IMUNOLOGIA -
PRINCÍPIOS BÁSICOS
Dra. Maria Cristina Purini
06 de julho de 2006
INTRODUÇÃO
 Immunis = isento, livre;
 Século XVIII – sarampo;
 1796 - Edward Jenner - varíola - pessoas inoculadas
com o vírus desenvolviam imunidade para o sarampo.
Vírus Vaccinia em latim = vacinação;
 1881 - King´s Colege, London - Louis Pasteur, Joseph
Lister e Robert Koch - técnicas para isolamento e cultura
de bactérias em Laboratório.
INTRODUÇÃO
 1888 - Roux e Yersin - “toxina” produzida pelo bacilo da
difteria;
 1890 - Behring e Kitasato - inoculação de baixas doses
da toxina produzida pelo bacilo de tétano em ratos =
imunidade (específica), através da produção de “anti-
toxina”;
 Toxina = antígeno e Anti-toxina = anticorpo;
INTRODUÇÃO
 Soro de indivíduo imunizado + suspensão das bactérias
= aglutinação ou lise das bactérias;
 Landsteiner - misturou células vermelhas com soros de
diferentes indivíduos = aglutinação e/ou lise = Imuno-
hematologia
 1891 - Dr. Geissler, Berlim - inoculação de anti-toxina de
cavalo em criança com difteria.
LINFÓCITOS
 1931 - Wells e cols. - envolvimento fígado na
resposta imune;
 1946 - Wintrobe - linfócitos aumentam durante
infecções;
 1960 - linfócitos são um grupo heterogêneo de
células - diferenciação entre linfócitos B e T;
 Linfócitos B - fígado fetal e MO em adultos - síntese
de anticorpos = resposta humoral
LINFÓCITOS
 Linfócitos T - Timo - Imunidade celular e auxiliadoras na
imunidade humoral- células T citotóxicas e T helper ;
 2 x 10¹² linfócitos = volume de massa do cérebro e
fígado;
 Sucesso processo imunológico depende da capacidade
do organismo de reconhecer elementos “self” de “non-
self”.
IMUNIDADE INATA E ADQUIRIDA
 Imunidade Inata: -Linhas primárias de defesa
-Desenvolvimento evolutivo inicial;
- Inespecífica
- Natural – presente ao nascimento;
- Imediatamente disponível;
- Física, bioquímica, mecânica, ou combinação;
- Não altera com exposição repetida a qualquer antígeno-
específico.
IMUNIDADE INATA
 Corresponde a primeira e segunda linhas de defesa;
1) Primeira Linha de Defesa = Componentes Externos:
- Físicos: pele intacta, membranas mucosas, cílios,
reflexo da tosse.
- Bioquímicos: secreções (suor, lágrimas, saliva, muco);
ph da vagina e estômago muito baixos;
2) Segunda Linha de Defesa = Componentes Internos:
- Celular: células fagocíticas (macrófagos, monócitos,
PMN, células NK);
IMUNIDADE INATA
- Humorais/Bioquímicos:
 - Via alternativa do complemento - ativa a cascata do
complemento através de reações inespecíficas com
polissacarídeos de superfícies de microorganismos e
células tumorais;
 - Citocinas (interferons, interleucinas);
- Reação inflamatória Aguda: lesão tecidual - aumento fluxo
sg + permeabilidade capilar + afluência de células
fagocitárias.
IMUNIDADE ADQUIRIDA
 Suplementa a proteção da resposta inata
 Desenvolvimento evolutivo mais tardio – vertebrados;
 Específico: Especializada;
 Adquirida por contato com substância estranha;
 Contato com substância estranha – síntese de proteínas
de Ac especializadas – reatividade a substância
estranha em particular;
 Memória;
IMUNIDADE ADQUIRIDA
 Melhor resposta a cada contato com o patógeno;
 Lembra o agente infeccioso e pode impedí-lo de causar
doença novamente;
 É adquirida imunidade para resistir à exposição
subseqüente à mesma substância estranha.
IMUNIDADE ADQUIRIDA
 Terceira Linha de Defesa
 Celular:
- Linfócitos: - Células T: T helper e Tcitotóxica;
- Células B: - Células B de memória e plasmócitos;
- CAAs: - Macrófagos, monócitos, células dendríticas e
células B;
 Humoral: - Anticorpos, Via Clássica do Complememto
e Citocinas.
IMUNOLOGIA
 Polimorfismo = capacidade de gerar diversidade nas
supefícies celulares. Ex: Ag dos grupos sangüíneos.
 Variabilidade genética é exibida primariamente através
do Complexo de Histocompatibilidade Maior (MHC) :
- Moléculas Classe I: expressado pela maioria das células
nucleadas;
- Moléculas Classe II: expressado nas células
apresentadoras de antígenos (linfócitos B, macrófagos,
células dendríticas)
ANTICORPOS
 Mesma estrutura básica para todas moléculas de
anticorpos
 2 diferentes cadeias de polipeptídeos:
- Cadeia Leve (polipeptídeo formado por 220 aminoácidos):
comum a todas moléculas de anticorpos, podendo ser de
dois tipos: kappa e lambda.
- Cadeia Pesada (polipeptídeo formado por 440
aminoácidos): podem ser de 5 tipos: mi, gama, alfa, delta,
epsilon. Determinam o tipo de classe de imunoglobulina –
IgM, IgG, IgA, IgD, IgE.
ANTICORPOS
 R.R.Porter – St. Mary´s Hospital Medical School – Ig G
digerida por papaína – 3 fragmentos de igual tamanho:
- 2 idênticos com capacidade para se ligar Ag – Fab;
- porção facilmente cristalizável – Fc
Pepsina cliva IgG de forma diferente: porções Fab
permanecem ligadas - (F(ab`)2). Restante degradado
em peptídeos pequenos.
SÍTIO PARA O RECEPTOR Fc DO MACRÓFAGO
SÍTIO DE FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO
SÍTIO DE LIGAÇÃO DO ANTÍGENO
FRAGMENTO Fc
Cadeia Pesada
Cadeia Leve
MOLÉCULAS DE IG
IMUNOGLOBULINAS
 IgM: 1º classe de anticorpo secretado na resposta
primária. Forma secretada = pentâmero de 900.000 Mr e
10 sítios de ligação de antígenos. 10% das
imunoglobulinas do plasma. Eficiente na ligação com C1q,
ativando a Cascata do Complemento e lise celular.
 IgG: Ig predominante no plasma = monômero de 150.000
Mr – 75% das Ig séricas. 4 sub-classes: IgG1 a 4.
Diferenciam entre si pelo número de pontes dissulfídicas.
Predominante é IgG1(65 a 77%). Aloanticorpos de células
vermelhas são predominantemente IgG1 e IgG3.
IMUNOGLOBULINAS
 IgA: classe de imunoglobulinas principal nas secreções
– 15% do total de Ig no plasma;
_ 1/3 dos anticorpos anti-A e anti-B;
 IgE: < 1% do total de Ig do plasma; A porção Fc da
molécula se liga a basófilos e mastócitos. Porção Fab se
liga a um alérgeno - ligação cruzada com outra molécula
- liberação histamina (reação alérgica).
 IgD: papel na diferenciação do lifócito B.
Imunoglobulinas em banco de sangue
 IgG e IgM: mais importantes para Banco de Sangue;
 IgG: reage à temperatura corporal - destrói hemácias
transfundidas antígeno-positivas;
 Ac IgM: ocorrência natural no Sistema ABO - podem
interferir com a detecção de Ac IgG clinicamente
significantes.;
 2-mercaptoetanol ou ditiotreitol (DTT): dissociação da
forma pentamérica da molécula de IgM - remoção dos
Ac IgM e identificação Ac IgG.
SÍNTESE DE ANTICORPOS
 Estimulação antigênica;
 3 células envolvidas: linfócito B, linfócito T, CAA (célula
apresentadora de antígenos);
 1950 – Burnet – linfócitos não são produzidos por estímulo
antigênico – milhões de linfócitos pré-programados.
 1º passo: Reconhecimento Ag pela CAA – endocitose –
entregue aos endossomas (proteólise limitada) – MHC
classe II transportado pela cadeia invariante (proteína
carreadora), do Complexo de Golgi para endossomas –
ligação do peptídeo derivado Ag a molécula de MHC
classe II, formando um complexo Ag/MHC classe II.
SÍNTESE DE ANTICORPOS
 2º passo: Reconhecimento do complexo Ag/MHC classe
II pela célula T helper – outras interações como B7 na
CAA e CD28 na cél T helper – ativação celular – síntese
do receptor do fator de crescimento IL2 e aumento de
secreção da IL2 = estimula proliferação.
 3° passo: Ligação do Ag ao receptor de cél B –
complexo Ag/receptor interiorizado por endocitose – Ag
processado é apresentado junto com MHC classe II –
superfície das células – interação antígeno específica
entre cél T helper e cél B – ativação cél. B – proliferação
e secreção de anticorpos.
SÍNTESE DE ANTICORPOS
 Após estimulação algumas céls. B produzem resposta
imune primária e outras se tornam céls. B de memória.
As primeiras morrem em poucos dias e as outras
permanecem circulantes por vários anos.
FUNÇÃO DOS ANTICORPOS
 Destruição “non-self”;
 Ag se liga Ac pela porção Fab – porção Fc se liga a porção
externa da membrana – ligação dos componentes do
complemento – desencadeia Complexo de Ataque da
Membrana (MAC) – destruição celular (lise);
 Células estranhas cobertas por anticorpos –ligação da
porção Fc: - a macrófagos e neutrófilos – ingeridos e
destruídos por fagocitose;
cél. NK: lise por liberação perforina (homólogo componente
C9 do Complemento)
CASCATA DO COMPLEMENTO
FUNÇÃO DOS ANTICORPOS
 Receptor Fc da placenta: imunidade por transporte da Ig
da mãe para o feto;
 IgA: encontrada principalmente em áreas de superfície
mucosa – auxiliam proteção do muco. Deficiência de IgA:
1/500 indivíduos. Responsável por reação transfusional
anafilática grave.
 IgD: função incerta;
 IgE: ligação a receptores Fc de mastócitos e basófilos –
secreção histamina – dilatação e aumento permeabilidade
vascular – linfócitos no sítio inflamatório.
IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULA
 MHC classe I: expresso na superfície da maioria das
células nucleadas;
 Molécula MHC classe I da cél. Infectada apresenta o
peptídeo derivado do Ag – reconhecido pelas céls. T
citotóxicas – ligação CD8 com domínio alfa 3 – ativação
tirosina quinase – ativa a célula T que libera perforina
destruindo a célula infectada.
 Em Imuno-hematologia o foco principal é imunidade
mediada por anticorpos.
IMUNIDADE MEDIADA POR CÉLULA
 Transfusão – passagem de linfócitos do doador para
receptor – normalmente são reconhecidos pelo sistema
imune e destruídos. Pacientes gravemente
imunossuprimidos – não são reconhecidos - proliferam
causando GVHD.
 Transfusão de linfócitos homozitos para o Ag HLA para
pacientes heterozigotos – não são reconhecidos,
causando GVHD.
AUTOIMUNIDADE
 Sucesso do Sistema Imune: capacidade do organismo
distinguir “self” de “non-self”;
 Microorganismos cujas proteínas de superfície são
semelhantes às do hospedeiro – falha no sistema imune
– produção de anticorpos e células T citotóxicas contra
Ag “self” – Doença Autoimune.
ANTICORPOS POLICLONAIS
 Acs de grupo sanguíneo no soro – policlonais –
produzidos por vários linfócitos B que reconhecem
diferentes epítopos de um mesmo Antígeno.
 Antisoro Policlonal – imunização de animais em
laboratório por injeção células vermelhas humanas
homogeneizadas em uma solução (emulsão água e óleo)
– 1° inoculação IM ou SC 50 a 200 micro grama Ag – 2°
depois de 1 mês.
 Técnica Ac monoclonal não fez Ac policlonais obsoletos -
+ fácil, + barato – preferencial certas circunstâncias.
ANTICORPOS MONOCLONAIS
 1975 – Kohler e Milstein – produção de Ac in vitro pela
cultura de células clonais produtoras de Ac (Mieloma
Múltiplo);
 Cél. B – fusão de cél. B de rato imunizado com cél. B de
linhagem tumoral – crescimento em cultura de cél.
Híbrida – hibridomas – característica de crescimento da
cél. linhagem tumoral – característica de produção de Ac
da cél. esplênica.
ANTICORPOS DE OCORRÊNCIA NATURAL
 Soro de indivíduos sem antecedentes de transfusões ou
gravidez;
 Resposta a substâncias no ambiente antigenicamente
idênticas ou semelhantes a Ag de hemácias;
 Aglutininas frias IgM - reagem à temperatura ambiente
ou abaixo dela, ativam complemento e quando ativas a
37° podem ser hemolíticas;
 Reagem com os sistemas de grupo sangüíneo ABH, Hh,
Lewis, MN e P.
ANTICORPOS IMUNES
 Soro de indivíduos expostos a Ag de hemácias por
transfusão ou gravidez;
 Não são encontrados na natureza;
 Maioria de Anticorpos sensibilizantes quentes de IgG,
reagem melhor em temperatura de 37°C e necessitam
globulina anti-humana para detecção;
 Sistemas de grupo sangüíneo Rh, Kell, Duffy, Kidd e Ss.
INTERAÇÕES ANTÍGENO/ANTICORPO
 K = constante de afinidade = (Ag Ac) / (Ag) (Ac)
 Necessário equilíbrio entre Ag e Ac livres e ligados;
 Afinidade Ag/Ac é maior Ag/Fab – IgM molécula
pentamérica proporcionando múltiplas interações com
Ag – alta afinidade funcional – avidez;
 Afinidade ligação Ac ou Fab – afetado pela composição
da solução e temperatura.

47_Imunologia – Princípios Básicos (2).ppt

  • 1.
    IMUNOLOGIA - PRINCÍPIOS BÁSICOS Dra.Maria Cristina Purini 06 de julho de 2006
  • 2.
    INTRODUÇÃO  Immunis =isento, livre;  Século XVIII – sarampo;  1796 - Edward Jenner - varíola - pessoas inoculadas com o vírus desenvolviam imunidade para o sarampo. Vírus Vaccinia em latim = vacinação;  1881 - King´s Colege, London - Louis Pasteur, Joseph Lister e Robert Koch - técnicas para isolamento e cultura de bactérias em Laboratório.
  • 3.
    INTRODUÇÃO  1888 -Roux e Yersin - “toxina” produzida pelo bacilo da difteria;  1890 - Behring e Kitasato - inoculação de baixas doses da toxina produzida pelo bacilo de tétano em ratos = imunidade (específica), através da produção de “anti- toxina”;  Toxina = antígeno e Anti-toxina = anticorpo;
  • 4.
    INTRODUÇÃO  Soro deindivíduo imunizado + suspensão das bactérias = aglutinação ou lise das bactérias;  Landsteiner - misturou células vermelhas com soros de diferentes indivíduos = aglutinação e/ou lise = Imuno- hematologia  1891 - Dr. Geissler, Berlim - inoculação de anti-toxina de cavalo em criança com difteria.
  • 5.
    LINFÓCITOS  1931 -Wells e cols. - envolvimento fígado na resposta imune;  1946 - Wintrobe - linfócitos aumentam durante infecções;  1960 - linfócitos são um grupo heterogêneo de células - diferenciação entre linfócitos B e T;  Linfócitos B - fígado fetal e MO em adultos - síntese de anticorpos = resposta humoral
  • 6.
    LINFÓCITOS  Linfócitos T- Timo - Imunidade celular e auxiliadoras na imunidade humoral- células T citotóxicas e T helper ;  2 x 10¹² linfócitos = volume de massa do cérebro e fígado;  Sucesso processo imunológico depende da capacidade do organismo de reconhecer elementos “self” de “non- self”.
  • 7.
    IMUNIDADE INATA EADQUIRIDA  Imunidade Inata: -Linhas primárias de defesa -Desenvolvimento evolutivo inicial; - Inespecífica - Natural – presente ao nascimento; - Imediatamente disponível; - Física, bioquímica, mecânica, ou combinação; - Não altera com exposição repetida a qualquer antígeno- específico.
  • 8.
    IMUNIDADE INATA  Correspondea primeira e segunda linhas de defesa; 1) Primeira Linha de Defesa = Componentes Externos: - Físicos: pele intacta, membranas mucosas, cílios, reflexo da tosse. - Bioquímicos: secreções (suor, lágrimas, saliva, muco); ph da vagina e estômago muito baixos; 2) Segunda Linha de Defesa = Componentes Internos: - Celular: células fagocíticas (macrófagos, monócitos, PMN, células NK);
  • 9.
    IMUNIDADE INATA - Humorais/Bioquímicos: - Via alternativa do complemento - ativa a cascata do complemento através de reações inespecíficas com polissacarídeos de superfícies de microorganismos e células tumorais;  - Citocinas (interferons, interleucinas); - Reação inflamatória Aguda: lesão tecidual - aumento fluxo sg + permeabilidade capilar + afluência de células fagocitárias.
  • 10.
    IMUNIDADE ADQUIRIDA  Suplementaa proteção da resposta inata  Desenvolvimento evolutivo mais tardio – vertebrados;  Específico: Especializada;  Adquirida por contato com substância estranha;  Contato com substância estranha – síntese de proteínas de Ac especializadas – reatividade a substância estranha em particular;  Memória;
  • 11.
    IMUNIDADE ADQUIRIDA  Melhorresposta a cada contato com o patógeno;  Lembra o agente infeccioso e pode impedí-lo de causar doença novamente;  É adquirida imunidade para resistir à exposição subseqüente à mesma substância estranha.
  • 12.
    IMUNIDADE ADQUIRIDA  TerceiraLinha de Defesa  Celular: - Linfócitos: - Células T: T helper e Tcitotóxica; - Células B: - Células B de memória e plasmócitos; - CAAs: - Macrófagos, monócitos, células dendríticas e células B;  Humoral: - Anticorpos, Via Clássica do Complememto e Citocinas.
  • 13.
    IMUNOLOGIA  Polimorfismo =capacidade de gerar diversidade nas supefícies celulares. Ex: Ag dos grupos sangüíneos.  Variabilidade genética é exibida primariamente através do Complexo de Histocompatibilidade Maior (MHC) : - Moléculas Classe I: expressado pela maioria das células nucleadas; - Moléculas Classe II: expressado nas células apresentadoras de antígenos (linfócitos B, macrófagos, células dendríticas)
  • 14.
    ANTICORPOS  Mesma estruturabásica para todas moléculas de anticorpos  2 diferentes cadeias de polipeptídeos: - Cadeia Leve (polipeptídeo formado por 220 aminoácidos): comum a todas moléculas de anticorpos, podendo ser de dois tipos: kappa e lambda. - Cadeia Pesada (polipeptídeo formado por 440 aminoácidos): podem ser de 5 tipos: mi, gama, alfa, delta, epsilon. Determinam o tipo de classe de imunoglobulina – IgM, IgG, IgA, IgD, IgE.
  • 15.
    ANTICORPOS  R.R.Porter –St. Mary´s Hospital Medical School – Ig G digerida por papaína – 3 fragmentos de igual tamanho: - 2 idênticos com capacidade para se ligar Ag – Fab; - porção facilmente cristalizável – Fc Pepsina cliva IgG de forma diferente: porções Fab permanecem ligadas - (F(ab`)2). Restante degradado em peptídeos pequenos.
  • 16.
    SÍTIO PARA ORECEPTOR Fc DO MACRÓFAGO SÍTIO DE FIXAÇÃO DO COMPLEMENTO SÍTIO DE LIGAÇÃO DO ANTÍGENO FRAGMENTO Fc Cadeia Pesada Cadeia Leve
  • 17.
  • 18.
    IMUNOGLOBULINAS  IgM: 1ºclasse de anticorpo secretado na resposta primária. Forma secretada = pentâmero de 900.000 Mr e 10 sítios de ligação de antígenos. 10% das imunoglobulinas do plasma. Eficiente na ligação com C1q, ativando a Cascata do Complemento e lise celular.  IgG: Ig predominante no plasma = monômero de 150.000 Mr – 75% das Ig séricas. 4 sub-classes: IgG1 a 4. Diferenciam entre si pelo número de pontes dissulfídicas. Predominante é IgG1(65 a 77%). Aloanticorpos de células vermelhas são predominantemente IgG1 e IgG3.
  • 19.
    IMUNOGLOBULINAS  IgA: classede imunoglobulinas principal nas secreções – 15% do total de Ig no plasma; _ 1/3 dos anticorpos anti-A e anti-B;  IgE: < 1% do total de Ig do plasma; A porção Fc da molécula se liga a basófilos e mastócitos. Porção Fab se liga a um alérgeno - ligação cruzada com outra molécula - liberação histamina (reação alérgica).  IgD: papel na diferenciação do lifócito B.
  • 20.
    Imunoglobulinas em bancode sangue  IgG e IgM: mais importantes para Banco de Sangue;  IgG: reage à temperatura corporal - destrói hemácias transfundidas antígeno-positivas;  Ac IgM: ocorrência natural no Sistema ABO - podem interferir com a detecção de Ac IgG clinicamente significantes.;  2-mercaptoetanol ou ditiotreitol (DTT): dissociação da forma pentamérica da molécula de IgM - remoção dos Ac IgM e identificação Ac IgG.
  • 21.
    SÍNTESE DE ANTICORPOS Estimulação antigênica;  3 células envolvidas: linfócito B, linfócito T, CAA (célula apresentadora de antígenos);  1950 – Burnet – linfócitos não são produzidos por estímulo antigênico – milhões de linfócitos pré-programados.  1º passo: Reconhecimento Ag pela CAA – endocitose – entregue aos endossomas (proteólise limitada) – MHC classe II transportado pela cadeia invariante (proteína carreadora), do Complexo de Golgi para endossomas – ligação do peptídeo derivado Ag a molécula de MHC classe II, formando um complexo Ag/MHC classe II.
  • 22.
    SÍNTESE DE ANTICORPOS 2º passo: Reconhecimento do complexo Ag/MHC classe II pela célula T helper – outras interações como B7 na CAA e CD28 na cél T helper – ativação celular – síntese do receptor do fator de crescimento IL2 e aumento de secreção da IL2 = estimula proliferação.  3° passo: Ligação do Ag ao receptor de cél B – complexo Ag/receptor interiorizado por endocitose – Ag processado é apresentado junto com MHC classe II – superfície das células – interação antígeno específica entre cél T helper e cél B – ativação cél. B – proliferação e secreção de anticorpos.
  • 23.
    SÍNTESE DE ANTICORPOS Após estimulação algumas céls. B produzem resposta imune primária e outras se tornam céls. B de memória. As primeiras morrem em poucos dias e as outras permanecem circulantes por vários anos.
  • 27.
    FUNÇÃO DOS ANTICORPOS Destruição “non-self”;  Ag se liga Ac pela porção Fab – porção Fc se liga a porção externa da membrana – ligação dos componentes do complemento – desencadeia Complexo de Ataque da Membrana (MAC) – destruição celular (lise);  Células estranhas cobertas por anticorpos –ligação da porção Fc: - a macrófagos e neutrófilos – ingeridos e destruídos por fagocitose; cél. NK: lise por liberação perforina (homólogo componente C9 do Complemento)
  • 28.
  • 29.
    FUNÇÃO DOS ANTICORPOS Receptor Fc da placenta: imunidade por transporte da Ig da mãe para o feto;  IgA: encontrada principalmente em áreas de superfície mucosa – auxiliam proteção do muco. Deficiência de IgA: 1/500 indivíduos. Responsável por reação transfusional anafilática grave.  IgD: função incerta;  IgE: ligação a receptores Fc de mastócitos e basófilos – secreção histamina – dilatação e aumento permeabilidade vascular – linfócitos no sítio inflamatório.
  • 30.
    IMUNIDADE MEDIADA PORCÉLULA  MHC classe I: expresso na superfície da maioria das células nucleadas;  Molécula MHC classe I da cél. Infectada apresenta o peptídeo derivado do Ag – reconhecido pelas céls. T citotóxicas – ligação CD8 com domínio alfa 3 – ativação tirosina quinase – ativa a célula T que libera perforina destruindo a célula infectada.  Em Imuno-hematologia o foco principal é imunidade mediada por anticorpos.
  • 32.
    IMUNIDADE MEDIADA PORCÉLULA  Transfusão – passagem de linfócitos do doador para receptor – normalmente são reconhecidos pelo sistema imune e destruídos. Pacientes gravemente imunossuprimidos – não são reconhecidos - proliferam causando GVHD.  Transfusão de linfócitos homozitos para o Ag HLA para pacientes heterozigotos – não são reconhecidos, causando GVHD.
  • 33.
    AUTOIMUNIDADE  Sucesso doSistema Imune: capacidade do organismo distinguir “self” de “non-self”;  Microorganismos cujas proteínas de superfície são semelhantes às do hospedeiro – falha no sistema imune – produção de anticorpos e células T citotóxicas contra Ag “self” – Doença Autoimune.
  • 34.
    ANTICORPOS POLICLONAIS  Acsde grupo sanguíneo no soro – policlonais – produzidos por vários linfócitos B que reconhecem diferentes epítopos de um mesmo Antígeno.  Antisoro Policlonal – imunização de animais em laboratório por injeção células vermelhas humanas homogeneizadas em uma solução (emulsão água e óleo) – 1° inoculação IM ou SC 50 a 200 micro grama Ag – 2° depois de 1 mês.  Técnica Ac monoclonal não fez Ac policlonais obsoletos - + fácil, + barato – preferencial certas circunstâncias.
  • 35.
    ANTICORPOS MONOCLONAIS  1975– Kohler e Milstein – produção de Ac in vitro pela cultura de células clonais produtoras de Ac (Mieloma Múltiplo);  Cél. B – fusão de cél. B de rato imunizado com cél. B de linhagem tumoral – crescimento em cultura de cél. Híbrida – hibridomas – característica de crescimento da cél. linhagem tumoral – característica de produção de Ac da cél. esplênica.
  • 36.
    ANTICORPOS DE OCORRÊNCIANATURAL  Soro de indivíduos sem antecedentes de transfusões ou gravidez;  Resposta a substâncias no ambiente antigenicamente idênticas ou semelhantes a Ag de hemácias;  Aglutininas frias IgM - reagem à temperatura ambiente ou abaixo dela, ativam complemento e quando ativas a 37° podem ser hemolíticas;  Reagem com os sistemas de grupo sangüíneo ABH, Hh, Lewis, MN e P.
  • 37.
    ANTICORPOS IMUNES  Sorode indivíduos expostos a Ag de hemácias por transfusão ou gravidez;  Não são encontrados na natureza;  Maioria de Anticorpos sensibilizantes quentes de IgG, reagem melhor em temperatura de 37°C e necessitam globulina anti-humana para detecção;  Sistemas de grupo sangüíneo Rh, Kell, Duffy, Kidd e Ss.
  • 38.
    INTERAÇÕES ANTÍGENO/ANTICORPO  K= constante de afinidade = (Ag Ac) / (Ag) (Ac)  Necessário equilíbrio entre Ag e Ac livres e ligados;  Afinidade Ag/Ac é maior Ag/Fab – IgM molécula pentamérica proporcionando múltiplas interações com Ag – alta afinidade funcional – avidez;  Afinidade ligação Ac ou Fab – afetado pela composição da solução e temperatura.