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Histórias Infantis: Pequenos Contos

O documento apresenta uma coleção de histórias infantis, cada uma com uma mensagem especial sobre aceitação, amizade e a importância de ser diferente. Entre os contos, destacam-se 'O Pinguinzinho Diferente', que ensina que a singularidade é uma forma de especialidade, e 'A Princesa e o Dragão Sonolento', que aborda a superação de medos através da empatia. As narrativas são envolventes e incentivam a imaginação e a reflexão das crianças.
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Histórias Infantis: Pequenos Contos

O documento apresenta uma coleção de histórias infantis, cada uma com uma mensagem especial sobre aceitação, amizade e a importância de ser diferente. Entre os contos, destacam-se 'O Pinguinzinho Diferente', que ensina que a singularidade é uma forma de especialidade, e 'A Princesa e o Dragão Sonolento', que aborda a superação de medos através da empatia. As narrativas são envolventes e incentivam a imaginação e a reflexão das crianças.
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2

Histórias Infantis
Pequenos contos para ler na hora de dormir
3

O Pinguinzinho Diferente

Numa praia gelada, entre muitos filhotes de pinguins, nasceu um pinguinzinho chamado
Nilo.

Só que... Nilo era um pouco diferente dos outros.

Enquanto todos usavam penas pretas e brancas bem arrumadinhas, as de Nilo eram
meio arrepiadas, cinza-claras e com algumas manchinhas douradas.
4

Quando todos deslizavam no gelo com elegância, Nilo tropeçava e girava sem querer.

E quando tentava cantar como os outros filhotes, sua voz fazia um som engraçado —
meio gorjeio, meio assobio.

Alguns riam. Outros cochichavam.

— Por que ele é assim? — diziam.

Nilo não entendia. Só sabia que tentava ser igual, mas... não era.

Um dia, triste e curioso, resolveu andar sozinho até uma parte da praia que ninguém
visitava. Lá, encontrou uma tartaruga muito velha chamada Dona Luma, dormindo ao
sol.

— Por que eu sou tão diferente? — perguntou ele baixinho.

A tartaruga abriu um olho e sorriu.

— Já viu uma estrela reclamar por brilhar diferente?

— Mas eu não sou estrela... sou um pinguim estranho.

— Ah, mas estrelas também nascem estranhas antes de descobrirem que podem
brilhar.
5

Nilo ficou pensando nisso.

Passaram-se os meses. Nilo cresceu. Suas penas ficaram brilhantes e únicas, com tons
que nenhum outro pinguim tinha. Seu jeito de deslizar virou uma dança divertida. E sua
voz? Um som que os outros começaram a achar bonito, porque era alegre, original... e
vinha do coração.

Um dia, enquanto cantava sozinho na beira do mar, um grupo de filhotes se aproximou.

— Você pode nos ensinar a cantar assim? — pediram.

Nilo sorriu.

E naquele momento, percebeu que ser diferente era, na verdade... ser especial.

Fim.
6

A Princesa e o Dragão Sonolento

Era uma vez, num reino rodeado por montanhas azuis, uma princesa chamada Isabela.
Ela adorava caminhar sozinha pelos jardins do castelo, conversar com os passarinhos e
inventar histórias nas nuvens.
7

Um dia, Isabela ouviu um boato pelos corredores do castelo:

— Um dragão se esconde nas cavernas da floresta! — sussurravam os guardas.

— Dizem que ele assusta quem passa por lá...

Curiosa e corajosa, a princesa resolveu descobrir a verdade. Levou consigo um


cobertor, um pãozinho com mel e uma lanterna mágica.

Ao chegar na floresta, escutou um leve ronco vindo de uma caverna. Aproximou-se com
cuidado e... lá estava ele: um dragão enorme, verde como esmeralda, enroscado como
um gato gigante, dormindo profundamente.

Mas o dragão acordou. Ele olhou para Isabela com olhos brilhantes e cansados.

— Você... não vai fugir? — perguntou com voz baixinha.

— Não. Só queria saber se você está bem — respondeu a princesa.

O dragão suspirou.

— Ninguém nunca perguntou isso. Só tenho dificuldade para dormir. Meus roncos são
altos, então todos acham que estou bravo.

Isabela sorriu.
8

— Acho que o mundo precisa de menos medo e mais cobertores — disse, entregando o
seu ao dragão.

— E pão com mel ajuda também.

Naquela noite, a princesa ficou sentada ao lado do novo amigo, contando histórias
baixinho até ele adormecer de novo, bem tranquilo.

Desde então, toda semana, Isabela visitava a caverna. E ninguém mais teve medo do
dragão — agora conhecido como Fofuxo, o Guardião Sonolento da Floresta.

E todas as noites, quando o vento sopra mansinho pelas árvores, se ouve um leve ronco
feliz vindo da caverna... e uma risadinha de princesa.

Fim.
9

A Porta que Não Se Abre

Luna e Tomás eram irmãos e moravam numa casa antiga, daquelas cheias de janelas
grandes, escadas que rangem e segredos escondidos.
10

No fim do corredor do andar de cima, havia uma porta. Uma porta azul, com uma
maçaneta dourada... que nunca abria.

— Já tentou com força? — perguntou Tomás.

— Já. Já tentei empurrar, puxar, até conversar com ela — respondeu Luna.

— Conversar?

— Vai que ela é uma porta mágica...

Foi então que os dois decidiram encontrar a chave.

Reviraram gavetas, vasculharam o jardim, espiaram embaixo dos degraus da escada.


Mas nada.

Até que Tomás teve uma ideia:

— E se a chave não for de ferro?

— Como assim? — perguntou Luna.

— E se a chave for... alguma coisa que a porta esteja esperando?


11

Então Luna olhou bem para a porta. Havia desenhos gravados nela — estrelas, luas,
nuvens...

— Será que a chave é... um desejo?

Os dois se sentaram em frente à porta. Fecharam os olhos e fizeram um pedido juntos:

“Queremos descobrir o que há atrás da porta, mas só se for um lugar calmo, bonito e
cheio de sonhos.”

*Cliiic!*

A maçaneta girou.

A porta se abriu, devagarinho, revelando um pequeno sótão. Dentro, havia almofadas


macias, livros de histórias, estrelas de papel penduradas no teto... e uma janelinha que
mostrava o céu cheio de estrelas de verdade.

Era um lugar feito para sonhar.

Luna e Tomás se deitaram ali mesmo.

— Acho que essa porta só abre quando a gente procura com o coração — sussurrou
Tomás, já bocejando.

— Ou quando a gente acredita em sonhos... — respondeu Luna, quase dormindo.


12

E naquele lugar secreto, os dois irmãos dormiram tranquilos, sonhando juntos pela
primeira vez.

Fim.
13

A Árvore Mágica do Silêncio

No fim de um campo florido, bem depois do riacho e antes da montanha, havia uma
árvore diferente de todas as outras. Ela era grande, com folhas douradas que
balançavam mesmo sem vento, e um tronco tão largo que três crianças juntas não
conseguiam abraçar.
14

Ninguém sabia o nome daquela árvore. Só diziam que era mágica.

Certo dia, uma menina chamada Clara ouviu sua avó contar uma história:

— Dizem que, se você sentar debaixo da árvore mágica e ficar bem quieta... ela te
mostra um segredo.

Clara era curiosa, mas também muito falante. E ficar em silêncio era quase impossível.

Mesmo assim, foi até o campo no dia seguinte. Sentou-se sob os galhos dourados... e
esperou.

— Estou aqui, árvore! Pode mostrar o segredo! — disse animada.

Nada aconteceu.

Ela tentou de novo.

— Estou sentada! Pode começar! — disse, ainda mais alto.

Mas o vento só soprou baixinho, como se desse risada.

Então Clara se deitou na grama, fechou os olhos e respirou bem fundo.

E pela primeira vez naquele dia... ficou em silêncio.


15

Foi aí que ela ouviu.

Não com os ouvidos, mas com o coração.

A árvore sussurrava histórias nas folhas, cantava melodias suaves com os galhos e
mostrava imagens nas nuvens acima: um coelho que voava num balão, um peixe que
lia livros no fundo do mar, um urso que sabia dançar valsa...

Clara ficou ali por horas, sem dizer uma palavra, ouvindo o mundo de outro jeito.

Quando voltou pra casa, a avó perguntou:

— E então? A árvore mostrou algo?

Clara sorriu, com os olhos brilhando:

— Mostrou tudo. Mas só quando eu parei de falar... e comecei a escutar.

E desde aquele dia, Clara sabia que o silêncio também podia ser mágico.

Fim.
16

O Monstro do Lago Azul


17

Numa vila pequenininha, cercada por colinas e árvores dançantes, havia um lago tão
azul que parecia feito de céu líquido.

Todos os moradores diziam a mesma coisa:

— Cuidado com o Lago Azul... dizem que um **monstro** vive lá dentro!

Mas ninguém nunca tinha visto o tal monstro. Só se ouviam barulhos à noite — “pluft!”,
“blublublu!”, e às vezes um “HÓÓÓ” bem longe, que fazia os patos saírem nadando em
disparada.

É claro que isso deixou Léo, um menino de oito anos com botas de borracha e uma
lanterna na mochila, cheio de vontade de investigar.

Numa tarde nublada, Léo foi até o lago com sua melhor amiga, Joana, que era corajosa
e levava um caderno para desenhar pistas.

— E se o monstro for enorme e cheio de dentes? — perguntou Joana.

— A gente oferece bolacha. Ninguém resiste a bolacha. — respondeu Léo.

Chegando lá, viram pegadas esquisitas na lama.

O som “blublublu” ficou mais alto.

— Ele está perto! — cochichou Léo.


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Joana pegou o caderno.

— E se ele for... triste?

Léo pensou.

— Então a gente conversa. Monstros também podem precisar de amigos.

De repente, do meio do lago, surgiu uma cabecinha verde com olhos redondos, um nariz
molhado e orelhas meio tortas.

— HÓÓÓ! — disse ele, assustado.

Os dois também gritaram — mas de susto e riso ao mesmo tempo.

— Você... é o monstro do lago? — perguntou Léo, com cuidado.

O monstrinho assentiu com a cabeça.

— Mas não sou perigoso. Só gosto de cantar à noite... mas canto desafinado.

Joana riu.

— Então o "HÓÓÓ" era você ensaiando?


19

O monstrinho, que se chamava Mufi, ficou todo vermelho de vergonha.

— Eu sempre quis ter alguém pra cantar junto. Mas todo mundo corre...

Léo e Joana olharam um pro outro. E começaram a cantar uma música inventada ali
mesmo, com “plufts” e “blus” e até um “HÓÓÓ” bem bonito.

Naquele dia, o Lago Azul ganhou seu primeiro coral.

E o monstro do lago? Descobriu que a melhor parte de ser estranho... era encontrar
quem gostasse do seu som.

Fim.
20

O Mapa do Tesouro de Papel

Miguel era um menino que adorava guardar coisas que ninguém mais queria:
tampinhas coloridas, pedras com formato de coração, bilhetinhos velhos e até folhas
secas que pareciam carinhas felizes.

Um dia, revirando uma caixa antiga no sótão da sua avó, encontrou algo diferente: um
papel dobrado, amarelado pelo tempo, com linhas tortas, manchas de tinta... e um X
bem no meio.

— Um mapa? — sussurrou Miguel.

— Um mapa do... tesouro?

Chamou sua melhor amiga, Bia, e os dois analisaram o mapa com uma lanterna e uma
lupa de brinquedo.

— Olha! Aqui tem um desenho de um coqueiro... e ali uma pedra com um olho! — disse
Bia.

— Isso parece o quintal da sua avó! — respondeu Miguel, arregalando os olhos.

E lá foram eles.

No jardim, seguiram as pistas:


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Três passos para a direita da laranjeira. Dois pulos até a sombra do cachorro de pedra.
Um giro completo na frente da mangueira velha.

E ali estava: uma pedra redonda com um X desenhado com giz.

— É aqui! — gritou Miguel.

Cavaram com pazinhas de brincar até encontrarem uma caixinha de madeira, bem
fechada.

Abriram com cuidado...

Dentro, havia:

●​ Um espelhinho com moldura de conchinhas


●​ Um colar de miçangas coloridas
●​ Um botão dourado
●​ Um bilhete que dizia: “Este tesouro pertence a quem sabe imaginar. Use com
alegria. Compartilhe com quem sonhar.”

Miguel e Bia sorriram.

— Não é ouro... — disse ele.

— É melhor — completou ela. — É um tesouro de infância.


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Naquela noite, penduraram o mapa no quarto, dividiram o colar, guardaram o botão


como medalha de aventureiros, e se olharam no espelho mágico — que, segundo Bia, só
mostrava pessoas com coração de explorador.

E o mais incrível? No verso do mapa, havia um novo desenho...

Outro X, esperando para ser descoberto.

Fim.
23

O Leão que Tinha Cólica de Rir

Era uma vez um leão chamado Leléu, que não rugia como os outros leões. Em vez de
“ROOOAR”, ele soltava uma gargalhada enorme: “HÁHÁHÁÁÁÁÁ!”

— Leléu, para de rir! — dizia sua mãe.

— Mas eu não consigo! Esse passarinho escorregando no galho foi engraçado demais!

Leléu ria de tudo: da zebra tropeçando, do macaco espirrando, até das nuvens com
formato de bunda!

(— Leléu! Fica quieto!, gritavam os adultos.)

Um dia, o rei da floresta (um leão bem sério) chamou Leléu:

— Você precisa ser forte e bravo, não engraçadinho!

Mas bem nessa hora… um esquilo espirrou e caiu de bunda na coroa do rei!

Leléu explodiu em gargalhadas.

O rei tentou segurar… mas não aguentou!

— HÁHÁHÁÁÁÁÁÁ!
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Logo, toda a floresta estava rindo.

Desde então, Leléu virou o leão mais querido do reino. Não por ser o mais bravo, mas o
mais feliz!

E ele sempre dizia:

“Rir é melhor que rugir.”

Fim.
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A Girafa Que Queria Ser Bailarina

Na savana ensolarada, morava uma girafinha chamada Gigi. Ela era alta, elegante e...
muito desajeitada.
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Gigi não queria correr como os antílopes.

Nem lutar como os rinocerontes.


— Eu quero ser bailarina! — ela dizia, rodopiando com suas patas compridas.

Os outros animais riam:​

— Bailarina? Com esse pescoção?​

— Você vai tropeçar no próprio joelho!

Mas Gigi não se importava.​


Ela praticava todos os dias:​

— Um, dois, três, plié!​

— Quatro, cinco, seis, rodopié! (Ela inventava os nomes, claro.)

Só que… Gigi realmente era atrapalhada.​

Ela tropeçava nos cupinzeiros.​

Caía de bunda na lama.​

Uma vez até derrubou uma árvore com a testa!

Mesmo assim, ela continuava dançando.


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Um dia, a zebra Zazá organizou o “Show de Talentos da Savana” — Alguém quer se


apresentar? — perguntou.

Gigi levantou o pescoço com orgulho:​


— Eu vou dançar balé!

Todos cochicharam:​

— Ihhh… lá vem desastre.

Mas quando a música começou...​

Gigi fechou os olhos…​


E dançou.

Ela girou com graça.​

Ela se equilibrou só com as pontas das patas!​

Seu pescoço alongado flutuava como uma fita no vento.

Todos ficaram de boca aberta.​

Até o leão esqueceu de mastigar sua pipoca.

Quando a música terminou, o público aplaudiu com as patas, asas, trombas e cascos!

Zazá entregou a Gigi uma medalha brilhante:​


🏅 “Melhor Bailarina da Savana”
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Gigi sorriu e disse:

— Eu posso ser alta, magrela e desengonçada…​

— Mas no balé, eu sou uma estrela encantada!

Fim.
29

O Coelhinho Que Não Gostava de Cenoura

No meio de um jardim florido, vivia um coelhinho chamado Nino.

Ele era fofinho, orelhudo, pulava alto e… não gostava de cenoura.

Sim, você leu certo.

Enquanto os outros coelhos comiam cenoura no café da manhã, no lanche e no jantar,


Nino torcia o nariz:

— Eca! Tem gosto de sabão com terra!

— Nino, cenoura é boa pra visão! — dizia a vovó.

— Então por que você usa óculos? — respondia ele, sem pensar.

Ele tentou comer cenoura de todas as formas:


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●​ Ralada = não.
●​ Cozida = não.
●​ Em bolo = quase, mas ainda não.

Nino preferia coisas diferentes:

●​ Melancia geladinha,
●​ Frutas vermelhas,
●​ E até... pepino com mel! (Ninguém entendeu essa.)

Os outros coelhos ficaram preocupados:

— Um coelho que não come cenoura? Isso é contra o manual!

Então chamaram o Grande Conselho dos Coelhos, um grupo sério e muito orelhudo.

Eles ofereceram a Nino a Super Cenoura Dourada, a mais crocante da floresta.

Nino deu uma mordida.

Fez careta.

E disse:
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— Não dá. Prefiro minha melancia com queijo minas.

Houve silêncio.

Muito silêncio.

Até que o coelho mais velho, com bigode branco, falou:

— Sabem... talvez o importante não seja o que ele come... mas o quanto ele pula feliz
depois!

Todos olharam para Nino, que já estava pulando feito pipoca.

— YAHOOOOO!

Desde então, ele virou o “Coelho Alternativo da Colônia”, com sua barraca de sucos
tropicais e saladas esquisitas.

E quer saber?

Ele era o mais saudável de todos.


32

FIM.

O Elefante Que Tinha Medo de Formiga

No coração da floresta verdejante, vivia um elefante enorme chamado Tonhão.


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Ele era forte, corajoso, e... tinha pavor de formigas.

Sim, formigas. Aquelas pequenininhas, que nem fazem cócegas.

— Mas elas são minúsculas, Tonhão! — diziam os amigos.

— Minúsculas, sim… mas rapidinhas! Elas andam em fila, fazem planos e entram no seu
ouvido! — dizia Tonhão, com os olhos arregalados.

Um dia, a floresta se preparava para o Grande Piquenique Animal.

Todos levavam algo:

O tamanduá levou suco de cupuaçu.

A jaguatirica levou biscoitos de banana.

E Tonhão? Levava uma enorme torta de amendoim — seu prato especial!

Ele caminhava todo orgulhoso, equilibrando a torta na tromba, quando ouviu um cric
cric no chão.

— UMA FORMIGA! — gritou.


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Tonhão deu um pulo tão grande que a torta voou pelos ares… e caiu bem no meio da
trilha. SPLAT!

A floresta inteira parou.

— Tonhão, você derrubou a torta!? Por causa de UMA formiga!?

Tonhão ficou tão sem graça que se escondeu atrás de uma árvore (ou pelo menos
tentou — era uma árvore pequena).

De repente, uma voz fina chamou:

— Senhor elefante?

Era a formiguinha.

Seu nome era Filomena.

— Desculpe se assustei você… só queria avisar que sua torta estava meio torta no
prato…

Tonhão piscou.

— Você… queria ajudar?


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— Claro! Eu sou engenheira de formigueiro. Sei equilibrar coisas.

Filomena subiu na tromba de Tonhão e, com jeitinho, ajudou a consertar o prato da


torta.

Depois disso, viraram uma dupla imbatível: o elefante forte e a formiga esperta.

No piquenique, a torta foi um sucesso — e Tonhão aprendeu uma coisa importante:

— Nem tudo que é pequeno é assustador. Às vezes, é só uma amiga nova com seis
pernas e um coração gigante.

FIM.
36

A Coruja Que Só Dormia de Dia

No alto de uma árvore bem alta, morava uma corujinha chamada Luma.

Corujas, como todo mundo sabe, são animais noturnos: dormem de dia, voam à noite, e
adoram o silêncio da madrugada.

Mas Luma... era diferente.

Ela só conseguia dormir de dia mesmo, sim. Mas o problema era quando o sol se
punha.

Enquanto as outras corujas acordavam, faziam suas rondas noturnas e caçavam com
olhos atentos, Luma estava... bocejando.

— Vamos voar, Luma! — chamavam suas primas.

— Uhhhnn... só mais cinco minutinhos… — ela murmurava, enrolada na asa como um


cobertor.

— Você é uma coruja! Corujas são noturnas! — dizia sua avó, Dona Penumbra.
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Mas Luma não conseguia. De noite, ficava molinha, molinha…

Só queria chá de camomila, um travesseiro de musgo, e suas pantufas de pinha.

Durante o dia, enquanto todas as corujas dormiam, Luma estava acordadíssima.

Ela tomava banho de sol, cuidava do ninho, arrumava os galhos e fazia pão de minhoca
com geleia de goiaba (a especialidade dela).

No começo, as outras achavam estranho.

— Coruja doida! Vive no fuso errado!

Mas com o tempo, perceberam que Luma era muito útil:

Quando o ninho de alguém caía de manhã, era Luma quem ajudava.

Quando os filhotes acordavam cedo com fome, era Luma quem fazia o mingau.

E quando um esquilo se perdeu de dia, Luma o levou de volta pra casa.


38

Um dia, Dona Penumbra disse:

— Talvez você não seja uma coruja esquisita. Talvez você seja... uma coruja diurna!

E Luma sorriu, porque no fundo ela já sabia disso.

Cada um tem seu horário pra brilhar. O meu é com sol, com flor, e com pão quentinho.

FIM
39

Super Soneca, o Herói Preguiçoso

Na cidade de Travesópolis, onde tudo era meio atrapalhado, existia um super-herói


diferente de todos os outros:
40

Super Soneca!

Ele tinha superpoderes incríveis:

Super audição (só se estivesse acordado), Super velocidade (só se não estivesse com
preguiça), E uma capa que também servia de cobertor.

Mas tinha um pequeno problema…

Ele era muito, MUITO preguiçoso.

— Alguém está em perigo! — gritava a Central dos Heróis.

— Hmm... será que é urgente mesmo? — murmurava Super Soneca, enquanto se virava
do outro lado do sofá.

Quando ladrões assaltaram a padaria da Dona Zuleide, ele chegou... três dias depois.

— Desculpa, é que eu cochilei no meio do voo.

(Os ladrões já tinham sido presos pela velhinha da esquina.)


41

Quando um gato ficou preso na árvore, ele usou seu superpoder de…

mandar mensagem pro corpo de bombeiros.

— Trabalho em equipe também é um poder! — dizia ele, com orgulho.

Um dia, algo realmente perigoso aconteceu:

Um robô gigante apareceu na cidade, esmagando carros, derrubando postes e


cantando karaokê fora de tom!

Todos os heróis estavam ocupados em outras missões.

— É com você, Super Soneca! — gritaram os cidadãos.

Ele bocejou tão alto que as janelas tremeram.

Mas, com preguiça de lutar, teve uma ideia brilhante:


42

Deitou bem na frente do robô.

Colocou uma placa:

🛑 “Trânsito bloqueado por soneca”

O robô parou. Piscou os olhos eletrônicos.

— PROCESSANDO… DESCANSO?

E então… deitou também.

Desligou-se com um “bi-bi-beep” e dormiu por 10 anos.

A cidade inteira comemorou!

— Como você soube que isso ia funcionar!? — perguntaram.

Super Soneca respondeu:

— Às vezes, até os vilões só precisam de um cochilo.


43

Moral da história:

Nem todo herói precisa correr.

Alguns salvam o dia só usando a cabeça… e um travesseiro!

FIM.
44

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