TERMORREGULAÇÃO
MUDANÇAS FISIOLÓGICAS,
A N AT Ô M I C A S E C O M P O RTA M E N TA I S
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TERMORREGULAÇÃO
• Controlada por dois sistemas: atuam em conjunto
– Endócrino
– Nervoso
–Animais endotérmicos: usam metabolismo basal para produzir calor
–Animais exotérmicos: usam calor externo, como o sol, para produzir calor
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CENTRO TERMORREGULADOR
• Sistema nervoso central
• Existe a captação das sensações de frio e de calor na superfície dos animais através das células
especializadas
– que funcionam como termorreceptoras periféricas, captando aquelas sensações e levando-as ao
sistema nervoso central.
- Funciona como termostato fisiológico que, quando necessário, faz mudança de produção ou
perda de calor.
–Hipotálamo anterior: ambientes quentes
–Hipotálamo posterior: ambientes frios
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CENTRO TERMORREGULADOR
• O calor estimula os neurônios específicos
– que estão localizados na parte anterior do hipotálamo, onde se encontra o centro do apetite
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CONTROLE DO CENTRO TERMORREGULADOR
• 1- fluxo de sangue na pele (mecanismo vasomotor)
• II- Ereção de pelos (músculo eretor)
• III- sudoração
• IV- Frequência respiratória
• V- Modificação do metabolismo
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ADAPTAÇÃO
Biológica Fisiológica
• Conjunto de carac. Morf., • Ajustamento do animal a
anat., fisiol., bioq., comp. outros elementos viventes
• Favorecem bem-estar e • E ao seu ambiente físico
sobreviência externo
Genética
• Carac. Herdáveis que
favorecem a sobrev. de
uma pop.
• Determinado ambiente
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ADAPTAÇÃO/ADAPTABILIDADE
• Medida ou avaliada pela habilidade do animal em se ajustar às condições ambientais de climas
adversos
– Mínima perda de desempenho
– Alta taxa reprodutiva
– Alta resistência à doenças
– Baixo índice de mortalidade
– Animais com menor aumento de FR e TR
• São considerados mais adaptados ao calor
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ADAPTAÇÃO/ADAPTABILIDADE
Manutenção da
quantidade de líquidos
corporais
Controle da T° corporal
Prioridades utilização de
Crescimento
energia
Produção
Reprodução
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Acima de TC
Abaixo de TI
Incapacidade de
Incapacidade de
perder calor morte
produzir calor
por hipertermia
morte por hipotermia
Entre TCI e TI ajustes Entre TCS e TS ajustes
fisiológicos, metabólicos e fisiológicos, metabólicos e
comportamentais comportamentais
Produção de calor Perda de calor
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• HIPOTERMIA
• Temperaturas corpóreas baixas
• inviabilizam manter as taxas metabólicas, pois as reações enzimáticas dependem da
temperatura.
• HIPERTERMIA
• Temperaturas corpóreas altas
• Determinam taxas metabólicas altas que podem levar ao superaquecimento e,
concomitantemente, à produção de efeitos deletérios sobre a função tecidual.
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Temperatura do corpo
Espécie T°
Homem 37°
Cavalo 37,6°
Bovino 38,3°
Aves 41°
Ovelha 39,1°
Suínos 39,2°
Cabra 39,9°
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Zona de conforto térmico
Animal TCI TC TCS
Zebu 0° 10-27° 35°
Europeu -10° -1- 16° 27°
Galinha 15° 18-28° 32°
Ovelha -20° 15-30° 35°
Caprino -20° 20-30 34°
Suíno
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TERMOGÊNESE
Metabolismo Ganho do ambiente
Metabolismo basal
Fermentação digestiva Radiação direta, indireta
Atividade muscular e difusa
Prenhez Temperatura do ar
Lactação
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TERMOGÊNESE
Calor de Calor de
Calor de produção: Calor de “dissipação de
Calor básico- crescimento,
mantença: atividade: calor”:
atividades do prenhez,
atividade das atividade atividade
coração, reservas
glândulas e do geral, cardiovascular
pulmões e corpóreas e
sistema manifestação , muscular e
fígado produção de
digestivo. de calor. das glândulas
leite. sudoríparas
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TERMOGÊNESE
Evitar a perda de
Produzir calor
calor
Com tremores
Vasoconstrição Piloereção musculares Sem tremores
musculares
Respostas
Respostas comportamentais
comportamentais • > IMS
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TERMÓLISE
Sensível Sensível Sensível
Radiação Condução Convecção
Dependem de um gradiente de T°
Latente Sensível
Evaporação Evaporação
cutânea respiratória
Dependem da diferença de pressão de vapor
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TERMÓLISE 75% sudação
25% respiração
Fora da
ZCT
75% da ZCT 80% da
perda de perda de
calor calor
Formas Formas
sensíveis latentes
• Exceto em condições de altas UR
• > estresse
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TROCAS TÉRMICAS- SENSÍVEIS
Radiação Convecção Condução
Comunicação
Ar frio encontra entre 2 corpos
Transf. calor
corpo quente em contato
direto
Camada de ar ao Calor passa do
Forma de ondas
redor do corpo mais quente para
eletromagnéticas
aquece o mais frio
Para o espaço- Ar quente sobe-
sem que esse se carregando o
aqueça calor
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TROCAS TÉRMICAS- LATENTES
Troca de calor mediante
mudança do estado da água de
líquido para gasoso
• Evaporação cutânea
• Evaporação respiratória
20
21
22
SUDORESE
Suor verdadeiro- Homem e cavalo
Suam- Bovinos
Sem glândulas sudoríparas- coelhos e aves
Glândulas sudoríparas queratinizadas- Suínos
Glândulas apócrinas- eliminam suor nos folículos pilosos
Perda de calor por sudorese é 400% > que pela via respiratória
Para cada 1g de água evaporada perda de 56 kcal
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SUDORESE
Bubalino
Bovinos Caprinos Ovinos
s
Suam + Suam -
24
25
Superfície da capa de cobertura
Superfície da
Epiderme
Mecanismos
Circulatórios Vasodilatação
ANASTOMOSE
ARTÉRIA VEIA
Se a temperatura corporal estiver acima da temperatura crítica superior há
necessidade de aumentar a transferência de calor para o exterior. Assim, ocorre uma dilatação dos
vasos, uma Vasodilatação. 26
ISOLAMENTO TÉRMICO
Superfície da capa de
cobertura
Superfície da Epiderme
Mecanismos
Circulatórios
Vasoconstricção
ANASTOMOSE
ARTÉRIA VEIA
Se a temperatura corporal estiver a baixo da temperatura crítica inferior há
necessidade de diminuir a transferência de calor para o exterior. Assim, ocorre uma redução no
diâmetro dos vasos, uma Vasoconstricção. 27
PELAME
Poucos pelos- búfalos e suínos
Mais pelos- bovinos
Muitos pelos- ovinos
Densidade numérica- n°/cm pele
-Influência sobre o ganho de calor da radiação
- Influência sobre a perda de calor por convecção e evaporação
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PELAME
• Calor conduzido através das fibras maior do que o conduzido pelo ar
Maior número de pelos/unidade
de área
Maior condução de calor
Pelos mais grossos e bem
assentados
Fibras finas, compridas e
Maior resistência térmica da capa
entremeadas
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PELAME
PELAME
CALOR FRIO
Proteção Proteção Proteção
Reflexão da
mecânica da contra a contra perda
radiação
epiderme radiação solar de calor
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PELAME- ANIMAIS DE CLIMA TEMPERADO
• Pelame mais denso e com mudanças ao longo do ano
• Primavera: pelos longos e finos de inverno
• Final do outono: caem e são substituídos por pelos grossos e curtos de verão
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ANIMAL IDEAL PARA OS TRÓPICOS
• Habilidade para conservar a produção de calor
– permitindo que os processos produtivos ocorram em um nível normal
– mesmo quando a temperatura do ar é alta
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ANIMAL IDEAL PARA OS TRÓPICOS
Proteção contra Eficiência de
a radiação solar termólise
Pelame Pequena
reflectante à espessura da
radiação capa
Altos níveis Pelos curtos,
de atividade densos e bem
melanogênica assentados
Epiderme de
elevada Elevada taxa
emissividade de sudação
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ANIMAL IDEAL PARA OS TRÓPICOS
Taurinos-
Zebuínos Taurinos- pasto
confinamento
Pele preta, pelos Animais Animais
brancos, grossos e predominantemente predominantemente
assentados pretos brancos
Pelame menos Pelame menos Pelame menos
espesso espesso espesso
34
35
Radiação solar de ondas curtas
Pêlos brancos
Epiderme despigmentada
A radiação atravessa o pelame e atinge os tecidos profundos 36
20
Radiação solar de ondas curtas
Pêlos negros
Epiderme
pigmentada
A radiação não atravessa a pele 37
Radiação solar de ondas curtas
Pêlos brancos
Epiderme pigmentada
A radiação atravessa o pelame, mas
não atinge os tecidos profundos 38
TERMORREGULAÇÃO
CLIMAS QUENTES X FRIOS
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REGIÕES QUENTES REGIÕES FRIAS
Animais com mais melanina Menos melanina
Cauda, orelha e extremidades maiores Cauda, orelha e extremidades menores
Raças de tamanho menor Raças de tamanho maior
Animais com > n° de glândulas sudoríparas Animais com < n° de glândulas sudoríparas
Pelos curtos perder calor Pelos compridos conservar calor
Fina camada de tecido adiposo Espessa camada de tecido adiposo
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CALOR X FRIO
1- Mudanças fisiológicas/ metabólicas
FRIO CALOR
Aumento de metabolismo Diminuição de metabolismo
Bradipinéia Taquipnéia
Diminuição da FC Aumento da FC
Menor TR Maior TR
Diminuição da sudorese Aumento da sudorese
Vasoconstrição Vasodilatação
Piloereção Sem piloereção
Menor perda de água pela urina e suor Alta perda de água- urina, suor/evap. Pulm.
Menor perda de minerais- suor Elevada eliminação minerais- suor
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CALOR X FRIO
I1- Mudanças anatômicas de resposta lenta
FRIO CALOR
Aumento da espessura pelame- pele grossa Redução da espessura do pelame- pele fina
Pelos mais finos, compridos e lanados Pelos mais grossos, curtos e retos
Epiderme mais grossa Epiderme mais fina
Aumento da graxa subcutânea Diminuição da graxa subcutânea
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CALOR X FRIO
III- Mudanças comportamentais
FRIO CALOR
Buscam sol e lugares secos Buscam sombra e lugares molhados
Refugiam do vento Expõe-se ao vento
Buscam pisos quentes Buscam pisos frios
Aumentam o consumo de alimento Diminuem o consumo de alimento
Reduzem o consumo de água Aumentam o consumo de água
Buscam abrigo do vento Buscam abrigo do sol
Agrupam Isolam dos companheiros
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SITUAÇÃO DE ESTRESSE POR ALTURA
Baixa pressão atmosférica
Baixa pressão parcial de oxigênio- asfixia
Aumento das radiações UVA e UVB
Grande amplitude térmica
Grandes períodos de seca ou elevadas precipitações
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ILUMINAÇÃO/FOTOPERÍODO
Aves/ Caprino/ovino Equinos
Bovinos/suínos
> Atividade dias > Atividade dias > Atividade dias
Sem interferência
longos curtos longos
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TA U R I N O S X Z E B U Í N O S
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Zebuínos Taurinos
Maior quantidade Menor quantidade
e volume de e volume de
glândulas glândulas
sudoríparas sudoríparas
Epiderme mais Epiderme mais
fina e mais grossa e menos
vascularizada vascularizada
Menor calor Mais calor
metabólico e metabólico e
maior capacidade menor capacidade
de dissipar calor de dissipar calor
Maiores perdas Menores perdas
por evaporação por evaporação
respiratória respiratória
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Zebuínos Taurinos
Maior superfície Menor superfície
cutânea e cutânea e
epiderme mais epiderme
pigmentada despigmentada
Cauda, orelha e Cauda, orelha e
extremidades extremidades
maiores- perder maiores- perder
calor calor
Menor teor de Maior teor de
gordura gordura
subcutânea subcutânea
Menor ingestão Maior ingestão
de H20/unidade de H20/unidade
de MS de MS
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TERMOGÊNESE E TERMÓLISE DOS
ANIMAIS
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TERMOGÊNESE E TERMÓLISE DOS BOVINOS
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• Espécie que sua
– Sua mais no braço, perto do peito e axilas
– Vacas de alta produção precisam evaporar 2,8 l/h para dissipar todo o calor
– o “potencial evaporativo” natural da vaca permite que ela evapore somente 1,5 l/h
– Transpiração evapora 176g/h (95 kcal/hora)
– Umedecimento + ventilação 1000 g/h (560 kcal/h)
51
TERMOGÊNESE E TERMÓLISE DOS BÚFALOS
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• TC, FR e FC mais baixa do que bovinos (à sombra)
• Pelos: em forma de tufos (vários folículos em um só local)
• Pele e pelos pretos absorve radiação
• Glândulas sudoríparas: tipo apócrinas
– Número muito pequeno (124 para 1200 glândulas/área no zebu)
– Escassez de glândulas sudoríparas vida aquática
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• Os bubalinos precisam de sombra, água e enlameamento
• A exposição prolongada à radiação solar direta, no tempo quente causa-lhes maior stress do que
os zebuínos
• Ao sol
– Aumento de TC, FR
– Ruminação diminui
– Escoiceamentos
– Movimentos de cauda
– Estiramento de cabeça
– Ofegação
Recuperam-se rapidamente em contato com a água
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• Eliminam pouco calor por evaporação cutânea
– Mais por respiratória e condução
– Pele Espessura total é a mesma dos bovinos
•Porém a epiderme e camada queratinosa é mais grossa
•Tem 1/10 da densidade de estruturas de glândulas sudoríparas e sebáceas se comparados com os
bovinos
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TERMOGÊNESE E TERMÓLISE DOS SUÍNOS
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3 FASES DE VIDA
1° Semana de vida Desmama até 7 meses Adultos
• Mínimo isolamento tecidual e • Crescimento rápido/ < • Isolamento tecidual acentuado
Grande superfície corporal em sensibilidade ao frio • Mais susceptíveis ao calor
relação ao peso • Tamanho e isolamento bem
• Necessitam de agrupamento e desenvolvidos
microclima adequado • Mais susceptíveis ao calor
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• No calor
• Reduzem suas atividades, ficam mais quietos, quase em latência
– Os mais pesados sofrem mais (camada de gordura)
• São os que tem mais baixa tolerância ao calor
• Não suam- glândulas sudoríparas queratinizadas
– Usam mais a evaporação respiratória e perdas sensíveis
– Procuram bastante a água- condutibilidade 2000- a do ar é 100
– Procuram lama
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• No frio
• Aproveitam muito bem os alimentos energéticos
• Acumulam gordura sob a pele- gordura tem pouca água
– Má condutividade
–Recém-nascidos: tremor muscular e vasoconstrição
–Membros curtos e pelagem intensa
–Extremidades menores (orelhas e cauda)
–Postura compacta- membros anteriores próximos ao corpo
–Agrupam-se
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– > liberação de tiroxina- > metabolismo
• Dificuldades em perder calor
• Capa de gordura subcutânea
• Elevado metabolismo
• Não suam (glândulas sudoríparas queratinizadas)
• Sistema termorregulador pouco desenvolvido
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TERMOGÊNESE E TERMÓLISE DAS AVES
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• Luz constante- favorece produção de ovos
• T° interna mais alta do que dos mamíferos- 41,2 C°
• Se excitam muito no calor
• Alto metabolismo
• Selecionadas em países temperados sem preocupação em resistência ao calor
• Ausência de glândulas sudoríparas
– Usam mais a evaporação respiratória e perdas sensíveis
- Penas e pele- transferência de calor ao meio ambiente
- Barbela, cristas e pés- ajudam nas perdas
- Penas- grande capacidade de reter calor
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• Dificuldades em perder calor
• Alto metabolismo
• Presença de penas
• Não suam- ausência de glândulas sudoríparas
• Pulmão: pequeno em relação ao corpo
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• Para perder calor
• Agacham
• Abrem as asas
• Aumento de FR (até 10x mais)
• Aumento do fluxo sanguíneo para áreas sem penas
– Crista, barbela e pés
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ALCALOSE RESPIRATÓRIA
• A hiperventilação gerada pelo aumento da FR grande eliminação de CO2 e H2O
• CO2 reage com H2O, sob a ação da enzima anidrase carbônica formando H2CO3
• Cai concentração de ácido carbônico (H2CO3)
• < CO2 queda na concentração de H2CO3 e dos íons de hidrogênio, resultando em alcalose (aumento
do pH sangüíneo).
• Resposta rins > secreção de bicarbonato e potássio
• Desequilíbrio eletrolítico morte
• Em poedeiras, a alcalose respiratória Desequilíbrio eletrolítico e mineral
– Complexação de cálcio casca do ovo fraca e ovos pequenos 65
TERMOGÊNESE E TERMÓLISE DOS CAPRINOS
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• São susceptíveis às altas temperaturas
– Porém exibem bastante adaptação
– Tamanho corporal reduzido ajuda na perda de calor sensível
•Maior área de superfície corporal
•Podem suportar regiões áridas- mínimo consumo de água
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• Para elevar a temperatura
– Tremor muscular
– Pelos agrupados- em tufos igual aos búfalos
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TERMOGÊNESE E TERMÓLISE DOS OVINOS
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• Grande superfície em relação à massa
• Lanados: velo protege contra o frio e como proteção (sombra)
• Cio: quanto mais luz menos estros
• Suor: mais reduzido- alta capacidade de reter líquido
– Reduz quantidade de urina e atividade metabólica
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