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Ética e Privacidade Na Comunicação Digital

O documento aborda a ética e a privacidade na comunicação digital, destacando a importância de princípios éticos no uso de tecnologias e a proteção de dados pessoais, conforme a LGPD. Discute os dilemas éticos que surgem no ambiente digital, como a manipulação de dados e a responsabilidade na comunicação, além de enfatizar a necessidade de políticas internas claras e uma cultura organizacional ética. O estudo de caso da Empresa X ilustra as consequências de falhas na proteção de dados e a importância da conformidade com a legislação.
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Ética e Privacidade Na Comunicação Digital

O documento aborda a ética e a privacidade na comunicação digital, destacando a importância de princípios éticos no uso de tecnologias e a proteção de dados pessoais, conforme a LGPD. Discute os dilemas éticos que surgem no ambiente digital, como a manipulação de dados e a responsabilidade na comunicação, além de enfatizar a necessidade de políticas internas claras e uma cultura organizacional ética. O estudo de caso da Empresa X ilustra as consequências de falhas na proteção de dados e a importância da conformidade com a legislação.
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Ética e Privacidade na

Comunicação Digital
Adm. Evandro Luiz Echeverria
Objetivos da Aula
• Refletir sobre as implicações éticas do uso das
tecnologias digitais.
• Compreender os fundamentos da privacidade e da
proteção de dados pessoais.
• Conhecer os principais conceitos da LGPD e seus
impactos nas organizações.
O que precisamos compreender?
• A ética digital envolve princípios e
valores aplicados no ambiente online.
• Com a intensificação do uso das
tecnologias, surgem novos dilemas
morais e jurídicos.

• "A ética, mais do que uma escolha, é


uma necessidade de convivência em
sociedade." – Mario Sergio Cortella
O que é Ética na Era Digital?
• Ética: conjunto de princípios que regem condutas.
• A ética pode ser compreendida como um conjunto de princípios que orientam o
comportamento humano na sociedade. Ela vai além da legalidade: trata de fazer o que
é certo mesmo quando ninguém está observando (CORTELLA, 2004).
• Ética digital: aplicada ao comportamento humano mediado por tecnologia.
• Com a ascensão das tecnologias, surgem novas formas de interação humana mediadas
por dispositivos digitais. A ética digital busca aplicar valores tradicionais, como
respeito, responsabilidade e justiça, a esses ambientes.

“A ética é uma tecnologia de convivência humana.”


– Mario Sergio Cortella
Comunicação Digital:
Um novo cenário ético
• O digital elimina barreiras físicas e acelera processos, mas exige responsabilidade, mas
também facilita a disseminação de informações falsas, manipulação de dados e invasões
de privacidade (CASTELLS, 1999).
• No ambiente digital, a velocidade da informação muitas vezes supera a capacidade de
refletir eticamente sobre o conteúdo. Isso pode gerar comportamentos impulsivos,
vazamento de informações sensíveis e desinformação.
• As empresas estão expostas a riscos reputacionais, pois qualquer falha de comunicação
pode se espalhar viralmente nas redes sociais.
• Tudo que é postado pode ser reproduzido indefinidamente (print, reenvio, repost). Isso exige
responsabilidade em cada mensagem emitida.
• O uso de inteligência artificial, algoritmos e big data nas plataformas de comunicação
também gera dilemas éticos relacionados à privacidade, à manipulação de dados e à
filtragem de conteúdos — temas muito debatidos por estudiosos como Castells (1999) e
Zuboff (2020).
• Uma funcionária reclama de seu trabalho no Twitter. O post viraliza e a empresa é
exposta. Quem está certo?
Dilemas Éticos no
Uso das Tecnologias Digitais

• Publicidade direcionada sem consentimento.


• Falsificação de identidade, manipulação de algoritmos.

• “A reputação digital tornou-se um capital simbólico.” – Bauman


(2008)
Ética nas Redes Sociais Corporativas
• As redes ampliam a
visibilidade do
comportamento do
colaborador.

• A reputação digital de um
funcionário pode
impactar a empresa.
Códigos de Conduta e Boas Práticas
• Políticas internas claras ajudam a alinhar condutas digitais.
• Políticas internas claras e bem comunicadas são essenciais para alinhar as
condutas digitais dos colaboradores em uma organização, garantindo que
todos compreendam e sigam as regras de segurança, ética e responsabilidade
digital. Elas ajudam a evitar problemas legais, minimizar riscos, proteger
dados e promover uma cultura de uso consciente das tecnologias.
• Importante: Definir normas claras; regras sobre o uso seguro de senhas;
promover uma cultura de uso consciente das tecnologias; conformidade com
as leis e regulamentos.
• Cultura organizacional ética fortalece a imagem institucional.
• Ela visa criar um ambiente de trabalho onde as decisões e ações são guiadas
por princípios éticos, em vez de apenas focarem nos resultados financeiros.
Privacidade de Dados:
Conceitos-Chave
• Dados como ativos
• Os dados tornaram-se o "novo petróleo". Empresas os coletam, armazenam e
utilizam para previsões e estratégias comerciais (TAPSCOTT, 1997). Isso exige
responsabilidade ética.

• Dados pessoais: informações que identificam alguém.


• Dados sensíveis: origem racial, crenças, convicções políticas, saúde.
O Papel da Privacidade
na Comunicação
• A privacidade é um direito fundamental (CF/88).
• Direito à privacidade:
• O art. 5º, inciso X da Constituição Federal garante a inviolabilidade da
intimidade, da vida privada, da honra e da imagem.

• Transparência e consentimento são princípios centrais.

• “Privacidade é o poder de controlar a informação sobre si


mesmo.” – Solove, Daniel (2008)
Introdução à LGPD

• Inspirada no modelo europeu (GDPR).


• Regula o tratamento de dados por pessoas físicas e jurídicas.
• Lei 13.709/2018, Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD
• Setembro de 2020 sancionada
• Agosto de 2021 sanções administrativas

• BRASIL. Lei nº 13.709/2018 – Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais.


Disponível em: www.planalto.gov.br
O QUE SÃO DADOS
PESSOAIS?
 Nome
 CPF
 Endereço
 E-mail
 Protocolo de IP
O QUE SÃO DADOS PESSOAIS
SENSÍVEIS?
 Origem racial ou étnica
 Opiniões políticas
 Convicções religiosas
 Dados genéticos
 Filiação sindical
 Dados sobre saúde
 Preferências e orientação sexual
Contexto da proteção de dados

Revolução digital
Mercado
Segurança Nacional
Transparência
Liberdade de expressão
Lei Geral de
Proteção de Dados

LGPD
Impacto da LGPD nas
Instituições

Mudanças estruturais
Revisão de processos
Treinamento de pessoal
Implementação de sistemas de compliance
Mapeamento do fluxo de dados
Alteração de rotinas e processos
Plano de resposta a incidentes
Direito de Corrigir e
Deletar os dados
• Todos tem direito à
revogação, a portabilidade
e à retificação dos dados
pessoais.
• As empresas e organizações
devem fornecer essas
informações de forma clara,
inteligível e simples.
Consentimento
• É importante o consentimento.
• O poder público pode usar os dados sem
pedir, mas precisa organizar e blindar
• Não se aplica para as atividades
jornalísticas, artísticas e acadêmicas.
• Pode ser cancelado a qualquer momento
• Não se aplica somente a internet –
farmácia
• A organização tem que informar as
pessoas que não ceder os dados é uma
possibilidade – pode cadastrar ou não.
• As organizações só devem coletar os
dados necessários aos serviços que
prestam.
QUAIS SÃO AS SANÇOES OU
PENALIDADES PREVISTAS NA LEI LGPD ?
1- ADVERTÊNCIA – com indicação de prazo para a adoção de medidas corretivas
2- MULTA SIMPLES – de até 2% do faturamento do ultimo exercício, excluídos os tributos, limitados a R$
50.000.000,00 por infração
3- MULTA DIÁRIA
4- PUBLICIZAÇÃO DA INFRAÇÃO – Após devidamente apurada e confirmada sua ocorrência
5- BLOQUEIO DOS DADOS PESSOAIS – a que se refere a infração até a sua regularização
6- ELIMINAÇÃO DOS DADOS PESSOAIS – a que se refere a infração
7- SUSPENSÃO PARCIAL DO BANCO DE DADOS – máximo de 6 meses até regularização
8- SUSPENSÃO DO EXERCICIO DA ATIVIDADE DE TRATAMENTO DOS DADOS - 6 meses prorrogável
9- PROIBIÇÃO PARCIAL OU TOTAL DE ATIVIDADES DE TRATAMENTO DOS DADOS Além das sanções
administrativas previstas expressas na LGPD, caso ocorram danos patrimoniais, morais individuais ou
coletivos a empresa ficará obrigada a repará-los. Neste caso feito por meio de ações judiciais
Boas Práticas para a Conformidade
• Treinamentos regulares.
• Política de retenção e descarte de dados.
• Auditorias internas.

• A ética na comunicação digital não é opcional – é condição para a sustentabilidade


organizacional. Em um mundo hiperconectado, a confiança torna-se o ativo mais valioso.

“Confiança leva anos para ser construída, segundos para ser destruída e uma eternidade
para ser reconstruída.”
Warren Buffett
ESTUDO DE CASO
• A Empresa X é uma startup de tecnologia voltada para o desenvolvimento de soluções de e-commerce para pequenas e médias
empresas. Fundada em 2018, está sediada em São Paulo e conta com cerca de 120 funcionários. Em 2024, recebeu um
investimento de R$ 10 milhões para expandir suas operações para outros estados.
• Entre os principais produtos da empresa estão: Plataforma de loja virtual; Sistema de pagamento online; Ferramenta de análise de
comportamento do consumidor.
• A Empresa X lida diretamente com dados pessoais e sensíveis de seus clientes e consumidores finais, como: Nome completo;
Endereço; CPF; Dados de cartão de crédito; Histórico de compras; Preferências de consumo.
• Em fevereiro de 2025, a Empresa X foi alvo de uma matéria jornalística que denunciava o vazamento de dados de mais de 50 mil
consumidores da plataforma. Os dados expostos incluíam nomes, e-mails, CPF e últimos quatro dígitos dos cartões de crédito.
• A notícia revelou que os dados estavam armazenados em planilhas do Google Drive abertas ao público, utilizadas por estagiários
do setor de atendimento para registrar solicitações de suporte.
• A empresa não havia nomeado um Encarregado de Dados (DPO), e não possuía uma Política de Privacidade interna formalizada.
Além disso: Os funcionários não haviam recebido treinamento sobre LGPD; O setor de tecnologia ignorava práticas de segurança
básica, como autenticação em dois fatores; Não havia nenhum canal oficial de atendimento para titulares de dados.
• As Repercussões
• Clientes cancelaram contratos, alegando insegurança.
• A Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) notificou a empresa para prestar esclarecimentos e iniciou um processo de apuração.
• A empresa sofreu uma queda de 30% no número de vendas em um único mês.
• Funcionários denunciaram assédio moral após a diretoria responsabilizar individualmente o setor de atendimento.
• O CEO publicou um pedido de desculpas nas redes sociais, que foi amplamente criticado por ser “frio” e “genérico”.
Perguntas
1. Quais princípios da LGPD foram violados pela Empresa X? Cite pelo
menos três.
2. A empresa agiu de forma ética na condução da crise? Justifique com base
em teorias da ética (ex: ética deontológica, ética utilitarista).
3. Que medidas preventivas poderiam ter evitado o incidente?
4. Como a comunicação pública da empresa poderia ter sido feita de
maneira mais ética e eficiente?
5. Imagine que você é o novo Encarregado de Dados da Empresa X. Quais
seriam suas 5 ações prioritárias para adequar a empresa à LGPD?
6. Qual o papel da liderança organizacional na construção de uma cultura
de privacidade?

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