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Aula 6 - Propriedades Organolépticas

O documento aborda as propriedades organolépticas da madeira, incluindo cor, cheiro, gosto, desenho, brilho, textura, dureza e grã, que são essenciais para a identificação e utilização das madeiras. Destaca a importância da variação natural nas características das madeiras e a necessidade de técnicas específicas para sua avaliação. Além disso, discute os defeitos na grã da madeira e suas implicações para o processamento e uso industrial.
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Aula 6 - Propriedades Organolépticas

O documento aborda as propriedades organolépticas da madeira, incluindo cor, cheiro, gosto, desenho, brilho, textura, dureza e grã, que são essenciais para a identificação e utilização das madeiras. Destaca a importância da variação natural nas características das madeiras e a necessidade de técnicas específicas para sua avaliação. Além disso, discute os defeitos na grã da madeira e suas implicações para o processamento e uso industrial.
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ENF 351 - ESTRUTURA

ANATÔMICA E
IDENTIFICAÇÃO DE MADEIRA

AULA 6

Prof. José de Castro Silva


Propriedades
Organolépticas
 As propriedades organolépticas são aquelas
que são percebidas pelos órgãos sensoriais,
influenciando positiva ou negativamente na
utilização das madeiras.
COR

 Esta propriedade é de importância


secundária para a anatomia e identificação
de madeiras e deve ser considerada com
muita cautela, pois é comum encontrar-se
uma ampla gama de variação natural de
tonalidade entre indivíduos de uma mesma
espécie e, até mesmo, entre várias partes de
um mesmo tronco
COR

 Poucas são as madeiras que apresentam


uma coloração inconfundível como o pau-
roxo (Peltogyne sp., Leguminosae), o pau-
amarelo (Euxilophora paraensis, Rutaceae),
o ébano (Diospyrus ebanum, Ebenaceae).
Roxinho (Peltogyne sp., Leguminosae)
Pau-amarelo (Euxilophora paraensis)
Fundo de tela: Ébano (Diospyrus ebanum, Ebenaceae).
COR

 A cor da madeira é de grande importância


sob o ponto de vista decorativo, definindo-lhe
um uso nobre e especial.
Pequenos Objetos de Madeira
Pequenos Objetos de Madeira
COR

 A variação da cor natural da madeira se deve


à impregnação de resina, tanino, gomas e
inúmeros corantes), depositadas, de forma
mais acentuada, no cerne.
COR
 A cor da madeira está sujeita a variações; a
madeira recém-cortada é, geralmente, mais clara e,
quando exposta ao ar, durante determinado tempo,
apresenta uma tonalidade mais escura, em virtude
da oxidação de componentes orgânicos presentes
no lenho; o escurecimento também ocorre quando
há elevação do teor de umidade, exposição ao sol,
em contato com determinados metais e ataque de
certos fungos e bactérias.
COR

 Devido à subjetividade na descrição


macroscópica da coloração das madeiras,
recomenda-se o uso da tabela de Munsell
para tecidos vegetais (Munsell Collor –
Munsell Collor for plant tissues. Baltimore,
1952).
 Recomenda-se, ainda, a utilização de
técnicas colorimétricas (CIELAB)
Munsell Collor for plant
tissues
CHEIRO

 O cheiro é uma característica difícil de ser


expressa e definida. O odor típico que
algumas espécies apresentam se deve à
presença de certas substâncias voláteis ou
extrativos, que se concentram principalmente
no cerne.
CHEIRO

 Devido à volatilidade de certos materiais, o


cheiro tende a diminuir com o tempo de
exposição, mas se torna bem pronunciado
quando se raspa, corta-se ou se umedece a
madeira, no plano longitudinal tangencial.
CHEIRO

Algumas espécies têm um cheiro inconfundível


 Canela sassafrás – (Ocotea pretiosa)

 Cedro-rosa – (Cedrela odorata)

 Sândalo – (Santalum album) – artigos de

perfumaria
 Cinamomo-cânfora – (Cinamomum

canphora) – lãs e peles


GOSTO

 O gosto e o cheiro são propriedades


intimamente relacionadas por se originarem
das mesmas substâncias. É, também, uma
característica difícil de ser definida e, muito
excepcionalmente, o sabor contribui para a
identificação e distinção de espécies.
GOSTO

 De um modo geral, as espécies ricas em tanino


apresentam um sabor amargo. O gosto é mais
sentido em madeiras verdes ou recentemente
cortadas, sendo mais intenso no alburno que no
cerne. Em função do gosto desagradável,
algumas madeiras devem ser descartadas para
certos usos industriais, como embalagens para
alimentos, palitos de dente, de picolé e pirulitos,
brinquedos para bebês etc.
DESENHO

 Desenho é o termo usado para descrever a


aparência natural das faces da madeira,
notadamente da face longitudinal do cerne,
bem polida, que resulta das várias
características macroscópicas: cerne,
alburno, cor, grã, anéis de crescimento e
raios.
DESENHO

Os principais tipos de desenho são:

 Espigado – em forma de espiga;


 Plumoso – em forma de pena;
 Punteado – em forma pontiaguda.
DESENHO

 Algumas madeiras apresentam desenho bem


característico: angelim-rajado (Pithecolobium
racemosum, Mimosaceae) e saboarana
(Swartzia laevicarpa, Leguminosae).
Angelim-rajado (Pithecolobium racemosum)
Jacarandá-da-Bahia (Dalbergia nigra)
BRILHO

 É a propriedade que algumas madeiras


possuem de refletir a luz incidente. A face
longitudinal radial é sempre a mais reluzente
pelo efeito das faixas horizontais dos raios.
BRILHO

 Sob o ponto de vista de identificação e


distinção de madeiras, a característica de
brilho é irrelevante e difícil de ser definida. A
importância do brilho é principalmente de
ordem estética e esta propriedade pode ser
aumentada, artificialmente, através de
polimentos e acabamentos superficiais.
BRILHO

 Algumas madeiras apresentam brilho natural


facilmente visível, como o louro-inhamuí
(Ocotea cymbarum, Lauraceae) e pau-
pombo (Tapirira guianensis, Anacardiaceae).
 Pau-pombo (Tapirira guianensis)
TEXTURA

 A textura é o efeito produzido na madeira


pelas dimensões, distribuição e porcentagem
dos diversos elementos estruturais
constituintes do lenho, principalmente os
poros.
TEXTURA

 Nas Angiospermas, a textura é determinada


sobretudo pelo diâmetro dos vasos e largura
dos raios;

 Nas Gimnospermas, a textura é determinada


pela espessura e regularidade dos anéis de
crescimento.
TEXTURA

 Textura muito fina – os poros são muito


pequenos

 Textura fina – elementos de dimensões muito


pequenas distribuídos de forma difusa no
lenho - superfície homogênea e uniforme.
Ex: pau-marfim e pinheiro-do-Paraná
Textura fina

Pau-marfim (Balfourodendron riedelianum (Engl.) Engl )


TEXTURA

 Textura grossa ou grosseira –poros grandes


e visíveis a olho nu, grande quantidade de
parênquima e raios largos. Ex: cerejeira,
paineira, sucupira
Textura
grossa

Sucupira (Bowdichia nitida Spruce ex Benth. )


TEXTURA

 Textura média – é constituída de elementos


de tamanho médio. Ex: Jatobá (Hymenaea
courbaril L. Var. stilbocarpa (Hayne) Lee et
Lang.; Fabaceae - Caesalpinioideae) e
canela.
Jatobá
TEXTURA
 A textura da madeira tem grande importância na
fase de colagem e na aplicação de revestimentos
superficiais.
Madeiras com textura grosseira absorvem em
grande quantidade as substâncias que lhe são
aplicadas; no caso de pinturas, são necessárias
várias demãos para se obter um bom acabamento.
Sob o ponto de vista da colagem, a excessiva
absorção do adesivo por uma superfície porosa
pode causar uma má aderência.
DUREZA

 A dureza é uma característica difícil de ser


definida e, muito excepcionalmente, contribui
para a identificação e distinção das espécies.
É de importância menor para os propósitos
de anatomia e identificação de madeiras.
 A dureza pode ser grosseiramente avaliada
pela impressão da unha ou pela aplicação de
uma esfera nas faces da madeira.
GRÃ DA MADEIRA
 O termo grã ou grão se refere à orientação
geral dos elementos longitudinais da madeira
em relação ao eixo do tronco. Em
decorrência do processo de crescimento e
sob as mais diversas influências
(melhoramento genético, altitude,
declividade, ventos etc.), há uma grande
variação natural no arranjo e direção dos
tecidos longitudinais ou axiais, originando
vários tipos de grã.
GRÃ

 Grã reta, direita ou linheira - é o tipo


considerado normal, apresentando os tecidos
axiais orientados paralelamente ao eixo
principal da árvore ou peça de madeira.
 Elevada resistência mecânica, fácil
desdobro e processamento, ausência de
deformação durante a secagem. A superfície
de acabamento é muito boa.
GRÃ

 Grã espiral –orientação em espiral dos


elementos axiais da madeira, em relação ao
eixo principal da árvore.
 Diminuição da resistência mecânica,
deformação de secagem e dificuldade de
usinagem e acabamento.
Tronco com grã espiral Fonte: BURGUER E RICHTER (1991)
GRÃ

 Grã entrecruzada ou revessa – os tecidos


axiais da madeira apresentam-se orientados
em diversas direções. A inclinação dos
elementos apresenta alterações periódicas.
 Resistência mecânica não é muito afetada,
mas a madeira apresenta deformações e
empenamentos durante a secagem e é de
difícil usinagem e acabamento.
GRÃ
 Grã ondulada (crespa) - os elementos axiais
do lenho alteram constantemente sua
direção, aparecendo como uma linha sinuosa
irregular. As superfícies longitudinais
apresentam faixas escuras e claras,
alternadas, e de belo efeito decorativo,
facilmente encontradas em madeiras de
imbuia (Ocotea porosa, Lauraceae).
 As características da madeira são
praticamente as mesmas de grã
entrecruzada.
GRÃ
 Grã inclinada, diagonal ou oblíqua - é o desvio
angular que os elementos axiais apresentam com
relação ao eixo principal da árvore ou da peça de
madeira. É proveniente de árvores com troncos
excessivamente cônicos, com crescimento
excêntrico etc.
 Este tipo de grã afeta significativamente as
propriedades tecnológicas da madeira, provocando
a diminuição da resistência mecânica, deformação
de secagem e dificuldade de usinagem e
acabamento
DEFEITOS NA GRÃ DA
MADEIRA
 A madeira de grã reta é o tipo considerado
ideal devido a facilitar os processos de
desdobro, secagem, usinagem e não
ocorrendo deformações, nas peças de
madeira, apresentam uma boa superfície de
acabamento.
DEFEITOS NA GRÃ DA
MADEIRA

Detalhe de uma usinagem facilitada devido à


grã reta Fonte: SILVA, 2002
 O crescimento espiralado é assim chamado
quando existe uma orientação espiral dos
elementos longitudinais da madeira em
relação ao eixo do tronco, facilmente
observado nas faces tangenciais. Havendo
uma volta completa em torno do eixo da
árvore, em menos de 10 (dez) metros, a
madeira apresenta limitações de utilização,
principalmente como material de construção.
DEFEITOS NA GRÃ DA
MADEIRA
 Em algumas espécies, é bem possível
observar tal tipo de defeito, pela presença
espiralada da casca. As principais
conseqüências deste tipo de grã são a
diminuição da resistência mecânica,
deformação na secagem e dificuldades em
conseguir um bom acabamento superficial.
DEFEITOS NA GRÃ DA
MADEIRA

Detalhe de uma usinagem dificultada devido à


grã espiralada Fonte: SILVA, 2002
DEFEITOS NA GRÃ DA
MADEIRA
 As peças de madeira oriundas de troncos
com crescimento espiralado terão seus
tecidos obliquamente cortados no processo
de desdobro paralelo ao tronco.
DEFEITOS NA GRÃ DA
MADEIRA
 Todas as árvores apresentam espiralamento em
maior ou menor grau, como um princípio
construtivo da árvore, numa forma de atender,
com eficiência, o processo fisiológico da
transpiração e distribuição da água pela copa.
Outras possíveis causas do espiralamento são a
ação dos ventos, o desenvolvimento da copa, o
movimento solar, a rotação da terra, a
deposição irregular de nutrientes no solo, as
divisões pseudotransversais das células iniciais
fusiformes do câmbio etc.
DEFEITOS NA GRÃ DA
MADEIRA
O ângulo do espiralamento apresenta inúmeras
alterações durante a vida da árvore.
 Nas coníferas, na fase jovem da planta, há

uma tendência de espiralização à esquerda;


na fase adulta, há uma tendência de
espiralização para a direita.
 Nas folhosas, há uma tendência de formação

da grã espiral sempre à direita e não se


verifica uma alteração do espiralamento com
o desenvolvimento da idade da árvore.
DEFEITOS NA GRÃ DA
MADEIRA
 Outro ponto muito importante: o ângulo de
inclinação sempre diminui de baixo para
cima, ou seja, no sentido base-topo e
aumenta do interior para a periferia, ou seja,
aumenta no sentido medula-casca
Embora seja uma classificação um tanto empírica, a
grã é classificada de acordo com o desvio, em
relação ao eixo longitudinal. Assim:
 . Fraco espiralamento ......... de 0 a 6o
até 10 cm a cada metro de comprimento
 . Médio espiralamento ........ de 6 a 18o
até 20 cm a cada metro de comprimento
 . Forte espiralamento ....... > 18o acima
de 33 cm a cada metro de comprimento
Fim !
!! Madeira - Pau para toda obra!!!

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