta PA: 135 × 80 mmHg, IMC: 38 kg/m2.
Vagina com rugosidade preservada, umidade presente. Útero de difícil avaliação pelo
panículo adiposo aumentado. Uma das possíveis causas de ausência de sintomas
climatéricos nessa paciente é a presença de
A) aromatase produzida pela teca interna, que converte progestágenos em estrogênios nos
adipócitos.
B) aromatase nos adipócitos que converte o excesso de estrona em estradiol.
C) níveis estrogênicos altos por conversão de androgênios em estrogênios no tecido adiposo.
D) resistência insulínica, que promove intensa conversão da estrona em estradiol.
E) síndrome dos ovários policísticos, que cursa com aumento de estrogênios circulantes na
pós-menopausa.
HSL SP 2022- Mulher de 53 anos de idade, sem menstruar há mais de um ano, procura
atendimento de rotina. Nega fogachos, ressecamento vaginal e insônia. Como suas
amigas da mesma idade têm essas queixas com frequência, ela gostaria de saber por que
isso não acontece com ela. Ao exame, apresenta PA: 135 × 80 mmHg, IMC: 38 kg/m2.
Vagina com rugosidade preservada, umidade presente. Útero de difícil avaliação pelo
panículo adiposo aumentado. Uma das possíveis causas de ausência de sintomas
climatéricos nessa paciente é a presença de
A) aromatase produzida pela teca interna, que converte progestágenos em estrogênios nos
adipócitos.
B) aromatase nos adipócitos que converte o excesso de estrona em estradiol.
C) níveis estrogênicos altos por conversão de androgênios em estrogênios no tecido adiposo.
D) resistência insulínica, que promove intensa conversão da estrona em estradiol.
E) síndrome dos ovários policísticos, que cursa com aumento de estrogênios circulantes na
pós-menopausa.
UERJ 2022 - Mulher de 53 anos comparece à consulta, informando parada espontânea
da menstruação com sintomas de fogachos há dois anos. Relata ter desejo de iniciar
terapia de reposição hormonal. Trouxe mamografia com laudo de categoria BI-RADS 2. É
diabética com controle glicêmico adequado (hemoglobina glicada < 7), sem outras
comorbidades. Nesse caso, deve-se recomendar utilização de:
A) estrogênios sistêmicos isolados
B) androgênios sistêmicos isolados
C) estrogênios associados a androgênios sistêmicos
D) estrogênios associados a progestogênios sistêmicos
UERJ 2022 - Mulher de 53 anos comparece à consulta, informando parada espontânea
da menstruação com sintomas de fogachos há dois anos. Relata ter desejo de iniciar
terapia de reposição hormonal. Trouxe mamografia com laudo de categoria BI-RADS 2. É
diabética com controle glicêmico adequado (hemoglobina glicada < 7), sem outras
comorbidades. Nesse caso, deve-se recomendar utilização de:
A) estrogênios sistêmicos isolados
B) androgênios sistêmicos isolados
C) estrogênios associados a androgênios sistêmicos
D) estrogênios associados a progestogênios sistêmicos
Referências:
● FEBRASGO. FEMINA et al. Propedêutica mínima no climatério. São Paulo: Modo Comunicação,

2022. v. 50.

● LIAO, A. et al. Ginecologia e obstetrícia Febrasgo para o médico residente. 2. ed. rev. Barueri:

Manole, 2021. 2.886 p.

FEBRASGO. GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA- FEBRASGO PARA O MÉDICO RESIDENTE. 2ªED.BARUERI: MANOLE.2022


OBRIGADO!

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