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As Festas Do Senhor

Anotações sobre as festas bíblicas

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AS FESTAS DO SENHOR

Por Gilson Barbosa

Quem não gosta de festa? As festas nos proporcionam momentos felizes de


comemoração. Mas comemoração de quê? No Ocidente, não há uma preocupação com o
caráter e a natureza inerentes às festas e, quase sempre, elas se tornam um fim em si mesmas.
É a festa pela festa. Contudo, isso não se dá com a cultura oriental, em que as festas assumem
um significado histórico em momentos que oscilam entre a alegria e a tristeza.
Neste artigo, e nas próximas edições de Defesa da Fé, referenciaremos as festas
observadas na cultura judaica bíblica. Entender a natureza dessas festas é salutar aos cristãos
hodiernos para que conheçam melhor alguns fatos bíblicos.
“As festas judaicas tinham diversos propósitos. Algumas, não passavam de mais uma
espécie de culto ou adoração a Deus. Nessas ocasiões, o povo, arrependido de seus pecados,
buscava o perdão e a bênção de Deus. Era o momento de purificar a alma e de marcar um novo
começo. Outras festas eram, também, ocasiões de adoração, mas se manifestavam em alegres
ações de graças. Sempre que as colheitas eram abundantes e os rebanhos se multiplicavam
bem, o povo expressava grande aptidão a Deus, e faziam isso dançando pelas ruas. Cantavam e
tocavam instrumentos musicais em louvor ao Deus que tanto os abençoara. Em algumas festas,
havia instantes de oração e meditação. Contudo, sua forma de adoração mais comum era o
regozijo, com muita música, alegria e banquetes”.

 AS FESTAS

As festas imprescindíveis à nossa análise são: Festa da Páscoa (Pessach), Festa do


Pentecostes (Shavuot, ou Festa das Semanas), Festa das Trombetas (Rosh Hashaná), Festa da
Expiação (Yom Kipur) e Festa dos Tabernáculos (Sucót, ou Festa das Cabanas). Além dessas
festas, consideradas grandes, há outras festas “menores”, como, por exemplo, as
comemorações Chanucá e Purim, que surgiram depois de lei. Por falar nisso, todas as festas
do Senhor foram instituídas sob a lei dada por Moisés e possuem caráter comemorativo, pois
retratam a maneira como Deus lidava com o povo de Israel durante sua jornada pelo deserto e
o comportamento que os israelitas deveriam ter para com o Eterno, entre outros fatores que são
conseqüências históricas importantíssimas para a nação judaica.
Iniciaremos a nossa análise sobre as festas judaicas com a Páscoa que, sem dúvida, é uma
festa de extrema importância e com grandes significados. Na cultura israelense, há três
grandes festas conhecidas como as “Festas da Peregrinação”. “Quando o templo ainda estava
de pé, os judeus faziam uma peregrinação a Jerusalém para entregar suas ofertas durante três
festas: Pessach, Shavuot e Sucót. Os que viviam fora de Israel, tinham de vender parte de sua
colheita e enviar o dinheiro para comprar oferendas e ajudar a cuidar do templo e dos
sacerdotes. Pessach, a páscoa judaica, é a festa que celebra o êxodo do Egito [...] Agora que
não há mais o templo, os judeus celebram essas festas em casa e na Sinagoga”.
Os cristãos, em geral, não comemoram literalmente essas festas — pelo menos não nos
moldes judaicos —, mas reconhecem e respeitam a cultura judaica, que, de certa forma, é um
legado bíblico. Também não ignoram que as festas judaicas, em grande parte, têm em Jesus
Cristo o seu antítipo.

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 ETIMOLOGIA

O Dicionário Internacional de Teologia do Antigo Testamento nos informa que “o


vocábulo ‘páscoa’ deriva de pesah, que significa, segundo alguns estudiosos, ‘passar’ (por
cima/por alto)”. A anuência a este dicionário, para a etimologia sugerida, pode ser confirmada
pelo Novo Dicionário da Bíblia, que completa: “Páscoa, em hebraico, pesah, vem de um verbo
que significa ‘passar por cima’, no sentido de ‘poupar’”. Estas explicações podem ser
verificadas nas Escrituras Sagradas, mais precisamente no livro de Êxodo (12.12,13).

 A DATA DA COMEMORAÇÃO

A celebração da Páscoa acontecia na tarde do 14º dia do mês de Nisan (março/abril no


nosso calendário) e, simultaneamente, era conjugada com a Festa dos Pães Asmos, como bem
descreve Levítico: “No mês primeiro, aos catorze do mês, pela tarde, é a páscoa do Senhor. E
aos quinze dias deste mês é a festa dos pães asmos do Senhor; sete dias comereis pães asmos”
(23.5,6). As duas festas eram comemoradas juntas, como bem mostra um texto do Novo
Testamento que comenta o planejamento para a prisão de Jesus: “E dali a dois dias era a
páscoa, e a festa dos pães asmos; e os principais dos sacerdotes e os escribas buscavam como o
prenderiam [Jesus], com dolo, e o matariam” (Mc 14.1).

 RAÍZES HISTÓRICAS

A renitência de Faraó em não libertar o povo hebreu lhe custou caro por via da décima e
última praga (Êx 11.4,5). Contudo, como o Senhor é justo, prescreveu aos judeus qual atitude
tomar para que não fossem atingidos pelo mesmo agente que desferiria o golpe sobre todos os
primogênitos que habitavam naquele lugar. Ordenou Deus que cada família se provesse de um
cordeiro sem mácula, macho, de um ano, e o sacrificasse (Êx 12.6).
Imolado o cordeiro, Deus continua em sua prescrição: “E tomarão do sangue, e pô-lo-ão
em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem” (Êx 12.7). Os
judeus deveriam passar sangue nas vergas das portas de suas residências para que fossem
poupados da praga de mortandade (Êx 12.12,13). Era uma espécie de contrato procedimental
estabelecido entre Deus e seu povo. Por isso, a Páscoa instituída no Êxodo celebrava (e ainda
celebra) o fato de Deus ter poupado, protegido e libertado os israelitas quando os primogênitos
do Egito foram mortos.

 JESUS E A FESTA DA PÁSCOA

Como varão israelita, Jesus estava obrigado, pela lei a, anualmente, comparecer a
Jerusalém para as três grandes festas: Páscoa, Pentecostes e Tabernáculos (Dt 16.16).
A exigência da Lei é muito clara. Todos os varões israelitas tinham de estar presentes em
Jerusalém durante essas festas. “A larga propagação do povo israelita tornou isso impossível.
Os palestinos mais piedosos procuravam ao menos estar em Jerusalém durante a Páscoa”.
Sabendo-se que Jesus cumpriu toda a lei, pode-se afirmar, com absoluta certeza, que Ele,
a partir dos doze anos (idade em que os meninos israelitas passavam a ser conhecidos como

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“filhos da lei”), compareceu, anualmente, em Jerusalém, nas três grandes festas de Israel, em
obediência à lei, à qual, como varão israelita, estava sujeito (Gl 4.4). O Novo Testamento,
entretanto, registra apenas três ocorrências da presença de Jesus em Jerusalém durante a Festa
da Páscoa (Na sua infância: Lc 2.40-42. No início de sua vida pública. E na sua morte: Jo 2.23;
Mt 26.2; Jo 11.55-57; 12.1,12-23).
O sangue do cordeiro pascal tipifica o sangue de Jesus, derramado na cruz do Calvário,
para a nossa redenção. O hissopo (um arbusto, ou subarbusto, que produz uma espécie de
pendão com flores espiraladas), por conta da facilidade com que era encontrado, sempre ao
alcance da mão, representa a fé (que “está junto de ti, na tua boca e no teu coração” – Rm
10.8), que é o instrumento pelo qual os méritos de Jesus são aplicados à verga e aos umbrais
do coração do pecador. Todos aqueles cujo coração estiver marcado com o sangue do Cordeiro
de Deus são saltados pelo destruidor.
Nenhum osso do cordeiro pascal seria quebrado (Êx 12.46). Isso também tipifica Jesus:
“Foram, pois, os soldados, e, na verdade, quebraram as pernas ao primeiro, e ao outro que
como Ele fora crucificado; mas, vindo a Jesus, e vendo-o já morto, não lhe quebraram as
pernas. Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.
E aquele que o viu testificou, e o seu testemunho é verdadeiro; e sabe que é verdade o que diz,
para que também vós o creiais. Porque isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura, que
diz: Nenhum dos seus ossos será quebrado” (Jo 19.32-36).
Jesus é, pois, o nosso perfeito cordeiro pascal, aquele que foi crucificado de uma vez por
todas, que se entregou em sacrifício único e nos arrebatou das trevas. Logo, não faltam aos
cristãos verdadeiros motivos para a celebração da Páscoa.

 A PÁSCOA E O CALENDÁRIO

Como o calendário judeu é baseado na Lua, a Páscoa cristã passa a ser móvel no
calendário cristão, assim como as demais datas referentes à Páscoa, tanto na Igreja Católica
como nas Igrejas Protestantes e Igrejas Ortodoxas. Todavia, o Vaticano tem autoridade para
indicar outras datas.

As datas móveis do calendário que dependem da Páscoa:


 Terça-feira de carnaval 47 dias antes da Páscoa
 Quaresma Inicia na Quarta-feira de Cinzas e termina no Domingo de
Ramos (uma semana antes da Páscoa)
 Sexta-feira Santa A sexta-feira imediatamente anterior
 Sábado da Solene Vigília Pascal O sábado de véspera
 Pentecostes O oitavo domingo após a Páscoa
 Corpus Christi A quinta-feira imediatamente após o Pentecostes.

Obs.: A partir de 2008, a “Ascensão do Senhor” também será feriado, com data fixada em
29 de maio.

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