Afogamento
Afogamentos
Afogamento é a aspiração de líquido não corporal por submersão (todo o corpo
dentro da água) ou imersão (parte do corpo dentro da água). Nestes casos, a
tosse ocorre como uma resposta reflexa ao líquido nas vias aéreas.
O quadro clínico e a gravidade do afogamento são determinados pela
quantidade de
água que foi aspirada.
Quantidades aspiradas tão pequenas quanto 70 ml podem produzir graves
consequências.
A função respiratória fica prejudicada pela entrada de
líquido, interferindo nas trocas gasosas e levando à
hipoxemia.
Classificação quanto à gravidade
Grau 1: tosse sem espuma na boca ou no nariz.
(Sobrasa)
Conduta: repouso, aquecimento e medidas que visem o conforto e a
tranquilidade do
banhista; não há a necessidade de oxigênio ou de hospitalização.
Grau 2: pouca espuma na boca e/ou no nariz.
Conduta: tranquilização, aquecimento e transporte ao hospital, pois será
necessário o
oxigênio e a observação 24 horas.
Grau 3: muita espuma na boca e no nariz, com
pulso
radial palpável.
Conduta: posicione em decúbito lateral direito,
acione o resgate ou o transporte ao hospital, pois
será necessária a oxigenoterapia em UTI.
Classificação quanto à gravidade
Grau 4: muita espuma na boca e no nariz, com pulso carotídeo, mas sem
(Sobrasa)
pulso radial palpável.
Conduta: posicione em decúbito lateral direito e chame o resgate; monitorar a
respiração, porque a vítima pode entrar em parada respiratória. Se isso
acontecer, iniciar as ventilações boca a boca. Será necessária a hospitalização
em UTI e a ventilação mecânica.
Grau 5: parada respiratória, com pulso carotídeo.
Conduta: ventilação boca a boca; não fazer compressões cardíacas. Após
retornar à respiração espontânea, tratar como grau 4 (decúbito lateral direito
e chamar o resgate).
Grau 6: parada cardiorrespiratória (PCR).
Conduta: RCP, 30 compressões torácicas e 2
ventilações boca a boca (um socorrista), ou 15
compressões torácicas e 2 ventilações boca a boca
Os pacientes graus 1, 2, 3, 4 e 5, quando sobrevivem, raramente apresentam
sequelas, evoluindo para a cura em quase 95% dos casos.
A determinação do prognóstico nos casos de afogamento grau 6 é dependente,
principalmente, da existência ou não de lesão neurológica relacionada
diretamente ao tempo e ao grau de hipóxia.
Os casos de afogamento apresentam uma grande tolerância à falta de
oxigênio, por isso deve-se tentar a RCP além do limite estabelecido para
outras patologias. Há registros de casos de PCR com submersão maior do que
14 minutos ressuscitados com sucesso.
Cadeia de sobrevivência nos afogamentos
(Sobrasa)
1. Prevenção;
2. Reconheça o afogamento e peça para ligarem para 193 (bombeiro) ou 192
(Samu);
3. Forneça a flutuação – evite a submersão;
4. Remover da água - só se for seguro;
Vítima consciente: resgatar a pessoa até a terra;
Vítima inconsciente: cheque a respiração e, se ausente, instituir a ventilação
ainda dentro da água. Isso aumenta as chances de sobrevivência sem sequelas
em até 4 vezes maior;
5. Suporte de vida – hospital, se necessário: inicie, então, uma rápida avaliação
da vítima,
para classificar a gravidade do afogamento e tomar as condutas necessárias.