Atenção e
desempenho
Prof. Dr. Caio Maximino
IESB/Unifesspa
Processos Psicológicos Básicos – Aula VII
Slides
Conteúdos
●
O que é atenção?
●
Discutir o tempo de reação como variável
dependente na Psicologia Experimental
●
Identificar alguns dos problemas de pesquisa no
campo da atenção
●
Avaliar alguns tópicos experimentais e exemplos de
pesquisa da atenção
O que é atenção?
●
William James: “Todos sabem o que é a atenção. É a tomada de posse pela mente, de forma
clara e vívida, de um entre diversos objetos ou esquemas de pensamento simultaneamente
possíveis. O foco e a concentração da consciência são sua essência. Implica na retirada de
algumas coisas com a finalidade de lidar efetivamente com outras”.
●
O meio pelo qual se processa ativamente uma quantidade limitada de informação a partir da
enorme quantidade de informaçãodisponível por meio dos sentidos, da memória armazenada e
de outros processos cognitivos
– Inclui processos conscientes e inconscientes
O que é atenção?
Sensações
+
Lembranças
+
Processos de pensamento
Atenção
Processos controlados
(incl. Cs)
+
Processos automáticos
Ações
“Aquilo que prende
a atenção determina a
ação”
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
Um exercício
●
Escreva seu nome várias vezes em um pedaço de papel enquanto visualiza tudo o
que puder lembrar sobre o quarto em que você dormia quando tinha 10 anos.
●
Enquanto continua escrevendo seu nome e visualizando seu antigo quarto, faça
uma viagem mental de consciência para observar suas sensações corporais,
começando pelo dedão do pé, seguindo pela perna, cruzando o torso até o
ombro oposto e descendo pelo braço.
●
Que sensações você está sentindo —pressão do chão, dos sapatos ou das
roupas, ou talvez uma pressão em algum outro lugar?
●
Você ainda está conseguindo escrever seu nome enquanto acessa imagens na
memória e continua prestando atenção às sensações desse momento?
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
Processamento pré-consciente
●
Algumas informações que atualmente ficam fora
da consciência ainda podem estar disponíveis
na consciência ou, pelo menos, nos processos
cognitivos → nível pré-consciente
●
Pré-ativação (Priming): o reconhecimento de
determinados estímulos é afetado pela
apresentação anterior dos mesmos estímulos
Processos controlados vs.
processos automáticos
●
Parece que o ser humano pode sentir, perceber e até mesmo reagir a muitos estímulos
que nunca adentram a consciência. Então, quais processos requerem ou não a
consciência?
●
Os processos automáticos não requerem controle consciente
– São realizados sem consciência, mas pode-se estar consciente de estarem sendo feitos
– Demandam pouco ou nenhum esforço, ou mesmo intenção
– Processos automáticos múltiplos podem ocorrer simultaneamente (i.e., em paralelo)
– Pouco sensíveis ao estresse
●
Os processos controlados são acessíveis ao controle consciente e até mesmo o
requerem
– Levam mais tempo para serem executados, em comparação com os processos automáticos
– São realizados em sequência
– Muito sensíveis ao estresse
Processos controlados vs.
processos automáticos
Características Processos controlados Processos automáticos
Quantidade de esforço
intencional
Requerem esforço
intencional
Requerem pouco ou
nenhum esforço (e o esforço
intencional pode até ser
necessário para evitar
comportamentos automáticos)
Grau de consciência Requerem consciência
total
Geralmente ocorrem fora
da consciência
Uso de recursos da
atenção
Consomem muitos
recursos da atenção
Consomem poucos
recursos de atenção
Tipo de processamento Em série Em paralelo
Velocidade de
processamento
Execução relativamente
demorada
Execução relativamente
rápida
Nível de processamento Níveis relativamente altos Níveis relativamente
baixos
Dificuldade das tarefas Geralmente difíceis Geralmente fáceis
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
Habituação e adaptação
●
A habituação está relacionada ao ato de se acostumar com um
estímulo de tal modo que, aos poucos, se passe a prestar cada
vez menos atenção a ele
– Sua contrapartida é a desbituação, na qual uma mudança em um
estímulo conhecido leva o indivíduo a começar a notá-lo outra vez
●
A adaptação sensorial é uma diminuição da atenção a um
estímulo que não seja objeto de controle consciente. Ela ocorre
diretamente nos órgãos sensoriais e não no cérebro
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
Aplicações práticas
●
Entediar-se durante uma aula ou durante a
leitura de um livro didático é sinal de
habituação
●
Alguns passos para evitá-la:
1) Faça pausas ou alterne tarefas diferentes, se
possível.
2) Faça anotações enquanto lê ou escuta.
3) Ajuste seu foco de atenção para aumentar a
variedade dos estímulos.
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
Quiz
Um caso...
●
Um paciente que teve um A.V.E. severo semanas atrás
está na sua sala quando conversa contigo, um/a
importante neuropsicóloge de Marabá
●
Ainda que, no começo, parecia que o paciente estava
completamente cego, sua esposa insistia que ele às
vezes conseguia enxergar as coisas.
●
Você percebe que ela está correta! O paciente
realmente tem problemas sérios de visão, mas não
está completamente cego.
Um caso...
● Segurando um objeto,
você o pergunta o que
ele enxerga, e ele diz:
● “Não tenho certeza,
doutora. Mas
parece… sei lá… ah,
sim! É um pente!”
Um caso...
●
“Muito bem!”, você diz, feliz
com o rumo que a coisa está
tomando. Apresenta um outro
objeto, e faz a mesma
pergunta.
● Depois de um tempo, o
paciente responde “Eu vejo
uma colher”
Um caso...
● Segurando o pente e a colher em
cada mão, você pergunta ao
paciente o que ele vê agora.
● Ele responde de maneira hesitante:
“Eu acho… Hmmm… Eu vejo
uma colher”
● Segurando os dois objetos na
mesma mão, de maneira que
estejam no mesmo local, você
pergunta: “E agora?”
● Curiosamente, ele afirma
enxergar somente o pente
Um caso...
●
“Mas e a colher?”, você pergunta.
●
“Não, não, não tem colher, não, doutora” Mas de repente afirma: “Ah,
sim, lá está, agora vejo a colher!”
●
Parece que ele não está mais enxergando o pente! Aflita, você
aproxima os objetos à face do paciente, e lhe pergunta “Você não
vê nada mais?”
●
Ele olha para frente, com esforço, e finalmente diz: “Ah, sim, sim…
agora os vejo… eu vejo números!”
●
Surpresa, você olha pra trás e vê que há um relógio de parede!
Quais são as funções da
atenção?
●
A habituação sustenta o sistema humano de
atenção, que realiza muitas funções além de
apenas sair da sintonia dos estímulos
conhecidos e entrar em sintonia com
estímulos novos
●
A atenção consciente possui quatro funções
básicas: vigilância e detecção de sinais,
atenção seletiva, atenção dividida, e busca
atencional
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
Vigilância e detecção de sinais
●
Geralmente, as pessoas tentam vigilantemente detectar algum
sinal ou determinado estímulo de interesse
●
Por meio da atenção vigilante à detecção de sinais, os indivíduos
são submetidos à pré-ativação para agir com rapidez sempre
que detectam estímulo de sinais
●
Exemplos: Em uma rua escura, pode-se tentar identificar sinais ou
sons indesejados; após a troca do bujão, pode-se ficar atento a
cheiros de vazamento de gás
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
Atenção seletiva
●
Constantemente, as pessoas fazem escolhas com relação aos
estímulos a que prestam atenção ou ignoram
●
Ao ignorar (ou não dar ênfase) a alguns estímulos, destacam-se
estímulos salientes
●
O foco concentrado de atenção em determinados estímulos de
informação melhora a capacidade de manipular esses estímulos
para outros processos cognitivos, como a compreensão verbal ou
a solução de problemas
●
Exemplos: Somos capazes de ler um livro enquanto ignoramos a
música no fone de ouvido
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
Teorias de atenção seletiva
baseadas em filtros/gargalos
●
No modelo de Donald Broadbent, filtra-se a informação imediatamente após
registrá-la em nível sensorial.
– Múltiplos canais de entrada de dados sensoriais chegam até o filtro da atenção, que só
permite que um deles passe para chegar aos processos da percepção.
●
Moray (1959): mesmo quando os participantes ignoravam a maioria dos outros
aspectos de alto nível (por exemplo, semânticos) de uma mensagem à qual não
prestavam atenção, eles ainda reconheciam seus próprios nomes
– Moray sugeriu que o motivo para esse efeito é que mensagens poderosas e altamente
destacadas podem romper o filtro de atenção seletiva, mas outras podem não passar
por ele
●
O modelo de atenuação de Anne Treisman propõe um tipo diferente de filtragem:
o mecanismo simplesmente atenua (diminui a força) esses estímulos
Teorias de atenção seletiva
baseadas em filtros/gargalos
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
Teorias da atenção seletiva
baseadas em filtros/gargalos
●
Em alguns casos, parte da informação passa; por exemplo,
é possível reconhecer os próprios nomes ou uma tradução
de dados recebidos à qual estejam prestando atenção. Se
a informação não gerasse percepção, as pessoas irão
descartá-la no mecanismo de filtragem
●
Deutsch & Deutsch: o gargalo atenuador de sinais ocorre
em momento posterior ao processo, produzindo seus
efeitos após a análise sensorial.
●
Desse modo, ele ocorre após alguma análise perceptiva e
conceitual dos dados recebidos.
Teorias da atenção seletiva
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
Combinando modelos
●
Teoria multimodal: A seleção de uma mensagem em detrimento de outra pode ser
feita em qualquer um dos vários pontos diferentes no decorrer do processamento
das informações
– Na primeira etapa, o indivíduo constrói representações sensoriais dos estímulos. Na
segunda, constrói representações semânticas.
– Na terceira etapa, as representações das etapas 2 e 3 se tornam conscientes.
– A seleção anterior estaria associada à primeira etapa, ao passo que a seleção posterior
estaria ligada à terceira etapa
●
Teoria de Neisser: Existem dois tipos de processos que comandam a atenção: os
processos pré-atencionais e os processos atencionais.
– Os processos automáticos pré-atencionais são rápidos e ocorrem em paralelo, podem ser
usados para observar apenas características sensoriais físicas da mensagem à qual não
se presta atenção, porém não discernem sentido ou relacionamentos.
– Os processos atencionais controlados ocorrem mais tarde. Eles são executados em série e
consomem recursos de tempo e atenção, como a memória de trabalho
Teorias de atenção seletiva
baseadas em recursos de atenção
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Quiz
Atenção dividida
●
Frequentemente, conseguimos realizar mais de uma
tarefa ao mesmo tempo, e redirecionamos os
recursos da atenção segundo as necessidades
●
Exemplos: motoristas experientes podem facilmente
falar enquanto dirigem; mas, se outro veículo
parecer desviar em direção ao carro, imediatamente
redirecionam toda a atenção da conversa para a
condução do veículo
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
Busca atencional
●
Muitas vezes, buscamos ativamente
determinados estímulos no ambiente
●
A quantidade de alvos e de fatores de
distração afeta a dificuldade da terefa
●
Exemplos: Estamos sempre procurando
óculos, chaves, e outros objetos perdidos
STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
Teorias sobre a busca visual
●
Teoria da integração de características (Treisman): certas
características visuais são registradas precocemente,
automaticamente, e são codificadas rapidamente em paralelo através
do campo visual usando processos pré-atentos
●
Para integrar duas ou mais características visuais pertencentes ao
mesmo objeto, um processamento posterior envolvendo a integração
de informações de diferentes áreas do cérebro é necessário e é
codificado em série usando a atenção focal.
Teorias sobre a busca visual
●
Modelo de busca guiada (Jeremy Wolfe): Uma
função importante dos processos pré-
atencionais é direcionar a atenção focada à
informação mais “promissora” no ambiente,
por ativação “bottom-up” ou “top-down”
●
Informações do processamento top-down e
bottom-up do estímulo são usadas para criar
uma classificação de itens em ordem de
prioridade de atenção
Slides
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Atenção e desempenho

  • 1.
    Atenção e desempenho Prof. Dr.Caio Maximino IESB/Unifesspa Processos Psicológicos Básicos – Aula VII
  • 2.
  • 3.
    Conteúdos ● O que éatenção? ● Discutir o tempo de reação como variável dependente na Psicologia Experimental ● Identificar alguns dos problemas de pesquisa no campo da atenção ● Avaliar alguns tópicos experimentais e exemplos de pesquisa da atenção
  • 4.
    O que éatenção? ● William James: “Todos sabem o que é a atenção. É a tomada de posse pela mente, de forma clara e vívida, de um entre diversos objetos ou esquemas de pensamento simultaneamente possíveis. O foco e a concentração da consciência são sua essência. Implica na retirada de algumas coisas com a finalidade de lidar efetivamente com outras”. ● O meio pelo qual se processa ativamente uma quantidade limitada de informação a partir da enorme quantidade de informaçãodisponível por meio dos sentidos, da memória armazenada e de outros processos cognitivos – Inclui processos conscientes e inconscientes
  • 5.
    O que éatenção? Sensações + Lembranças + Processos de pensamento Atenção Processos controlados (incl. Cs) + Processos automáticos Ações “Aquilo que prende a atenção determina a ação” STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 6.
    Um exercício ● Escreva seunome várias vezes em um pedaço de papel enquanto visualiza tudo o que puder lembrar sobre o quarto em que você dormia quando tinha 10 anos. ● Enquanto continua escrevendo seu nome e visualizando seu antigo quarto, faça uma viagem mental de consciência para observar suas sensações corporais, começando pelo dedão do pé, seguindo pela perna, cruzando o torso até o ombro oposto e descendo pelo braço. ● Que sensações você está sentindo —pressão do chão, dos sapatos ou das roupas, ou talvez uma pressão em algum outro lugar? ● Você ainda está conseguindo escrever seu nome enquanto acessa imagens na memória e continua prestando atenção às sensações desse momento? STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 7.
    Processamento pré-consciente ● Algumas informaçõesque atualmente ficam fora da consciência ainda podem estar disponíveis na consciência ou, pelo menos, nos processos cognitivos → nível pré-consciente ● Pré-ativação (Priming): o reconhecimento de determinados estímulos é afetado pela apresentação anterior dos mesmos estímulos
  • 8.
    Processos controlados vs. processosautomáticos ● Parece que o ser humano pode sentir, perceber e até mesmo reagir a muitos estímulos que nunca adentram a consciência. Então, quais processos requerem ou não a consciência? ● Os processos automáticos não requerem controle consciente – São realizados sem consciência, mas pode-se estar consciente de estarem sendo feitos – Demandam pouco ou nenhum esforço, ou mesmo intenção – Processos automáticos múltiplos podem ocorrer simultaneamente (i.e., em paralelo) – Pouco sensíveis ao estresse ● Os processos controlados são acessíveis ao controle consciente e até mesmo o requerem – Levam mais tempo para serem executados, em comparação com os processos automáticos – São realizados em sequência – Muito sensíveis ao estresse
  • 9.
    Processos controlados vs. processosautomáticos Características Processos controlados Processos automáticos Quantidade de esforço intencional Requerem esforço intencional Requerem pouco ou nenhum esforço (e o esforço intencional pode até ser necessário para evitar comportamentos automáticos) Grau de consciência Requerem consciência total Geralmente ocorrem fora da consciência Uso de recursos da atenção Consomem muitos recursos da atenção Consomem poucos recursos de atenção Tipo de processamento Em série Em paralelo Velocidade de processamento Execução relativamente demorada Execução relativamente rápida Nível de processamento Níveis relativamente altos Níveis relativamente baixos Dificuldade das tarefas Geralmente difíceis Geralmente fáceis STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 10.
    Habituação e adaptação ● Ahabituação está relacionada ao ato de se acostumar com um estímulo de tal modo que, aos poucos, se passe a prestar cada vez menos atenção a ele – Sua contrapartida é a desbituação, na qual uma mudança em um estímulo conhecido leva o indivíduo a começar a notá-lo outra vez ● A adaptação sensorial é uma diminuição da atenção a um estímulo que não seja objeto de controle consciente. Ela ocorre diretamente nos órgãos sensoriais e não no cérebro STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 11.
    Aplicações práticas ● Entediar-se duranteuma aula ou durante a leitura de um livro didático é sinal de habituação ● Alguns passos para evitá-la: 1) Faça pausas ou alterne tarefas diferentes, se possível. 2) Faça anotações enquanto lê ou escuta. 3) Ajuste seu foco de atenção para aumentar a variedade dos estímulos. STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 12.
  • 13.
    Um caso... ● Um pacienteque teve um A.V.E. severo semanas atrás está na sua sala quando conversa contigo, um/a importante neuropsicóloge de Marabá ● Ainda que, no começo, parecia que o paciente estava completamente cego, sua esposa insistia que ele às vezes conseguia enxergar as coisas. ● Você percebe que ela está correta! O paciente realmente tem problemas sérios de visão, mas não está completamente cego.
  • 14.
    Um caso... ● Segurandoum objeto, você o pergunta o que ele enxerga, e ele diz: ● “Não tenho certeza, doutora. Mas parece… sei lá… ah, sim! É um pente!”
  • 15.
    Um caso... ● “Muito bem!”,você diz, feliz com o rumo que a coisa está tomando. Apresenta um outro objeto, e faz a mesma pergunta. ● Depois de um tempo, o paciente responde “Eu vejo uma colher”
  • 16.
    Um caso... ● Segurandoo pente e a colher em cada mão, você pergunta ao paciente o que ele vê agora. ● Ele responde de maneira hesitante: “Eu acho… Hmmm… Eu vejo uma colher” ● Segurando os dois objetos na mesma mão, de maneira que estejam no mesmo local, você pergunta: “E agora?” ● Curiosamente, ele afirma enxergar somente o pente
  • 17.
    Um caso... ● “Mas ea colher?”, você pergunta. ● “Não, não, não tem colher, não, doutora” Mas de repente afirma: “Ah, sim, lá está, agora vejo a colher!” ● Parece que ele não está mais enxergando o pente! Aflita, você aproxima os objetos à face do paciente, e lhe pergunta “Você não vê nada mais?” ● Ele olha para frente, com esforço, e finalmente diz: “Ah, sim, sim… agora os vejo… eu vejo números!” ● Surpresa, você olha pra trás e vê que há um relógio de parede!
  • 18.
    Quais são asfunções da atenção? ● A habituação sustenta o sistema humano de atenção, que realiza muitas funções além de apenas sair da sintonia dos estímulos conhecidos e entrar em sintonia com estímulos novos ● A atenção consciente possui quatro funções básicas: vigilância e detecção de sinais, atenção seletiva, atenção dividida, e busca atencional STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 19.
    Vigilância e detecçãode sinais ● Geralmente, as pessoas tentam vigilantemente detectar algum sinal ou determinado estímulo de interesse ● Por meio da atenção vigilante à detecção de sinais, os indivíduos são submetidos à pré-ativação para agir com rapidez sempre que detectam estímulo de sinais ● Exemplos: Em uma rua escura, pode-se tentar identificar sinais ou sons indesejados; após a troca do bujão, pode-se ficar atento a cheiros de vazamento de gás STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 20.
    Atenção seletiva ● Constantemente, aspessoas fazem escolhas com relação aos estímulos a que prestam atenção ou ignoram ● Ao ignorar (ou não dar ênfase) a alguns estímulos, destacam-se estímulos salientes ● O foco concentrado de atenção em determinados estímulos de informação melhora a capacidade de manipular esses estímulos para outros processos cognitivos, como a compreensão verbal ou a solução de problemas ● Exemplos: Somos capazes de ler um livro enquanto ignoramos a música no fone de ouvido STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 21.
    Teorias de atençãoseletiva baseadas em filtros/gargalos ● No modelo de Donald Broadbent, filtra-se a informação imediatamente após registrá-la em nível sensorial. – Múltiplos canais de entrada de dados sensoriais chegam até o filtro da atenção, que só permite que um deles passe para chegar aos processos da percepção. ● Moray (1959): mesmo quando os participantes ignoravam a maioria dos outros aspectos de alto nível (por exemplo, semânticos) de uma mensagem à qual não prestavam atenção, eles ainda reconheciam seus próprios nomes – Moray sugeriu que o motivo para esse efeito é que mensagens poderosas e altamente destacadas podem romper o filtro de atenção seletiva, mas outras podem não passar por ele ● O modelo de atenuação de Anne Treisman propõe um tipo diferente de filtragem: o mecanismo simplesmente atenua (diminui a força) esses estímulos
  • 22.
    Teorias de atençãoseletiva baseadas em filtros/gargalos STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 23.
    Teorias da atençãoseletiva baseadas em filtros/gargalos ● Em alguns casos, parte da informação passa; por exemplo, é possível reconhecer os próprios nomes ou uma tradução de dados recebidos à qual estejam prestando atenção. Se a informação não gerasse percepção, as pessoas irão descartá-la no mecanismo de filtragem ● Deutsch & Deutsch: o gargalo atenuador de sinais ocorre em momento posterior ao processo, produzindo seus efeitos após a análise sensorial. ● Desse modo, ele ocorre após alguma análise perceptiva e conceitual dos dados recebidos.
  • 24.
    Teorias da atençãoseletiva STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 25.
    Combinando modelos ● Teoria multimodal:A seleção de uma mensagem em detrimento de outra pode ser feita em qualquer um dos vários pontos diferentes no decorrer do processamento das informações – Na primeira etapa, o indivíduo constrói representações sensoriais dos estímulos. Na segunda, constrói representações semânticas. – Na terceira etapa, as representações das etapas 2 e 3 se tornam conscientes. – A seleção anterior estaria associada à primeira etapa, ao passo que a seleção posterior estaria ligada à terceira etapa ● Teoria de Neisser: Existem dois tipos de processos que comandam a atenção: os processos pré-atencionais e os processos atencionais. – Os processos automáticos pré-atencionais são rápidos e ocorrem em paralelo, podem ser usados para observar apenas características sensoriais físicas da mensagem à qual não se presta atenção, porém não discernem sentido ou relacionamentos. – Os processos atencionais controlados ocorrem mais tarde. Eles são executados em série e consomem recursos de tempo e atenção, como a memória de trabalho
  • 26.
    Teorias de atençãoseletiva baseadas em recursos de atenção STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 27.
  • 28.
    Atenção dividida ● Frequentemente, conseguimosrealizar mais de uma tarefa ao mesmo tempo, e redirecionamos os recursos da atenção segundo as necessidades ● Exemplos: motoristas experientes podem facilmente falar enquanto dirigem; mas, se outro veículo parecer desviar em direção ao carro, imediatamente redirecionam toda a atenção da conversa para a condução do veículo STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 29.
    Busca atencional ● Muitas vezes,buscamos ativamente determinados estímulos no ambiente ● A quantidade de alvos e de fatores de distração afeta a dificuldade da terefa ● Exemplos: Estamos sempre procurando óculos, chaves, e outros objetos perdidos STERNBERG, Robert J. Psicologia Cognitiva. São Paulo: Cengage Learning. 5ª edição, 2010
  • 30.
    Teorias sobre abusca visual ● Teoria da integração de características (Treisman): certas características visuais são registradas precocemente, automaticamente, e são codificadas rapidamente em paralelo através do campo visual usando processos pré-atentos ● Para integrar duas ou mais características visuais pertencentes ao mesmo objeto, um processamento posterior envolvendo a integração de informações de diferentes áreas do cérebro é necessário e é codificado em série usando a atenção focal.
  • 31.
    Teorias sobre abusca visual ● Modelo de busca guiada (Jeremy Wolfe): Uma função importante dos processos pré- atencionais é direcionar a atenção focada à informação mais “promissora” no ambiente, por ativação “bottom-up” ou “top-down” ● Informações do processamento top-down e bottom-up do estímulo são usadas para criar uma classificação de itens em ordem de prioridade de atenção
  • 32.