Determinação da Digestibilidade
• 1os ensaios de digestão foram feitos antes de se
idealizar os métodos de laboratório para
análises de alimentos
Weende (1864) - Alemanha
• Avaliação Energética do Alimentos em termos
de NDT foram desenvolvidos antes de 1860
Determinação da Digestibilidade
Conceito:
� Digestibilidade: é a fração do alimento consumido que não é
recuperados nas fezes
• Mostra o quanto do alimento ou de qualquer nutriente do alimento
que foi digerido ao passar pelo trato digestivo
• Digestão: processo enzimático de desdobramento do alimento em
substâncias simples que possam ser absorvidas pelo organismo
� Degradabilidade: maior ou menor facilidade de um alimento se
decompor por ação enzimática, expressão mais relativa ao meio
ruminal
Ensaios de digestibilidade com animais
• In vivo
� Método da coleta total
� Método do uso de marcadores
• In vitro
• In situ
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
É a degradação dos alimentos pela mensuração da
quantidade de nutrientes que atinge o abomaso ou
duodeno, considerando-se a quantidade de nutriente
ingerido num determinado período de tempo
A determinação da digestibilidade,
utilizando-se gaiolas metabólicas, tem
sido aceita como o método padrão
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
� Desvantagens:
• Requer maior n0 de animais
• Rigoroso controle da quantidade ingerida e
excretada
• Grande quantidade de alimento
• Custo de instalações
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
Método da Coleta Total
Composição
Pesagem
bromatológica
1, 2,...., n dias
Fermentação
ruminal
1
2
Análise química 3
= ração 4
5
Coleta total de fezes
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
Processo de teste de digestão:
�medir qtde de nutrientes ingeridos
�medir qtde de nutrientes
excretados nas fezes
Quantidade Compos. química
Alimento consumido Alimento
Fezes excretadas Fezes
Digestibilidade da MS do alimento
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
Quantidade de Quantidade de Quantidade de
nutrientes = nutrientes - nutrientes
digeridos consumidos excretados
% Quantidade
de nutrientes da Coeficiente de digestibilidade
ração
Fração não recuperada nas fezes
Proporção de nutriente consumido que na realidade está
disponível para a absorção e utilização pelo organismo
animal
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
Coeficiente de digestibilidade
� Supõe-se que as fezes não possuem nenhuma porção
de nutrientes. Isto ocorre para poucos nutrientes
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
• Uso de marcadores
Substância que é adicionada ao alimento (marcador
interno) presente no alimento ou marcador externo,
cuja análise de sua concentração no alimento e nas
fezes permite calcular os coeficientes de
digestibilidade
Coef. Dig. MS = 100 – 100 % de indicador na MS do alimento
% de indicador na MS das fezes
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
• Uso de marcadores
Objetivo: estimar parâmetros que não podem ser medidos
diretamente (controle rigoroso do consumo e/ou produção
fecal, animais em pastejo, estudos de trânsito da digesta)
Características:
� ser indigestível e não absorvido ou metabolizado no TGI
� ser completamente recuperado ao final do TGI
� ser inerte e não ser tóxico para o animal
� misturar-se ao alimento e apresentar fluxo constante pelo
TGI
� possuir um método específico e sensível de determinação
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
• Uso de marcadores
Vantagens:
Dispensa a quantificação da ingestão e excreção
Menor tempo de coleta de excretas (3-5 dias)
� Indicadores Internos
� Indicadores Externos
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
• Indicadores Internos:
Componentes naturais do alimento
Mais utilizados para ruminantes
Dieta contém naturalmente alta quantidade
desses indicadores
Exemplos: CIA, CIDA, LDA, FDNi, FDAi
Cinza insolúvel em ácido, cinza insolúvel em detergente ácido, lignina em
detergente ácido, fibra em detergente neutro indigestível, fibra em detergente
ácido indigestível.
Lignina é o indicador interno com maiores
possibilidades de aplicação na prática
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
• Indicadores Externos:
� Óxido crômico (1918, Suécia, amplamente
utilizado)
� Óxido férrico
� Rações – misturadas
� Volumosos – fornecido separadamente
(cápsulas)
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
• Indicadores Externos:
Fornecer por um determinado período de tempo
antes que se inicie a coleta de fezes –
estabelecimento do equilíbrio entre ingestão e
excreção
� óxido crômico – período não pode ser menor que 5
dias; período de coleta pelo menos 4 dias
� Volumosos – fornecido separadamente (cápsulas)
Ensaio de digestibilidade com animais
In vivo
• Indicadores Externos:
Ideal fornecer 10 dias antes do início experimental
7:30 � 13:30 � 10 dia
9:00 � 15:00 � 20 dia
Ração + 10:30 � 16:30 � 30 dia
óx. crômico
12:00 � 18:00 � 40 dia
Ensaio de digestibilidade com animais
In vitro
Os métodos in vitro, teoricamente, devem ser
capazes de representar o processo de digestão que
ocorre no rúmen, abomaso ou intestino para estimar
quantitativamente a taxa e o grau de digestão similar
aos obtidos in vivo
Metodologia de Tilley & Terry (1963)
� Fermentação ruminal in vitro
• Tubo de ensaio com amostras em contato com inóculo ruminal
durante 48 hs e seguida de uma digestão com pepsina e ácido
fraco por 48 hs
Ensaio de digestibilidade com animais
In vitro
Metodologia de Tilley & Terry (1963)
� Vantagens:
• Compara as diferenças intrínsecas do substrato
• Predizer a digestibilidade in vivo
� Desvantagens:
• Variações laboratoriais
• Procedimentos analíticos
• Fonte do inócuo
Ensaio de digestibilidade com animais
In situ
• Técnica dos sacos de náilon: É o desaparecimento dos
componentes da amostra de alimentos acondicionados em sacos
de náilon e incubados no rúmen por diferentes períodos de
tempo
� Vantagens:
• Rápida e fácil execução
• Pequena quantidade de amostra de alimento
• Amostra – ambiente ruminal
Ensaio de digestibilidade com animais
In situ
� Desvantagens – principais fatores inerentes à técnica
� procedimento no preparo do saco
• tipo de tecido – náilon, poliéster ou dacron
• tamanho da porosidade 40 a 60 µ
•Incubação dos sacos no rúmen e local
Pontos a serem considerados no planejamento de
experimentos de digestão
• Alimentos do animal experimental;
• Suprimento de água;
• Coleta de fezes;
• Separação da urina das fezes;
• Uso de fêmeas ou machos;
• Conforto animal;
• Higiene e sanidade;
• Materiais para construção das gaiolas de metabolismo
• Economia dos métodos usados
• Precisão dos diferentes métodos
Pontos a serem considerados no planejamento de
experimentos de digestão
• Alimentos do animal experimental
� Boa qualidade;
� Oriundo de uma mesma fonte;
� Silagens (alimentos perecíveis): cuidados especiais;
� Após conhecer a quantidade a ser fornecida
diariamente, o alimento é separado em porções.
Pontos a serem considerados no planejamento de
experimentos de digestão
• Suprimento de água
� À vontade � melhor ingestão de alimentos
� Medição diária
� Água de qualidade
� Bebedouro automático, hidrômetro
� Em alguns casos, água é fornecida 3x/dia
Pontos a serem considerados no planejamento de
experimentos de digestão
• Coleta de fezes
� Uso de recipiente
� Aço inoxidável
� Sistema para ser usado com machos � contaminação
c/ urina
� Adaptação de um coletor de fezes ao coletor de urina
� Gaiola com piso de tela com caixa de retenção para
fezes
H2O
Tela
Piso
Coletor Coletor
de urina de fezes
Pontos a serem considerados no planejamento de
experimentos de digestão
• Separação da urina e das fezes
� Eficaz?
� Ligeira contaminação � afeta o coeficiente de
digestibilidade (ptn)
� Melhor resultados com adaptação aos animais c/
sacolas para coleta de fezes
� Sacolas plásticas para não ocorrer perda de umidade
das fezes
Pontos a serem considerados no planejamento de
experimentos de digestão
• Separação da urina e das
fezes
• Coleta de urina em
machos:
– Auxílio de funil
– Fixo na região pélvica por
meio de arreio
– Recipiente coletor coloca-se
ácido clorídrico para baixar o
pH da urina (evitar perdas
de amônia)
Pontos a serem considerados no planejamento de
experimentos de digestão
• Uso de fêmeas ou machos
� Seleção minuciosa
� Uniformização (raça, sexo, tamanho ou peso, idade e
estado nutricional)
� Retirados de um mesmo rebanho
� Ideal utilizar machos castrados e animais em
crescimento
� Uso de fêmeas: experimento de lactação e gestação
� N0 de animais para cada dieta: 3, 5 ou +
� Finalidade: reduzir variação individual
� Tratados contra parasitos internos e externos, vacinados
e cascos aparados
Pontos a serem considerados no planejamento de
experimentos de digestão
• Conforto animal
� Ovinos: mantidos na gaiola de metabolismo durante
todo o experimento
� Novilhos (± 400 kg): mantidos em gaiolas de
metabolismo durante 15 dias (s/ problemas de
desempenho)
� Exercícios aos animais: remoção das gaiolas
observando a excreção fecal
� Importante adaptar o animal gradualmente às gaiolas de
metabolismo
� Gaiolas: movimento restrito do animal para adequar a
coleta de fezes e urina
Pontos a serem considerados no planejamento de
experimentos de digestão
• Higiene e sanidade
• Regularidade da rotina diária
• Limpeza diária nas gaiolas de metabolismo
Pontos a serem considerados no planejamento de
experimentos de digestão
• Materiais para construção das gaiolas de metabolismo
+ vantagem
Construídas de madeira ou de metal + custo
Gaiolas ajustáveis ao tamanho do animal quando não
usar sacola para coleta de fezes
Comedouros deve ter superfície lisa para completa
remoção do alimento
Material inoxidável
Pontos a serem considerados no planejamento de
experimentos de digestão
• Precisão dos métodos usados
� Manter rigoroso registro de todas as ocorrências
� Pesagens dos animais
� Pesagens do alimento fornecido
� Pesagens das sobras
� Pesagens das fezes excretadas
� Pesagens da excreção urinária
� Registro de T0C � e � do ambiente
Condução do ensaio de digestão
• Período preliminar
� Período de coleta deve ser precedido de um
período de adaptação
� Finalidade: remoção de qualquer resíduo de
alimento anteriores do aparelho digestivo
� Normalizar a passagem da digesta e a excreção
das fezes
� Alimento fornecido na mesma quantidade e
mesmo horário
� Permite adaptação do processo de fermentação ao
novo tipo de alimento
� Duração variável do período de coleta: 7 a 15 dias
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