Relatório de Aula Prática Experimental
Tema: Observação de Amiloplastos em Células de Banana (Musa spp.)
INTRODUÇÃO
Os plastídios são organelas características de células vegetais, desempenhando funções
essenciais nos processos metabólicos, especialmente na fotossíntese, síntese de pigmentos e
armazenamento de substâncias. Dentre os plastídios incolores, denominados leucoplastos,
destacam-se os amiloplastos, especializados no armazenamento de amido (Taiz et al.,
2017).
O amido é um polissacarídeo de reserva produzido a partir da fotossíntese e armazenado
em órgãos vegetativos como raízes, caules, sementes e frutos. A banana (Musa spp.) é um
exemplo clássico de fruto amiláceo, contendo grande quantidade de grânulos de amido,
especialmente em sua fase verde (Raven, Evert & Eichhorn, 2014). Os amiloplastos podem
ser evidenciados em preparações microscópicas por meio de coloração com lugol, uma
solução iodada que reage com o amido formando um complexo azul-arroxeado, tornando os
grânulos visíveis ao microscópio óptico (Alberts et al., 2010).
Este experimento possibilita uma compreensão prática da estrutura celular vegetal e da
função dos amiloplastos no armazenamento de energia, promovendo uma conexão entre a
teoria da biologia celular e a prática laboratorial, como recomendado por Silva e Neves
(2012).
OBJECTIVOS
Objectivo geral: Observar os amiloplastos presentes nas células parenquimatosas da
banana, utilizando técnicas de coloração e microscopia óptica.
Objectivos específicos:
- Identificar amiloplastos nas células vegetais por meio de coloração com solução de
lugol.
- Avaliar a morfologia e distribuição dos grânulos de amido em células de banana.
- Relacionar os aspectos morfofuncionais dos amiloplastos com o metabolismo
energético da planta.
MATERIAIS E MÉTODOS
Materiais e Reagentes Utilizados
Lâminas e lamínulas de vidro
Espátula e pinça metálica
Lâmina de barbear (ou gilete)
Conta-gotas
Microscópio óptico composto
Banana madura (Musa spp.)
Solução de lugol (Iodo a 1%)
Procedimentos Metodológicos
1. Cortou-se, com auxílio da lâmina de barbear, uma fina camada da polpa da banana.
2. Com a espátula, depositou-se a amostra sobre uma lâmina de vidro limpa.
3. Adicionou-se uma gota de solução de lugol sobre a amostra.
4. A lamínula foi cuidadosamente posicionada sobre o material, evitando a formação de
bolhas.
5. A preparação foi observada inicialmente com a objetiva de 10x e, posteriormente, com a
de 40x, utilizando o microscópio óptico.
6. As observações foram registradas por meio de desenhos e anotações dos aspectos
morfológicos dos amiloplastos evidenciados pela coloração.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Resultados Obtidos
Durante a observação microscópica, foram visualizados numerosos grânulos escuros
distribuídos nas células da banana. Estes grânulos apresentaram coloração azul-arroxeada
intensa, indicando uma reação positiva com o lugol e, portanto, a presença de amiloplastos
contendo amido.
As estruturas observadas eram arredondadas ou elipsoidais, de diferentes tamanhos,
agrupadas no citoplasma celular. A imagem obtida mostrou uma célula vegetal típica, com
parede celular bem definida, núcleo e grandes vacúolos, além dos amiloplastos fortemente
corados.
Discussão dos Resultados
A coloração azul-arroxeada observada resulta da interação entre o iodo presente no lugol e
as cadeias helicoidais de amilose do amido, que formam um complexo altamente visível sob
o microscópio (Taiz et al., 2017). Essa reação é amplamente utilizada em botânica e
fisiologia vegetal como método de identificação de amido.
A banana, sendo um fruto climatérico, possui alto teor de amido, principalmente em sua fase
não madura, o que facilita a identificação dos amiloplastos. Durante a maturação, esse
amido é progressivamente convertido em açúcares simples como glicose, frutose e sacarose
(Raven et al., 2014).
A boa visualização dos amiloplastos depende da espessura da amostra e da correta
aplicação da coloração. Durante a prática, observou-se que preparações muito espessas
dificultam a passagem de luz, prejudicando a nitidez da imagem. A repetição cuidadosa da
técnica permitiu obter uma preparação adequada e resultados satisfatórios.
O sucesso desta experiência reforça a importância da prática laboratorial na compreensão
da organização celular vegetal e no desenvolvimento de habilidades de observação
científica, conforme apontado por Silva e Neves (2012).
CONCLUSÃO
A aula prática permitiu a identificação de amiloplastos nas células da banana, atingindo
plenamente os objectivos propostos. A utilização da coloração com lugol foi eficaz para
destacar os grânulos de amido, que apareceram com coloração intensa ao microscópio. A
experiência demonstrou a relevância dos plastídios no armazenamento de substâncias e
evidenciou a importância da metodologia adequada para observação celular. Conclui-se que
a prática foi bem-sucedida e contribuiu significativamente para o entendimento da
estrutura e função celular vegetal.
BIBLIOGRAFIA
Alberts, B., Johnson, A., Lewis, J., Raff, M., Roberts, K., & Walter, P. (2010). Biologia molecular
da célula (5ª ed.). Artmed.
Raven, P. H., Evert, R. F., & Eichhorn, S. E. (2014). Biologia vegetal (8ª ed.). Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan.
Silva, C. F., & Neves, M. R. (2012). A importância das aulas práticas para o ensino de Biologia
no ensino médio. Revista de Ensino de Ciências e Matemática, 3(2), 34-42.
Taiz, L., Zeiger, E., Møller, I. M., & Murphy, A. (2017). Fisiologia e desenvolvimento vegetal
(6ª ed.). Porto Alegre: Artmed.
Universidade Púnguè. (2023). Normas para elaboração de trabalhos científicos da
UniPúnguè (versão 6). Chimoio: UniPúnguè Editora Acadêmica.