Quinto metatarso
O quinto metatarso é um dos ossos longos do antepé, e possui uma proeminência em
sua base, chamada de tuberosidade do quinto metatarso. A cabeça do quinto metatarso se
articula com a falange proximal, e a base se articula com o cuboide. Entre a cabeça e a base
fica a chama diáfise.
A região do quinto metatarso está suscetível à ocorrência de dores devido aos
impactos absorvidos pela região durante as atividades diárias e esportivas com sobrecarga nos
pés.
Patologias
Alguns fatores podem gerar dor no quinto metatarso, entre elas:
Fraturas
Calos
Hiperpressão
Bunionette
Fraturas
Podem ser divididas em dois grandes grupos, a fratura por estresse e a fratura traumática.
Tipos de fratura do quinto metatarso
Fratura por estresse - É gerada por uma carga mecânica excessiva, que provoca uma
reação de estresse progressiva, causando uma reação inflamatória do periósteo.
Só é possível diagnosticar com o exame de ressonância magnética e pela clínica.
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Fraturas traumáticas de quinto metatarso podem ser classificadas em: diafisárias,
fratura de Jones ou fraturas por avulsão.
Fraturas diafisárias: que ocorrem na porção central do osso do quinto metatarso, ou seja,
rompem a diáfise.
Fraturas de Jones: fratura na região da diáfise proximal, na porção que se articula com o
quarto metatarso.
Fraturas por avulsão: geralmente acomete a região da tuberosidade do quinto metatarso e
geralmente acontece devido a uma contração rápida do tendão fibular curto, que se insere
nessa porção do osso.
Fratura por Estresse
Fisiopatologia
É gerada por uma carga mecânica excessiva, que provoca uma reação de estresse
progressiva, causando uma reação inflamatória do periósteo e gerando dor.
O processo de remodelação ósseo é feito basicamente pelos osteoclastos,
responsáveis pela reabsorção óssea, e osteoblastos, responsáveis pelo depósito de novas
células ósseas. O osso está em constante remodelação, e o que estimula essa remodelação
óssea é a exposição à carga mecânica, uma alteração nesse metabolismo pode gerar uma
fratura por estresse.
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Principais Causas
Micro traumas repetitivos
O excesso de carga mecânica pode causar microfaturas e também desregular a ação
dos osteoclastos e osteoblastos, aumentando a reabsorção óssea e, consequentemente,
diminuindo a densidade óssea devido ao desequilíbrio de células ósseas reabsorvidas e
formadas. Após longos períodos de exposição à carga excessiva, as alterações são grandes o
suficiente para gerar uma fratura por estresse.
Os microtraumas são mais frequentes em atletas, devido à carga alta e cíclica dos
gestos esportivos.
Também pode ser causado por erros biomecânicos,
como a supinação excessiva, onde há uma sobrecarga na
parte lateral do pé, e ainda o pé cavo, pois tem uma menor
absorção de impacto devido ao formado de arco mais
acentuado.
Sobrepeso
O sobrepeso aumenta diretamente a carga sobre os pés e aumenta, portanto, é um
fator de risco importante para a ocorrência de fraturas por stress.
Osteoporose
Problemas no metabolismo de cálcio
causados por alterações hormonais, genéticas,
nutricionais,entre outros, também reduzem a
densidade do osso, deixando-o mais frágil e suscetível
a fraturas.
Fratura traumática
Fisiopatologia
A fratura traumática é causada por um trauma momentâneo, acontece com uma carga
excessiva súbita. Quando a estrutura óssea não consegue suportar a intensidade do trauma,ela
se rompe, sofre uma fratura.
Principais causas
As principais causas são as entorses e os traumas diretos.
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Entorses, principalmente em inversão, impactam diretamente o quinto metatarso e
podem gerar fratura. A fratura na entorse também pode ser causada por avulsão.
Traumas diretos, que podem ser causados por uma pancada direta ou por objetos que
caem sobre os pés.
Sinais e sintomas
Algumas características podem ajudar a identificar os dois tipos de fratura:
Fratura por stress Fratura traumática
Dor aguda e de início súbito relacionado a
Dor progressiva e intensa
evento traumático
Pode ter dor noturna e dor ao repouso Melhora ao repouso
Muitas vezes não identificada no raio-X Edema significativo
Leve edema Eritema
Estresse mecânico contínuo Evento traumático
Tratamento
Fratura por stress
Repouso relativo
O osso precisa de um pouco de impacto para que haja cicatrização, porém, deve-se
diminuir a carga, volume e adaptar a atividade. Repouso total apenas é indicado para
quadros muito dolorosos ou fraturas extensas, porém, deve ser pelo mínimo tempo
possível.
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Correção dos fatores causais
Adaptação esportiva – volume, carga, intensidade e adaptar a atividade.
Correção biomecânica - para corrigir uma supinação e diminuir a carga no quinto
metatarso.
Adaptação dos calçados – calçados com melhor amortecimento, maior estabilidade.
Fisioterapia (exercícios) e gelo
Trabalho de propriocepção e fortalecimento da musculatura eversora.
Fratura traumática
Imobilização
É necessário o repouso absoluto para formação do calo ósseo, a cicatrização pode levar
de 4 semanas a 3 meses paras cicatrizar totalmente.
Retorno gradual as atividades
Fisioterapia (exercícios) e gelo
Pode ser necessária cirurgia dependendo da gravidade da fratura.
Hiperpressão, calos e bunionete
Fisiopatologia
Calos são formados devido a uma reação de proteção do corpo ao atrito ou
hiperpressão.
Os calos na pele são formados por uma hiperqueratose que torna a pele da região
afetada mais espessa e, se não tratado atinge a camada mais interna da pele. O calo pode se
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tornar dolorido.
O calo ósseo é formado por um depósito fibroblastos e condroblastos como uma
reação de proteção a uma carga excessiva no osso, por exemplo, quando há formação de
bunionette, o quinto metatarso sofre maior carga mecânica durante o passo, o que provoca
uma formação óssea anormal na região, que pode causar dor e rigidez articular.
Bunionette é definido como o desvio medial do
quinto dedo. O desvio é chamado medial, pois o quinto
dedo se desvia em direção ao plano sagital, e geralmente
está associado a uma projeção do quinto metatarso para
a lateral e isso faz com que o atrito seja maior na região
da cabeça do quinto metatarso, que fica proeminente na
lateral do pé favorecendo a formação de calos na pele e
calo ósseo na articulação do metatarso com a falange
proximal.
A hiperpressão por si só pode causar dores no
quinto metatarso, pois a pressão é absorvida pelos
tecidos, e a formação de calos e bunionete estão ligadas
à hiperpressão, pois a pele e o osso reagem causando
inflamação e dor, levando à formação de calo ósseo e de
pele.
Principais causas
Micro traumas repetitivos
Atletas, que recebem grande carga devido aos movimentos repetitivos dos esportes.
Sobrepeso – aumento do peso corporal implica em maior carga nos pés.
Erros biomecânicos
Supinação excessiva – implica em um contato maior da parte
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lateral do pé, impactando diretamente o quinto metatarso.
Pé cavo – devido ao formato do pé possui uma menor aera
de contato com o solo, o que acaba sobrecarregando o
antepé.
Calçados apertados e finos, que comprimem lateralmente os dedos.
Sapatilhas – geralmente possuem um espaço
mais estreito na região dos dedos.
Salto alto – além do pequeno espaço na parte
frontal, a elevação no calcanhar destes calçados
faz com que a maior parte da carga seja
absorvida pelo antepé.
Sinais e sintomas
Dor geralmente é progressiva
Presença de calos na área de pressão
Calo na Pele: Embaixo do pé, na base ou cabeça do 5º
metatarso
Dolorosos ou não
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Calo ósseo: Lateral à cabeça ou base do 5º metatarso
Dolorosos ou não
Pode haver medialização do 5º dedo
Vermelhidão devido ao atrito com o calçado e ao processo
inflamatório.
Tratamento
O tratamento se baseia na redução da pressão e adaptação dos calçados:
Perder peso
Reduzir/adaptar atividade física
Correção biomecânica
Palmilhas com cunha externa para reduzir a supinação e reduzir a carga par ao quinto
metatarso, e apoio de arco, para redistribuição de pressão.
Adaptação dos calçados – maior amortecimento.