CAPÍTULO III: RETORNO DA VIDA CORPÓREA À VIDA ESPIRITUAL
3.1– A ALMA DEPOIS DA MORTE; SUA INDIVIDUALIDADE. VIDA
ETERNA.
3.2– SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO
3.3– PERTURBAÇÃO ESPIRITUAL
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espiritual-desencarne-de-dimas-pptx/279667563
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3.1 – A ALMA APÓS A MORTE
149 – Em que se torna alma no instante da morte?
Volta a ser Espírito, quer dizer, retorna ao mundo dos Espíritos, que deixou
momentaneamente.
COMENTÁRIOS:
A nossa realidade é a espiritual.
Somos Espíritos encarnados que nos apropriamos deste corpo físico que nos
serve de instrumento para a nossa manifestação neste planeta.
Somos Espíritos que momentaneamente ocupamos um corpo.
Quando a pessoa desencarna é apenas um momento biológico. O Espírito
se afasta naturalmente do corpo pelo esgotamento das energias vitais
daquele organismo e vai continuar sua vida no mundo espiritual utilizando
somente o corpo perispiritual.
A alma, depois da morte, volta ao plano espiritual de onde veio. É como se estivesse internada em
uma universidade, em contínuo aprendizado e, ao terminar o curso, voltasse ao campo de
trabalho maior, a fim de se sentir mais livre no exercício das suas obrigações. (Miramez)
Encarnado = alma
Desencarnou = Espírito
A Espiritualidade ao utilizar o termo momentaneamente confirma que o
verdadeiro mundo é o espiritual.
Aqui na Terra ficamos temporariamente, mas o certo é que nós possamos
retornar à pátria espiritual.
Volta para a erraticidade – período entre uma encarnação e outra. Em muitas
situações já começa a se preparar para a próxima encarnação
150 – A alma depois da morte conserva a sua individualidade?
Sim, não a perde jamais. Que seria ela se não a conservasse?
150.a) Não tendo mais seu corpo material, como a alma constata a sua
individualidade?
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LIVRO SEGUNDO: MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
Capítulo III: Retorno da vida corpórea à vida espiritual
Ela tem ainda um fluido que lhe é próprio, tomado da atmosfera de seu
planeta e que representa a aparência de sua última encarnação: seu
perispírito.
150.b) A alma nada leva consigo deste mundo?
Nada mais do que a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor. Essa
lembrança é cheia de doçura ou de amargura, segundo o emprego que fez
da vida. Quanto mais pura, mais compreende a futilidade do que deixa sobre
a Terra.
COMENTÁRIOS:
Questão:
Conserva a sua individualidade.
Se porventura perdesse a individualidade, de que valeria a busca pelo
conhecimento?
De que valeria procurar se melhorar, praticar o bem?
No que resultaria o esforço de cada um? Quem se esforçou e quem não se
esforçou teria imediatamente o mesmo destino. Não faz sentido a ideia da
perda da individualidade. (Teremos o mesmo destino – a perfeição, porém
com o trilhar diferente ao longo do tempo)
Letra A:
Nós somos Espíritos. Como ferramenta de aprendizado temos dois corpos: o
corpo material de carne e o corpo perispiritual, matéria quintessenciada, que
é a forma desse corpo que nós temos. O corpo material se forma de acordo
com o períspirito que é o intermediário entre o corpo de matéria mais densa
e o Espírito.
Não é o corpo perispiritual que é uma cópia do corpo físico. É o contrário. É o
corpo físico que foi formado pelo Espírito.
Quando desencarnamos, nós nos manifestamos através do períspirito.
Perdemos o corpo de carne que é sepultado e o Espírito se manifesta
através do seu períspirito.
A partir do desencarne a alma se identifica através do períspirito que
conserva a forma física, as características da última encarnação, porém
conserva todos os registros de todas as encarnações.
O perispírito é moldado pela mente (Espírito) que molda o corpo físico.
Letra B
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O que levamos?
A consciência, o senso de individualidade. O que realizamos, as nossas
alegrias, as nossas tristezas, nossos aprendizados e as nossas mazelas.
O desencarne não nos transforma em outro ser. Não nos tornaremos sábios
porque desencarnamos.
Só os Espíritos evoluídos são detentores de grandes saberes, pois há uma
trajetória enriquecida de buscas de conhecimentos e experiências
acumulando saber e sabedoria.
Continuamos a ser nós mesmos. A transformação moral vem de dentro para
fora e o saber é uma busca individual.
A transformação de valores, de realização. Nós enquanto Espíritos eternos
devemos buscar vencer as mazelas, as más inclinações existentes em nosso
coração aprimorando as virtudes para viver a real transformação.
ESE – Capítulo XVI – Item 9 - A verdadeira propriedade
1. "O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado
levar deste mundo."
Os bens materiais (riquezas, posses, status, poder, o corpo físico) não
são realmente "nossos" de forma definitiva, pois não podemos levá-los
conosco após a morte. Eles são temporários e ficam no mundo físico
quando partimos.
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2. "Do que encontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto
aqui permanece."
Isso significa que, durante a vida na Terra, o ser humano usufrui dos
bens materiais que conquista ou recebe, mas eles são apenas
empréstimos. Ao morrer, deixamos tudo para trás.
3. "Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas
riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto."
Somos obrigados a abandonar os bens materiais ao morrer, eles não
são uma posse verdadeira. Apenas os utilizamos temporariamente.
Esses bens que nos são empréstimos, incluindo o nosso corpo físico,
estão sob nossa responsabilidade ser bem administrados, bem
cuidados.
Devemos multiplicar as riquezas e melhorar as organizações sociais,
construindo um mundo melhor, contribuindo com a lei do progresso e
de sociedade. Aquilo que fazemos com os bens que estão sob a nossa
responsabilidade, com a posição social que ocupamos também faz
parte daquilo que levaremos quando partirmos.
“O mundo não será o mesmo depois de mim”.
4. "Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo;
tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as
qualidades morais."
O que realmente nos pertence são os bens espirituais, como a
inteligência, o conhecimento e as virtudes morais. Esses são os únicos
que levamos conosco após a morte, pois estão ligados à nossa alma e
ao nosso progresso espiritual.
5. "Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode
arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo
do que neste."
Esses bens espirituais são inalienáveis, ou seja, ninguém pode tirá-los
de nós. Além disso, eles são mais valiosos no plano espiritual do que
no material, pois determinam nossa evolução e nossa condição após a
morte.
6. "Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto
como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição
futura."
Cabe a cada um de nós enriquecer espiritualmente durante a vida. O
que acumulamos em termos de virtudes, sabedoria e bondade
determinará nossa situação no mundo espiritual. Assim, a verdadeira
riqueza é a que construímos dentro de nós mesmos.
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Portanto:
Do ponto de vista material não se leva nada. Exceto o períspirito.
Do ponto de vista moral se leva tudo: os pós, os contras, os amigos, os
inimigos, as emoções, as experiências bem ou mal vividas, o conhecimento
adquirido.
- Nada do que tenho, tudo o que sou.
Essa é a nossa mala, a nossa bagagem. Como está a minha mala?
Por que levar vantagem agora se irei prestar contas depois?
Se ninguém está olhando o que estou fazendo, a minha consciência está.
Deus está presente. Então eu começo a modificar a minha atitude, começo a
me vigiar. Começo a ser uma pessoa honesta, uma pessoa mais amável.
Isso é o que satisfaz o meu bem-estar. Levarei tudo o que fiz de bom ou não.
Em qualquer momento devemos iniciar essa mudança de comportamento. A
vida na Terra tem essa proposta: mudar para melhor.
A Doutrina Espírita nos mostra as consequências dos nossos atos. Quem de
nós conscientemente dessas consequências vai querer colher frutos
amargos?
Hoje não repito os erros que cometi ontem, amanhã não repetirei os
equívocos de hoje.
Não deixe para mudar na próxima existência. Vamos mudar nossos
comportamentos, atitudes, pensamentos agora.
Para quem muito é dado, muito será cobrado.
A doutrina espírita é uma grande luz que Deus coloca em nosso caminho,
pois abre a visão do que é a vida tanto encarnado, como desencarnado.
Resumo:
A alma continua com sua individualidade, jamais a
perde. Continua com o seu perispírito que mantém a
aparência da sua última reencarnação.
Leva a lembrança das vivências e o desejo de ir para
um mundo melhor.
151 – Que pensar da opinião que, após a morte, a alma retorna ao todo
universal?
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O conjunto dos Espíritos não forma um todo? Não é todo um mundo?
Quando estás numa assembleia, és parte integrante dessa assembleia e,
todavia, tens sempre a tua individualidade.
COMENTÁRIOS:
Todo universal?
1.º - Lugar que abrigaria todos os Espíritos que indo para esse lugar perderia
a sua individualidade e se tornaria apenas um elemento a mais desse todo.
Ideia equivocada. Ex: gota de chuva no oceano.
2.º - O ambiente que congrega inúmeras individualidades espirituais para
onde nós iremos após o desencarne, mantendo a nossa individualidade,
apenas se unindo a esse conjunto de seres que lá já se encontram. Aí está
correto.
Quando os Espíritos tratam desse “Todo” é um conjunto de Espíritos
mantendo a individualidade.
Quando retornamos ao mundo espiritual após a morte física, retornamos ao
mundo real, a comunidade de onde viemos e para a qual de fato
pertencemos. Lá é o mundo real porque a nossa essência é espiritual. Aqui é
o lugar onde fazemos estágios de aprendizado, de crescimento.
Quando chegamos à vida espiritual nos deparamos com uma vida bastante
ativa: há trabalho, escolas, estudos, diversas atividades, vida social. Cada
um se direciona conforme seu próprio interesse.
No mundo espiritual não há uma grande mistura de interesses.
Em comunidades mais elevadas estão pessoas que estão buscando o
aprendizado para crescimento na vida, viver dentro do ensinamento moral
que Jesus nos ensinou, aprendendo a vivência do amor.
Há outras regiões, comunidades espirituais onde as pessoas não têm
compromisso com nada ou tem compromisso com o mal. Porém, essas
comunidades ficam separadas, pois de fato os semelhantes se atraem.
No mundo espiritual há vida social, trabalho, mas com grupos de pessoas
que se atraem através dos seus verdadeiros interesses.
Embora estejamos em uma grande assembleia espiritual, somos parte
integrante desse todo, mas mantemos a nossa individualidade.
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O grande temor de muitas pessoas é perder a sua individualidade, a sua
consciência, a noção do seu ser, ir para esse todo universal desprovido da
sua capacidade intelectual.
A Espiritualidade deixa muito claro, por mais que façamos parte de um todo
de Espíritos, jamais perdemos a nossa individualidade, manteremos sempre
a nossa individualidade como Espírito imortal
152 – Que prova poderemos ter da individualidade da alma após morte?
Não tendes esta prova pelas comunicações que obtendes? Se não fôsseis
cegos, veríeis; se não fôsseis surdos, ouviríeis, pois, frequentemente, uma
voz vos fala, revelando a existência de um ser fora de vós.
Allan Kardec:
Aqueles que pensam que com a morte a alma retorna ao todo universal,
estão errados se entendem com isso que, semelhante a uma gota
d’água que cai no Oceano, ela aí perde a sua individualidade; eles estão
certos se entendem pelo todo universal o conjunto dos seres
incorpóreos do qual cada alma ou Espírito é um elemento.
Se as almas estivessem confundidas na massa, não teriam senão as
qualidades do conjunto e nada as distinguiria, uma das outras. Elas não
teriam nem inteligência nem qualidades próprias, ao passo que, em
todas as comunicações, elas acusam a consciência do seu eu e uma
vontade distinta. A infinita diversidade que apresentam durante todas
as comunicações é a consequência mesma das individualidades. Se
não houvesse, após a morte, senão isto que chamam o grande todo,
absorvendo todas as individualidades, este todo seria uniforme, e,
desta maneira, todas as comunicações que se recebesse do mundo
invisível, seriam idênticas. Uma vez que aí se encontram seres bons e
outros maus, sábios e ignorantes, felizes e infelizes, alegres e tristes,
levianos e sérios, etc., é evidente que são seres distintos. A
individualidade se mostra mais evidente quando esses seres provam
sua identidade por sinais incontestáveis, por detalhes pessoais
relativos à sua vida terrestre e que podem ser constatados. Ela não
pode ser colocada em dúvida quando se mostram visíveis nas
aparições. A individualidade da alma nos era ensinada em teoria como
um artigo de fé; o Espiritismo a torna patente e, de certo modo,
material.
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COMENTÁRIOS:
As reuniões mediúnicas provam essa individualidade.
A mediunidade, essa faculdade fantástica, presente em todo mundo, em
todas as classes sociais, em todas as etnias, em todas as culturas, em todas
as sociedades e em todos os tempos, é um instrumento de trabalho que nos
coloca em sintonia com a espiritualidade comprovando a individualidade do
Espírito.
Através da mediunidade há a comunicabilidade entre os dois planos: o
espiritual e o material.
Por meio do diálogo mediúnico, percebe-se que há uma individualidade,
apontando sua experiência, suas emoções, seus sentimentos, suas
angústias, seu ponto de vista, detentor de um conhecimento que muitas das
vezes o médium jamais teria conseguido na atual existência.
Há as visões.
Há as audições.
E outras formas de comunicação, como os efeitos físicos, materializações.
O mundo espiritual está sempre em comunicação conosco. Nós é que não os
vemos, nem os ouvimos.
A descrença em um assunto dessa natureza está baseada na falta de
conhecimento dos fatos. É não querer abrir a mente para novos
conhecimentos, para o uso da razão, muitas vezes por medo, receio de estar
blasfemando contra Deus.
Com a doutrina Espírita, o maravilhoso e o sobrenatural deixam de existir.
Tudo é natural. Tudo se enquadra nas Leis da Natureza. São Leis criadas
por Deus.
Kardec traz vários exemplos onde podemos comprovar de forma irrefutável a
individualidade da alma demonstrando que não há a absorção da alma pelo
“Todo universal”.
Mantemos a nossa individualidade, mesmo à medida que formos ficando
mais evoluídos, continuaremos com a nossa individualidade.
As maiores provas da individualidade da alma são as comunicações dos Espíritos que
viveram na Terra, generalizadas em todo o mundo, desde o homem primitivo às altas
civilizações do planeta. Não existe uma família sequer que não tenha um fenômeno a
contar, sobre visão ou dos sinais dos seus amigos ou familiares que já passaram para o
outro lado da vida, que voltaram para comprovar que eles não morreram com o corpo.
A reencarnação é outra prova de que a alma continua viva depois do túmulo. Depois,
poderemos passar para a análise das coisas, das leis que nos regem e da Inteligência
Suprema, que não iria preparar uma vida, qual seja a do homem, para breves momentos
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desta mesma vida, pois, se Ele vive eternamente e se somos Seus filhos, temos direito a
essa vida eterna.
A própria ciência, com o tempo, é que irá propagar a existência da alma. Ela se encontra
a caminho das verdades espirituais, verdades essas que todas as religiões vêm
propagando há milênios. O Espiritismo desfraldou a bandeira da imortalidade, com provas
das mais lúcidas. Ele vem ajudar as outras religiões a sustentar que a vida continua, com
mais amplitude de consciência.
Miramez
153 – Em que sentido se deve entender a vida eterna?
É a vida do Espírito que é eterna; a do corpo é transitória e passageira.
Quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna.
153.a) Não seria mais exato chamar vida eterna a dos Espíritos puros,
que, atingindo o grau de perfeição, não têm mais provas a suportar?
É antes a felicidade eterna; mas isto é uma questão de palavras; chamai as
coisas como quiserdes, contanto que vos entendais.
COMENTÁRIOS:
Todos se alegram em saber que o Espírito tem vida eterna. E não poderia ser de outra
maneira. Somente a forma do corpo é que tem vida transitória. Até os elementos que
compõem o corpo têm vida eterna, porque nada se perde no universo. As formas
materiais é que se transformam, para surgirem de novo em outra dimensão, no fulgor que
Deus pode lhes dar. O cântico da criação é vida, e a vida é sintonia universal, orquestrada
pela Vontade Soberana. (Miramez)
O que é a vida eterna?
A vida eterna é para o Espírito, pois a vida do corpo material é transitória.
É confortante saber que jamais deixaremos de existir. Saber que a vida
continua. Que teremos infinitas oportunidades de aprendizagem, que
podemos nos aperfeiçoar sempre.
Fomos criados simples e ignorantes. Saímos em busca de uma jornada de
trabalho para conquistar a nossa perfeição, a nossa felicidade. As nossas
oportunidades de vida são sempre renovadas para que possamos aprimorar
com novas experiências e novos conhecimentos.
Somos filhos de Deus, consequentemente, somos herdeiros de Deus.
Qual é a obra de Deus?
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O Universo.
Portanto, somos herdeiros do Universo.
Jesus é filho de Deus. É nosso irmão.
A Jesus foi concedida a atribuição de conduzir este planeta.
Nós também temos nossas atribuições compatíveis com o nosso nível de
evolução.
Estudar as Leis da natureza, as Leis materiais, as Leis espirituais é nossa
obrigação, faz parte da nossa responsabilidade enquanto herdeiros de Deus
para que possamos compreender a obra do Pai e nos preparar para as
missões do futuro.
Mas como anda nossa missão atual?
Temos nossos filhos para conduzir. São criações divinas confiadas a nós. É
nossa responsabilidade encaminhar essas almas confiadas a nós.
Jesus tem aproximadamente 30 bilhões de almas/Espíritos que compõe a
humanidade deste planeta para conduzir.
Estudar o espiritismo é nos preparar para a vida espiritual, quer seja
encarnado ou desencarnado.
Nessa nossa caminhada haveremos de chegar nessa perfeição que
buscamos.
Jesus nos afirmou que das ovelhas de meu Pai nenhuma se perderá.
Letra A:
Dá para entender na questão de Kardec que o fato do Espírito precisar
reencarnar quebraria a eternidade, como se fosse um bem-estar pleno.
Os Espíritos respondem que não.
Não tira do Espírito a eternidade, independentemente de estar encarnado.
Os Espíritos puros têm a felicidade eterna, pois todos nós somos eternos
sem sermos perfeitos. Todos nós somos Espíritos imortais. Nossa vida é
eterna, inclusive não precisa desencarnar para viver a eternidade, já estamos
nela, pois nossa vida é única.
Esse bem-estar pleno é o estado de felicidade que o Espírito viverá
eternamente.
O Espírito é eterno e após se tornar puro viverá em felicidade plena.
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TEXTO PARA REFLEXÃO:
A BAGAGEM DA VIDA
O peso de nossa bagagem depende da nossa maneira de avaliar a
importância de cada coisa que guardamos nela...
Reflitam!!
Quando sua vida começa, você tem apenas uma mala pequenina de mão...
A medida em que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando
porque existem muitas coisas que você recolhe pelo caminho, por pensar
que são importantes.
A um determinado ponto do caminho começa a ficar insuportável carregar
tantas coisas, pesa demais, então você pode escolher: ficar sentado a beira
do caminho, esperando que alguém o ajude, o que é difícil, pois todos que
passarem por ali já terão sua própria bagagem.
Você pode ficar a vida inteira esperando, ou você pode aliviar o peso,
esvaziando a mala.
Mas, o que tirar? Você começa tirando tudo para fora... veja o que tem
dentro:
Amor, Amizade... nossa! Tem bastante, curioso, não pesa nada... Tem algo
pesado... você faz força para tirar.... era a Raiva - como ela pesa!
Aí você começa a tirar, tirar e aparecem a Incompreensão, Medo,
Pessimismo... nesse momento, o Desânimo quase te puxa pra dentro da
mala .... Mas você puxa-o para fora com toda a força, e no fundo da mala
aparece um Sorriso, que estava sufocado no fundo da sua bagagem...
Pula para fora outro sorriso e mais outro, e aí sai a Felicidade... Aí você
coloca as mãos dentro da mala de novo tira pra fora um monte de Tristeza...
Agora, você vai ter que procurar a Paciência dentro da mala, pois vai
precisar bastante...
Procure então o resto: a Força, Esperança, Coragem, Entusiasmo, Equilíbrio,
Responsabilidade, Tolerância e o Bom e Velho Humor. Tire a Preocupação
também. Deixe de lado, depois você pensa o que fazer com ela...
Bem, sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo. Mas, pense bem
o que vai colocar dentro da mala de novo.
Agora é com você. E não se esqueça de fazer essa arrumação mais vezes,
pois o caminho é MUITO, MUITO LONGO, e sua bagagem, poderá pesar
novamente.
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3.2 – SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO
154 – A separação da alma e do corpo é dolorosa?
Não, o corpo sofre, frequentemente, mais durante a vida que no momento da
morte; neste a alma não toma parte. Os sofrimentos que experimenta,
algumas vezes, no momento da morte, são um prazer para o Espírito, que vê
chegar ao fim do seu exílio.
Allan Kardec: Na morte natural, que chega por esgotamento dos
órgãos, em consequência da idade, o homem deixa a vida sem o
perceber; é uma lâmpada que se apaga por falta de alimentação.
COMENTÁRIOS:
Morte – cessação da vida do corpo físico.
Desencarnação – separação da alma do corpo físico
A verdadeira pátria é a espiritual.
Após uma pequena viagem aqui pelo orbe como encarnados acumulando
experiências, buscando o crescimento, nós retornamos para a nossa
verdadeira pátria – a espiritual.
O fenômeno da “morte” (desencarne) não é doloroso para a alma.
A gente vê muitos irmãozinhos que se manifestam nas reuniões mediúnicas
lamentando seus sofrimentos, suas não realizações no campo do bem, ou
suas realizações no campo do mal, pelos bens materiais que deixaram, pela
ingratidão dos entes queridos, pelos seus erros e equívocos, suas dores
físicas (por ainda não se reconhecer como desencarnado).
Mas não se vê nas reuniões mediúnicas irmãozinhos reclamando ou dizendo
sobre as dores físicas ou dores que sofreram durante a sua desencarnação.
Não há reclamações dos espíritos que se manifestam nas reuniões
mediúnicas acerca das dores no momento da morte.
O momento da morte é apenas a passagem biológica. Não devemos estar
preocupados com esse momento. Também não devemos antecipar. Tudo
tem o seu curso natural.
As pessoas de forma geral têm medo dessa passagem, no entanto, mesmo
apesar do medo há tanto suicídio.
O conhecimento da doutrina espírita fortalece o Espírito imortal, colocando
dentro da realidade, justamente para não abandonar essa viagem que é
temporária e passa a respeitar a vida.
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LIVRO SEGUNDO: MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
Capítulo III: Retorno da vida corpórea à vida espiritual
São dois extremos: Não devemos ter medo e fugir da morte, como também,
não devemos querê-la antes da hora. Ex: o cigarro, a bebida, as substâncias
químicas (drogas e remédios), o trânsito, a alimentação, as emoções (ódio,
rancor, inveja, ciúme – desequilíbrio) – acelera o processo.
Devemos respeitar o curso natural da vida, buscando uma vida saudável,
sem excessos.
Quando fala em dor, a gente sempre liga à dor física que é o que mais nos
assusta (dor – a leitura que o cérebro faz de algo na nossa estrutura física
alertando que determinado local do corpo não está normal).
Os Espíritos nos mostram que essa dor física não existe mais, porque o
corpo físico perdeu a vida, mas as sensações permanecem.
Para a grande maioria dos Espíritos que estão encarnados na Terra por não
ter o conhecimento, não ter uma vida equilibrada, se apegar a matéria, não
querer morrer, quando esse momento chega causa medo, desespero e dor
que é muito mais sensações.
Para o Espírito equilibrado, consciente da sua responsabilidade, da sua
jornada, de que cumpriu as suas obrigações, se liberta. Então essas
sensações que possam ser desagradáveis não o são porque ele sabe que é
um processo de libertação e ele volta à pátria espiritual, à verdadeira vida.
As sensações estão ligadas à consciência, registrada no períspirito.
A nossa preocupação deve estar voltada para as nossas condições
psicológicas. Para morrer bem, tem que viver bem. E para viver bem, deve-
se viver conforme os ensinamentos do nosso Mestre Jesus: viver pelo
caminho do bem, fazendo o bem ao próximo, construindo um reino de amor,
sem as dores físicas, sem as dores da consciência. Enfim, vivenciar na
plenitude a lei de amor que Jesus nos ensinou.
- Ter uma vida equilibrada, saudável, amando e respeitando. Fazer o dever
de casa.
“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um
pode começar agora e fazer um novo fim.” (Chico Xavier)
155 – Como se opera a separação da alma e do corpo?
Rompidos os laços que a retinham, ela se liberta.
155.a) A separação se opera instantaneamente e por uma transição
brusca? Há uma linha de demarcação bem nítida entre a vida e a morte?
Não, a alma se liberta gradualmente e não escapa como um pássaro cativo
que ganha subitamente a liberdade. Esses dois estados se tocam e se
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confundem; assim o Espírito se libera pouco a pouco de seus laços: os laços
se desatam, não se quebram.
Allan Kardec:
Durante a vida, o Espírito se liga ao corpo por seu envoltório
semimaterial ou perispírito. A morte é apenas a destruição do corpo e
não desse segundo envoltório que se separa do corpo quando cessa
neste a vida orgânica. A observação prova que no instante da morte o
desligamento do perispírito não se completa subitamente; ele não
opera senão gradualmente e com uma lentidão que varia muito
segundo os indivíduos. Para alguns ele é muito rápido, e pode-se dizer
que o momento da morte é aquele do desligamento, algumas horas
após. Para outros, aqueles sobretudo, cuja vida foi toda material e
sensual, o desligamento é muito menos rápido e dura, algumas vezes,
dias, semanas e mesmo meses, o que não implica existir no corpo a
menor vitalidade nem a possibilidade de um retorno à vida, mas uma
simples afinidade entre o corpo e o Espírito, afinidade que está sempre
em razão da preponderância que, durante a vida, o Espírito deu à
matéria. Com efeito, é racional conceber que quanto mais o Espírito se
identifica com a matéria, mais ele sofre ao se separar dela. Ao passo
que a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos,
operam um começo de libertação mesmo durante a vida do corpo e,
quando chega a morte, ela é quase instantânea. Tal é o resultado dos
estudos feitos sobre todos os indivíduos observados no momento da
morte. Essas observações provam ainda que a afinidade persistente
entre a alma e o corpo, em certos indivíduos, algumas vezes muito
penosa porque o Espírito pode experimentar o horror da
decomposição. Este caso é excepcional e particular a certos gêneros
de vida e a certos gêneros de morte; ele se apresenta entre alguns
suicidas.
COMENTÁRIOS:
Cada célula do corpo físico é ligada ao períspirito. Portanto, o períspirito é
que tem essa função de estar ligado célula a célula no corpo físico. Esses
laços vão sendo desligados a partir das extremidades (pés, mãos),
terminando no Córtex cerebral
A idade avançada, a doença prolongada favorece o rompimento lento e
gradativo dos laços, presos pela presença do fluido vital. À medida que o
fluido vital vai diminuindo, os laços vão se afrouxando.
Se tivermos uma vida valorizando apenas o que é material e as
manifestações da matéria, como os bens que possuímos, o título, a fama, o
sexo sem controle, iremos fazer de tudo para não abandonar o corpo, porque
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só vivos nesse corpo físico é que poderemos continuar usufruindo dessas
coisas que valorizamos. Como nos apegamos ao corpo, a separação se
torna psicologicamente mais dolorosa no momento da morte.
Por outro lado, quando usufruímos das coisas materiais com equilíbrio, sem
apego, valorizando as coisas do espírito, as questões da fé, quando
praticamos a caridade, a separação do corpo com o Espírito será mais rápida
e será mais feliz, porque vai representar o retorno daquele ser para a sua
verdadeira pátria.
Portanto, a desencarnação se é mais prolongada ou mais rápida vai
depender dos interesses daquele Espírito no tocante à sua vida aqui na
Terra.
 O gênero da morte depende do gênero da vida.
RESUMO DO PROCESSO DE DESENCARNE
 Há muitas coisas além dos nossos sentidos nos momentos de reencarnar
e de desencarnar.
Desencarne e o desligamento do corpo físico
Assim como reencarnar se tem auxílio de equipes espirituais destinadas a
trabalhar neste processo, o desencarne também é auxiliado por equipes
espirituais para ajudar nesta travessia do mundo físico para o mundo
espiritual.
Em ambos os casos tais auxílios especiais é quando se tem merecimento
para recebê-los.
O processo de desligamento do cordão fluídico é muito difícil para os que
estão ligados a vibração do planeta; embora poucos espíritos encarnados
podem realizar o auto desligamento do cordão fluídico.
O auxílio no processo de desencarne não é negado a ninguém. Todos os
seres humanos têm direito a receber ajuda e orientação durante o processo
de desencarne, independentemente do seu merecimento ou da sua ligação
com a matéria.
A eficácia desse auxílio depende da sintonia e do merecimento de cada
indivíduo.
No caso de pessoas muito ligadas à matéria, o processo de desencarne
pode ser mais difícil e doloroso, tanto física quanto emocionalmente. Elas
podem experimentar maior confusão, medo ou apego ao corpo físico, o que
dificulta a transição. No entanto, os espíritos de luz ainda tentam ajudar,
mesmo que de forma mais discreta, respeitando o livre-arbítrio e o estágio
evolutivo de cada um.
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1 – As equipes de desligamento
As equipes especialistas para este processo de desligamento realizam o
rompimento do cordão fluídico de acordo com o merecimento dos espíritos
que está desencarnando. A quantidade de integrantes das equipes varia de
acordo com o tipo de desencarne que vai auxiliar, e de acordo com o
merecimento do desencarnante.
 Além das equipes de desencarne, o desencarnante recebe auxílio de
entidades amorosas do seu círculo familiar (consanguínea ou não). E
companhias não muito agradáveis também.
2 – O processo de desligamento
Quando o espírito está desencarnando, e é merecedor do auxílio especial
que as equipes de desligamento fornecem, é ajudado da seguinte forma, em
caso de morte natural, que é a cessação das forças vitais por velhice ou
doenças. (Regra geral) – Não há desencarnes iguais.
2.1 – Preparação:
Visitas diárias são realizadas dando auxílio magnético e preparando os
familiares, e o espírito desencarnante.
Pode ocorrer que durante o sono físico são levados aos postos de
atendimento para participar de reuniões ou esclarecimentos referentes ao
processo em andamento. (Cap. 11 e 12 – Obreiros da Vida Eterna)
Muitas vezes, ou na maioria das vezes os familiares e os amigos criam uma
aura que fica impedindo e criando dificuldade para o desligamento do cordão
fluídico, que são os choros, chamados pelo desencarnante, angustias, gritos,
medo, egoísmo… isto deixa mais complicado o trabalho da equipe espiritual;
para criarem barreiras de proteção contra tais vibrações dos familiares, a
equipe espiritual cria uma melhora fictícia para neutralizar estas vibrações
que prendem o espírito desencarnante no corpo; esta melhora também serve
para concluir suas últimas tarefas e para a despedida com seus entes
queridos.
2.2 – Desligamento:
Muitos motivos deixa o espírito desencarnante ligado a matéria, como o amor
aos entes queridos, ou aos bens que possuía, ou preocupações, ou
problemas… por estes motivos o processo de desligamento do cordão
fluídico, é a última parte do processo de desencarne, é na maioria dos casos
18
realizado depois de algum tempo da morte do corpo físico dado pela ciência.
(morte clínica)
Até o rompimento do cordão o espírito fica vulnerável à influência do
ambiente em que está ficando menos consciente e fraco; depois do
desligamento, o aumento do grau de consciência e de fortalecimento vai
crescendo gradualmente.
Para os espíritos mais evoluídos o desligamento é quase imediato.
Dependendo do grau de desprendimento e de evolução, os espíritos se
mantêm parcialmente conscientes do que acontece, sendo o caso de
espíritos de nível médio.
Por isso é comum entes queridos já desencarnados estar presente neste
momento de grande transição, para tranquilizar, dar esperança, e segurança
ao espírito que está desencarnando.
Antes do desligamento: os laços que prendem o espírito ao corpo material,
vai se desligando aos poucos durante as doenças prolongadas que
antecipam o fim do corpo material, por isso os doentes têm mais facilidade
para se preparar para o desligamento.
As sensações durante o desligamento: estão relacionadas ao padrão
espiritual e ao apego a matéria.
Alguns desencarnam com facilidade; inúmeros dormem longos sonos, outros
nada percebem.
Os que estão despertos são colocados para dormir, assim o impacto das
energias negativas não é sentido.
Outros fazem o exame imparcial de todos os acontecimentos de sua vida.
Mas deixando claro que, cada caso é um caso, e o merecimento e o
desprendimento são levados em consideração.
2.3 – Encaminhamento:
Quando o desligamento está concluído, o espírito é levado para o local onde
será amparado, podendo ser um posto de socorro, ou um hospital de
acolhimento dos desencarnados em uma Colônia Espiritual (geralmente a de
antes do reencarne).
Se um espírito não for merecedor de tal auxílio, quando desencarna não
pode ir para os planos astrais que falamos acima como um espírito
merecedor, pois não está preparado; fica livre pelo mundo, ou vai para o
umbral, que é um local infeliz que os que desencarnam com o padrão
vibracional baixo acabam sendo atraídos para tal lugar, sendo um local de
sofrimento.
19
Isto volta ao mesmo ensinamento que, tudo está nas nossas mãos, o
passado e o futuro, o como vai ser o nascimento e o desencarne, isto é o
livre arbítrio, sendo tudo produto das nossas escolhas e atitudes.
Quanto mais se conhece a Doutrina Espírita mais o temor da morte se
desfaz, novos horizontes são vistos e conhecidos, tomando conhecimento
que não existe nenhum tipo de fronteiras e nenhum mistério para a nova
vida, tendo a certeza da existência de vida depois da vida.
Morrer não dói, morrer não é nada, apenas uma grande transição para a vida
verdadeira, o que fica é a saudade, mas acima de tudo a verdade que o
reencontro vai acontecer novamente, pois Deus permite.
“Devemos aceitar a chegada da chamada morte, assim como o dia aceita a
chegada da noite – tendo confiança que, em breve, de novo há de raiar o
sol…”
Curta metragem: A morte de Dimas
https://www.youtube.com/watch?v=txXcwxZ-tFA
EXEMPLOS DE DESENCARNE  OBREIROS DA VIDA ETERNA
O livro "Obreiros da vida Eterna" pelo Espírito André Luiz, psicofrafado por
Chico Xavier relata 05 processos de desencarne. Eis o resumo de cada um
deles:
 Dimas
 Fábio
 Albina
 Cavalcante
 Adelaide
“Seguíamos, o Assistente Jerônimo, o padre Hipólito, a enfermeira Luciana e
eu, constituindo pequena equipe de trabalho, incumbida de operar na Crosta
Planetária, durante trinta dias, aproximadamente, em caráter de auxílio e
estudo, com vistas ao nosso desenvolvimento espiritual.” (Cap. 01)
“[...] devemos atender, nos próximos trinta dias, a cinco dedicados
colaboradores nossos, prestes a desencarnarem na Crosta. Trabalharam,
fiéis à causa do bem, e as nossas autoridades encarregaram-nos de atender-
lhes aos casos pessoais”. (Cap. 01)
Casa transitória de Fabiano (Posto de socorro)
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Casa Transitória como uma instituição espiritual situada entre a crosta
terrestre e as colônias superiores, funcionando como um hospital de
emergência para espíritos necessitados. Ela não se encontra no Umbral
profundo, mas em uma zona de transição, onde equipes socorristas
conseguem atuar com mais facilidade.
A Casa é sustentada por vibrações elevadas, mantidas pela prece e pelo
trabalho incessante dos benfeitores espirituais. Seu nome, Fabiano, é uma
homenagem a um espírito dedicado ao serviço do bem, cuja vida foi marcada
por grande compaixão e assistência aos sofredores.
Finalidade e Funcionamento
A Casa Transitória de Fabiano funciona como um centro de reabilitação
temporária. Sua missão inclui:
 Atendimento a espíritos recém-desencarnados em estado de
perturbação
 Resgate de sofredores do Umbral
 Preparação para novas etapas no plano espiritual
 Esclarecimento e evangelização
A Casa Transitória de Fabiano representa um elo de misericórdia entre as
trevas do Umbral e as colônias superiores. Seu papel é fundamental para
aqueles que, embora tenham falhas, demonstram alguma condição de
aprendizado e recuperação. (arrependimento sincero / pedido de auxílio)
Fabiano de Cristo foi um frade franciscano que viveu no Brasil no século
XVII. Nascido provavelmente em Portugal por volta de 1600, ele veio para o
Brasil ainda jovem e ingressou na Ordem dos Franciscanos, dedicando sua
vida à caridade e ao auxílio dos mais necessitados. Ficou conhecido por sua
humildade, desapego aos bens materiais e profunda compaixão pelos
doentes e desamparados. Seu nome verdadeiro era João Barbosa, mas ao
se tornar frade adotou o nome de Frei Fabiano de Cristo.
Fabiano de Cristo, já como espírito, fundou a Casa Transitória para
continuar sua missão de socorro aos necessitados. Assim como na Terra ele
cuidava dos enfermos e abandonados, no plano espiritual ele continua sua
obra, oferecendo abrigo e auxílio aos que precisam de socorro após o
desencarne.
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DIMAS
A equipe de Jerônimo visita uma casa humilde no plano físico onde se
encontra Dimas, um trabalhador espiritual em vias de desencarnação,
sofrendo de cirrose hipertrófica.
Pontos Principais:
1. A Missão de Dimas
o Dimas é descrito como um assíduo colaborador dos serviços de
assistência espiritual há mais de 50 anos.
o Renunciou à vida tranquila em uma colônia espiritual para se
dedicar a uma tarefa obscura (provavelmente como médium ou
missionário encarnado).
o Desenvolveu faculdades mediúnicas e serviu como instrumento
de auxílio aos necessitados.
2. O Ambiente Espiritual
o O quarto simples estava inundado de eflúvios luminosos, sinal da
presença de Espíritos elevados que o acompanhavam.
o Jerônimo explica que Dimas é um "credor feliz de
dedicações" devido à sua renúncia e serviço abnegado.
3. O Processo de Desencarne
o Dimas, já fisicamente debilitado, percebe a presença dos
espíritos com a visão da alma e sorri, demonstrando serenidade.
o Ele pede colaboração, pois está exausto, mas
mantém confiança no plano divino.
4. Assistência Magnética e Conforto
o André Luiz, sob orientação de Jerônimo, aplica passes
magnéticos no tecido vascular de Dimas, aliviando seu
sofrimento.
o Dois amigos espirituais de Dimas chegam para prestar apoio,
mostrando a solidariedade entre os trabalhadores do invisível.
(Capítulo 11)
Capítulo 13 – Companheiro libertado  Dimas
"Há tempo de nascer e há tempo de morrer."
Dimas atingira o tempo de morrer fisicamente, seria subtraído da matéria
grosseira.
22
André tinha muitas questões a esclarecer, quanto as circunstâncias em que
Dimas estava desencanando.
Segue:
-Dimas viveu a cota de tempo suscetível de ser aproveitada por seu espírito
na Crosta, ou seja, Se Dimas tinha como tempo prefixado de vida 70 anos,
realmente viveu estes 70 anos?
R. Não, não chegou a aproveitar todo o tempo prefixado pelos planejamentos
de reencarnação.
-Então Dimas era uma suicida inconsciente como eu (André Luiz)?
R. Não, Dimas não é um suicida.
-Se Dimas não completou sua Cita Vital, então não terá ele desperdiçado a
oportunidade de realizar o bem plenamente?
-Por que tratamento tão especial a Dimas?
R. A vida de Dimas seguiu o seguinte contexto:
 Pobre, humilde, vida sem mimos ou privilégios.
 Pouco estudo, literatura simples e limitada, de acordo com sua situação
financeira.
 Trabalho pesado a vida toda.
 Constituiu família e sustentou sua família a duras penas
 Submissão a regulamentos e chefia austera, por toda vida.
 Subsistência com grande despesa de energia.
Trabalho de caridade:
 Dedicou-se ao próximo mais necessitado que ele mesmo, assim que
recebeu a mediunidade.
 Sua vida transformou-se em abnegação aos enfermos de corpo e de
alma.
 Perdeu o conforto da vida social em nome do trabalho benemérito.
 Privou-se de estudos edificantes, que poderiam otimizar seu trabalho
caritatório, por prestar todo seu tempo ao irmão.
 Prejudicou suas células físicas, no acúmulo de obrigações em prol de
seu idealismo.
 Vigílias constantes, danificando sua resistência nervosa.
23
 Alimentação precária e irregular, por dispor de seu tempo somente ao
trabalho, prejudicando seu estômago.
 Adquiriu inimizades e perseguições gratuitas, em nome de seu ideal,
gastou fosfato excessivamente.
 Sentia a dor alheia em excessiva entrega, enfraquecendo seu coração.
Portanto, má alimentação, exigências sentimentais e noites mal dormidas o
levaram a uma cirrose hipertrófica.
Dimas sacrificou sua vida em nome do amor para com seus irmãos.
O Plano Superior sabe reconhecer um filho merecedor de seus cuidados
especiais.
André participa do grupo que vai ajudar no desencarne de Dimas. Este irmão
é espírita e médium. Na sua vida na Terra, ele mostrou amor e dedicação
aos ensinamentos de Jesus e de Kardec. Entretanto, ele está
desencarnando antes do que fora programado pela Espiritualidade.
Por muito ter amado e ajudado o próximo, Dimas não é considerado como
suicida pelas Leis de Deus.
Estava no momento programado para o desencarne.
- A resistência orgânica chegara ao fim.
 Dificuldades para o processo de desencarne:
 Ligado as questões domésticas, preocupado qual o futuro dos filhos e
da esposa.
 A esposa ao emitir seus sentimentos e emoções o prendia em
emaranhada teia de fios cinzentos, sendo um empecilho para o
trabalho da equipe.
 O assistente Jerônimo propõe improvisar uma melhora temporária e
fictícia para sossegar a mente aflita da esposa e dos filhos.
 Mesmo com a intensa movimentação microscópica atingindo todos os
órgãos.
 Dimas abre os olhos e agradece a Deus.
 Pede a esposa para ir descansar, repousar.
 Sob a orientação intuitiva do assistente, Dimas se eleva em oração.
Pede o amparo a Jesus e, se possível, concedesse a presença da sua
mãe.
 Inicia o processo de desligamento:
 plexo solar - desata os laços que localiza as forças físicas.
 Centro cardíaco - relaxou os elos no centro emotivo, operando sobre
determinado ponto do coração. Angústia e aflição ao paciente, fuga do
pulso.
24
 Centro frontal ou cerebral - intervenção no cérebro.
Reconstitui todo o corpo perispiritual de Dimas.
 Dimas desencarnado:
 Elevou-se alguns palmos acima de Dimas-cadáver.
 Continua ligado ao corpo por leve cordão prateado (centro coronário).
 A operação era ainda incompleta.
 Para os encarnados, Dimas morrera.
 Dimas foi nobre trabalhador da Seara, mas não orientou a família para
o círculo da oração e vigilância.
 O cordão fluídico irá permanecer até o dia imediato.
 Não se é encontra preparado para o desenlace mais rápido.
 Ficou sob os cuidados de sua mãe.
Capítulo 14 – Prestando assistência  Dimas
André Luiz recebe autorização para voltar a casa de Dimas e acompanhar o
velório.
Ele queria observar o que acontece entre a morte física e o desencarne
(quando o desligamento entre o corpo físico e o corpo astral é concluído).
Retornando ao local, André trava conhecimento com um Espírito
que trabalhava com Dimas nas atividades mediúnicas. André então lhe
pergunta se todas as desencarnações de pessoas dignas contam com o
amparo de grupos socorristas.
"... todos os fenômenos do decesso contam com o amparo da caridade afeta
às organizações de assistência indiscriminada; no entanto, a missão
especialista não pode ser concedida a quem não se distinguiu no esforço
perseverante do bem."
 Dimas descuidou-se de incentivar a prática da oração em família. Ele
tem defesas pessoais, mas a residência não.
 O descontrole da esposa o deixava agitado. Foi preciso adormecê-la
para que ele conseguisse repouso reparador.
 Uma pessoa presente no velório conta uma estória que envolve Dimas
em um assassinato que ele presenciou.
 A recordação traz para o ambiente o assassino já desencarnar em
estado de perturbação.
 Foi necessária a intervenção de amigos espirituais para afastar o irmão
infeliz.
As câmaras mortuárias não devem ser pontos de referência à vida social,
mas recintos consagrados à oração e ao silêncio.
25
Capítulo 15 – Aprendendo sempre  Dimas
O corpo físico e o corpo astral ainda mantinham vivo intercâmbio, um
sustentando outro.
O assistente Jerônimo examinou-o e auscultou-o. Cortou o liame final,
verificando que Dimas, desencarnado, fazia esforço do convalescente ao
despertar, após longo sono.
No cemitério, André nota a presença de dezenas de irmãos infelizes
esperando o cortejo. Ele questiona ao responsável pelo grupo a razão da
presença desses Espíritos.
"Nossa função, acompanhando os despojos, não se verifica apenas no
sentido de exercitar o desencarnado para os movimentos iniciais da
libertação. Destina-se também à sua defesa. Nos cemitérios costuma
congregar-se compacta fileira de malfeitores, atacando vísceras cadavéricas,
para subtrair-lhes resíduos vitais."
Dimas foi cercado pelos amigos que soube cultivar durante os anos de
trabalho na mediunidade. Fora trabalhador por dedicado na Seara do Divino
mestre.
Dimas só foi conduzido após o enterro do cadáver.
Passou por um período de desequilíbrio na casa transitória de Fabiano
(pronto Socorro).
26
FÁBIO
A equipe de Jerônimo adentra singular residência, em bairro menos populoso
do Rio de Janeiro e encontra Fábio, um homem maduro, portador de
tuberculose avançada, que está prestes a desencarnar.
Diferente de Dimas, que era médium com tarefa assistencial, Fábio se
destacou por sua vida equilibrada, seu amor à espiritualidade e sua
dedicação ao bem, especialmente por meio do culto do Evangelho no lar,
que instituiu com a família.
Ao chegar à sua residência no Rio de Janeiro, a equipe espiritual encontra
uma cena profundamente tocante: Fábio, consciente de sua partida iminente,
conversa com seus filhos pequenos, Carlindo e seu irmão, transmitindo-lhes
consolo e ensinamentos sobre a imortalidade da alma.
Ele os orienta a não se deixarem abalar pelo sofrimento da separação e a
manterem a fé na continuidade da vida, garantindo que continuará a amá-los
e protegê-los, mesmo em outro plano.
A equipe observa com admiração sua serenidade e coragem diante da
morte.
O Assistente Jerônimo destaca que Fábio sempre colaborou no auxílio
espiritual, mesmo sem ser médium ostensivo, aplicando energias magnéticas
e mantendo uma vida de estudos e serviço ao próximo.
Sua preparação interior e sua conduta reta permitirão um desencarne
tranquilo e harmonioso.
O trecho descreve uma cena de despedida emocionante, em que um pai
ensina aos filhos sobre a vida eterna e a importância da fé, da espiritualidade
e da elevação moral na hora do desencarne, demonstrando que uma vida
pautada no bem proporciona uma transição mais serena e natural para o
plano espiritual.
(Capítulo 11)
Capítulo 16: Exemplo cristão  Fábio
A equipe chega na singela casinha de Fábio, encontra três amigos
espirituais, sendo um deles, o pai de Fábio.
Fábio deixava a esposa e dois filhinhos amparados na fé viva.
Afastava se do corpo físico, jubiloso e confortado com a Glória de haver
aproveitado todos os recursos que a esfera superior lhe havia concedido.
Fábio desencarnará no tempo devido.
- Nessa noite seria afastado definitivamente do corpo carnal.
27
- Estava abatido respirava com dificuldade, demonstrando profundo mal-
estar.
O pai de Fábio solicita que gostaria de auxiliá-lo no último culto doméstico
somente com a família.
Após Jerônimo aplicar passes no enfermo, o intuiu a um banho, o que
solicitou a esposa que preparasse. Água já estava magnetiza nada com a
finalidade de retirar do seu corpo matéria fluídica prejudicial, causando uma
melhora fictícia.
Se sentiu animado para o momento da prece junto à família (somente os 4
quatro, sem o público de fora).
 Abriu o novo testamento (auxiliado pelo pai)
“semeia corpo físico, ressuscitará corpo espiritual. Há corpo físico, é há
corpo espiritual.” (I Cor 15:44)
 Fez uma prece.
 Dirigiu a esposa passando orientações espiritual, material, familiar é de
relacionamento.
 Dirigiu aos filhos orientando os.
 O filho mais velho, Carlindo, fez a prece final.
Solicitou à esposa que gostaria de nessa noite beijar os filhos. Ela trouxe
lenço novo. Ele cobriu a cabeça dos filhos e beijou o fragmento de linho.
Fábio sentia se melhorado, bem-disposto.
- As crianças foram dormir.
Jerônimo aplica passes anestesiantes.
- Provoca o rompimento de um importante vaso.
 Fábio tossiu e o sangue fluiu à boca aos borbotões.
Tranquilizou a esposa falando:
- Pode chamar o médico. Não se preocupe. É justamente o fim.
O médico logo veio e todos os procedimentos eram em vão.
Enquanto isso Jerônimo repetia o processo de libertação praticado em
Dimas, mas com muita facilidade: plexo solar, coração e cérebro.
 Desatado o nó vital, Fábio é completamente afastado do corpo, ainda
ligado pelo cordão fluídico prateado, com Formosa luz.
 Amparado pelo pai, Fábio descansava, sonolento, sem consciência
exata da situação.
 Depois de uma hora, Jerônimo corta o cordão prateado.
 Fábio completamente livre, em brando sono, foi conduzido sem perda
de tempo para a casa transitória a via de Fabiano enquanto o pai
acompanharia o velório do cadáver.
28
Aquele homem, de sublime exemplo cristão, subia vitorioso da Terra.
29
ALBINA
A equipe de Jerônimo visita Albina, uma idosa enferma do coração, prestes a
desencarnar. Ela está em seu apartamento, cercada por suas filhas e uma
amiga espiritual, demonstrando profunda fé e serenidade.
1. A Identidade de Albina
 Serva do Evangelho: Viúva desde cedo, dedicou-se à educação
cristã na Igreja Presbiteriana, formando crianças e jovens nos
princípios evangélicos.
 Trabalhadora espiritual: Mesmo encarnada, era vinculada a uma
colônia espiritual superior, onde era admirada por seu serviço no bem.
 Doença: Sofria de um aneurisma cardíaco grave, mas mantinha paz e
lucidez.
2. A Cena de Assistência
 Leitura da Bíblia: Albina pede sua filha Eunice que lhe traga a Bíblia,
escolhendo (com ajuda invisível de Jerônimo) o capítulo sobre a
ressurreição de Lázaro (João 11).
o Frase marcante: "A Palavra do Senhor dá contentamento ao
espírito, minha filha!"
 Passes magnéticos: André Luiz aplica-lhe energias de reconforto,
enquanto Jerônimo a auxilia espiritualmente.
3. A Discussão sobre seu Desencarne
 Amiga espiritual chega e explica que, embora Albina já tivesse méritos
para partir, havia um pedido de prorrogação de sua permanência na
Terra por alguns meses.
 Motivos não são detalhados, mas sugere-se que era para apoio à
família ou conclusão de algum trabalho.
 Jerônimo se compromete a visitar diariamente até que a transição
ocorra.
A história de Albina destaca a importância da fé e do serviço ao próximo na
preparação para o retorno à pátria espiritual. Também evidencia como a
desencarnação pode ser ajustada conforme as circunstâncias e
necessidades do espírito e dos encarnados ao seu redor.
(Capítulo 11)
Capítulo 17: Rogativa singular  Albina
Neste Capítulo, André Luiz narra que o responsável pelo grupo de trabalho,
Jerônimo, fora informado sobre mudança no plano de desencarne de um dos
irmãos.
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Ela fora autorizada por permanecer por mais um tempo na crosta.
Foi por uma solicitação que a colônia examinou com a devida consideração.
Modificou o programa da missão da equipe:
 Ao invés de auxiliar para a liberação da irmã, teriam que auxiliar no
restabelecimento das forças para que ela continuasse no plano físico.
O aneurisma havia provocado a degenerescência do músculo cardíaco
e ameaçava a ruptura imediata.
 Jerônimo aplicou passes de Regeneração ao sistema.
 Forneceu certa quantidade de forças ao órgão.
 Magnetizou longamente a zona onde se situava o problema.
Ela estaria com grande melhora por alguns meses.
- O coração passou a funcionar com equilíbrio é as válvulas cardíacas
passaram a denotar regularidade.
André Luiz não continha a curiosidade para saber quem e qual o motivo que
interferiu na modificação do roteiro das autoridades superiores no
cumprimento das leis divinas.
Questionou por várias vezes o assistente até que ele resolveu explicar.
Foi a súplica oração de uma criança de 8 anos de idade que alcançou a
colônia espiritual e modificou o roteiro.
André fica surpreendido.
Joãozinho, menino órfão, adotado por Loide, tem largos créditos junto à
espiritualidade. É ligado à família de albina a longos séculos. Está reencarnar
dado emissão do evangelho.
Loide Estava grávida de uma menina que era companheira de Joãozinho
desde há muitos séculos.
Como Espírito em missão na Terra durante um desdobramento, Joãozinho
solicitou a ajuda.
Ele tinha receio que o desencarne da avó retardasse a reencarnação da
companheira que iria ajudá-lo no trabalho programado. O receio era que a
forte emoção com a morte de Albina, Loide poderia provocar um aborto
natural.
Interessante observar:
 Não são espíritos purificados, redimidos, mas trabalhadores valiosos,
com suficiente crédito moral para a obtenção de oportunidades mais
altas.
 O pedido foi feito visando o trabalho pela coletividade por dois Espíritos
queridos na Terra.
 Não houve toque personalístico no pedido.
 Albina e sua família eram evangélicas.
31
 A assistência não se restringe aos que creem no espiritismo.
 A assistência alcança todos que trabalham na Seara de Jesus.
32
CAVALCANTE
A equipe espiritual visita um hospital onde encontra Cavalcante, um idoso
virtuoso mas em grave estado de saúde, prestes a passar por uma cirurgia
duodenal. Apesar de sua bondade, ele sofre com:
 Falta de preparo espiritual: Embora católico devoto, não desenvolveu
compreensão sobre a vida espiritual
 Assédio de espíritos inferiores: Parentes desencarnados o perturbam
constantemente
 Apego excessivo: Mantém ligação emocional intensa com entes
queridos, dificultando seu desprendimento
Apesar de sua abnegação e renúncia às riquezas materiais, Cavalcante
enfrenta um grande obstáculo: sua excessiva ligação emocional com os
parentes desencarnados e encarnados. Essa conexão intensa dificulta sua
libertação do corpo físico e o torna vulnerável à influência de espíritos
perturbados que o assediam. Apegado aos laços familiares, ele não
consegue entregar-se com serenidade ao processo natural da
desencarnação, o que agrava seu sofrimento.
A equipe espiritual, sob a liderança de Jerônimo, reconhece a dificuldade de
assistência devido à sua falta de educação religiosa para o intercâmbio
espiritual. Isso demonstra que, mesmo pessoas virtuosas, quando não
compreendem os mecanismos da vida além da matéria, podem encontrar
dificuldades no momento do desprendimento. O irmão Bonifácio, que o
assiste, ressalta a luta constante para mantê-lo tranquilo diante das
influências espirituais negativas que se aproximam.
Dessa forma, o caso de Cavalcante nos ensina que a bondade e o serviço ao
próximo são essenciais, mas precisam ser acompanhados de um preparo
consciente para a morte.
O desprendimento dos laços materiais e emocionais excessivos, a confiança
irrestrita na vontade divina e o fortalecimento da fé são elementos
fundamentais para que a transição ocorra com menos sofrimento e maior
harmonia.
Esse caso reforça a importância da educação da fé não apenas como
princípio de vida, mas como instrumento para facilitar a transição para a vida
espiritual.
(Capítulo 11)
Capítulo 18: Desprendimento difícil  Cavalcante
Neste Capítulo, André Luiz acompanha o desencarne de Cavalcante. É um
trabalho difícil, pois o irmão se prende ao corpo físico com medo da morte.
33
Todos os órgãos do sistema digestório de Cavalcante estavam em profundo
desequilíbrio, desarmonia entrando em colapso.
As coletividades microbianas já atacavam de forma voraz.
Cavalcante perdia as forças, pois não conseguia se alimentar como deveria.
Ele teimava em viver, se agarrava o corpo com enorme vontade de
prosseguir na matéria.
Após quatro dias de assistência, Jerônimo deliberou desatassem os laços
que o prendiam ao corpo.
Cavalcante pediu para chamar o padre para fazer suas confissões. Estava
com medo da morte, receoso do purgatório.
O médico comentou com o padre que estava vendo a possibilidade da
eutanásia.
O padre disse que seria uma Caridade porque o infeliz estava apodrecendo
em vida.
Cavalcante pede para chamar a irmã de Caridade para expor seus desejos.
Ela Foi atendê-lo, mas agiu de forma fria e sucinta.
Ambos, o padre e a Freira, não conseguiram ficar muito tempo junto a ele
devido ao odor que emanava do seu corpo. Cavalcante entrou em pranto
silencioso refletindo sobre a doutrina que abraçará.
Não compreendia Jesus cerrado nos templos de pedra, a distância dos
famintos e sofredores que choravam por fora.
O assistente aplicou passes magnéticos para o sono, mas ele se mantinha
vigilante. Temia dormir e não despertar. Continuava refletindo. Gostaria de
ver a ex-esposa.
Jerônimo esclarece sobre o estado avançado de putrefação do corpo, mas
Cavalcante continua agarrado a matéria.
 Afrouxou os laços do plexo solar.
 Abriu pequenos vasos do intestino para a ocorrência de hemorragia.
 Pediu a Bonifácio para trazer a ex-esposa, já desencarnada, pois suas
percepções espirituais estarão abertas. Então ele passara a enxergar
as cenas deploráveis da enfermaria.
A equipe saiu e retornou ao cair da noite.
- Bonifácio traz a ex-esposa e o diálogo entre ela e Cavalcante é realizado.
Cavalcante gritava: Não posso morrer. Tenho medo! Impossibilitando os
recursos da equipe.
O médico aplicou a chamada “injeção compassiva”.
Cavalcante estava morto para os encarnados.
34
Para o outro lado, ele estava preso ao corpo inerte, inconsciente e incapaz
de qualquer ação.
A carga da medicação de Descanso atua diretamente em todo o sistema
nervoso atingindo centros do organismo perispiritual.
Só foi possível a libertação de Cavalcante quando já haviam transcorrido 20
horas, após um serviço muito laborioso.
Apático, sonolento, desmemoriado foi conduzido ao asilo de Fabiano,
demonstrando necessitar maiores cuidados.
Cavalcante, um trabalhador dedicado da seara do Mestre. Entretanto, ele
não conseguiu encontrar na sua religião o conforto que precisava na hora do
derradeiro testemunho. Mas ele não foi abandonado. A Espiritualidade o
ajudou da melhor forma possível.
35
ADELAIDE
André Luiz e sua equipe chegam a um orfanato espírita-cristão, onde
encontram Adelaide, uma médium idosa prestes a desencarnar. O local é
protegido por uma legião de trabalhadores espirituais, incluindo Bezerra de
Menezes, que a acompanha nesse momento de transição.
1. O Perfil de Adelaide
 Médium dedicada: Serviu por anos no atendimento a enfermos e
no amparo a órfãos.
 Discípula de Cristo: Sua vida foi marcada por renúncias, desgostos e
"pedradas" (críticas e perseguições comuns a quem serve).
 Cansaço físico e emocional: Bezerra reconhece que ela está "muito
cansada", mas sua alma está preparada para a partida.
2. A Cena do Adejo
 Bezerra de Menezes atua como mentor e pai espiritual, confortando-a
com palavras de fé:
o "Sua grande batalha está terminando. Você é feliz, minha amiga,
muito feliz, porque seu Espírito virá condecorado de cicatrizes..."
 Adelaide demonstra apego aos órfãos e à obra, chorando ao pensar no
que deixará para trás.
 Bezerra a ensina a entregar tudo a Jesus, lembrando-a de que a obra
não é dela, mas do Cristo, que providenciará quem a continue.
3. O Contraste com Outros Casos
 Diferente de Cavalcante: Adelaide tem plena consciência espiritual,
mas luta contra o apego afetivo à missão.
 Semelhante a Albina: Ambas serviram até o fim, mas Adelaide já está
pronta para partir – só precisa soltar o que ama.
 Semelhante a Fábio: Ambos educaram-se na fé, mas Adelaide, como
médium, teve uma jornada mais pública e cheia de provações.
4. Lições Espirituais
 A obra é de Deus, não nossa – Adelaide precisou aprender
a confiar que outros continuariam seu trabalho.
 Cicatrizes são condecorações – Bezerra mostra que as lutas não foram
em vão; elas a prepararam para a vida maior.
 O último desafio é o desapego – Mesmo os mais elevados podem
sentir saudade... mas a entrega final é necessária.
Reflexão Final:
Adelaide representa todo missionário que um dia precisa "passar o bastão".
Sua história ensina que:
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1. Servir cansa, e isso é humano – mas o descanso no plano espiritual é
merecido.
2. Apego à obra pode ser um teste final – até os melhores precisam
aprender a deixar ir.
3. A morte não interrompe o amor – quem serve na Terra continua a fazê-
lo no Mundo Maior.
(Capítulo 11)
Capítulo 19: A serva fiel  Adelaide
Neste Capítulo, André Luiz narra o desencarne de Adelaide. Ela é espírita e
é responsável por um orfanato na Crosta Terrestre. Nas suas atividades
terrenas, Adelaide conquistou a estima de diversos Espíritos como Bezerra
de Menezes e irmã Zenóbia, dirigente da Casa Transitória de Fabiano.
O desencarne ainda não tinha ocorrido porque os irmãos encarnados a
estavam retendo mentalmente. Eles não aceitavam a sua morte próxima e a
envolviam em fios de carinho. Foi necessário convocar todos os amigos de
Adelaide para uma palestra com irmã Zenóbia durante o sono físico. Nesta
reunião, eles foram esclarecidos da necessidade de reformular os
pensamentos e confiar na Justiça Divina.
Para surpresa de André, a própria Adelaide faz o desenlace nos plexos solar
e coronário. O Mentor do grupo de trabalho só precisou intervir para desatar
o apêndice prateado.
Este Capítulo traz para os espíritas conforto por mostrar como a morte pode
ser serena. No caso em tela, temos uma irmã evoluída tanto no campo moral
quanto no campo intelectual. Além disso, ela fez da caridade, da paciência e
do amor as suas bandeiras de luta. Na sua hora final na Terra, não lhe faltou
amigos encarnados e desencarnados para lhe socorrer.
Frase-Chave: Deponha o precioso fardo de suas responsabilidades em
outras mãos... Converta saudades em esperanças. (Bezerra de Menezes)
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156 – A separação definitiva da alma e do corpo pode ocorrer antes de
cessação completa da vida orgânica?
Algumas vezes, na agonia, a alma já deixou o corpo e não há mais que a
vida orgânica. O homem não tem mais consciência de si mesmo e,
entretanto, lhe resta ainda um sopro de vida. O corpo é uma máquina que o
coração movimenta; existe enquanto o coração faz circular o sangue nas
veias; e para isso não necessita da alma.
COMENTÁRIOS:
(Questão 136 – Ex: morte cerebral)
A resposta dos Espíritos indica que o espírito pode deixar o corpo físico
antes que o coração pare de bater e o corpo entre em morte clínica.
A desencarnação não é um evento instantâneo, mas um processo que pode
variar de acordo com o estado espiritual e as circunstâncias da morte. Em
alguns casos, o espírito pode se desprender gradualmente, enquanto o corpo
ainda mantém funções vitais.
A agonia é o período que antecede a morte, quando o corpo está em
processo de desligamento das funções vitais.
A perda da consciência durante a agonia é interpretada como um sinal de
que o espírito já está em transição para o plano espiritual, embora o corpo
ainda esteja em processo de desligamento.
Os Espíritos comparam o corpo a uma máquina que pode continuar
funcionando por algum tempo, mesmo sem a presença da alma. pessoas
que São as pessoas que vão perdendo o fluido vital gradativamente (doença
ou senilidade) onde o desprendimento é imperceptível.
Isso ocorre porque algumas funções orgânicas, como o coração, a corrente
sanguínea, os rins, etc. podem ainda estar em movimento fornecendo um
resquício de vida (automação), porém já houve o desligamento do perispírito.
Somente depois há a morte propriamente dita.
Ex: Morte cerebral, morte natural (senilidade)
A resposta dos Espíritos pode trazer conforto aos que acompanham entes
queridos em estado de agonia, mostrando que, mesmo quando a
consciência parece ausente, o espírito já pode estar em processo de
libertação e preparação para o plano espiritual.
 A separação definitiva pode ocorrer tanto antes, quanto depois da morte
orgânica.
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157 – No momento da morte, a alma tem, algumas vezes, uma
inspiração ou êxtase que lhe faça entrever o mundo em que vai entrar?
Frequentemente, a alma sente se desatarem os laços que a ligam ao corpo;
ela faz então todos os seus esforços para os romper inteiramente. Já em
parte desligada da matéria, vê o futuro se desenrolar diante dela e alegra-se,
por antecipação, da situação de Espírito.
COMENTÁRIOS:
Enquanto está ocorrendo o desligamento do perispírito, quando os laços vão
sendo gradativamente desfeitos, é possível que já ocorra um processo de
emancipação da alma, momento em que o Espírito já tenha contato com o
mundo espiritual.
Por isso, muitas vezes já começa a perceber a presença de familiares que
desencarnaram e outros seres que vêm naquele momento prepará-los para o
desencarne e trazer uma palavra de auxílio, de esperança, de confiança e fé.
Na Revista Espírita há vários relatos de situações como essa, onde nos
minutos finais de desencarne a pessoa teve acesso a visões, conseguindo
entrever o plano espiritual, tendo ainda condições de contar para os
familiares.
Livro Obreiros da Vida Eterna.  Os casos Fábio e Adelaide
Essa questão se refere aos que estão mais preparados.
Há aqueles que vê, mas a situação não é agradável.
Uma grande parcela nem sabe que desencarnou.
- As EQM (laços frouxos, mas não desligados)  Uma vez desligados não há
mais retorno
 Canal no YouTube: Afinal, o que somos nós, com o físico Carlos de Moura
Ribeiro
 Entrevistas com o psiquiatra Dr. Alexander Moreira Almeida
A questão nos convida a refletir sobre a importância de nos prepararmos
espiritualmente para o momento da morte, cultivando valores como amor,
caridade e desapego, que facilitam o processo de desencarnação.
Desapego não significa deixar de valorizar as pessoas e as coisas que fazem
parte do nosso dia a dia. Pelo contrário, é reconhecê-las com gratidão e
respeito, mas sem dependência, cultivando o desprendimento e a liberdade
interior.
Desapego não é indiferença, mas amor que liberta: valorizamos com carinho
o que importa, sem que o apego asfixie a leveza do viver.
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158 – O exemplo da lagarta que primeiro rasteja sobre a terra, depois se
encerra em sua crisálida sob uma morte aparente, para renascer numa
existência brilhante, pode nos dar uma ideia da vida terrestre, depois do
túmulo e, finalmente, de nossa nova existência?
Uma ideia restrita; a imagem é boa, mas é necessário não a tomar ao pé da
letra, como sempre o fazem.
COMENTÁRIOS:
A comparação que Kardec fez nos dá uma ideia limitada (acanhada):
 A vida na Terra
 O túmulo
 A vida Espiritual
Kardec usa a metamorfose da lagarta como uma analogia para ilustrar o
processo da morte e do renascimento espiritual. No entanto, os Espíritos
esclarecem que essa comparação é uma ideia restrita e que não deve ser
interpretada literalmente (ao pé da letra).
1. A lagarta como símbolo da vida terrestre
 A lagarta, que rasteja sobre a terra, representa a vida material, limitada
e focada nas necessidades físicas e terrenas.
 É uma fase de aprendizado, crescimento e preparação.
 Na vida humana, essa fase corresponde à nossa existência física, onde
enfrentamos desafios, aprendemos lições e desenvolvemos nossas
potencialidades espirituais.
2. A crisálida como símbolo da morte aparente
 A crisálida, onde a lagarta parece "morrer" para se transformar,
simboliza o período de transição após a morte física. A morte não é o
fim, mas uma passagem para outra forma de existência.
 Essa fase pode ser associada ao estado do espírito que ao se
desprender das limitações do corpo físico, inicia um processo de
despertar para uma nova realidade.
3. A borboleta como símbolo da nova existência
 A borboleta, que emerge da crisálida, representa a vida espiritual
renovada, mais livre, bela e elevada.
 É uma metáfora para a condição do espírito após a morte, quando ele
se liberta das amarras da matéria e ascende a um plano superior.
Por que essa ideia é restrita?
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Os Espíritos alertam que a comparação não deve ser levada ao pé da letra
porque:
 A lagarta passa por um processo natural, sem escolha, enquanto o
espírito possui livre-arbítrio e pode acelerar ou retardar seu progresso
conforme suas escolhas morais e intelectuais.
 A metamorfose da borboleta é linear e definitiva, mas o espírito pode
passar por múltiplas encarnações, cada uma trazendo aprendizados
e desafios diferentes.
 O período entre a morte e um novo nascimento varia para cada
espírito, enquanto a crisálida tem um tempo fixo para se transformar.
A realidade espiritual é muito mais vasta e complexa do que qualquer
imagem terrestre pode representar.
Essa ideia é um ponto de partida para nos ajudar refletir sobre a
continuidade da vida e a natureza transformadora da existência espiritual.
159 – Que sensação experimenta a alma no momento em que se
reconhece no mundo dos Espíritos?
Depende. Se fizeste o mal com o desejo de fazê-lo, no primeiro momento,
envergonhar-te-ás de tê-lo feito. Para o justo é bem diferente; ele se sente
como aliviado de um grande peso, pois não teme nenhum olhar perquiridor.
COMENTÁRIOS:
Tudo depende do que tivermos feito aqui na Terra.
A forma como agimos aqui vai direcionar as nossas sensações no plano
espiritual, sendo positivas ou negativas, depende do nosso comportamento e
das nossas escolhas durante a vida aqui na Terra.
Se praticamos o mal com o desejo de fazê-lo, podemos sentir vergonha e
remorso quando adentrarmos no mundo dos Espíritos. Isso ocorre porque a
alma começa a perceber a verdadeira natureza das suas ações e a entender
o impacto que elas tiveram sobre os outros.
Por outro lado, se vivemos de forma justa e reta, poderemos sentir um
grande alívio e liberdade quando adentrarmos no mundo dos Espíritos. Isso
ocorre porque a alma não tem mais medo de ser julgada ou condenada, e
pode se sentir em paz consigo mesma.
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Se tivermos agido e praticado o bem, chegaremos no mundo espiritual
tranquilos, sem medo, sem receio de sermos examinados, questionados, não
nos sentiremos envergonhados pelas nossas atitudes.
Ao adentrar o mundo dos Espíritos experimentamos uma espécie de "juízo"
interior que não é imposto por um poder exterior, mas sim é uma
consequência natural das escolhas e ações que realizamos durante a vida
aqui na Terra.
É a consciência que nos fala, que nos mostra claramente o caminho que
percorremos, o nosso plantio, a nossa colheita.
Nossos atos terrenos influenciam a experiência no desencarne e a recepção
no plano espiritual, reforçando a importância de viver de maneira
responsável e alinhada aos princípios do bem.
160 – O Espírito reencontra imediatamente aqueles que ele conheceu
sobre a Terra e que morreram antes dele?
Sim, segundo a afeição que lhes tinha e a que tinham por ele.
Frequentemente, eles o vêm receber em sua volta ao mundo dos Espíritos, e
ajudam a libertá-lo das faixas da matéria; reencontra, também, a muitos que
havia perdido de vista em sua permanência sobre a Terra. Vê aqueles que
estão na erraticidade, aqueles que estão encarnados, e os vai visitar.
COMENTÁRIOS:
Temos a possibilidade de ter a oportunidade de sermos recebidos no plano
espiritual pelos nossos familiares que já desencarnaram antes de nós. Muitas
vezes eles vêm até nos ajudar no processo de desligamento do perispírito.
 Tanto entes queridos da família consanguínea que partiram antes, quanto
entes da família espiritual que se encontram na erraticidade.
Ex: Livro Obreiros da Vida Eterna: o caso Dimas – a mãe; Fábio – o pai;
Adelaide – Bezerra de Menezes.
Isso não ocorre em todas as situações.
Depende muito do grau de evolução do Espírito.
Quanto mais evoluído, quanto mais conhecimento acerca da imortalidade da
alma, da vida no plano espiritual, mais oportunidade se tem para ser
recebido no plano espiritual pelos entes amados, ter seu desligamento mais
rápido e reconhecer-se no plano espiritual e reconhecer os seus familiares.
Aquelas pessoas que são extremamente apegadas à matéria, apegadas ao
mundo material, que viveram só para as sensações, não para a elevação do
42
Espírito, muitas vezes nem percebem que tem Espíritos trabalhando no seu
processo de desencarne. O estado de perturbação mental é tão grande no
momento do desencarne que eles não percebem, não veem o familiar que
possa estar ali naquele momento.
Só depois de um processo de readaptação ou de arrependimento, de
reequilíbrio emocional é que desperta para o mundo espiritual, tendo a
oportunidade de ver os seus familiares.
Ex: André Luiz – a mãe; Filme Amor além da Vida: Chris e a esposa Anne.
161– Na morte violenta e acidental, quando os órgãos não estão, ainda,
enfraquecidos pela idade ou pelas doenças, a separação da alma e a
cessação da vida ocorrem simultaneamente?
Geralmente é assim, mas em todos os casos o instante que os separa é
muito curto.
COMENTÁRIOS:
Quando o corpo morre de forma brusca e inesperada, a alma é "arrancada"
rapidamente do corpo, porque não houve tempo para que os órgãos se
desgastassem como acontece numa morte natural.
Praticamente, o momento em que a alma se separa do corpo é quase o
mesmo instante em que ocorre a cessação da vida orgânica.
Mas cada caso é um caso.
Na morte gradual – a alma sai inicialmente, se desprende primeiramente,
tendo ainda um fio de vida orgânica no corpo físico, mas a alma já se
desprendeu.
Mesmo assim, há um intervalo mínimo. Mesmo que a separação pareça
instantânea, existe sempre um pequeno intervalo entre: o momento em que o
corpo físico morre (cessa a vida orgânica) e o momento em que a alma se
desprende.
Nas mortes por acidente ou violentas – normalmente, tudo acontece quase
ao mesmo tempo. Embora a morte possa ocorrer de forma repentina e
inesperada, a separação da alma e a cessação da vida não ocorrem
exatamente no mesmo instante. Há um breve intervalo de tempo entre a
morte do corpo e a separação da alma.
Esse detalhe é fundamental para compreendermos, pois, a separação total
da alma não é automática, mesmo quando a morte é abrupta.
O Espírito pode ficar confuso ou perturbado após uma morte violenta, sem
entender que já desencarnou, o que exige auxílio no plano espiritual.
43
162 – Após a decapitação, por exemplo, o homem conserva por alguns
instantes a consciência dele mesmo?
Frequentemente, ele a conserva por alguns minutos, até que a vida orgânica
esteja completamente extinta. Mas, muitas vezes, também a expectativa da
morte lhe faz perder esta consciência antes do instante do suplício.
Allan Kardec:
Trata-se aqui da consciência que o supliciado pode ter de si mesmo,
como homem e por intermédio dos órgãos e não como Espírito. Se não
perdeu esta consciência antes do suplício, pode conservá-la por alguns
instantes, que são de breve duração, e que cessa necessariamente com
a vida orgânica do cérebro, o que não quer dizer que o períspirito esteja
inteiramente desligado do corpo. Ao contrário, em todos os casos de
morte violenta, quando ela não resulta da extinção gradual das forças
vitais, os laços que prendem o corpo ao períspirito são mais tenazes, e
o desligamento completo é mais lento.
COMENTÁRIOS:
Essa questão trata da diferença da perda da consciência pelo homem
material com o Espírito.
O homem material pode ter duas situações:
 Pode perder a consciência minutos antes do acontecido, às vezes até
como merecimento da misericórdia divina, a Espiritualidade faz com
que minutos ou segundos antes perca a consciência para que não veja
e não participe daquele momento de suplício;
 Pode conservar até poucos instantes a consciência de si mesmo, até
cessar a vida orgânica.
Como Espírito imortal pode entrar na fase de perturbação natural. Nessa
situação, normalmente, no momento da morte esteja inconsciente, como se
estivesse em um processo de sono. Não é regra.
Conforme maior evolução, mais consciência tem do momento de
desencarne. Pode ter consciência de todo o processo de desencarne, o
Espírito continuar lúcido e seu perispírito se desligar normalmente do seu
corpo físico e ele acompanhar tudo com completa lucidez.
Uma coisa é o corpo físico, outra é o Espírito, o ser imortal.
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Exemplos:
1 – Obreiros da Vida eterna (André Luiz / Chico Xavier)
Capítulo 15 – Aprendendo sempre
Durante uma visita espiritual ao cemitério, André Luiz ouve os lamentos de
uma mulher desencarnada e decide se aproximar. Encontra-a sentada sobre
a terra, desesperada, confusa, acreditando estar em um pesadelo. Ela não
percebe que já faleceu e suplica por ajuda, pedindo para voltar ao marido e
ao filho pequeno. Manifesta profunda dor e desespero, dizendo que está
apodrecendo, o que indica que ainda sente os efeitos da decomposição do
corpo físico, pois mantém o laço fluídico (cordão energético) que a prende
ao cadáver.
Apesar das tentativas de esclarecimento de André Luiz, a mulher se mostra
incapaz de compreender a realidade espiritual e rejeita qualquer noção de
espiritualidade ou fé.
Um trabalhador espiritual do posto de assistência da necrópole aparece e
explica que muitos desencarnados, como ela, permanecem presos à matéria
por escolha própria, por não terem cultivado valores espirituais durante a
vida. Conta que a mulher teve uma vida dedicada aos prazeres e ao
materialismo. Casou-se, engravidou sem preparo emocional e, ao invés de
abraçar o papel de mãe com amor, rejeitou essa experiência. Teve
complicações no parto e acabou desencarnando. Nos últimos momentos, ao
ouvir o choro do bebê, despertou instintos maternos, mas já era tarde.
Por sua condição de revolta e desequilíbrio, ela permanece presa ao corpo
em decomposição.
A equipe espiritual não pode forçar sua libertação, pois, se libertada antes do
tempo, ela poderia causar sérios distúrbios, como voltar à casa e prejudicar
espiritualmente o filho e o marido.
A intervenção só será possível quando ela alcançar arrependimento sincero,
humildade e paz interior. Até lá, o sofrimento age como mecanismo
educativo.
2 – Legião (Robson Pinheiro / Espírito Ângelo Inácio)
Capítulo: “As trincheiras do sofrimento”
Nesse trecho, membros da Legião dos Servos de Jesus são chamados para
o resgate de Espíritos que desencarnaram em situações de trauma, suicídio
ou assassinato e que não percebem que estão mortos.
“Entramos numa zona de sombras densas. Ali, grupos de Espíritos se
arrastavam como feridos de guerra, gritando, sangrando, muitos com o
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perispírito em estado de deformação avançada. Alguns ainda sentiam as
dores do impacto do acidente ou da violência que lhes ceifara a vida física.”
“A maioria estava em estado de perturbação. Não sabiam que haviam
desencarnado. Repetiam palavras, choravam por socorro médico, buscavam
familiares, acreditando estar vivos e hospitalizados.”
E mais adiante:
“Um deles, jovem, permanecia deitado num campo de entulho. Tínhamos
acesso à sua ficha vibracional: vítima de execução por arma de fogo,
desencarnado há 18 anos do tempo terreno. E, no entanto, ele ainda revivia
o instante da morte como se tudo tivesse ocorrido há minutos.”
3 – Tambores de Angola – Robson Pinheiro
Contexto:
O livro apresenta diversos casos em que Espíritos desencarnados por
assassinatos, conflitos religiosos ou perseguições ainda vivem no astral
como se estivessem no plano físico, especialmente quando não aceitam a
morte.
4 – Nosso Lar – André Luiz
Contexto:
O próprio André Luiz relata sua experiência após o desencarne. Apesar de
não ter morrido de forma violenta, sua ligação com a matéria era intensa
devido a um estilo de vida materialista e desequilibrado. O resultado foi um
processo de desligamento muito difícil e prolongado, seguido de sofrimento
no Umbral.
Lição:
Mesmo sem uma morte abrupta, os laços perispirituais podem ser densos,
dificultando o desligamento, especialmente quando há apego à matéria,
vícios ou revolta interior.
5 – Obreiros da Vida Eterna – Capítulo “Desencarnação de Dimas”
Contexto:
Dimas, um homem bom e espiritualizado, passa por uma morte tranquila. Os
benfeitores espirituais acompanham o processo com cuidado.
Mesmo com a preparação e auxílio espiritual, os laços entre perispírito e
corpo ainda exigem técnica e delicadeza para serem desfeitos.
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Lição:
Mesmo em mortes serenas, o desligamento requer tempo e assistência.
Mostra que a morte não é um evento instantâneo, mas um processo.
Lições:
 Os laços perispirituais não se rompem automaticamente com a morte
física;
 Nem todo mundo percebe que morreu, principalmente quem vive preso
apenas às coisas do mundo.
 Mostra que o desligamento completo pode não ocorrer por muitos
anos, quando o Espírito fica fixado emocional e mentalmente no
trauma;
 O sofrimento depois da morte vem das nossas próprias escolhas, não é
castigo.
 A espiritualidade nos ajuda, mas respeita nosso tempo e nosso livre-
arbítrio.
 A forma da morte e o estado emocional do Espírito influenciam
diretamente o tempo e a dificuldade do desligamento.
 O desapego, a humildade e a fé ajudam muito no momento do
desencarne.
 O trabalho da Equipe Espiritual consiste em chamar esses Espíritos à
realidade, com técnicas magnéticas e diálogo fraterno.
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3.3 – PERTURBAÇÃO ESPÍRITA
163 – A alma, deixando o corpo, tem imediata consciência de si
mesma?
Consciência imediata, não é bem o termo. Ela passa algum tempo em estado
de perturbação.
COMENTÁRIOS:
A Espiritualidade nos informa que ao desencarnar, não se reconhece
plenamente de forma instantânea.
Isso acontece porque a transição entre a vida física e a espiritual não é como
"ligar um interruptor"; há um processo de adaptação.
Essa perturbação varia conforme o grau de evolução do Espírito e suas
condições de desencarne (morte repentina, apego material, vícios, etc.).
Alguns se reconhecem rápido, enquanto outros ficam "perdidos" por dias,
meses ou até anos (no tempo da Terra), confundindo-se com a vida material
ou presos a emoções densas.
Por que isso acontece?
- Hábito da matéria: A alma, acostumada ao corpo físico, pode estranhar a
nova condição de Espírito livre.
- Choque emocional: Mortes traumáticas ou apegos excessivos prolongam
esse estado.
- Ignorância espiritual: Quem não cultiva autoconhecimento ou nega a vida
após a morte tende a demorar mais para se adaptar.
Ex: Imagine alguém que acorda de um sonho muito lúcido e, por alguns
segundos, não sabe se ainda está sonhando ou já está acordado. Algo
semelhante ocorre com o Espírito ao deixar o corpo: ele precisa se reorientar
na nova realidade.
Na hora do desencarne, o Espírito passa primeiro por um estado de
perturbação, depois entra em uma fase de despertar
1 – Desligamento do perispírito
2 – Estado de perturbação
3 – Fase de despertar, onde o Espírito se reconhece no plano espiritual.
O Espiritismo explica isso para nos preparar em vida, incentivando
o desapego e o autoconhecimento, facilitando a transição quando chegar
nossa hora.
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LIVRO SEGUNDO: MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS
Capítulo III: Retorno da vida corpórea à vida espiritual
164 – Todos os Espíritos experimentam, no mesmo grau e durante o
mesmo tempo, a perturbação que se segue à separação da alma e do
corpo?
Não, isso depende da elevação de cada um. Aquele que já está purificado se
reconhece quase imediatamente, visto que já se libertou da matéria durante
a vida física, enquanto que o homem carnal, aquele cuja consciência não é
pura, conserva por tempo mais longo a impressão dessa matéria.
COMENTÁRIOS:
Quanto mais evoluído menos perturbação sente a ponto de se reconhecer
quase que imediatamente após o desencarne.
Se libertou da matéria antes de cessar a vida orgânica – quando se prepara
por atitudes, por palavras, por conduta, quando vivencia o Evangelho na hora
do desencarne é como se estivesse plenamente preparado, pois está em
constante conexão com o plano espiritual. Então o processo da morte, do
desligamento é tranquilo. Não sente mudanças bruscas, pois já é uma
pessoa espiritualizada. Já está mais no plano espiritual, devido a conduta, do
que na vida na matéria.
A libertação da matéria acontece no nosso dia a dia, então na ocorrência do
desencarne, esse momento é muito tranquilo. Por isso, o Espírito nessa
condição não sente a perturbação (ou ela é muito rápida, ao ponto de não
perceber), não perde a consciência de si, se mantendo lúcido.
165 – O conhecimento do Espiritismo exerce influência sobre a
duração, mais ou menos longa, da perturbação?
Uma influência muito grande, uma vez que o Espírito já compreendia
antecipadamente a sua situação. Mas a prática do bem e a pureza da
consciência são os que exercem maior influência.
COMENTÁRIOS:
O conhecimento do espiritismo exerce uma influência muito grande, porque a
pessoa já tem noção do que está acontecendo, o desencarne, o que vai
encontrar no plano espiritual.
Porém, a grande diferença não é o conhecimento, mas a vivência do
Evangelho, pois são as nossas obras que nos permitem estar no plano
espiritual ou num ambiente ou região de alegrias ou sofrimento.
49
1. Influência do Conhecimento do Espiritismo:
O estudo e a compreensão do Espiritismo ajudam a preparar o Espírito
para o momento da transição. Quem já entende, durante a vida, a
natureza espiritual e o que ocorre após a morte, tende a se adaptar mais
rapidamente ao novo estado. Isso ocorre porque o Espírito já antecipa, em
certa medida, a sua situação, reduzindo o impacto da mudança e
facilitando o reconhecimento de sua condição pós-morte.
2. Prática do Bem e Pureza da Consciência:
A prática do bem e a pureza da consciência são fatores ainda mais
determinantes.
Quem viveu de acordo com princípios morais elevados e com a
consciência tranquila experimenta uma perturbação mais suave e breve.
Para essas pessoas, a transição é semelhante a um despertar tranquilo,
sem grandes sobressaltos ou angústias. Já aqueles que carregam culpas
ou más ações enfrentam uma perturbação mais prolongada e angustiante,
pois precisam lidar com o peso de suas escolhas e com o reconhecimento
de seus erros.
Allan Kardec:
No momento da morte tudo, a princípio, é confuso. A alma necessita de
algum tempo para se reconhecer. Ela se acha como aturdida e no
estado de um homem que, despertando de um sono profundo, procura
orientar- se sobre sua situação. A lucidez das ideias e a memória do
passado lhe voltam, à medida que se apaga a influência da matéria da
qual se libertou, e se dissipe a espécie de neblina que obscurece seus
pensamentos.
A duração da perturbação que se segue à morte do corpo varia muito;
pode ser de algumas horas, de muitos meses e mesmo de muitos anos.
É menos longa para aqueles que desde sua vida terrena se
identificaram com o seu estado futuro, porque, então, compreendem
imediatamente a sua posição.
Essa perturbação apresenta circunstâncias particulares, segundo o
caráter dos indivíduos e, sobretudo, de acordo com o gênero de morte.
Nas mortes violentas, por suicídio, suplício, apoplexia, ferimentos, etc.,
o Espírito é surpreendido, espanta-se, e não acredita que morreu e
sustenta essa ideia com obstinação. Entretanto, vê seu corpo, sabe que
esse corpo é seu e não compreende por que está separado dele;
acerca-se das pessoas a quem estima, fala-lhes e não compreende por
que elas não o ouvem. Essa ilusão perdura até a inteira libertação do
50
perispírito e, só então, o Espírito se reconhece e compreende que não
pertence mais ao número dos vivos. Este fenômeno se explica
facilmente. Surpreendido de improviso pela morte, o Espírito fica
atordoado com a brusca mudança que nele se operou. Para ele a morte
é ainda sinônimo de destruição, aniquilamento; ora, como ele pensa, vê
e escuta, não se considera morto. Sua ilusão é aumentada pelo fato de
se ver com um corpo de forma semelhante ao precedente, mas cuja
natureza etérea ainda não teve tempo de estudar; ele o crê sólido e
compacto como o primeiro e, quando chamam sua atenção para esse
ponto, admira-se de não poder apalpá-lo. Esse fenômeno é análogo ao
dos sonâmbulos iniciantes que não acreditam dormir. Para eles o sono
é sinônimo de suspensão das faculdades; ora, como pensam e veem,
julgam que não dormem. Certos Espíritos apresentam essa
particularidade, embora a morte não lhes tenha chegado
inesperadamente; todavia, é sempre mais generalizada naqueles que,
apesar de doentes, não pensam em morrer. Vê-se, então, o singular
espetáculo de um Espírito assistindo aos próprios funerais, como se
fora um estranho e deles falando como de uma coisa que não lhe
dissesse respeito, até o momento em que compreende a verdade.
A perturbação que se segue à morte nada tem de penosa para o homem
de bem; é calma e em tudo semelhante à que acompanha um despertar
tranquilo. Para os que não têm a consciência pura, ela é cheia de
ansiedade e de angústias, que aumentam à medida que ela se
reconhece.
Nos casos de morte coletiva, tem-se observado que todos os que
perecem ao mesmo tempo, nem sempre se reveem imediatamente. Na
perturbação que se segue à morte, cada um vai para o seu lado ou se
preocupa apenas com aqueles que lhe interessam.
COMENTÁRIOS:
1. Duração da Perturbação:
A duração da perturbação varia muito. Pode ser de algumas horas, meses
ou até anos, dependendo do grau de preparação espiritual, do tipo de
morte e do estado de consciência do indivíduo. Mortes violentas ou
inesperadas, como suicídios ou acidentes, tendem a causar uma
perturbação mais intensa, pois o Espírito é pego de surpresa e pode
demorar a aceitar sua nova condição.
2. Ilusão e Reconhecimento:
Após a morte, especialmente em casos de mortes súbitas, o Espírito pode
inicialmente acreditar que ainda está vivo, pois se vê com um corpo
semelhante ao físico (o perispírito) e não compreende imediatamente a
51
separação. Essa ilusão persiste até que ele se liberte completamente da
influência da matéria e compreenda sua nova realidade. Esse processo é
mais rápido para aqueles que já tinham uma compreensão espiritual
durante a vida.
3. Casos específicos de morte
Kardec destaca que o gênero de morte pode influenciar diretamente essa
perturbação:
3.1 – Mortes violentas ou inesperadas: O Espírito pode ficar atordoado,
sustentar a ilusão de que ainda está vivo e, em alguns casos, até interagir
com as pessoas sem compreender que elas não o percebem. Essa ilusão
persiste até que o perispírito esteja completamente liberto.
3.1 – Mortes coletivas: Em casos de mortes coletivas, como desastres ou
catástrofes, os Espíritos nem sempre se reconhecem ou se reencontram
imediatamente. Cada um pode seguir caminhos diferentes, dependendo de
suas afinidades e situações, focando em suas próprias preocupações ou
naqueles que lhes são próximos, o que pode retardar o reconhecimento
mútuo e a adaptação ao novo estado.
O conhecimento do Espiritismo e a prática do bem são fundamentais para
uma transição mais suave e consciente após a morte. Quem se prepara
espiritualmente e vive de acordo com princípios éticos elevados enfrenta
menos turbulência e se adapta mais rapidamente ao mundo espiritual. Por
outro lado, a falta de preparo e a consciência pesada podem prolongar a
perturbação, tornando o processo mais difícil e angustiante. A morte,
portanto, não é um fim, mas uma passagem que reflete diretamente a
maneira como vivemos e as escolhas que fizemos durante a existência
terrena.
Quanto mais nos prepararmos espiritualmente, mais suave será nossa
passagem. O verdadeiro segredo para um desencarne tranquilo não está na
morte, mas na forma como vivemos.
"A morte é apenas uma porta que se abre para a vida eterna. Viva de
maneira a atravessá-la com dignidade e paz."
Viva com amor, pratique a caridade e confie em Deus. Assim, a transição
será um retorno sereno ao lar espiritual.
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O PERISPÍRITO DIANTE DOS LIMITES DA VIDA ORGÂNICA
O processo de desencarne não segue sempre um padrão fixo.
Embora existam descrições detalhadas como as de André Luiz, cada
desencarnação é única, influenciada pelo estado mental do espírito e outras
variáveis espirituais e cármicas.
Mesmo em mortes consideradas regulares, podem ocorrer sofrimentos
prolongados.
Nas mortes traumáticas, os choques perispiríticos tendem a causar efeitos
inesperados e dolorosos.
Esses efeitos não se limitam a acidentes ou flagelos naturais, que
geralmente, são cármico, mas também envolvem outras situações como as
que veremos a seguir, todas com potenciais repercussões graves sobre o
perispírito.:
 Suicídio
 Cremação
 Eutanásia
 Aborto
 Transplante de órgãos
 Congelamento
Consequências ao Perispírito Após a Morte Clínica
Reflexão, conforme a visão espírita, acerca de algumas práticas humanas relacionadas
ao fim da vida física e as consequências dessas escolhas, especialmente sobre o
perispírito, à luz dos princípios da imortalidade da alma, da lei de causa e efeito e do
livre-arbítrio, enfatizando a importância do conhecimento e da responsabilidade diante
da vida.
A Doutrina Espírita não impõe, mas esclarece, orientando-nos a agir com
responsabilidade, amor e respeito às leis divinas.
SUICÍDIO
O suicídio causa intensos impactos no perispírito, devido à interrupção
violenta e prematura da vida física.
O Espírito, após o ato, experimenta sofrimentos profundos e variados, como
confusão mental, angústia pela constatação de que a vida continua e, em
muitos casos, sensações terríveis relacionadas à decomposição do corpo
físico, devido à ligação ainda forte com a matéria.
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Esses sofrimentos decorrem do fato de que a carga vital programada para
sustentar a encarnação ainda está presente no perispírito e no duplo etérico,
dificultando o desligamento espiritual. Isso torna o processo lento, doloroso e
confuso, diferente da morte natural, em que o desgaste dos recursos vitais
permite uma liberação mais suave.
Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos (item 957), confirma que os efeitos do
suicídio variam, mas há consequências comuns a todas as mortes violentas:
o laço perispiritual não se rompe facilmente, o que prolonga o estado de
perturbação e mantém o Espírito em ilusão, acreditando ainda estar vivo.
Em alguns casos, essa ligação é tão intensa que o Espírito sente os efeitos
da decomposição do corpo, gerando angústia, horror e sofrimento. Tais
efeitos podem perdurar até o tempo que o Espírito deveria permanecer
encarnado.
SUICÍDIO
Impacto Perispiritual e Sofrimento
• Ruptura abrupta do laço corpo-espírito:
No suicídio, o perispírito (corpo espiritual) está em plena conexão com o corpo
físico no momento da morte, pois não houve o desgaste natural dos laços vitais.
Isso gera:
• Perturbação prolongada: O Espírito permanece confuso, muitas vezes
acreditando ainda estar vivo (ilusão).
• Sensação de decomposição: Alguns suicidas experimentam a angústia
de sentir o corpo físico se decompondo, como se fossem "devorados por
vermes" (efeito da afinidade energética residual).
• Duração do sofrimento:
Esse estado pode persistir pelo tempo que restaria da encarnação
interrompida, já que o desligamento completo exige o esgotamento da energia
vital (programada para a vida original).
CREMAÇÃO
A cremação, embora cada vez mais comum, pode causar choques
perispirituais ao Espírito desencarnado, especialmente se este ainda estiver
ligado fluidicamente ao corpo físico. Devido à persistência de ecos de
sensibilidade entre o perispírito e os fluidos orgânicos do corpo nas primeiras
horas após o desencarne, a cremação precoce pode gerar perturbações e
sensações desagradáveis.
Emmanuel recomenda prudência:
O ideal é aguardar pelo menos 72 horas após a morte clínica para proceder
a cremação, mantendo o corpo em câmara frigorífica para evitar a
decomposição. Isso porque o desligamento do Espírito nem sempre é
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imediato — o processo pode ser gradual, e apressá-lo pode gerar
sofrimentos desnecessários.
Assim, mesmo respeitado o tempo mínimo, é prudente reconhecer que nem
todos os Espíritos têm condições evolutivas de liberação rápida, o que exige
respeito e cuidado nesse processo.
CREMAÇÃO
• Espíritos mais evoluídos podem se desligar rapidamente, mas não é regra geral.
• Alguns Espíritos, especialmente os menos evoluídos, podem sentir sensações
desagradáveis, como:
• A dor simbólica da queima do corpo.
• Uma perturbação mais prolongada, dificultando sua adaptação ao plano
espiritual.
Recomendações:
A cremação não é condenada pelo Espiritismo, mas deve ser feita
com responsabilidade:
• Respeitar pelo menos 72 horas (ou o máximo possível).
• Manter o corpo refrigerado se a cremação for inevitável.
• Oração e vibrações positivas ajudam o desencarnante a se desprender sem
traumas.
EUTANÁSIA
Na eutanásia, o Espírito pode sofrer um trauma perispiritual delicado, embora
geralmente menos intenso que no suicídio, pois em muitos casos o doente
não tem vontade direta sobre o ato.
A antecipação da morte física interrompe o escoamento natural da reserva
vital, impedindo a liberação gradual de forças e energias ligadas ao corpo e
ao perispírito. Isso pode dificultar a drenagem de conteúdos mentais e
emocionais responsáveis pelas doenças em curso, prolongando sofrimentos
no plano espiritual.
Kardec, por meio da orientação do Espírito São Luís, adverte:
Não se pode afirmar com certeza o instante exato da morte, e que até o
último suspiro pode ser um momento precioso de arrependimento e
reequilíbrio. Assim, abreviar a vida, mesmo que por um minuto, pode trazer
graves consequências espirituais.
Em resumo, a eutanásia é vista como um procedimento temerário e
precipitado, diante dos complexos processos espirituais que envolvem o
desencarne, recomendando-se cuidado, respeito e amparo ao doente, sem
antecipar seu desligamento da vida física.
A eutanásia, na perspectiva espírita, é uma interferência na lei divina, pois:
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1. Desrespeita o tempo cármico do Espírito.
2. Pode agravar seu estado espiritual pós-morte.
3. A morte natural é sempre preferível, pois permite o fechamento de
ciclos evolutivos.
EUTANÁSIA
Impacto Perispiritual
• A eutanásia, mesmo quando realizada por compaixão, pode causar um trauma
perispirítico no desencarnante, pois interrompe abruptamente o processo natural
de esgotamento da reserva vital.
• Embora menos grave que o suicídio (por ausência de vontade direta do doente),
ainda perturba o desligamento do Espírito, que pode carregar resíduos de
desequilíbrios mentais e cármicos.
Posição Espírita
• Contra a eutanásia ativa: A decisão de abreviar a vida, mesmo por misericórdia,
é considerada temerária, pois:
• Ignora a complexidade dos fenômenos espirituais nos momentos finais.
• Pode privar o Espírito de experiências reparadoras (ex.: perdão,
aceitação).
• A favor do alívio da dor: Recomenda-se cuidados paliativos para minorar
sofrimentos físicos, sem acelerar a morte.
Sinônimos e termos relacionados à eutanásia e morte assistida
1. Eutanásia
(do grego "eu" = bom + "thanatos" = morte)
Significa literalmente “boa morte” ou “morte tranquila”. Pode aparecer com
os seguintes termos:
 Morte misericordiosa
 Boa morte
 Morte compassiva
 Morte piedosa
 Alívio terminal (menos comum, mais técnico)
2. Morte assistida
Refere-se à prática em que o próprio paciente toma a decisão e o agente
letal, com apoio médico. Termos relacionados:
 Suicídio assistido (ou suicídio medicamente assistido)
 Morte voluntária assistida
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 Ato de morrer com dignidade (termo mais comum em legislações
favoráveis)
 Autoadministração de fármacos letais
 Interrupção voluntária da vida com auxílio médico
O que é o suicídio assistido?
O suicídio assistido é quando uma pessoa em estado de sofrimento físico
ou psíquico severo — geralmente com doença terminal ou degenerativa —
solicita auxílio médico ou de terceiros para encerrar a própria vida, em
geral através da prescrição ou administração de substâncias letais.
Esse ato difere da eutanásia, em que o próprio médico realiza diretamente o
procedimento, enquanto no suicídio assistido a própria pessoa toma a
substância letal.
Sinônimos ou expressões associadas:
 Morte assistida
 Auxílio ao suicídio
 Morte digna (em alguns discursos jurídicos ou bioéticos)
 Finalização voluntária da vida
Visão espírita sobre o suicídio assistido
Do ponto de vista espírita (conforme O Livro dos Espíritos, item 957, e
complementações de André Luiz, Emmanuel, Manoel Philomeno de Miranda,
entre outros autores espirituais), o suicídio — sob qualquer forma e
motivação — é sempre uma interferência direta no plano reencarnatório
e, portanto, traz consequências dolorosas para o Espírito.
Mesmo em casos de intenso sofrimento físico, a antecipação da morte é
compreendida como ruptura violenta do laço fluídico, pois a vida
corporal se encerra antes que a programação reencarnatória seja
concluída. Isso pode acarretar:
 Prolongamento da perturbação pós-desencarne
 Repercussões perispirituais dolorosas, como a permanência do laço
com o corpo em decomposição
 Arrependimentos ao perceber que a prova terrena estava próxima do
fim ou que havia lições preciosas ainda a serem assimiladas
 A necessidade de resgatar em futuras vidas as provas não
cumpridas
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Diferença entre julgamento e compaixão
É essencial que se faça uma distinção entre a condenação moral (o que o
Espiritismo não pratica) e a compreensão das consequências espirituais
naturais dos atos humanos. O suicida — assistido ou não — não é julgado,
mas acolhido com misericórdia no mundo espiritual, conforme suas
intenções, grau de consciência e condições psíquicas.
Espíritos que cometeram suicídio assistido ou eutanásia involuntária são
frequentemente amparados, mas ainda enfrentam, em muitos casos, os
efeitos naturais da quebra do fluido vital antes do tempo determinado.
Conclusão
Do ponto de vista espiritual, a dor da existência tem função educativa,
ainda que não compreendida na Terra. A paciência e a fé são instrumentos
recomendados pelos benfeitores espirituais. O suicídio assistido, embora
cada vez mais debatido em contextos legais e éticos, continua sendo, sob
a ótica da imortalidade da alma, uma escolha que interrompe o
processo evolutivo programado, gerando consequências que se
estendem além da vida física.
ABORTO
Aborto e suas repercussões espirituais
 O aborto voluntário é visto, sob a ótica espiritual, como um ato de
graves consequências, comparáveis às do suicídio.
 A interrupção violenta da gestação causa um choque doloroso no
perispírito do Espírito reencarnante, especialmente devido à ruptura
forçada dos laços fluídicos com o corpo em formação.
 Isso gera perturbações, frustrações, ódio e desejo de vingança, que
muitas vezes alimentam processos de obsessão espiritual entre os
envolvidos.
 O aborto atinge profundamente a estrutura psicossomática dos
responsáveis, especialmente os centros coronário, cerebral e genésico,
gerando culpa e desequilíbrios energéticos.
 Trata-se de um drama humano presente em todas as épocas, mas
cujas consequências foram esclarecidas com mais profundidade pela
Doutrina Espírita.
 A Espiritualidade Superior sempre alertou quanto aos perigos morais e
espirituais do aborto, inclusive pelas leis humanas.
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 Segundo André Luiz, os autores do aborto enfrentam prolongadas
aflições espirituais, resultantes do "delito de lesa-maternidade".
ABORTO
Impacto no Espírito Reencarnante
• Choque perispiritual traumático: A interrupção violenta da gestação rompe
os laços energéticos que unem o espírito ao corpo em formação, causando:
• Sofrimento proporcional ao estágio de desenvolvimento fetal.
• Perturbação espiritual, com sentimentos de rejeição, revolta e ódio no
espírito abortado.
• Consequências cármicas: O espírito prejudicado pode tornar-se um obsessor dos
envolvidos no aborto (pais, médicos), alimentando ciclos de dor e vingança.
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
Transplante de órgãos e repercussões espirituais
 Transplantes de órgãos podem afetar o perispírito do doador e do
receptor, embora nem sempre de forma significativa.
 Se o doador não tiver previamente autorizado a doação com
desprendimento e intenção sincera de ajudar, pode sentir-se espoliado
após a morte, perturbando-se com a sensação de que algo lhe falta.
 Essa perturbação espiritual do doador pode afetar o receptor, inclusive
agravando o processo de rejeição do órgão transplantado.
 Segundo Chico Xavier, doar exige desapego evoluído. Aqueles que
ainda possuem forte senso de posse (de bens, pessoas, afetos) não
estão espiritualmente preparados para doar sem sofrer repercussões.
 A rejeição do órgão pode ocorrer por incompatibilidade perispiritual,
mesmo sem reclamações do Espírito do doador — destacando a
relação entre histocompatibilidade e compatibilidade perispiritual.
 Embora a doação seja um ato nobre e elevado, o processo ainda
levanta questões morais e espirituais delicadas, como a definição exata
da morte encefálica.
 A retirada de órgãos com o doador ainda em processo vital (ainda que
sem atividade encefálica) pode antecipar a morte física, o que pode
configurar, em tese, uma forma sutil de eutanásia.
 O desligamento do Espírito nem sempre ocorre imediatamente após o
diagnóstico de morte cerebral — o que exige prudência espiritual e
ética médica.
 No futuro, espera-se que a ciência possibilite retirada de órgãos sem
traumas espirituais ou que órgãos artificiais ou regenerados substituam
os transplantáveis.
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 Independentemente das circunstâncias, quando a doação é voluntária,
consciente e amorosa, ela atrai assistência espiritual protetora e
suaviza os possíveis sofrimentos.
 Acima de tudo, a Lei do Merecimento assegura que cada situação
segue o curso da Justiça Divina, pois, como lembra André Luiz: "a vida
não erra".
TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS
Impacto no Doador
• Desprendimento espiritual é crucial:
• Se o doador não tem apego material, a doação não afeta seu perispírito.
• Se apegado, pode sentir-se "espoliado" após a morte, gerando
perturbação e até influenciar na rejeição do órgão no receptor.
• Morte cerebral e dilema ético:
• A retirada de órgãos em casos de morte encefálica pode equivaler
a eutanásia, pois o espírito ainda pode estar em processo de
desligamento.
• Doação consciente em vida:
• Se feita com amor e desapego, atrai assistência espiritual e minimiza
traumas.
• Caso contrário, pode criar conflitos pós-morte.
• Avanços futuros:
• Órgãos artificiais ou terapias genéticas podem evitar os riscos espirituais
dos transplantes.
Doar órgãos é um ato nobre, mas exige maturidade espiritual.
CONGELAMENTO (CRIOGENIA)
Congelamento de corpos (criogenia) e suas repercussões espirituais
 A prática atual da criogenia — congelamento de corpos humanos na
esperança de cura futura — pode gerar aflições espirituais sérias.
 Isso ocorre porque o perispírito pode permanecer ligado ao corpo
congelado por tempo indefinido, caso suas condições evolutivas e
espirituais assim determinem.
 Segundo Emmanuel, por meio de Chico Xavier, o congelamento
durante o processo de desencarnação pode dificultar o desligamento
espiritual, gerando perturbações ao Espírito.
 Ele compara a situação com o embalsamamento praticado no Egito
Antigo, onde Espíritos ficavam retidos por longos períodos próximos
aos seus corpos preservados.
 Se, por provação espiritual, alguns Espíritos tentarem retornar aos
corpos congelados no futuro, não há garantias de que a Ciência possa
restaurar adequadamente a estrutura física, especialmente o cérebro,
que sofreria danos imprevisíveis pelo congelamento prolongado.
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 A criogenia, portanto, pode afetar tanto o Espírito congelado quanto os
cientistas envolvidos, dependendo de suas intenções reais e do
respeito ao princípio da vida.
 Os Espíritos Superiores recomendam cuidado com práticas que
interfiram nos processos naturais de desencarnação, pois o uso do
livre-arbítrio traz consigo responsabilidades espirituais profundas, com
efeitos que se manifestam pela Lei de Causa e Efeito.
A criogenia é uma ilusão materialista, enquanto o Espiritismo ensina que
a verdadeira vida está no espírito, não na conservação artificial do corpo.
CONGELAMENTO DE CORPOS (Criogenia)
O Que é Criogenia?
• Prática científica: Congelamento de corpos após a morte clínica na esperança
de "revivê-los" no futuro, quando a medicina avançar.
• Objetivo: Preservar o corpo para uma possível "cura" posterior de doenças
incuráveis atualmente.
Impacto no Espírito (Perispírito)
• Risco de vinculação forçada:
• O perispírito (corpo espiritual) pode ficar retido ao corpo congelado,
gerando:
• Perturbação prolongada (dificuldade de desligamento).
• Sofrimento análogo ao embalsamamento (como no Antigo
Egito).
• Exceção: Se o espírito já estiver livre, o congelamento não o afeta, mas
isso depende do seu estágio evolutivo.
Considerações Finais
Todos os casos mostram que a desencarnação é um processo delicado e
individualizado, com desdobramentos que extrapolam a morte biológica. O
perispírito, como elo entre o Espírito e o corpo, sofre os impactos diretos das
escolhas feitas antes, durante ou após a morte física. A maturidade
espiritual, a intenção e o respeito aos desígnios da vida são fatores
fundamentais que minimizam sofrimentos e facilitam a libertação da alma.
Que o entendimento das consequências espirituais nos ajude a caminhar
com mais compaixão, sabedoria e fé na justiça amorosa do Criador, para que
saibamos fazer escolhas inspiradas no amor, na lucidez e na luz do
conhecimento.
"Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei."
Allan Kardec
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Como Ter um Desencarne Tranquilo e Consciente
A morte do corpo físico não precisa ser um momento de sofrimento ou
perturbação. Pelo contrário, pode ser um despertar sereno para a
verdadeira vida espiritual. Para isso, devemos nos preparar desde agora.
1. Cultive a Paz Interior
 Uma consciência tranquila é o melhor passaporte para um desencarne
harmonioso.
 Perdoe e reconcilie-se: Resolva conflitos e mágoas durante a vida. Evite
ressentimentos e qualquer peso emocional que possa dificultar sua
libertação.
 Pratique o perdão e o amor, pois esses sentimentos elevam sua
vibração e facilitam a transição. O perdão liberta a alma e evita cargas
negativas no momento do desencarne.
 Evite o arrependimento tardio: Viva de maneira a não se arrepender de suas
escolhas. Aja com amor e responsabilidade em todas as situações.
2. Conheça a Vida Espiritual
 O estudo do Espiritismo ou de ensinamentos sobre a vida após a morte
ajuda a compreender o processo do desencarne.
 Quem conhece sua destinação espiritual sente menos medo e menos
apego ao corpo físico.
 Leia obras como O Livro dos Espíritos, Nosso Lar e Obreiros da Vida
Eterna para entender melhor o que acontece após a morte.
3. Pratique a Prece e a Sintonia com o Bem
 A oração é um bálsamo para o Espírito e um canal de conexão com
os benfeitores espirituais.
 O hábito da prece diária fortalece nossa alma e nos prepara para a
transição com mais serenidade.
4. Faça o Bem Sempre
 A melhor herança que levamos para o mundo espiritual são nossas
boas ações.
 O socorro espiritual no momento do desencarne depende do que
fizemos em vida.
 Ame, ajude, seja generoso e espalhe a luz por onde passar.
5. Desapegue-se das Ilusões Materiais
 O Espírito que se apega excessivamente à matéria sofre mais para se
desligar do corpo.
 A morte não significa perda, mas sim libertação para um plano maior.
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 Viva no mundo material, mas sem ser escravo dele.
6. Confie na Justiça Divina
 Deus nunca desampara seus filhos. O desencarne é apenas uma
mudança de plano.
 Espíritos amparadores estarão ao lado daqueles que cultivaram o bem
e a fé.
 A morte não é um castigo, mas um recomeço para novas experiências.
7. Cuide da Saúde, mas Aceite o Momento da Partida
 Manter o corpo saudável é importante, mas quando o momento do
desencarne chegar, aceite com serenidade.
 A rebeldia e o medo só aumentam o sofrimento da transição.
 Lembre-se: ninguém morre antes do tempo e tudo segue um
propósito maior.
8. Para os Familiares e Amigos
 Ofereça apoio emocional: Esteja presente, com palavras de conforto
e amor, para quem está prestes a desencarnar.
 Evite o desespero: O sofrimento excessivo dos que ficam pode
dificultar a transição do Espírito. Ore e mantenha pensamentos
positivos para auxiliar no processo.
Mensagem Final:
A chave para um desencarne tranquilo está na maneira como vivemos.
Cultive o amor, a bondade e a fé durante a vida terrena. Prepare-se
espiritualmente, aceite a morte como uma passagem natural e confie na
misericórdia divina. Assim, ao chegar o momento, você estará pronto para
seguir em paz, com lucidez e serenidade, rumo ao plano espiritual, onde
novos desafios e oportunidades de crescimento o aguardam.
Quanto mais nos prepararmos espiritualmente, mais suave será nossa
passagem. O verdadeiro segredo para um desencarne tranquilo não está na
morte, mas na forma como vivemos.
"A morte é apenas uma porta que se abre para a vida eterna. Viva de
maneira a atravessá-la com dignidade e paz."
Viva com amor, pratique a caridade e confie em Deus. Assim, a
transição será um retorno sereno ao lar espiritual.
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A dor não é punição — é consequência vibratória
Essa parte é muito importante: não se trata de castigo, mas de consequência natural da
forma como se deu o desligamento e do estado de consciência do Espírito.
Um Espírito que viveu com equilíbrio, fé e amor, mesmo morrendo de forma trágica, pode
ser desligado rapidamente e sem sofrimento, assistido por mentores. Já outros, mesmo
em mortes aparentemente “tranquilas”, podem viver perturbações se estavam
espiritualmente presos à matéria.
A assistência espiritual faz toda a diferença
Em todos esses casos, a presença de Espíritos amigos, familiares e socorristas pode
atenuar ou mesmo eliminar grande parte do sofrimento.
É por isso que orações, vibrações de amor e o entendimento sobre a vida espiritual são
tão importantes — não só para a vida, mas para o momento do retorno.
Mensagens
Tudo passa
Sobre a Terra, tudo é ilusão, tudo passa, tudo se transforma de um instante para outro.
O que conta é o que guardamos dentro de nós; tudo mais há de ficar com o corpo, que se
desfará em pó…
Não vale a pena tanta luta por nada! Precisamos crescer interiormente, adquirir valores
que sejam eternos.
Uma simples célula cancerígena que nos apareça no corpo joga tudo no chão.
Vamos partir para o Além com os tesouros da alma.
Como é que haveremos de nos apresentar aos que nos endossaram a reencarnação, de
mãos vazias?
Precisamos ser alegres, ter confiança em Deus, amar os nossos semelhantes.
No momento da morte, nada nos valerá tanto quanto a consciência tranquila!
Chico Xavier-Carlos Bacceli.
Ação de Tratamento
Tristeza vazia? O trabalho te alegrará.
Depressões? Serviço aos semelhantes te livrará da angústia.
Afeições que te abandonaram? Segue adiante agindo no bem ao próximo e acharás
corações outros que te compartilhem os ideais.
Mágoas? Fácil olvidá-las na atividade em que nos esqueçamos em benefício dos outros.
Inquietações? Sejamos pontuais no melhor que possamos fazer e a vida, em nome de
Deus, resolverá os problemas que nos cercam, muitas vezes, sem nossa interferência.
Erros alheios? Reflitamos nos nossos e a paz nos abençoará o caminho.
Emmanuel / Chico Xavier – Obra: Recados do além
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REFERÊNCIAS:
KARDEC, Allan. A Gênese: Os Milagres e as Predições Segundo o
Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2018.
KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de
Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2009.
KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 85ª
Ed. Araras – SP: IDE, 2008.
XAVIER, Chico. A Caminho da Luz. 21ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. Pelo
Espírito Emmanuel.
XAVIER, Chico. Libertação. 33ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André
Luiz.
XAVIER, Chico. Nosso Lar. 61ª ed. Brasília: FEB, 2010. Pelo Espírito André
Luiz.
XAVIER, Chico. Obreiros da Vida Eterna. 35ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo
Espírito André Luiz.
XAVIER, Chico. Os Mensageiros. 47ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito
André Luiz.
ZIMMERMANN, Zalmino. Perispírito. Campinas: CEAK, 2000.
https://www.bibliaonline.com.br/
http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/questoes.html
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https://www.youtube.com/watch?v=4xRhAKctMo8&list=PLI-
OgasY7T5tz8FFyT2yr5aKTPbavF7by&index=111
https://www.passatempoespirita.com.br/atividades/
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Suicídio Assistido e Eutanásia no Mundo: O Caso do Canadá e Outros Países
O suicídio assistido e a eutanásia têm sido legalizados em vários países, mas com
impactos sociais e éticos preocupantes, especialmente no Canadá, onde a prática se
expandiu rapidamente. Vamos analisar como isso tem funcionado e suas consequências.
1. Canadá: De "Cuidado Paliativo" para "Morte como Solução"
Como começou?
 2016: Legalização do MAID (Medical Assistance in Dying – Assistência Médica
para Morrer), inicialmente para casos de doenças terminais.
 2021: Ampliação para doenças crônicas não terminais (ex.: depressão, paralisia,
pobreza).
 2024: Discussão para incluir doentes mentais e menores de idade sem
consentimento dos pais.
Prática Atual (Dados Alarmantes)
 Mais de 13.000 mortes por MAID em 2022 (crescimento de 30% ao ano).
 Motivações preocupantes:
o Pessoas escolhendo a morte por falta de acesso a
saúde, pobreza ou solidão.
o Hospitais sugerindo MAID como "alternativa" a tratamentos caros.
o Casos como:
 Veteranos de guerra oferecidos MAID em vez de apoio psicológico.
 Pacientes com deficiência pressionados a optar pela morte.
Mudança de Mentalidade
 Antes: Medicina focada em aliviar a dor e curar.
 Agora: Morte assistida como "solução rápida" para problemas sociais e de
saúde.
2. Suíça (Um dos Pioneiros)
 Legalizado desde 1942, mas apenas para suicídio assistido (não inclui
eutanásia ativa).
 Organizações como Dignitas ajudam estrangeiros a morrer (custa ~€10.000).
 Controvérsias:
o Turismo da morte (pessoas viajam só para morrer).
o Casos de pessoas sem doenças terminais usando o serviço.
3. Colômbia (Legal, mas Restrito)
 Legal desde 1997, mas só regulamentado em 2015.
 Apenas para doenças terminais (não para depressão ou pobreza).
 Baixa adesão (cultura católica forte e falta de divulgação).
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4. Holanda e Bélgica (Eutanásia para Menores e Doentes Mentais)
 Holanda:
o Permite eutanásia para crianças a partir de 12 anos (com consentimento
dos pais).
o Casos de demência avançada e doenças psiquiátricas.
 Bélgica:
o Sem limite de idade (já houve casos de eutanásia em adolescentes).
o Doentes mentais podem solicitar morte assistida.
5. Críticas e Riscos
A) "Inclinação para a Morte" em vez de Cuidados
 No Canadá, médicos sugerem MAID antes de tratamentos (ex.: paciente com
câncer sem tentar quimioterapia).
 Falta de investimento em cuidados paliativos (morte vira "opção barata").
B) Pressão Sobre Vulneráveis
 Idosos, deficientes e pobres podem ser "incentivados" a escolher a morte.
 Relatos de pacientes que se sentiram "um fardo" para a família.
C) Banalização da Vida
 Se doenças mentais forem incluídas, pessoas em crise podem morrer sem real
chance de recuperação.
6. Visão Espírita x Realidade Mundial
 Espiritismo: Condena suicídio assistido e eutanásia por violar leis
cármicas e interromper provas espirituais.
 Mundo atual: Morte assistida está se tornando "solução prática" para problemas
complexos, desvalorizando a vida.
"A dor tem um propósito evolutivo. Antecipar a morte pode ser um atalho para
sofrimentos ainda maiores no plano espiritual."
Conclusão
Enquanto alguns países normalizam a morte assistida, o Espiritismo alerta para
os riscos espirituais dessa prática. O Canadá, em especial, mostra como uma política
bem-intencionada pode virar um sistema que incentiva a morte em vez do cuidado.
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EUTANÁSIA – Legalização em alguns países
Holanda
 Eutanásia ativa e suicídio assistido: Legais desde 2002.
 Condições: O paciente deve sofrer de uma condição médica insuportável e sem
perspectiva de melhora, ser mentalmente competente, e o pedido deve ser
voluntário e bem refletido.
 Eutanásia passiva: Permitida mediante consentimento informado.
Bélgica
 Eutanásia ativa: Legal desde 2002, incluindo para menores de idade sob
condições estritas.
 Condições: Sofrimento físico ou psicológico constante e insuportável, sem
perspectiva de alívio, com consentimento voluntário e repetido.
 Suicídio assistido: Também permitido.
Canadá
 Eutanásia ativa e suicídio assistido: Legais desde 2016, sob o termo
"Assistência Médica para Morrer" (MAiD).
 Condições: Pacientes com doenças graves e irremediáveis, cuja morte natural
seja razoavelmente previsível.
 Eutanásia passiva: Permitida mediante diretivas antecipadas ou consentimento do
paciente.
Suíça
 Suicídio assistido: Legal, desde que não haja motivos egoístas por parte do
assistente.
 Condições: O paciente deve ser mentalmente competente e realizar o ato final por
si mesmo.
 Eutanásia ativa: Ilegal.
Alemanha
 Suicídio assistido: Descriminalizado em 2020.
 Condições: O paciente deve ser mentalmente competente e tomar a decisão de
forma autônoma.
 Eutanásia ativa: Ilegal.
Estados Unidos
 Suicídio assistido: Legal em vários estados, incluindo Oregon, Washington,
Califórnia, Vermont, Colorado, Havaí, Maine, Nova Jersey, Novo México e
Washington D.C.
 Condições: Pacientes adultos com doença terminal e prognóstico de seis meses
ou menos de vida, capazes de tomar decisões de saúde.
 Eutanásia ativa: Ilegal em todos os estados.
Austrália
 Morte Assistida Voluntária (VAD): Legal em todos os estados e no Território da
Capital Australiana (ACT).
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 Condições: Pacientes adultos com doença avançada e expectativa de vida
limitada, em sofrimento intolerável.
 Eutanásia passiva: Permitida mediante consentimento.
Espanha
 Eutanásia ativa e suicídio assistido: Legais desde 2021.
 Condições: Sofrimento físico ou psicológico grave, crônico e impossibilitante, com
consentimento informado.
Portugal
 Eutanásia ativa e suicídio assistido: Legalizados em 2023.
 Condições: Doença grave e incurável, com sofrimento duradouro e insuportável,
mediante pedido voluntário e consciente.
Colômbia
 Eutanásia ativa: Legal desde 1997.
 Condições: Pacientes com doença terminal, em sofrimento intenso, com
consentimento informado.
 Suicídio assistido: Descriminalizado em 2022.
Índia
 Eutanásia passiva: Legal desde 2018.
 Condições: Pacientes em estado vegetativo permanente, mediante diretivas
antecipadas ou consentimento judicial.
 Eutanásia ativa e suicídio assistido: Ilegais.
Japão
 Eutanásia passiva: Aceita em determinadas circunstâncias.
 Eutanásia ativa: Ilegal, embora haja precedentes judiciais que estabelecem
critérios estritos para sua consideração.
 Suicídio assistido: Ilegal.
Irlanda
 Eutanásia ativa e suicídio assistido: Ilegais.
 Eutanásia passiva: Permitida mediante retirada de suporte vital com
consentimento.
Observações:
 Eutanásia ativa: Envolve uma ação direta para causar a morte do paciente, como
a administração de uma substância letal.
 Eutanásia passiva: Consiste na omissão ou retirada de tratamentos médicos que
prolongariam a vida do paciente.
 Suicídio assistido: O paciente recebe os meios para terminar sua vida, mas
realiza o ato final por conta própria.
É importante notar que as legislações estão em constante evolução, e recomenda-se
consultar fontes oficiais ou especialistas locais para obter informações atualizadas e
detalhadas sobre o assunto.
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Capitulo III - Retorno da Vida Corporea a Vida Espiritual - Morte - Desencarne.docx

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    CAPÍTULO III: RETORNODA VIDA CORPÓREA À VIDA ESPIRITUAL 3.1– A ALMA DEPOIS DA MORTE; SUA INDIVIDUALIDADE. VIDA ETERNA. 3.2– SEPARAÇÃO DA ALMA E DO CORPO 3.3– PERTURBAÇÃO ESPIRITUAL Slides: https://pt.slideshare.net/slideshow/2-3-retorno-da-vida-corporea-a-vida- espiritual-desencarne-de-dimas-pptx/279667563 1
  • 2.
    3.1 – AALMA APÓS A MORTE 149 – Em que se torna alma no instante da morte? Volta a ser Espírito, quer dizer, retorna ao mundo dos Espíritos, que deixou momentaneamente. COMENTÁRIOS: A nossa realidade é a espiritual. Somos Espíritos encarnados que nos apropriamos deste corpo físico que nos serve de instrumento para a nossa manifestação neste planeta. Somos Espíritos que momentaneamente ocupamos um corpo. Quando a pessoa desencarna é apenas um momento biológico. O Espírito se afasta naturalmente do corpo pelo esgotamento das energias vitais daquele organismo e vai continuar sua vida no mundo espiritual utilizando somente o corpo perispiritual. A alma, depois da morte, volta ao plano espiritual de onde veio. É como se estivesse internada em uma universidade, em contínuo aprendizado e, ao terminar o curso, voltasse ao campo de trabalho maior, a fim de se sentir mais livre no exercício das suas obrigações. (Miramez) Encarnado = alma Desencarnou = Espírito A Espiritualidade ao utilizar o termo momentaneamente confirma que o verdadeiro mundo é o espiritual. Aqui na Terra ficamos temporariamente, mas o certo é que nós possamos retornar à pátria espiritual. Volta para a erraticidade – período entre uma encarnação e outra. Em muitas situações já começa a se preparar para a próxima encarnação 150 – A alma depois da morte conserva a sua individualidade? Sim, não a perde jamais. Que seria ela se não a conservasse? 150.a) Não tendo mais seu corpo material, como a alma constata a sua individualidade? 2 LIVRO SEGUNDO: MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS Capítulo III: Retorno da vida corpórea à vida espiritual
  • 3.
    Ela tem aindaum fluido que lhe é próprio, tomado da atmosfera de seu planeta e que representa a aparência de sua última encarnação: seu perispírito. 150.b) A alma nada leva consigo deste mundo? Nada mais do que a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor. Essa lembrança é cheia de doçura ou de amargura, segundo o emprego que fez da vida. Quanto mais pura, mais compreende a futilidade do que deixa sobre a Terra. COMENTÁRIOS: Questão: Conserva a sua individualidade. Se porventura perdesse a individualidade, de que valeria a busca pelo conhecimento? De que valeria procurar se melhorar, praticar o bem? No que resultaria o esforço de cada um? Quem se esforçou e quem não se esforçou teria imediatamente o mesmo destino. Não faz sentido a ideia da perda da individualidade. (Teremos o mesmo destino – a perfeição, porém com o trilhar diferente ao longo do tempo) Letra A: Nós somos Espíritos. Como ferramenta de aprendizado temos dois corpos: o corpo material de carne e o corpo perispiritual, matéria quintessenciada, que é a forma desse corpo que nós temos. O corpo material se forma de acordo com o períspirito que é o intermediário entre o corpo de matéria mais densa e o Espírito. Não é o corpo perispiritual que é uma cópia do corpo físico. É o contrário. É o corpo físico que foi formado pelo Espírito. Quando desencarnamos, nós nos manifestamos através do períspirito. Perdemos o corpo de carne que é sepultado e o Espírito se manifesta através do seu períspirito. A partir do desencarne a alma se identifica através do períspirito que conserva a forma física, as características da última encarnação, porém conserva todos os registros de todas as encarnações. O perispírito é moldado pela mente (Espírito) que molda o corpo físico. Letra B 3
  • 4.
    O que levamos? Aconsciência, o senso de individualidade. O que realizamos, as nossas alegrias, as nossas tristezas, nossos aprendizados e as nossas mazelas. O desencarne não nos transforma em outro ser. Não nos tornaremos sábios porque desencarnamos. Só os Espíritos evoluídos são detentores de grandes saberes, pois há uma trajetória enriquecida de buscas de conhecimentos e experiências acumulando saber e sabedoria. Continuamos a ser nós mesmos. A transformação moral vem de dentro para fora e o saber é uma busca individual. A transformação de valores, de realização. Nós enquanto Espíritos eternos devemos buscar vencer as mazelas, as más inclinações existentes em nosso coração aprimorando as virtudes para viver a real transformação. ESE – Capítulo XVI – Item 9 - A verdadeira propriedade 1. "O homem só possui em plena propriedade aquilo que lhe é dado levar deste mundo." Os bens materiais (riquezas, posses, status, poder, o corpo físico) não são realmente "nossos" de forma definitiva, pois não podemos levá-los conosco após a morte. Eles são temporários e ficam no mundo físico quando partimos. 4
  • 5.
    2. "Do queencontra ao chegar e deixa ao partir goza ele enquanto aqui permanece." Isso significa que, durante a vida na Terra, o ser humano usufrui dos bens materiais que conquista ou recebe, mas eles são apenas empréstimos. Ao morrer, deixamos tudo para trás. 3. "Forçado, porém, que é a abandonar tudo isso, não tem das suas riquezas a posse real, mas, simplesmente, o usufruto." Somos obrigados a abandonar os bens materiais ao morrer, eles não são uma posse verdadeira. Apenas os utilizamos temporariamente. Esses bens que nos são empréstimos, incluindo o nosso corpo físico, estão sob nossa responsabilidade ser bem administrados, bem cuidados. Devemos multiplicar as riquezas e melhorar as organizações sociais, construindo um mundo melhor, contribuindo com a lei do progresso e de sociedade. Aquilo que fazemos com os bens que estão sob a nossa responsabilidade, com a posição social que ocupamos também faz parte daquilo que levaremos quando partirmos. “O mundo não será o mesmo depois de mim”. 4. "Que é então o que ele possui? Nada do que é de uso do corpo; tudo o que é de uso da alma: a inteligência, os conhecimentos, as qualidades morais." O que realmente nos pertence são os bens espirituais, como a inteligência, o conhecimento e as virtudes morais. Esses são os únicos que levamos conosco após a morte, pois estão ligados à nossa alma e ao nosso progresso espiritual. 5. "Isso o que ele traz e leva consigo, o que ninguém lhe pode arrebatar, o que lhe será de muito mais utilidade no outro mundo do que neste." Esses bens espirituais são inalienáveis, ou seja, ninguém pode tirá-los de nós. Além disso, eles são mais valiosos no plano espiritual do que no material, pois determinam nossa evolução e nossa condição após a morte. 6. "Depende dele ser mais rico ao partir do que ao chegar, visto como, do que tiver adquirido em bem, resultará a sua posição futura." Cabe a cada um de nós enriquecer espiritualmente durante a vida. O que acumulamos em termos de virtudes, sabedoria e bondade determinará nossa situação no mundo espiritual. Assim, a verdadeira riqueza é a que construímos dentro de nós mesmos. 5
  • 6.
    Portanto: Do ponto devista material não se leva nada. Exceto o períspirito. Do ponto de vista moral se leva tudo: os pós, os contras, os amigos, os inimigos, as emoções, as experiências bem ou mal vividas, o conhecimento adquirido. - Nada do que tenho, tudo o que sou. Essa é a nossa mala, a nossa bagagem. Como está a minha mala? Por que levar vantagem agora se irei prestar contas depois? Se ninguém está olhando o que estou fazendo, a minha consciência está. Deus está presente. Então eu começo a modificar a minha atitude, começo a me vigiar. Começo a ser uma pessoa honesta, uma pessoa mais amável. Isso é o que satisfaz o meu bem-estar. Levarei tudo o que fiz de bom ou não. Em qualquer momento devemos iniciar essa mudança de comportamento. A vida na Terra tem essa proposta: mudar para melhor. A Doutrina Espírita nos mostra as consequências dos nossos atos. Quem de nós conscientemente dessas consequências vai querer colher frutos amargos? Hoje não repito os erros que cometi ontem, amanhã não repetirei os equívocos de hoje. Não deixe para mudar na próxima existência. Vamos mudar nossos comportamentos, atitudes, pensamentos agora. Para quem muito é dado, muito será cobrado. A doutrina espírita é uma grande luz que Deus coloca em nosso caminho, pois abre a visão do que é a vida tanto encarnado, como desencarnado. Resumo: A alma continua com sua individualidade, jamais a perde. Continua com o seu perispírito que mantém a aparência da sua última reencarnação. Leva a lembrança das vivências e o desejo de ir para um mundo melhor. 151 – Que pensar da opinião que, após a morte, a alma retorna ao todo universal? 6
  • 7.
    O conjunto dosEspíritos não forma um todo? Não é todo um mundo? Quando estás numa assembleia, és parte integrante dessa assembleia e, todavia, tens sempre a tua individualidade. COMENTÁRIOS: Todo universal? 1.º - Lugar que abrigaria todos os Espíritos que indo para esse lugar perderia a sua individualidade e se tornaria apenas um elemento a mais desse todo. Ideia equivocada. Ex: gota de chuva no oceano. 2.º - O ambiente que congrega inúmeras individualidades espirituais para onde nós iremos após o desencarne, mantendo a nossa individualidade, apenas se unindo a esse conjunto de seres que lá já se encontram. Aí está correto. Quando os Espíritos tratam desse “Todo” é um conjunto de Espíritos mantendo a individualidade. Quando retornamos ao mundo espiritual após a morte física, retornamos ao mundo real, a comunidade de onde viemos e para a qual de fato pertencemos. Lá é o mundo real porque a nossa essência é espiritual. Aqui é o lugar onde fazemos estágios de aprendizado, de crescimento. Quando chegamos à vida espiritual nos deparamos com uma vida bastante ativa: há trabalho, escolas, estudos, diversas atividades, vida social. Cada um se direciona conforme seu próprio interesse. No mundo espiritual não há uma grande mistura de interesses. Em comunidades mais elevadas estão pessoas que estão buscando o aprendizado para crescimento na vida, viver dentro do ensinamento moral que Jesus nos ensinou, aprendendo a vivência do amor. Há outras regiões, comunidades espirituais onde as pessoas não têm compromisso com nada ou tem compromisso com o mal. Porém, essas comunidades ficam separadas, pois de fato os semelhantes se atraem. No mundo espiritual há vida social, trabalho, mas com grupos de pessoas que se atraem através dos seus verdadeiros interesses. Embora estejamos em uma grande assembleia espiritual, somos parte integrante desse todo, mas mantemos a nossa individualidade. 7
  • 8.
    O grande temorde muitas pessoas é perder a sua individualidade, a sua consciência, a noção do seu ser, ir para esse todo universal desprovido da sua capacidade intelectual. A Espiritualidade deixa muito claro, por mais que façamos parte de um todo de Espíritos, jamais perdemos a nossa individualidade, manteremos sempre a nossa individualidade como Espírito imortal 152 – Que prova poderemos ter da individualidade da alma após morte? Não tendes esta prova pelas comunicações que obtendes? Se não fôsseis cegos, veríeis; se não fôsseis surdos, ouviríeis, pois, frequentemente, uma voz vos fala, revelando a existência de um ser fora de vós. Allan Kardec: Aqueles que pensam que com a morte a alma retorna ao todo universal, estão errados se entendem com isso que, semelhante a uma gota d’água que cai no Oceano, ela aí perde a sua individualidade; eles estão certos se entendem pelo todo universal o conjunto dos seres incorpóreos do qual cada alma ou Espírito é um elemento. Se as almas estivessem confundidas na massa, não teriam senão as qualidades do conjunto e nada as distinguiria, uma das outras. Elas não teriam nem inteligência nem qualidades próprias, ao passo que, em todas as comunicações, elas acusam a consciência do seu eu e uma vontade distinta. A infinita diversidade que apresentam durante todas as comunicações é a consequência mesma das individualidades. Se não houvesse, após a morte, senão isto que chamam o grande todo, absorvendo todas as individualidades, este todo seria uniforme, e, desta maneira, todas as comunicações que se recebesse do mundo invisível, seriam idênticas. Uma vez que aí se encontram seres bons e outros maus, sábios e ignorantes, felizes e infelizes, alegres e tristes, levianos e sérios, etc., é evidente que são seres distintos. A individualidade se mostra mais evidente quando esses seres provam sua identidade por sinais incontestáveis, por detalhes pessoais relativos à sua vida terrestre e que podem ser constatados. Ela não pode ser colocada em dúvida quando se mostram visíveis nas aparições. A individualidade da alma nos era ensinada em teoria como um artigo de fé; o Espiritismo a torna patente e, de certo modo, material. 8
  • 9.
    COMENTÁRIOS: As reuniões mediúnicasprovam essa individualidade. A mediunidade, essa faculdade fantástica, presente em todo mundo, em todas as classes sociais, em todas as etnias, em todas as culturas, em todas as sociedades e em todos os tempos, é um instrumento de trabalho que nos coloca em sintonia com a espiritualidade comprovando a individualidade do Espírito. Através da mediunidade há a comunicabilidade entre os dois planos: o espiritual e o material. Por meio do diálogo mediúnico, percebe-se que há uma individualidade, apontando sua experiência, suas emoções, seus sentimentos, suas angústias, seu ponto de vista, detentor de um conhecimento que muitas das vezes o médium jamais teria conseguido na atual existência. Há as visões. Há as audições. E outras formas de comunicação, como os efeitos físicos, materializações. O mundo espiritual está sempre em comunicação conosco. Nós é que não os vemos, nem os ouvimos. A descrença em um assunto dessa natureza está baseada na falta de conhecimento dos fatos. É não querer abrir a mente para novos conhecimentos, para o uso da razão, muitas vezes por medo, receio de estar blasfemando contra Deus. Com a doutrina Espírita, o maravilhoso e o sobrenatural deixam de existir. Tudo é natural. Tudo se enquadra nas Leis da Natureza. São Leis criadas por Deus. Kardec traz vários exemplos onde podemos comprovar de forma irrefutável a individualidade da alma demonstrando que não há a absorção da alma pelo “Todo universal”. Mantemos a nossa individualidade, mesmo à medida que formos ficando mais evoluídos, continuaremos com a nossa individualidade. As maiores provas da individualidade da alma são as comunicações dos Espíritos que viveram na Terra, generalizadas em todo o mundo, desde o homem primitivo às altas civilizações do planeta. Não existe uma família sequer que não tenha um fenômeno a contar, sobre visão ou dos sinais dos seus amigos ou familiares que já passaram para o outro lado da vida, que voltaram para comprovar que eles não morreram com o corpo. A reencarnação é outra prova de que a alma continua viva depois do túmulo. Depois, poderemos passar para a análise das coisas, das leis que nos regem e da Inteligência Suprema, que não iria preparar uma vida, qual seja a do homem, para breves momentos 9
  • 10.
    desta mesma vida,pois, se Ele vive eternamente e se somos Seus filhos, temos direito a essa vida eterna. A própria ciência, com o tempo, é que irá propagar a existência da alma. Ela se encontra a caminho das verdades espirituais, verdades essas que todas as religiões vêm propagando há milênios. O Espiritismo desfraldou a bandeira da imortalidade, com provas das mais lúcidas. Ele vem ajudar as outras religiões a sustentar que a vida continua, com mais amplitude de consciência. Miramez 153 – Em que sentido se deve entender a vida eterna? É a vida do Espírito que é eterna; a do corpo é transitória e passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna. 153.a) Não seria mais exato chamar vida eterna a dos Espíritos puros, que, atingindo o grau de perfeição, não têm mais provas a suportar? É antes a felicidade eterna; mas isto é uma questão de palavras; chamai as coisas como quiserdes, contanto que vos entendais. COMENTÁRIOS: Todos se alegram em saber que o Espírito tem vida eterna. E não poderia ser de outra maneira. Somente a forma do corpo é que tem vida transitória. Até os elementos que compõem o corpo têm vida eterna, porque nada se perde no universo. As formas materiais é que se transformam, para surgirem de novo em outra dimensão, no fulgor que Deus pode lhes dar. O cântico da criação é vida, e a vida é sintonia universal, orquestrada pela Vontade Soberana. (Miramez) O que é a vida eterna? A vida eterna é para o Espírito, pois a vida do corpo material é transitória. É confortante saber que jamais deixaremos de existir. Saber que a vida continua. Que teremos infinitas oportunidades de aprendizagem, que podemos nos aperfeiçoar sempre. Fomos criados simples e ignorantes. Saímos em busca de uma jornada de trabalho para conquistar a nossa perfeição, a nossa felicidade. As nossas oportunidades de vida são sempre renovadas para que possamos aprimorar com novas experiências e novos conhecimentos. Somos filhos de Deus, consequentemente, somos herdeiros de Deus. Qual é a obra de Deus? 10
  • 11.
    O Universo. Portanto, somosherdeiros do Universo. Jesus é filho de Deus. É nosso irmão. A Jesus foi concedida a atribuição de conduzir este planeta. Nós também temos nossas atribuições compatíveis com o nosso nível de evolução. Estudar as Leis da natureza, as Leis materiais, as Leis espirituais é nossa obrigação, faz parte da nossa responsabilidade enquanto herdeiros de Deus para que possamos compreender a obra do Pai e nos preparar para as missões do futuro. Mas como anda nossa missão atual? Temos nossos filhos para conduzir. São criações divinas confiadas a nós. É nossa responsabilidade encaminhar essas almas confiadas a nós. Jesus tem aproximadamente 30 bilhões de almas/Espíritos que compõe a humanidade deste planeta para conduzir. Estudar o espiritismo é nos preparar para a vida espiritual, quer seja encarnado ou desencarnado. Nessa nossa caminhada haveremos de chegar nessa perfeição que buscamos. Jesus nos afirmou que das ovelhas de meu Pai nenhuma se perderá. Letra A: Dá para entender na questão de Kardec que o fato do Espírito precisar reencarnar quebraria a eternidade, como se fosse um bem-estar pleno. Os Espíritos respondem que não. Não tira do Espírito a eternidade, independentemente de estar encarnado. Os Espíritos puros têm a felicidade eterna, pois todos nós somos eternos sem sermos perfeitos. Todos nós somos Espíritos imortais. Nossa vida é eterna, inclusive não precisa desencarnar para viver a eternidade, já estamos nela, pois nossa vida é única. Esse bem-estar pleno é o estado de felicidade que o Espírito viverá eternamente. O Espírito é eterno e após se tornar puro viverá em felicidade plena. 11
  • 12.
  • 13.
    TEXTO PARA REFLEXÃO: ABAGAGEM DA VIDA O peso de nossa bagagem depende da nossa maneira de avaliar a importância de cada coisa que guardamos nela... Reflitam!! Quando sua vida começa, você tem apenas uma mala pequenina de mão... A medida em que os anos vão passando, a bagagem vai aumentando porque existem muitas coisas que você recolhe pelo caminho, por pensar que são importantes. A um determinado ponto do caminho começa a ficar insuportável carregar tantas coisas, pesa demais, então você pode escolher: ficar sentado a beira do caminho, esperando que alguém o ajude, o que é difícil, pois todos que passarem por ali já terão sua própria bagagem. Você pode ficar a vida inteira esperando, ou você pode aliviar o peso, esvaziando a mala. Mas, o que tirar? Você começa tirando tudo para fora... veja o que tem dentro: Amor, Amizade... nossa! Tem bastante, curioso, não pesa nada... Tem algo pesado... você faz força para tirar.... era a Raiva - como ela pesa! Aí você começa a tirar, tirar e aparecem a Incompreensão, Medo, Pessimismo... nesse momento, o Desânimo quase te puxa pra dentro da mala .... Mas você puxa-o para fora com toda a força, e no fundo da mala aparece um Sorriso, que estava sufocado no fundo da sua bagagem... Pula para fora outro sorriso e mais outro, e aí sai a Felicidade... Aí você coloca as mãos dentro da mala de novo tira pra fora um monte de Tristeza... Agora, você vai ter que procurar a Paciência dentro da mala, pois vai precisar bastante... Procure então o resto: a Força, Esperança, Coragem, Entusiasmo, Equilíbrio, Responsabilidade, Tolerância e o Bom e Velho Humor. Tire a Preocupação também. Deixe de lado, depois você pensa o que fazer com ela... Bem, sua bagagem está pronta para ser arrumada de novo. Mas, pense bem o que vai colocar dentro da mala de novo. Agora é com você. E não se esqueça de fazer essa arrumação mais vezes, pois o caminho é MUITO, MUITO LONGO, e sua bagagem, poderá pesar novamente. 13
  • 14.
    3.2 – SEPARAÇÃODA ALMA E DO CORPO 154 – A separação da alma e do corpo é dolorosa? Não, o corpo sofre, frequentemente, mais durante a vida que no momento da morte; neste a alma não toma parte. Os sofrimentos que experimenta, algumas vezes, no momento da morte, são um prazer para o Espírito, que vê chegar ao fim do seu exílio. Allan Kardec: Na morte natural, que chega por esgotamento dos órgãos, em consequência da idade, o homem deixa a vida sem o perceber; é uma lâmpada que se apaga por falta de alimentação. COMENTÁRIOS: Morte – cessação da vida do corpo físico. Desencarnação – separação da alma do corpo físico A verdadeira pátria é a espiritual. Após uma pequena viagem aqui pelo orbe como encarnados acumulando experiências, buscando o crescimento, nós retornamos para a nossa verdadeira pátria – a espiritual. O fenômeno da “morte” (desencarne) não é doloroso para a alma. A gente vê muitos irmãozinhos que se manifestam nas reuniões mediúnicas lamentando seus sofrimentos, suas não realizações no campo do bem, ou suas realizações no campo do mal, pelos bens materiais que deixaram, pela ingratidão dos entes queridos, pelos seus erros e equívocos, suas dores físicas (por ainda não se reconhecer como desencarnado). Mas não se vê nas reuniões mediúnicas irmãozinhos reclamando ou dizendo sobre as dores físicas ou dores que sofreram durante a sua desencarnação. Não há reclamações dos espíritos que se manifestam nas reuniões mediúnicas acerca das dores no momento da morte. O momento da morte é apenas a passagem biológica. Não devemos estar preocupados com esse momento. Também não devemos antecipar. Tudo tem o seu curso natural. As pessoas de forma geral têm medo dessa passagem, no entanto, mesmo apesar do medo há tanto suicídio. O conhecimento da doutrina espírita fortalece o Espírito imortal, colocando dentro da realidade, justamente para não abandonar essa viagem que é temporária e passa a respeitar a vida. 14 LIVRO SEGUNDO: MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS Capítulo III: Retorno da vida corpórea à vida espiritual
  • 15.
    São dois extremos:Não devemos ter medo e fugir da morte, como também, não devemos querê-la antes da hora. Ex: o cigarro, a bebida, as substâncias químicas (drogas e remédios), o trânsito, a alimentação, as emoções (ódio, rancor, inveja, ciúme – desequilíbrio) – acelera o processo. Devemos respeitar o curso natural da vida, buscando uma vida saudável, sem excessos. Quando fala em dor, a gente sempre liga à dor física que é o que mais nos assusta (dor – a leitura que o cérebro faz de algo na nossa estrutura física alertando que determinado local do corpo não está normal). Os Espíritos nos mostram que essa dor física não existe mais, porque o corpo físico perdeu a vida, mas as sensações permanecem. Para a grande maioria dos Espíritos que estão encarnados na Terra por não ter o conhecimento, não ter uma vida equilibrada, se apegar a matéria, não querer morrer, quando esse momento chega causa medo, desespero e dor que é muito mais sensações. Para o Espírito equilibrado, consciente da sua responsabilidade, da sua jornada, de que cumpriu as suas obrigações, se liberta. Então essas sensações que possam ser desagradáveis não o são porque ele sabe que é um processo de libertação e ele volta à pátria espiritual, à verdadeira vida. As sensações estão ligadas à consciência, registrada no períspirito. A nossa preocupação deve estar voltada para as nossas condições psicológicas. Para morrer bem, tem que viver bem. E para viver bem, deve- se viver conforme os ensinamentos do nosso Mestre Jesus: viver pelo caminho do bem, fazendo o bem ao próximo, construindo um reino de amor, sem as dores físicas, sem as dores da consciência. Enfim, vivenciar na plenitude a lei de amor que Jesus nos ensinou. - Ter uma vida equilibrada, saudável, amando e respeitando. Fazer o dever de casa. “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim.” (Chico Xavier) 155 – Como se opera a separação da alma e do corpo? Rompidos os laços que a retinham, ela se liberta. 155.a) A separação se opera instantaneamente e por uma transição brusca? Há uma linha de demarcação bem nítida entre a vida e a morte? Não, a alma se liberta gradualmente e não escapa como um pássaro cativo que ganha subitamente a liberdade. Esses dois estados se tocam e se 15
  • 16.
    confundem; assim oEspírito se libera pouco a pouco de seus laços: os laços se desatam, não se quebram. Allan Kardec: Durante a vida, o Espírito se liga ao corpo por seu envoltório semimaterial ou perispírito. A morte é apenas a destruição do corpo e não desse segundo envoltório que se separa do corpo quando cessa neste a vida orgânica. A observação prova que no instante da morte o desligamento do perispírito não se completa subitamente; ele não opera senão gradualmente e com uma lentidão que varia muito segundo os indivíduos. Para alguns ele é muito rápido, e pode-se dizer que o momento da morte é aquele do desligamento, algumas horas após. Para outros, aqueles sobretudo, cuja vida foi toda material e sensual, o desligamento é muito menos rápido e dura, algumas vezes, dias, semanas e mesmo meses, o que não implica existir no corpo a menor vitalidade nem a possibilidade de um retorno à vida, mas uma simples afinidade entre o corpo e o Espírito, afinidade que está sempre em razão da preponderância que, durante a vida, o Espírito deu à matéria. Com efeito, é racional conceber que quanto mais o Espírito se identifica com a matéria, mais ele sofre ao se separar dela. Ao passo que a atividade intelectual e moral, a elevação dos pensamentos, operam um começo de libertação mesmo durante a vida do corpo e, quando chega a morte, ela é quase instantânea. Tal é o resultado dos estudos feitos sobre todos os indivíduos observados no momento da morte. Essas observações provam ainda que a afinidade persistente entre a alma e o corpo, em certos indivíduos, algumas vezes muito penosa porque o Espírito pode experimentar o horror da decomposição. Este caso é excepcional e particular a certos gêneros de vida e a certos gêneros de morte; ele se apresenta entre alguns suicidas. COMENTÁRIOS: Cada célula do corpo físico é ligada ao períspirito. Portanto, o períspirito é que tem essa função de estar ligado célula a célula no corpo físico. Esses laços vão sendo desligados a partir das extremidades (pés, mãos), terminando no Córtex cerebral A idade avançada, a doença prolongada favorece o rompimento lento e gradativo dos laços, presos pela presença do fluido vital. À medida que o fluido vital vai diminuindo, os laços vão se afrouxando. Se tivermos uma vida valorizando apenas o que é material e as manifestações da matéria, como os bens que possuímos, o título, a fama, o sexo sem controle, iremos fazer de tudo para não abandonar o corpo, porque 16
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    só vivos nessecorpo físico é que poderemos continuar usufruindo dessas coisas que valorizamos. Como nos apegamos ao corpo, a separação se torna psicologicamente mais dolorosa no momento da morte. Por outro lado, quando usufruímos das coisas materiais com equilíbrio, sem apego, valorizando as coisas do espírito, as questões da fé, quando praticamos a caridade, a separação do corpo com o Espírito será mais rápida e será mais feliz, porque vai representar o retorno daquele ser para a sua verdadeira pátria. Portanto, a desencarnação se é mais prolongada ou mais rápida vai depender dos interesses daquele Espírito no tocante à sua vida aqui na Terra.  O gênero da morte depende do gênero da vida. RESUMO DO PROCESSO DE DESENCARNE  Há muitas coisas além dos nossos sentidos nos momentos de reencarnar e de desencarnar. Desencarne e o desligamento do corpo físico Assim como reencarnar se tem auxílio de equipes espirituais destinadas a trabalhar neste processo, o desencarne também é auxiliado por equipes espirituais para ajudar nesta travessia do mundo físico para o mundo espiritual. Em ambos os casos tais auxílios especiais é quando se tem merecimento para recebê-los. O processo de desligamento do cordão fluídico é muito difícil para os que estão ligados a vibração do planeta; embora poucos espíritos encarnados podem realizar o auto desligamento do cordão fluídico. O auxílio no processo de desencarne não é negado a ninguém. Todos os seres humanos têm direito a receber ajuda e orientação durante o processo de desencarne, independentemente do seu merecimento ou da sua ligação com a matéria. A eficácia desse auxílio depende da sintonia e do merecimento de cada indivíduo. No caso de pessoas muito ligadas à matéria, o processo de desencarne pode ser mais difícil e doloroso, tanto física quanto emocionalmente. Elas podem experimentar maior confusão, medo ou apego ao corpo físico, o que dificulta a transição. No entanto, os espíritos de luz ainda tentam ajudar, mesmo que de forma mais discreta, respeitando o livre-arbítrio e o estágio evolutivo de cada um. 17
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    1 – Asequipes de desligamento As equipes especialistas para este processo de desligamento realizam o rompimento do cordão fluídico de acordo com o merecimento dos espíritos que está desencarnando. A quantidade de integrantes das equipes varia de acordo com o tipo de desencarne que vai auxiliar, e de acordo com o merecimento do desencarnante.  Além das equipes de desencarne, o desencarnante recebe auxílio de entidades amorosas do seu círculo familiar (consanguínea ou não). E companhias não muito agradáveis também. 2 – O processo de desligamento Quando o espírito está desencarnando, e é merecedor do auxílio especial que as equipes de desligamento fornecem, é ajudado da seguinte forma, em caso de morte natural, que é a cessação das forças vitais por velhice ou doenças. (Regra geral) – Não há desencarnes iguais. 2.1 – Preparação: Visitas diárias são realizadas dando auxílio magnético e preparando os familiares, e o espírito desencarnante. Pode ocorrer que durante o sono físico são levados aos postos de atendimento para participar de reuniões ou esclarecimentos referentes ao processo em andamento. (Cap. 11 e 12 – Obreiros da Vida Eterna) Muitas vezes, ou na maioria das vezes os familiares e os amigos criam uma aura que fica impedindo e criando dificuldade para o desligamento do cordão fluídico, que são os choros, chamados pelo desencarnante, angustias, gritos, medo, egoísmo… isto deixa mais complicado o trabalho da equipe espiritual; para criarem barreiras de proteção contra tais vibrações dos familiares, a equipe espiritual cria uma melhora fictícia para neutralizar estas vibrações que prendem o espírito desencarnante no corpo; esta melhora também serve para concluir suas últimas tarefas e para a despedida com seus entes queridos. 2.2 – Desligamento: Muitos motivos deixa o espírito desencarnante ligado a matéria, como o amor aos entes queridos, ou aos bens que possuía, ou preocupações, ou problemas… por estes motivos o processo de desligamento do cordão fluídico, é a última parte do processo de desencarne, é na maioria dos casos 18
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    realizado depois dealgum tempo da morte do corpo físico dado pela ciência. (morte clínica) Até o rompimento do cordão o espírito fica vulnerável à influência do ambiente em que está ficando menos consciente e fraco; depois do desligamento, o aumento do grau de consciência e de fortalecimento vai crescendo gradualmente. Para os espíritos mais evoluídos o desligamento é quase imediato. Dependendo do grau de desprendimento e de evolução, os espíritos se mantêm parcialmente conscientes do que acontece, sendo o caso de espíritos de nível médio. Por isso é comum entes queridos já desencarnados estar presente neste momento de grande transição, para tranquilizar, dar esperança, e segurança ao espírito que está desencarnando. Antes do desligamento: os laços que prendem o espírito ao corpo material, vai se desligando aos poucos durante as doenças prolongadas que antecipam o fim do corpo material, por isso os doentes têm mais facilidade para se preparar para o desligamento. As sensações durante o desligamento: estão relacionadas ao padrão espiritual e ao apego a matéria. Alguns desencarnam com facilidade; inúmeros dormem longos sonos, outros nada percebem. Os que estão despertos são colocados para dormir, assim o impacto das energias negativas não é sentido. Outros fazem o exame imparcial de todos os acontecimentos de sua vida. Mas deixando claro que, cada caso é um caso, e o merecimento e o desprendimento são levados em consideração. 2.3 – Encaminhamento: Quando o desligamento está concluído, o espírito é levado para o local onde será amparado, podendo ser um posto de socorro, ou um hospital de acolhimento dos desencarnados em uma Colônia Espiritual (geralmente a de antes do reencarne). Se um espírito não for merecedor de tal auxílio, quando desencarna não pode ir para os planos astrais que falamos acima como um espírito merecedor, pois não está preparado; fica livre pelo mundo, ou vai para o umbral, que é um local infeliz que os que desencarnam com o padrão vibracional baixo acabam sendo atraídos para tal lugar, sendo um local de sofrimento. 19
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    Isto volta aomesmo ensinamento que, tudo está nas nossas mãos, o passado e o futuro, o como vai ser o nascimento e o desencarne, isto é o livre arbítrio, sendo tudo produto das nossas escolhas e atitudes. Quanto mais se conhece a Doutrina Espírita mais o temor da morte se desfaz, novos horizontes são vistos e conhecidos, tomando conhecimento que não existe nenhum tipo de fronteiras e nenhum mistério para a nova vida, tendo a certeza da existência de vida depois da vida. Morrer não dói, morrer não é nada, apenas uma grande transição para a vida verdadeira, o que fica é a saudade, mas acima de tudo a verdade que o reencontro vai acontecer novamente, pois Deus permite. “Devemos aceitar a chegada da chamada morte, assim como o dia aceita a chegada da noite – tendo confiança que, em breve, de novo há de raiar o sol…” Curta metragem: A morte de Dimas https://www.youtube.com/watch?v=txXcwxZ-tFA EXEMPLOS DE DESENCARNE  OBREIROS DA VIDA ETERNA O livro "Obreiros da vida Eterna" pelo Espírito André Luiz, psicofrafado por Chico Xavier relata 05 processos de desencarne. Eis o resumo de cada um deles:  Dimas  Fábio  Albina  Cavalcante  Adelaide “Seguíamos, o Assistente Jerônimo, o padre Hipólito, a enfermeira Luciana e eu, constituindo pequena equipe de trabalho, incumbida de operar na Crosta Planetária, durante trinta dias, aproximadamente, em caráter de auxílio e estudo, com vistas ao nosso desenvolvimento espiritual.” (Cap. 01) “[...] devemos atender, nos próximos trinta dias, a cinco dedicados colaboradores nossos, prestes a desencarnarem na Crosta. Trabalharam, fiéis à causa do bem, e as nossas autoridades encarregaram-nos de atender- lhes aos casos pessoais”. (Cap. 01) Casa transitória de Fabiano (Posto de socorro) 20
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    Casa Transitória comouma instituição espiritual situada entre a crosta terrestre e as colônias superiores, funcionando como um hospital de emergência para espíritos necessitados. Ela não se encontra no Umbral profundo, mas em uma zona de transição, onde equipes socorristas conseguem atuar com mais facilidade. A Casa é sustentada por vibrações elevadas, mantidas pela prece e pelo trabalho incessante dos benfeitores espirituais. Seu nome, Fabiano, é uma homenagem a um espírito dedicado ao serviço do bem, cuja vida foi marcada por grande compaixão e assistência aos sofredores. Finalidade e Funcionamento A Casa Transitória de Fabiano funciona como um centro de reabilitação temporária. Sua missão inclui:  Atendimento a espíritos recém-desencarnados em estado de perturbação  Resgate de sofredores do Umbral  Preparação para novas etapas no plano espiritual  Esclarecimento e evangelização A Casa Transitória de Fabiano representa um elo de misericórdia entre as trevas do Umbral e as colônias superiores. Seu papel é fundamental para aqueles que, embora tenham falhas, demonstram alguma condição de aprendizado e recuperação. (arrependimento sincero / pedido de auxílio) Fabiano de Cristo foi um frade franciscano que viveu no Brasil no século XVII. Nascido provavelmente em Portugal por volta de 1600, ele veio para o Brasil ainda jovem e ingressou na Ordem dos Franciscanos, dedicando sua vida à caridade e ao auxílio dos mais necessitados. Ficou conhecido por sua humildade, desapego aos bens materiais e profunda compaixão pelos doentes e desamparados. Seu nome verdadeiro era João Barbosa, mas ao se tornar frade adotou o nome de Frei Fabiano de Cristo. Fabiano de Cristo, já como espírito, fundou a Casa Transitória para continuar sua missão de socorro aos necessitados. Assim como na Terra ele cuidava dos enfermos e abandonados, no plano espiritual ele continua sua obra, oferecendo abrigo e auxílio aos que precisam de socorro após o desencarne. 21
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    DIMAS A equipe deJerônimo visita uma casa humilde no plano físico onde se encontra Dimas, um trabalhador espiritual em vias de desencarnação, sofrendo de cirrose hipertrófica. Pontos Principais: 1. A Missão de Dimas o Dimas é descrito como um assíduo colaborador dos serviços de assistência espiritual há mais de 50 anos. o Renunciou à vida tranquila em uma colônia espiritual para se dedicar a uma tarefa obscura (provavelmente como médium ou missionário encarnado). o Desenvolveu faculdades mediúnicas e serviu como instrumento de auxílio aos necessitados. 2. O Ambiente Espiritual o O quarto simples estava inundado de eflúvios luminosos, sinal da presença de Espíritos elevados que o acompanhavam. o Jerônimo explica que Dimas é um "credor feliz de dedicações" devido à sua renúncia e serviço abnegado. 3. O Processo de Desencarne o Dimas, já fisicamente debilitado, percebe a presença dos espíritos com a visão da alma e sorri, demonstrando serenidade. o Ele pede colaboração, pois está exausto, mas mantém confiança no plano divino. 4. Assistência Magnética e Conforto o André Luiz, sob orientação de Jerônimo, aplica passes magnéticos no tecido vascular de Dimas, aliviando seu sofrimento. o Dois amigos espirituais de Dimas chegam para prestar apoio, mostrando a solidariedade entre os trabalhadores do invisível. (Capítulo 11) Capítulo 13 – Companheiro libertado  Dimas "Há tempo de nascer e há tempo de morrer." Dimas atingira o tempo de morrer fisicamente, seria subtraído da matéria grosseira. 22
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    André tinha muitasquestões a esclarecer, quanto as circunstâncias em que Dimas estava desencanando. Segue: -Dimas viveu a cota de tempo suscetível de ser aproveitada por seu espírito na Crosta, ou seja, Se Dimas tinha como tempo prefixado de vida 70 anos, realmente viveu estes 70 anos? R. Não, não chegou a aproveitar todo o tempo prefixado pelos planejamentos de reencarnação. -Então Dimas era uma suicida inconsciente como eu (André Luiz)? R. Não, Dimas não é um suicida. -Se Dimas não completou sua Cita Vital, então não terá ele desperdiçado a oportunidade de realizar o bem plenamente? -Por que tratamento tão especial a Dimas? R. A vida de Dimas seguiu o seguinte contexto:  Pobre, humilde, vida sem mimos ou privilégios.  Pouco estudo, literatura simples e limitada, de acordo com sua situação financeira.  Trabalho pesado a vida toda.  Constituiu família e sustentou sua família a duras penas  Submissão a regulamentos e chefia austera, por toda vida.  Subsistência com grande despesa de energia. Trabalho de caridade:  Dedicou-se ao próximo mais necessitado que ele mesmo, assim que recebeu a mediunidade.  Sua vida transformou-se em abnegação aos enfermos de corpo e de alma.  Perdeu o conforto da vida social em nome do trabalho benemérito.  Privou-se de estudos edificantes, que poderiam otimizar seu trabalho caritatório, por prestar todo seu tempo ao irmão.  Prejudicou suas células físicas, no acúmulo de obrigações em prol de seu idealismo.  Vigílias constantes, danificando sua resistência nervosa. 23
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     Alimentação precáriae irregular, por dispor de seu tempo somente ao trabalho, prejudicando seu estômago.  Adquiriu inimizades e perseguições gratuitas, em nome de seu ideal, gastou fosfato excessivamente.  Sentia a dor alheia em excessiva entrega, enfraquecendo seu coração. Portanto, má alimentação, exigências sentimentais e noites mal dormidas o levaram a uma cirrose hipertrófica. Dimas sacrificou sua vida em nome do amor para com seus irmãos. O Plano Superior sabe reconhecer um filho merecedor de seus cuidados especiais. André participa do grupo que vai ajudar no desencarne de Dimas. Este irmão é espírita e médium. Na sua vida na Terra, ele mostrou amor e dedicação aos ensinamentos de Jesus e de Kardec. Entretanto, ele está desencarnando antes do que fora programado pela Espiritualidade. Por muito ter amado e ajudado o próximo, Dimas não é considerado como suicida pelas Leis de Deus. Estava no momento programado para o desencarne. - A resistência orgânica chegara ao fim.  Dificuldades para o processo de desencarne:  Ligado as questões domésticas, preocupado qual o futuro dos filhos e da esposa.  A esposa ao emitir seus sentimentos e emoções o prendia em emaranhada teia de fios cinzentos, sendo um empecilho para o trabalho da equipe.  O assistente Jerônimo propõe improvisar uma melhora temporária e fictícia para sossegar a mente aflita da esposa e dos filhos.  Mesmo com a intensa movimentação microscópica atingindo todos os órgãos.  Dimas abre os olhos e agradece a Deus.  Pede a esposa para ir descansar, repousar.  Sob a orientação intuitiva do assistente, Dimas se eleva em oração. Pede o amparo a Jesus e, se possível, concedesse a presença da sua mãe.  Inicia o processo de desligamento:  plexo solar - desata os laços que localiza as forças físicas.  Centro cardíaco - relaxou os elos no centro emotivo, operando sobre determinado ponto do coração. Angústia e aflição ao paciente, fuga do pulso. 24
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     Centro frontalou cerebral - intervenção no cérebro. Reconstitui todo o corpo perispiritual de Dimas.  Dimas desencarnado:  Elevou-se alguns palmos acima de Dimas-cadáver.  Continua ligado ao corpo por leve cordão prateado (centro coronário).  A operação era ainda incompleta.  Para os encarnados, Dimas morrera.  Dimas foi nobre trabalhador da Seara, mas não orientou a família para o círculo da oração e vigilância.  O cordão fluídico irá permanecer até o dia imediato.  Não se é encontra preparado para o desenlace mais rápido.  Ficou sob os cuidados de sua mãe. Capítulo 14 – Prestando assistência  Dimas André Luiz recebe autorização para voltar a casa de Dimas e acompanhar o velório. Ele queria observar o que acontece entre a morte física e o desencarne (quando o desligamento entre o corpo físico e o corpo astral é concluído). Retornando ao local, André trava conhecimento com um Espírito que trabalhava com Dimas nas atividades mediúnicas. André então lhe pergunta se todas as desencarnações de pessoas dignas contam com o amparo de grupos socorristas. "... todos os fenômenos do decesso contam com o amparo da caridade afeta às organizações de assistência indiscriminada; no entanto, a missão especialista não pode ser concedida a quem não se distinguiu no esforço perseverante do bem."  Dimas descuidou-se de incentivar a prática da oração em família. Ele tem defesas pessoais, mas a residência não.  O descontrole da esposa o deixava agitado. Foi preciso adormecê-la para que ele conseguisse repouso reparador.  Uma pessoa presente no velório conta uma estória que envolve Dimas em um assassinato que ele presenciou.  A recordação traz para o ambiente o assassino já desencarnar em estado de perturbação.  Foi necessária a intervenção de amigos espirituais para afastar o irmão infeliz. As câmaras mortuárias não devem ser pontos de referência à vida social, mas recintos consagrados à oração e ao silêncio. 25
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    Capítulo 15 –Aprendendo sempre  Dimas O corpo físico e o corpo astral ainda mantinham vivo intercâmbio, um sustentando outro. O assistente Jerônimo examinou-o e auscultou-o. Cortou o liame final, verificando que Dimas, desencarnado, fazia esforço do convalescente ao despertar, após longo sono. No cemitério, André nota a presença de dezenas de irmãos infelizes esperando o cortejo. Ele questiona ao responsável pelo grupo a razão da presença desses Espíritos. "Nossa função, acompanhando os despojos, não se verifica apenas no sentido de exercitar o desencarnado para os movimentos iniciais da libertação. Destina-se também à sua defesa. Nos cemitérios costuma congregar-se compacta fileira de malfeitores, atacando vísceras cadavéricas, para subtrair-lhes resíduos vitais." Dimas foi cercado pelos amigos que soube cultivar durante os anos de trabalho na mediunidade. Fora trabalhador por dedicado na Seara do Divino mestre. Dimas só foi conduzido após o enterro do cadáver. Passou por um período de desequilíbrio na casa transitória de Fabiano (pronto Socorro). 26
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    FÁBIO A equipe deJerônimo adentra singular residência, em bairro menos populoso do Rio de Janeiro e encontra Fábio, um homem maduro, portador de tuberculose avançada, que está prestes a desencarnar. Diferente de Dimas, que era médium com tarefa assistencial, Fábio se destacou por sua vida equilibrada, seu amor à espiritualidade e sua dedicação ao bem, especialmente por meio do culto do Evangelho no lar, que instituiu com a família. Ao chegar à sua residência no Rio de Janeiro, a equipe espiritual encontra uma cena profundamente tocante: Fábio, consciente de sua partida iminente, conversa com seus filhos pequenos, Carlindo e seu irmão, transmitindo-lhes consolo e ensinamentos sobre a imortalidade da alma. Ele os orienta a não se deixarem abalar pelo sofrimento da separação e a manterem a fé na continuidade da vida, garantindo que continuará a amá-los e protegê-los, mesmo em outro plano. A equipe observa com admiração sua serenidade e coragem diante da morte. O Assistente Jerônimo destaca que Fábio sempre colaborou no auxílio espiritual, mesmo sem ser médium ostensivo, aplicando energias magnéticas e mantendo uma vida de estudos e serviço ao próximo. Sua preparação interior e sua conduta reta permitirão um desencarne tranquilo e harmonioso. O trecho descreve uma cena de despedida emocionante, em que um pai ensina aos filhos sobre a vida eterna e a importância da fé, da espiritualidade e da elevação moral na hora do desencarne, demonstrando que uma vida pautada no bem proporciona uma transição mais serena e natural para o plano espiritual. (Capítulo 11) Capítulo 16: Exemplo cristão  Fábio A equipe chega na singela casinha de Fábio, encontra três amigos espirituais, sendo um deles, o pai de Fábio. Fábio deixava a esposa e dois filhinhos amparados na fé viva. Afastava se do corpo físico, jubiloso e confortado com a Glória de haver aproveitado todos os recursos que a esfera superior lhe havia concedido. Fábio desencarnará no tempo devido. - Nessa noite seria afastado definitivamente do corpo carnal. 27
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    - Estava abatidorespirava com dificuldade, demonstrando profundo mal- estar. O pai de Fábio solicita que gostaria de auxiliá-lo no último culto doméstico somente com a família. Após Jerônimo aplicar passes no enfermo, o intuiu a um banho, o que solicitou a esposa que preparasse. Água já estava magnetiza nada com a finalidade de retirar do seu corpo matéria fluídica prejudicial, causando uma melhora fictícia. Se sentiu animado para o momento da prece junto à família (somente os 4 quatro, sem o público de fora).  Abriu o novo testamento (auxiliado pelo pai) “semeia corpo físico, ressuscitará corpo espiritual. Há corpo físico, é há corpo espiritual.” (I Cor 15:44)  Fez uma prece.  Dirigiu a esposa passando orientações espiritual, material, familiar é de relacionamento.  Dirigiu aos filhos orientando os.  O filho mais velho, Carlindo, fez a prece final. Solicitou à esposa que gostaria de nessa noite beijar os filhos. Ela trouxe lenço novo. Ele cobriu a cabeça dos filhos e beijou o fragmento de linho. Fábio sentia se melhorado, bem-disposto. - As crianças foram dormir. Jerônimo aplica passes anestesiantes. - Provoca o rompimento de um importante vaso.  Fábio tossiu e o sangue fluiu à boca aos borbotões. Tranquilizou a esposa falando: - Pode chamar o médico. Não se preocupe. É justamente o fim. O médico logo veio e todos os procedimentos eram em vão. Enquanto isso Jerônimo repetia o processo de libertação praticado em Dimas, mas com muita facilidade: plexo solar, coração e cérebro.  Desatado o nó vital, Fábio é completamente afastado do corpo, ainda ligado pelo cordão fluídico prateado, com Formosa luz.  Amparado pelo pai, Fábio descansava, sonolento, sem consciência exata da situação.  Depois de uma hora, Jerônimo corta o cordão prateado.  Fábio completamente livre, em brando sono, foi conduzido sem perda de tempo para a casa transitória a via de Fabiano enquanto o pai acompanharia o velório do cadáver. 28
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    Aquele homem, desublime exemplo cristão, subia vitorioso da Terra. 29
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    ALBINA A equipe deJerônimo visita Albina, uma idosa enferma do coração, prestes a desencarnar. Ela está em seu apartamento, cercada por suas filhas e uma amiga espiritual, demonstrando profunda fé e serenidade. 1. A Identidade de Albina  Serva do Evangelho: Viúva desde cedo, dedicou-se à educação cristã na Igreja Presbiteriana, formando crianças e jovens nos princípios evangélicos.  Trabalhadora espiritual: Mesmo encarnada, era vinculada a uma colônia espiritual superior, onde era admirada por seu serviço no bem.  Doença: Sofria de um aneurisma cardíaco grave, mas mantinha paz e lucidez. 2. A Cena de Assistência  Leitura da Bíblia: Albina pede sua filha Eunice que lhe traga a Bíblia, escolhendo (com ajuda invisível de Jerônimo) o capítulo sobre a ressurreição de Lázaro (João 11). o Frase marcante: "A Palavra do Senhor dá contentamento ao espírito, minha filha!"  Passes magnéticos: André Luiz aplica-lhe energias de reconforto, enquanto Jerônimo a auxilia espiritualmente. 3. A Discussão sobre seu Desencarne  Amiga espiritual chega e explica que, embora Albina já tivesse méritos para partir, havia um pedido de prorrogação de sua permanência na Terra por alguns meses.  Motivos não são detalhados, mas sugere-se que era para apoio à família ou conclusão de algum trabalho.  Jerônimo se compromete a visitar diariamente até que a transição ocorra. A história de Albina destaca a importância da fé e do serviço ao próximo na preparação para o retorno à pátria espiritual. Também evidencia como a desencarnação pode ser ajustada conforme as circunstâncias e necessidades do espírito e dos encarnados ao seu redor. (Capítulo 11) Capítulo 17: Rogativa singular  Albina Neste Capítulo, André Luiz narra que o responsável pelo grupo de trabalho, Jerônimo, fora informado sobre mudança no plano de desencarne de um dos irmãos. 30
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    Ela fora autorizadapor permanecer por mais um tempo na crosta. Foi por uma solicitação que a colônia examinou com a devida consideração. Modificou o programa da missão da equipe:  Ao invés de auxiliar para a liberação da irmã, teriam que auxiliar no restabelecimento das forças para que ela continuasse no plano físico. O aneurisma havia provocado a degenerescência do músculo cardíaco e ameaçava a ruptura imediata.  Jerônimo aplicou passes de Regeneração ao sistema.  Forneceu certa quantidade de forças ao órgão.  Magnetizou longamente a zona onde se situava o problema. Ela estaria com grande melhora por alguns meses. - O coração passou a funcionar com equilíbrio é as válvulas cardíacas passaram a denotar regularidade. André Luiz não continha a curiosidade para saber quem e qual o motivo que interferiu na modificação do roteiro das autoridades superiores no cumprimento das leis divinas. Questionou por várias vezes o assistente até que ele resolveu explicar. Foi a súplica oração de uma criança de 8 anos de idade que alcançou a colônia espiritual e modificou o roteiro. André fica surpreendido. Joãozinho, menino órfão, adotado por Loide, tem largos créditos junto à espiritualidade. É ligado à família de albina a longos séculos. Está reencarnar dado emissão do evangelho. Loide Estava grávida de uma menina que era companheira de Joãozinho desde há muitos séculos. Como Espírito em missão na Terra durante um desdobramento, Joãozinho solicitou a ajuda. Ele tinha receio que o desencarne da avó retardasse a reencarnação da companheira que iria ajudá-lo no trabalho programado. O receio era que a forte emoção com a morte de Albina, Loide poderia provocar um aborto natural. Interessante observar:  Não são espíritos purificados, redimidos, mas trabalhadores valiosos, com suficiente crédito moral para a obtenção de oportunidades mais altas.  O pedido foi feito visando o trabalho pela coletividade por dois Espíritos queridos na Terra.  Não houve toque personalístico no pedido.  Albina e sua família eram evangélicas. 31
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     A assistêncianão se restringe aos que creem no espiritismo.  A assistência alcança todos que trabalham na Seara de Jesus. 32
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    CAVALCANTE A equipe espiritualvisita um hospital onde encontra Cavalcante, um idoso virtuoso mas em grave estado de saúde, prestes a passar por uma cirurgia duodenal. Apesar de sua bondade, ele sofre com:  Falta de preparo espiritual: Embora católico devoto, não desenvolveu compreensão sobre a vida espiritual  Assédio de espíritos inferiores: Parentes desencarnados o perturbam constantemente  Apego excessivo: Mantém ligação emocional intensa com entes queridos, dificultando seu desprendimento Apesar de sua abnegação e renúncia às riquezas materiais, Cavalcante enfrenta um grande obstáculo: sua excessiva ligação emocional com os parentes desencarnados e encarnados. Essa conexão intensa dificulta sua libertação do corpo físico e o torna vulnerável à influência de espíritos perturbados que o assediam. Apegado aos laços familiares, ele não consegue entregar-se com serenidade ao processo natural da desencarnação, o que agrava seu sofrimento. A equipe espiritual, sob a liderança de Jerônimo, reconhece a dificuldade de assistência devido à sua falta de educação religiosa para o intercâmbio espiritual. Isso demonstra que, mesmo pessoas virtuosas, quando não compreendem os mecanismos da vida além da matéria, podem encontrar dificuldades no momento do desprendimento. O irmão Bonifácio, que o assiste, ressalta a luta constante para mantê-lo tranquilo diante das influências espirituais negativas que se aproximam. Dessa forma, o caso de Cavalcante nos ensina que a bondade e o serviço ao próximo são essenciais, mas precisam ser acompanhados de um preparo consciente para a morte. O desprendimento dos laços materiais e emocionais excessivos, a confiança irrestrita na vontade divina e o fortalecimento da fé são elementos fundamentais para que a transição ocorra com menos sofrimento e maior harmonia. Esse caso reforça a importância da educação da fé não apenas como princípio de vida, mas como instrumento para facilitar a transição para a vida espiritual. (Capítulo 11) Capítulo 18: Desprendimento difícil  Cavalcante Neste Capítulo, André Luiz acompanha o desencarne de Cavalcante. É um trabalho difícil, pois o irmão se prende ao corpo físico com medo da morte. 33
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    Todos os órgãosdo sistema digestório de Cavalcante estavam em profundo desequilíbrio, desarmonia entrando em colapso. As coletividades microbianas já atacavam de forma voraz. Cavalcante perdia as forças, pois não conseguia se alimentar como deveria. Ele teimava em viver, se agarrava o corpo com enorme vontade de prosseguir na matéria. Após quatro dias de assistência, Jerônimo deliberou desatassem os laços que o prendiam ao corpo. Cavalcante pediu para chamar o padre para fazer suas confissões. Estava com medo da morte, receoso do purgatório. O médico comentou com o padre que estava vendo a possibilidade da eutanásia. O padre disse que seria uma Caridade porque o infeliz estava apodrecendo em vida. Cavalcante pede para chamar a irmã de Caridade para expor seus desejos. Ela Foi atendê-lo, mas agiu de forma fria e sucinta. Ambos, o padre e a Freira, não conseguiram ficar muito tempo junto a ele devido ao odor que emanava do seu corpo. Cavalcante entrou em pranto silencioso refletindo sobre a doutrina que abraçará. Não compreendia Jesus cerrado nos templos de pedra, a distância dos famintos e sofredores que choravam por fora. O assistente aplicou passes magnéticos para o sono, mas ele se mantinha vigilante. Temia dormir e não despertar. Continuava refletindo. Gostaria de ver a ex-esposa. Jerônimo esclarece sobre o estado avançado de putrefação do corpo, mas Cavalcante continua agarrado a matéria.  Afrouxou os laços do plexo solar.  Abriu pequenos vasos do intestino para a ocorrência de hemorragia.  Pediu a Bonifácio para trazer a ex-esposa, já desencarnada, pois suas percepções espirituais estarão abertas. Então ele passara a enxergar as cenas deploráveis da enfermaria. A equipe saiu e retornou ao cair da noite. - Bonifácio traz a ex-esposa e o diálogo entre ela e Cavalcante é realizado. Cavalcante gritava: Não posso morrer. Tenho medo! Impossibilitando os recursos da equipe. O médico aplicou a chamada “injeção compassiva”. Cavalcante estava morto para os encarnados. 34
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    Para o outrolado, ele estava preso ao corpo inerte, inconsciente e incapaz de qualquer ação. A carga da medicação de Descanso atua diretamente em todo o sistema nervoso atingindo centros do organismo perispiritual. Só foi possível a libertação de Cavalcante quando já haviam transcorrido 20 horas, após um serviço muito laborioso. Apático, sonolento, desmemoriado foi conduzido ao asilo de Fabiano, demonstrando necessitar maiores cuidados. Cavalcante, um trabalhador dedicado da seara do Mestre. Entretanto, ele não conseguiu encontrar na sua religião o conforto que precisava na hora do derradeiro testemunho. Mas ele não foi abandonado. A Espiritualidade o ajudou da melhor forma possível. 35
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    ADELAIDE André Luiz esua equipe chegam a um orfanato espírita-cristão, onde encontram Adelaide, uma médium idosa prestes a desencarnar. O local é protegido por uma legião de trabalhadores espirituais, incluindo Bezerra de Menezes, que a acompanha nesse momento de transição. 1. O Perfil de Adelaide  Médium dedicada: Serviu por anos no atendimento a enfermos e no amparo a órfãos.  Discípula de Cristo: Sua vida foi marcada por renúncias, desgostos e "pedradas" (críticas e perseguições comuns a quem serve).  Cansaço físico e emocional: Bezerra reconhece que ela está "muito cansada", mas sua alma está preparada para a partida. 2. A Cena do Adejo  Bezerra de Menezes atua como mentor e pai espiritual, confortando-a com palavras de fé: o "Sua grande batalha está terminando. Você é feliz, minha amiga, muito feliz, porque seu Espírito virá condecorado de cicatrizes..."  Adelaide demonstra apego aos órfãos e à obra, chorando ao pensar no que deixará para trás.  Bezerra a ensina a entregar tudo a Jesus, lembrando-a de que a obra não é dela, mas do Cristo, que providenciará quem a continue. 3. O Contraste com Outros Casos  Diferente de Cavalcante: Adelaide tem plena consciência espiritual, mas luta contra o apego afetivo à missão.  Semelhante a Albina: Ambas serviram até o fim, mas Adelaide já está pronta para partir – só precisa soltar o que ama.  Semelhante a Fábio: Ambos educaram-se na fé, mas Adelaide, como médium, teve uma jornada mais pública e cheia de provações. 4. Lições Espirituais  A obra é de Deus, não nossa – Adelaide precisou aprender a confiar que outros continuariam seu trabalho.  Cicatrizes são condecorações – Bezerra mostra que as lutas não foram em vão; elas a prepararam para a vida maior.  O último desafio é o desapego – Mesmo os mais elevados podem sentir saudade... mas a entrega final é necessária. Reflexão Final: Adelaide representa todo missionário que um dia precisa "passar o bastão". Sua história ensina que: 36
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    1. Servir cansa,e isso é humano – mas o descanso no plano espiritual é merecido. 2. Apego à obra pode ser um teste final – até os melhores precisam aprender a deixar ir. 3. A morte não interrompe o amor – quem serve na Terra continua a fazê- lo no Mundo Maior. (Capítulo 11) Capítulo 19: A serva fiel  Adelaide Neste Capítulo, André Luiz narra o desencarne de Adelaide. Ela é espírita e é responsável por um orfanato na Crosta Terrestre. Nas suas atividades terrenas, Adelaide conquistou a estima de diversos Espíritos como Bezerra de Menezes e irmã Zenóbia, dirigente da Casa Transitória de Fabiano. O desencarne ainda não tinha ocorrido porque os irmãos encarnados a estavam retendo mentalmente. Eles não aceitavam a sua morte próxima e a envolviam em fios de carinho. Foi necessário convocar todos os amigos de Adelaide para uma palestra com irmã Zenóbia durante o sono físico. Nesta reunião, eles foram esclarecidos da necessidade de reformular os pensamentos e confiar na Justiça Divina. Para surpresa de André, a própria Adelaide faz o desenlace nos plexos solar e coronário. O Mentor do grupo de trabalho só precisou intervir para desatar o apêndice prateado. Este Capítulo traz para os espíritas conforto por mostrar como a morte pode ser serena. No caso em tela, temos uma irmã evoluída tanto no campo moral quanto no campo intelectual. Além disso, ela fez da caridade, da paciência e do amor as suas bandeiras de luta. Na sua hora final na Terra, não lhe faltou amigos encarnados e desencarnados para lhe socorrer. Frase-Chave: Deponha o precioso fardo de suas responsabilidades em outras mãos... Converta saudades em esperanças. (Bezerra de Menezes) 37
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    156 – Aseparação definitiva da alma e do corpo pode ocorrer antes de cessação completa da vida orgânica? Algumas vezes, na agonia, a alma já deixou o corpo e não há mais que a vida orgânica. O homem não tem mais consciência de si mesmo e, entretanto, lhe resta ainda um sopro de vida. O corpo é uma máquina que o coração movimenta; existe enquanto o coração faz circular o sangue nas veias; e para isso não necessita da alma. COMENTÁRIOS: (Questão 136 – Ex: morte cerebral) A resposta dos Espíritos indica que o espírito pode deixar o corpo físico antes que o coração pare de bater e o corpo entre em morte clínica. A desencarnação não é um evento instantâneo, mas um processo que pode variar de acordo com o estado espiritual e as circunstâncias da morte. Em alguns casos, o espírito pode se desprender gradualmente, enquanto o corpo ainda mantém funções vitais. A agonia é o período que antecede a morte, quando o corpo está em processo de desligamento das funções vitais. A perda da consciência durante a agonia é interpretada como um sinal de que o espírito já está em transição para o plano espiritual, embora o corpo ainda esteja em processo de desligamento. Os Espíritos comparam o corpo a uma máquina que pode continuar funcionando por algum tempo, mesmo sem a presença da alma. pessoas que São as pessoas que vão perdendo o fluido vital gradativamente (doença ou senilidade) onde o desprendimento é imperceptível. Isso ocorre porque algumas funções orgânicas, como o coração, a corrente sanguínea, os rins, etc. podem ainda estar em movimento fornecendo um resquício de vida (automação), porém já houve o desligamento do perispírito. Somente depois há a morte propriamente dita. Ex: Morte cerebral, morte natural (senilidade) A resposta dos Espíritos pode trazer conforto aos que acompanham entes queridos em estado de agonia, mostrando que, mesmo quando a consciência parece ausente, o espírito já pode estar em processo de libertação e preparação para o plano espiritual.  A separação definitiva pode ocorrer tanto antes, quanto depois da morte orgânica. 38
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    157 – Nomomento da morte, a alma tem, algumas vezes, uma inspiração ou êxtase que lhe faça entrever o mundo em que vai entrar? Frequentemente, a alma sente se desatarem os laços que a ligam ao corpo; ela faz então todos os seus esforços para os romper inteiramente. Já em parte desligada da matéria, vê o futuro se desenrolar diante dela e alegra-se, por antecipação, da situação de Espírito. COMENTÁRIOS: Enquanto está ocorrendo o desligamento do perispírito, quando os laços vão sendo gradativamente desfeitos, é possível que já ocorra um processo de emancipação da alma, momento em que o Espírito já tenha contato com o mundo espiritual. Por isso, muitas vezes já começa a perceber a presença de familiares que desencarnaram e outros seres que vêm naquele momento prepará-los para o desencarne e trazer uma palavra de auxílio, de esperança, de confiança e fé. Na Revista Espírita há vários relatos de situações como essa, onde nos minutos finais de desencarne a pessoa teve acesso a visões, conseguindo entrever o plano espiritual, tendo ainda condições de contar para os familiares. Livro Obreiros da Vida Eterna.  Os casos Fábio e Adelaide Essa questão se refere aos que estão mais preparados. Há aqueles que vê, mas a situação não é agradável. Uma grande parcela nem sabe que desencarnou. - As EQM (laços frouxos, mas não desligados)  Uma vez desligados não há mais retorno  Canal no YouTube: Afinal, o que somos nós, com o físico Carlos de Moura Ribeiro  Entrevistas com o psiquiatra Dr. Alexander Moreira Almeida A questão nos convida a refletir sobre a importância de nos prepararmos espiritualmente para o momento da morte, cultivando valores como amor, caridade e desapego, que facilitam o processo de desencarnação. Desapego não significa deixar de valorizar as pessoas e as coisas que fazem parte do nosso dia a dia. Pelo contrário, é reconhecê-las com gratidão e respeito, mas sem dependência, cultivando o desprendimento e a liberdade interior. Desapego não é indiferença, mas amor que liberta: valorizamos com carinho o que importa, sem que o apego asfixie a leveza do viver. 39
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    158 – Oexemplo da lagarta que primeiro rasteja sobre a terra, depois se encerra em sua crisálida sob uma morte aparente, para renascer numa existência brilhante, pode nos dar uma ideia da vida terrestre, depois do túmulo e, finalmente, de nossa nova existência? Uma ideia restrita; a imagem é boa, mas é necessário não a tomar ao pé da letra, como sempre o fazem. COMENTÁRIOS: A comparação que Kardec fez nos dá uma ideia limitada (acanhada):  A vida na Terra  O túmulo  A vida Espiritual Kardec usa a metamorfose da lagarta como uma analogia para ilustrar o processo da morte e do renascimento espiritual. No entanto, os Espíritos esclarecem que essa comparação é uma ideia restrita e que não deve ser interpretada literalmente (ao pé da letra). 1. A lagarta como símbolo da vida terrestre  A lagarta, que rasteja sobre a terra, representa a vida material, limitada e focada nas necessidades físicas e terrenas.  É uma fase de aprendizado, crescimento e preparação.  Na vida humana, essa fase corresponde à nossa existência física, onde enfrentamos desafios, aprendemos lições e desenvolvemos nossas potencialidades espirituais. 2. A crisálida como símbolo da morte aparente  A crisálida, onde a lagarta parece "morrer" para se transformar, simboliza o período de transição após a morte física. A morte não é o fim, mas uma passagem para outra forma de existência.  Essa fase pode ser associada ao estado do espírito que ao se desprender das limitações do corpo físico, inicia um processo de despertar para uma nova realidade. 3. A borboleta como símbolo da nova existência  A borboleta, que emerge da crisálida, representa a vida espiritual renovada, mais livre, bela e elevada.  É uma metáfora para a condição do espírito após a morte, quando ele se liberta das amarras da matéria e ascende a um plano superior. Por que essa ideia é restrita? 40
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    Os Espíritos alertamque a comparação não deve ser levada ao pé da letra porque:  A lagarta passa por um processo natural, sem escolha, enquanto o espírito possui livre-arbítrio e pode acelerar ou retardar seu progresso conforme suas escolhas morais e intelectuais.  A metamorfose da borboleta é linear e definitiva, mas o espírito pode passar por múltiplas encarnações, cada uma trazendo aprendizados e desafios diferentes.  O período entre a morte e um novo nascimento varia para cada espírito, enquanto a crisálida tem um tempo fixo para se transformar. A realidade espiritual é muito mais vasta e complexa do que qualquer imagem terrestre pode representar. Essa ideia é um ponto de partida para nos ajudar refletir sobre a continuidade da vida e a natureza transformadora da existência espiritual. 159 – Que sensação experimenta a alma no momento em que se reconhece no mundo dos Espíritos? Depende. Se fizeste o mal com o desejo de fazê-lo, no primeiro momento, envergonhar-te-ás de tê-lo feito. Para o justo é bem diferente; ele se sente como aliviado de um grande peso, pois não teme nenhum olhar perquiridor. COMENTÁRIOS: Tudo depende do que tivermos feito aqui na Terra. A forma como agimos aqui vai direcionar as nossas sensações no plano espiritual, sendo positivas ou negativas, depende do nosso comportamento e das nossas escolhas durante a vida aqui na Terra. Se praticamos o mal com o desejo de fazê-lo, podemos sentir vergonha e remorso quando adentrarmos no mundo dos Espíritos. Isso ocorre porque a alma começa a perceber a verdadeira natureza das suas ações e a entender o impacto que elas tiveram sobre os outros. Por outro lado, se vivemos de forma justa e reta, poderemos sentir um grande alívio e liberdade quando adentrarmos no mundo dos Espíritos. Isso ocorre porque a alma não tem mais medo de ser julgada ou condenada, e pode se sentir em paz consigo mesma. 41
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    Se tivermos agidoe praticado o bem, chegaremos no mundo espiritual tranquilos, sem medo, sem receio de sermos examinados, questionados, não nos sentiremos envergonhados pelas nossas atitudes. Ao adentrar o mundo dos Espíritos experimentamos uma espécie de "juízo" interior que não é imposto por um poder exterior, mas sim é uma consequência natural das escolhas e ações que realizamos durante a vida aqui na Terra. É a consciência que nos fala, que nos mostra claramente o caminho que percorremos, o nosso plantio, a nossa colheita. Nossos atos terrenos influenciam a experiência no desencarne e a recepção no plano espiritual, reforçando a importância de viver de maneira responsável e alinhada aos princípios do bem. 160 – O Espírito reencontra imediatamente aqueles que ele conheceu sobre a Terra e que morreram antes dele? Sim, segundo a afeição que lhes tinha e a que tinham por ele. Frequentemente, eles o vêm receber em sua volta ao mundo dos Espíritos, e ajudam a libertá-lo das faixas da matéria; reencontra, também, a muitos que havia perdido de vista em sua permanência sobre a Terra. Vê aqueles que estão na erraticidade, aqueles que estão encarnados, e os vai visitar. COMENTÁRIOS: Temos a possibilidade de ter a oportunidade de sermos recebidos no plano espiritual pelos nossos familiares que já desencarnaram antes de nós. Muitas vezes eles vêm até nos ajudar no processo de desligamento do perispírito.  Tanto entes queridos da família consanguínea que partiram antes, quanto entes da família espiritual que se encontram na erraticidade. Ex: Livro Obreiros da Vida Eterna: o caso Dimas – a mãe; Fábio – o pai; Adelaide – Bezerra de Menezes. Isso não ocorre em todas as situações. Depende muito do grau de evolução do Espírito. Quanto mais evoluído, quanto mais conhecimento acerca da imortalidade da alma, da vida no plano espiritual, mais oportunidade se tem para ser recebido no plano espiritual pelos entes amados, ter seu desligamento mais rápido e reconhecer-se no plano espiritual e reconhecer os seus familiares. Aquelas pessoas que são extremamente apegadas à matéria, apegadas ao mundo material, que viveram só para as sensações, não para a elevação do 42
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    Espírito, muitas vezesnem percebem que tem Espíritos trabalhando no seu processo de desencarne. O estado de perturbação mental é tão grande no momento do desencarne que eles não percebem, não veem o familiar que possa estar ali naquele momento. Só depois de um processo de readaptação ou de arrependimento, de reequilíbrio emocional é que desperta para o mundo espiritual, tendo a oportunidade de ver os seus familiares. Ex: André Luiz – a mãe; Filme Amor além da Vida: Chris e a esposa Anne. 161– Na morte violenta e acidental, quando os órgãos não estão, ainda, enfraquecidos pela idade ou pelas doenças, a separação da alma e a cessação da vida ocorrem simultaneamente? Geralmente é assim, mas em todos os casos o instante que os separa é muito curto. COMENTÁRIOS: Quando o corpo morre de forma brusca e inesperada, a alma é "arrancada" rapidamente do corpo, porque não houve tempo para que os órgãos se desgastassem como acontece numa morte natural. Praticamente, o momento em que a alma se separa do corpo é quase o mesmo instante em que ocorre a cessação da vida orgânica. Mas cada caso é um caso. Na morte gradual – a alma sai inicialmente, se desprende primeiramente, tendo ainda um fio de vida orgânica no corpo físico, mas a alma já se desprendeu. Mesmo assim, há um intervalo mínimo. Mesmo que a separação pareça instantânea, existe sempre um pequeno intervalo entre: o momento em que o corpo físico morre (cessa a vida orgânica) e o momento em que a alma se desprende. Nas mortes por acidente ou violentas – normalmente, tudo acontece quase ao mesmo tempo. Embora a morte possa ocorrer de forma repentina e inesperada, a separação da alma e a cessação da vida não ocorrem exatamente no mesmo instante. Há um breve intervalo de tempo entre a morte do corpo e a separação da alma. Esse detalhe é fundamental para compreendermos, pois, a separação total da alma não é automática, mesmo quando a morte é abrupta. O Espírito pode ficar confuso ou perturbado após uma morte violenta, sem entender que já desencarnou, o que exige auxílio no plano espiritual. 43
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    162 – Apósa decapitação, por exemplo, o homem conserva por alguns instantes a consciência dele mesmo? Frequentemente, ele a conserva por alguns minutos, até que a vida orgânica esteja completamente extinta. Mas, muitas vezes, também a expectativa da morte lhe faz perder esta consciência antes do instante do suplício. Allan Kardec: Trata-se aqui da consciência que o supliciado pode ter de si mesmo, como homem e por intermédio dos órgãos e não como Espírito. Se não perdeu esta consciência antes do suplício, pode conservá-la por alguns instantes, que são de breve duração, e que cessa necessariamente com a vida orgânica do cérebro, o que não quer dizer que o períspirito esteja inteiramente desligado do corpo. Ao contrário, em todos os casos de morte violenta, quando ela não resulta da extinção gradual das forças vitais, os laços que prendem o corpo ao períspirito são mais tenazes, e o desligamento completo é mais lento. COMENTÁRIOS: Essa questão trata da diferença da perda da consciência pelo homem material com o Espírito. O homem material pode ter duas situações:  Pode perder a consciência minutos antes do acontecido, às vezes até como merecimento da misericórdia divina, a Espiritualidade faz com que minutos ou segundos antes perca a consciência para que não veja e não participe daquele momento de suplício;  Pode conservar até poucos instantes a consciência de si mesmo, até cessar a vida orgânica. Como Espírito imortal pode entrar na fase de perturbação natural. Nessa situação, normalmente, no momento da morte esteja inconsciente, como se estivesse em um processo de sono. Não é regra. Conforme maior evolução, mais consciência tem do momento de desencarne. Pode ter consciência de todo o processo de desencarne, o Espírito continuar lúcido e seu perispírito se desligar normalmente do seu corpo físico e ele acompanhar tudo com completa lucidez. Uma coisa é o corpo físico, outra é o Espírito, o ser imortal. 44
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    Exemplos: 1 – Obreirosda Vida eterna (André Luiz / Chico Xavier) Capítulo 15 – Aprendendo sempre Durante uma visita espiritual ao cemitério, André Luiz ouve os lamentos de uma mulher desencarnada e decide se aproximar. Encontra-a sentada sobre a terra, desesperada, confusa, acreditando estar em um pesadelo. Ela não percebe que já faleceu e suplica por ajuda, pedindo para voltar ao marido e ao filho pequeno. Manifesta profunda dor e desespero, dizendo que está apodrecendo, o que indica que ainda sente os efeitos da decomposição do corpo físico, pois mantém o laço fluídico (cordão energético) que a prende ao cadáver. Apesar das tentativas de esclarecimento de André Luiz, a mulher se mostra incapaz de compreender a realidade espiritual e rejeita qualquer noção de espiritualidade ou fé. Um trabalhador espiritual do posto de assistência da necrópole aparece e explica que muitos desencarnados, como ela, permanecem presos à matéria por escolha própria, por não terem cultivado valores espirituais durante a vida. Conta que a mulher teve uma vida dedicada aos prazeres e ao materialismo. Casou-se, engravidou sem preparo emocional e, ao invés de abraçar o papel de mãe com amor, rejeitou essa experiência. Teve complicações no parto e acabou desencarnando. Nos últimos momentos, ao ouvir o choro do bebê, despertou instintos maternos, mas já era tarde. Por sua condição de revolta e desequilíbrio, ela permanece presa ao corpo em decomposição. A equipe espiritual não pode forçar sua libertação, pois, se libertada antes do tempo, ela poderia causar sérios distúrbios, como voltar à casa e prejudicar espiritualmente o filho e o marido. A intervenção só será possível quando ela alcançar arrependimento sincero, humildade e paz interior. Até lá, o sofrimento age como mecanismo educativo. 2 – Legião (Robson Pinheiro / Espírito Ângelo Inácio) Capítulo: “As trincheiras do sofrimento” Nesse trecho, membros da Legião dos Servos de Jesus são chamados para o resgate de Espíritos que desencarnaram em situações de trauma, suicídio ou assassinato e que não percebem que estão mortos. “Entramos numa zona de sombras densas. Ali, grupos de Espíritos se arrastavam como feridos de guerra, gritando, sangrando, muitos com o 45
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    perispírito em estadode deformação avançada. Alguns ainda sentiam as dores do impacto do acidente ou da violência que lhes ceifara a vida física.” “A maioria estava em estado de perturbação. Não sabiam que haviam desencarnado. Repetiam palavras, choravam por socorro médico, buscavam familiares, acreditando estar vivos e hospitalizados.” E mais adiante: “Um deles, jovem, permanecia deitado num campo de entulho. Tínhamos acesso à sua ficha vibracional: vítima de execução por arma de fogo, desencarnado há 18 anos do tempo terreno. E, no entanto, ele ainda revivia o instante da morte como se tudo tivesse ocorrido há minutos.” 3 – Tambores de Angola – Robson Pinheiro Contexto: O livro apresenta diversos casos em que Espíritos desencarnados por assassinatos, conflitos religiosos ou perseguições ainda vivem no astral como se estivessem no plano físico, especialmente quando não aceitam a morte. 4 – Nosso Lar – André Luiz Contexto: O próprio André Luiz relata sua experiência após o desencarne. Apesar de não ter morrido de forma violenta, sua ligação com a matéria era intensa devido a um estilo de vida materialista e desequilibrado. O resultado foi um processo de desligamento muito difícil e prolongado, seguido de sofrimento no Umbral. Lição: Mesmo sem uma morte abrupta, os laços perispirituais podem ser densos, dificultando o desligamento, especialmente quando há apego à matéria, vícios ou revolta interior. 5 – Obreiros da Vida Eterna – Capítulo “Desencarnação de Dimas” Contexto: Dimas, um homem bom e espiritualizado, passa por uma morte tranquila. Os benfeitores espirituais acompanham o processo com cuidado. Mesmo com a preparação e auxílio espiritual, os laços entre perispírito e corpo ainda exigem técnica e delicadeza para serem desfeitos. 46
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    Lição: Mesmo em mortesserenas, o desligamento requer tempo e assistência. Mostra que a morte não é um evento instantâneo, mas um processo. Lições:  Os laços perispirituais não se rompem automaticamente com a morte física;  Nem todo mundo percebe que morreu, principalmente quem vive preso apenas às coisas do mundo.  Mostra que o desligamento completo pode não ocorrer por muitos anos, quando o Espírito fica fixado emocional e mentalmente no trauma;  O sofrimento depois da morte vem das nossas próprias escolhas, não é castigo.  A espiritualidade nos ajuda, mas respeita nosso tempo e nosso livre- arbítrio.  A forma da morte e o estado emocional do Espírito influenciam diretamente o tempo e a dificuldade do desligamento.  O desapego, a humildade e a fé ajudam muito no momento do desencarne.  O trabalho da Equipe Espiritual consiste em chamar esses Espíritos à realidade, com técnicas magnéticas e diálogo fraterno. 47
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    3.3 – PERTURBAÇÃOESPÍRITA 163 – A alma, deixando o corpo, tem imediata consciência de si mesma? Consciência imediata, não é bem o termo. Ela passa algum tempo em estado de perturbação. COMENTÁRIOS: A Espiritualidade nos informa que ao desencarnar, não se reconhece plenamente de forma instantânea. Isso acontece porque a transição entre a vida física e a espiritual não é como "ligar um interruptor"; há um processo de adaptação. Essa perturbação varia conforme o grau de evolução do Espírito e suas condições de desencarne (morte repentina, apego material, vícios, etc.). Alguns se reconhecem rápido, enquanto outros ficam "perdidos" por dias, meses ou até anos (no tempo da Terra), confundindo-se com a vida material ou presos a emoções densas. Por que isso acontece? - Hábito da matéria: A alma, acostumada ao corpo físico, pode estranhar a nova condição de Espírito livre. - Choque emocional: Mortes traumáticas ou apegos excessivos prolongam esse estado. - Ignorância espiritual: Quem não cultiva autoconhecimento ou nega a vida após a morte tende a demorar mais para se adaptar. Ex: Imagine alguém que acorda de um sonho muito lúcido e, por alguns segundos, não sabe se ainda está sonhando ou já está acordado. Algo semelhante ocorre com o Espírito ao deixar o corpo: ele precisa se reorientar na nova realidade. Na hora do desencarne, o Espírito passa primeiro por um estado de perturbação, depois entra em uma fase de despertar 1 – Desligamento do perispírito 2 – Estado de perturbação 3 – Fase de despertar, onde o Espírito se reconhece no plano espiritual. O Espiritismo explica isso para nos preparar em vida, incentivando o desapego e o autoconhecimento, facilitando a transição quando chegar nossa hora. 48 LIVRO SEGUNDO: MUNDO ESPÍRITA OU DOS ESPÍRITOS Capítulo III: Retorno da vida corpórea à vida espiritual
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    164 – Todosos Espíritos experimentam, no mesmo grau e durante o mesmo tempo, a perturbação que se segue à separação da alma e do corpo? Não, isso depende da elevação de cada um. Aquele que já está purificado se reconhece quase imediatamente, visto que já se libertou da matéria durante a vida física, enquanto que o homem carnal, aquele cuja consciência não é pura, conserva por tempo mais longo a impressão dessa matéria. COMENTÁRIOS: Quanto mais evoluído menos perturbação sente a ponto de se reconhecer quase que imediatamente após o desencarne. Se libertou da matéria antes de cessar a vida orgânica – quando se prepara por atitudes, por palavras, por conduta, quando vivencia o Evangelho na hora do desencarne é como se estivesse plenamente preparado, pois está em constante conexão com o plano espiritual. Então o processo da morte, do desligamento é tranquilo. Não sente mudanças bruscas, pois já é uma pessoa espiritualizada. Já está mais no plano espiritual, devido a conduta, do que na vida na matéria. A libertação da matéria acontece no nosso dia a dia, então na ocorrência do desencarne, esse momento é muito tranquilo. Por isso, o Espírito nessa condição não sente a perturbação (ou ela é muito rápida, ao ponto de não perceber), não perde a consciência de si, se mantendo lúcido. 165 – O conhecimento do Espiritismo exerce influência sobre a duração, mais ou menos longa, da perturbação? Uma influência muito grande, uma vez que o Espírito já compreendia antecipadamente a sua situação. Mas a prática do bem e a pureza da consciência são os que exercem maior influência. COMENTÁRIOS: O conhecimento do espiritismo exerce uma influência muito grande, porque a pessoa já tem noção do que está acontecendo, o desencarne, o que vai encontrar no plano espiritual. Porém, a grande diferença não é o conhecimento, mas a vivência do Evangelho, pois são as nossas obras que nos permitem estar no plano espiritual ou num ambiente ou região de alegrias ou sofrimento. 49
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    1. Influência doConhecimento do Espiritismo: O estudo e a compreensão do Espiritismo ajudam a preparar o Espírito para o momento da transição. Quem já entende, durante a vida, a natureza espiritual e o que ocorre após a morte, tende a se adaptar mais rapidamente ao novo estado. Isso ocorre porque o Espírito já antecipa, em certa medida, a sua situação, reduzindo o impacto da mudança e facilitando o reconhecimento de sua condição pós-morte. 2. Prática do Bem e Pureza da Consciência: A prática do bem e a pureza da consciência são fatores ainda mais determinantes. Quem viveu de acordo com princípios morais elevados e com a consciência tranquila experimenta uma perturbação mais suave e breve. Para essas pessoas, a transição é semelhante a um despertar tranquilo, sem grandes sobressaltos ou angústias. Já aqueles que carregam culpas ou más ações enfrentam uma perturbação mais prolongada e angustiante, pois precisam lidar com o peso de suas escolhas e com o reconhecimento de seus erros. Allan Kardec: No momento da morte tudo, a princípio, é confuso. A alma necessita de algum tempo para se reconhecer. Ela se acha como aturdida e no estado de um homem que, despertando de um sono profundo, procura orientar- se sobre sua situação. A lucidez das ideias e a memória do passado lhe voltam, à medida que se apaga a influência da matéria da qual se libertou, e se dissipe a espécie de neblina que obscurece seus pensamentos. A duração da perturbação que se segue à morte do corpo varia muito; pode ser de algumas horas, de muitos meses e mesmo de muitos anos. É menos longa para aqueles que desde sua vida terrena se identificaram com o seu estado futuro, porque, então, compreendem imediatamente a sua posição. Essa perturbação apresenta circunstâncias particulares, segundo o caráter dos indivíduos e, sobretudo, de acordo com o gênero de morte. Nas mortes violentas, por suicídio, suplício, apoplexia, ferimentos, etc., o Espírito é surpreendido, espanta-se, e não acredita que morreu e sustenta essa ideia com obstinação. Entretanto, vê seu corpo, sabe que esse corpo é seu e não compreende por que está separado dele; acerca-se das pessoas a quem estima, fala-lhes e não compreende por que elas não o ouvem. Essa ilusão perdura até a inteira libertação do 50
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    perispírito e, sóentão, o Espírito se reconhece e compreende que não pertence mais ao número dos vivos. Este fenômeno se explica facilmente. Surpreendido de improviso pela morte, o Espírito fica atordoado com a brusca mudança que nele se operou. Para ele a morte é ainda sinônimo de destruição, aniquilamento; ora, como ele pensa, vê e escuta, não se considera morto. Sua ilusão é aumentada pelo fato de se ver com um corpo de forma semelhante ao precedente, mas cuja natureza etérea ainda não teve tempo de estudar; ele o crê sólido e compacto como o primeiro e, quando chamam sua atenção para esse ponto, admira-se de não poder apalpá-lo. Esse fenômeno é análogo ao dos sonâmbulos iniciantes que não acreditam dormir. Para eles o sono é sinônimo de suspensão das faculdades; ora, como pensam e veem, julgam que não dormem. Certos Espíritos apresentam essa particularidade, embora a morte não lhes tenha chegado inesperadamente; todavia, é sempre mais generalizada naqueles que, apesar de doentes, não pensam em morrer. Vê-se, então, o singular espetáculo de um Espírito assistindo aos próprios funerais, como se fora um estranho e deles falando como de uma coisa que não lhe dissesse respeito, até o momento em que compreende a verdade. A perturbação que se segue à morte nada tem de penosa para o homem de bem; é calma e em tudo semelhante à que acompanha um despertar tranquilo. Para os que não têm a consciência pura, ela é cheia de ansiedade e de angústias, que aumentam à medida que ela se reconhece. Nos casos de morte coletiva, tem-se observado que todos os que perecem ao mesmo tempo, nem sempre se reveem imediatamente. Na perturbação que se segue à morte, cada um vai para o seu lado ou se preocupa apenas com aqueles que lhe interessam. COMENTÁRIOS: 1. Duração da Perturbação: A duração da perturbação varia muito. Pode ser de algumas horas, meses ou até anos, dependendo do grau de preparação espiritual, do tipo de morte e do estado de consciência do indivíduo. Mortes violentas ou inesperadas, como suicídios ou acidentes, tendem a causar uma perturbação mais intensa, pois o Espírito é pego de surpresa e pode demorar a aceitar sua nova condição. 2. Ilusão e Reconhecimento: Após a morte, especialmente em casos de mortes súbitas, o Espírito pode inicialmente acreditar que ainda está vivo, pois se vê com um corpo semelhante ao físico (o perispírito) e não compreende imediatamente a 51
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    separação. Essa ilusãopersiste até que ele se liberte completamente da influência da matéria e compreenda sua nova realidade. Esse processo é mais rápido para aqueles que já tinham uma compreensão espiritual durante a vida. 3. Casos específicos de morte Kardec destaca que o gênero de morte pode influenciar diretamente essa perturbação: 3.1 – Mortes violentas ou inesperadas: O Espírito pode ficar atordoado, sustentar a ilusão de que ainda está vivo e, em alguns casos, até interagir com as pessoas sem compreender que elas não o percebem. Essa ilusão persiste até que o perispírito esteja completamente liberto. 3.1 – Mortes coletivas: Em casos de mortes coletivas, como desastres ou catástrofes, os Espíritos nem sempre se reconhecem ou se reencontram imediatamente. Cada um pode seguir caminhos diferentes, dependendo de suas afinidades e situações, focando em suas próprias preocupações ou naqueles que lhes são próximos, o que pode retardar o reconhecimento mútuo e a adaptação ao novo estado. O conhecimento do Espiritismo e a prática do bem são fundamentais para uma transição mais suave e consciente após a morte. Quem se prepara espiritualmente e vive de acordo com princípios éticos elevados enfrenta menos turbulência e se adapta mais rapidamente ao mundo espiritual. Por outro lado, a falta de preparo e a consciência pesada podem prolongar a perturbação, tornando o processo mais difícil e angustiante. A morte, portanto, não é um fim, mas uma passagem que reflete diretamente a maneira como vivemos e as escolhas que fizemos durante a existência terrena. Quanto mais nos prepararmos espiritualmente, mais suave será nossa passagem. O verdadeiro segredo para um desencarne tranquilo não está na morte, mas na forma como vivemos. "A morte é apenas uma porta que se abre para a vida eterna. Viva de maneira a atravessá-la com dignidade e paz." Viva com amor, pratique a caridade e confie em Deus. Assim, a transição será um retorno sereno ao lar espiritual. 52
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    O PERISPÍRITO DIANTEDOS LIMITES DA VIDA ORGÂNICA O processo de desencarne não segue sempre um padrão fixo. Embora existam descrições detalhadas como as de André Luiz, cada desencarnação é única, influenciada pelo estado mental do espírito e outras variáveis espirituais e cármicas. Mesmo em mortes consideradas regulares, podem ocorrer sofrimentos prolongados. Nas mortes traumáticas, os choques perispiríticos tendem a causar efeitos inesperados e dolorosos. Esses efeitos não se limitam a acidentes ou flagelos naturais, que geralmente, são cármico, mas também envolvem outras situações como as que veremos a seguir, todas com potenciais repercussões graves sobre o perispírito.:  Suicídio  Cremação  Eutanásia  Aborto  Transplante de órgãos  Congelamento Consequências ao Perispírito Após a Morte Clínica Reflexão, conforme a visão espírita, acerca de algumas práticas humanas relacionadas ao fim da vida física e as consequências dessas escolhas, especialmente sobre o perispírito, à luz dos princípios da imortalidade da alma, da lei de causa e efeito e do livre-arbítrio, enfatizando a importância do conhecimento e da responsabilidade diante da vida. A Doutrina Espírita não impõe, mas esclarece, orientando-nos a agir com responsabilidade, amor e respeito às leis divinas. SUICÍDIO O suicídio causa intensos impactos no perispírito, devido à interrupção violenta e prematura da vida física. O Espírito, após o ato, experimenta sofrimentos profundos e variados, como confusão mental, angústia pela constatação de que a vida continua e, em muitos casos, sensações terríveis relacionadas à decomposição do corpo físico, devido à ligação ainda forte com a matéria. 53
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    Esses sofrimentos decorremdo fato de que a carga vital programada para sustentar a encarnação ainda está presente no perispírito e no duplo etérico, dificultando o desligamento espiritual. Isso torna o processo lento, doloroso e confuso, diferente da morte natural, em que o desgaste dos recursos vitais permite uma liberação mais suave. Allan Kardec, em O Livro dos Espíritos (item 957), confirma que os efeitos do suicídio variam, mas há consequências comuns a todas as mortes violentas: o laço perispiritual não se rompe facilmente, o que prolonga o estado de perturbação e mantém o Espírito em ilusão, acreditando ainda estar vivo. Em alguns casos, essa ligação é tão intensa que o Espírito sente os efeitos da decomposição do corpo, gerando angústia, horror e sofrimento. Tais efeitos podem perdurar até o tempo que o Espírito deveria permanecer encarnado. SUICÍDIO Impacto Perispiritual e Sofrimento • Ruptura abrupta do laço corpo-espírito: No suicídio, o perispírito (corpo espiritual) está em plena conexão com o corpo físico no momento da morte, pois não houve o desgaste natural dos laços vitais. Isso gera: • Perturbação prolongada: O Espírito permanece confuso, muitas vezes acreditando ainda estar vivo (ilusão). • Sensação de decomposição: Alguns suicidas experimentam a angústia de sentir o corpo físico se decompondo, como se fossem "devorados por vermes" (efeito da afinidade energética residual). • Duração do sofrimento: Esse estado pode persistir pelo tempo que restaria da encarnação interrompida, já que o desligamento completo exige o esgotamento da energia vital (programada para a vida original). CREMAÇÃO A cremação, embora cada vez mais comum, pode causar choques perispirituais ao Espírito desencarnado, especialmente se este ainda estiver ligado fluidicamente ao corpo físico. Devido à persistência de ecos de sensibilidade entre o perispírito e os fluidos orgânicos do corpo nas primeiras horas após o desencarne, a cremação precoce pode gerar perturbações e sensações desagradáveis. Emmanuel recomenda prudência: O ideal é aguardar pelo menos 72 horas após a morte clínica para proceder a cremação, mantendo o corpo em câmara frigorífica para evitar a decomposição. Isso porque o desligamento do Espírito nem sempre é 54
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    imediato — oprocesso pode ser gradual, e apressá-lo pode gerar sofrimentos desnecessários. Assim, mesmo respeitado o tempo mínimo, é prudente reconhecer que nem todos os Espíritos têm condições evolutivas de liberação rápida, o que exige respeito e cuidado nesse processo. CREMAÇÃO • Espíritos mais evoluídos podem se desligar rapidamente, mas não é regra geral. • Alguns Espíritos, especialmente os menos evoluídos, podem sentir sensações desagradáveis, como: • A dor simbólica da queima do corpo. • Uma perturbação mais prolongada, dificultando sua adaptação ao plano espiritual. Recomendações: A cremação não é condenada pelo Espiritismo, mas deve ser feita com responsabilidade: • Respeitar pelo menos 72 horas (ou o máximo possível). • Manter o corpo refrigerado se a cremação for inevitável. • Oração e vibrações positivas ajudam o desencarnante a se desprender sem traumas. EUTANÁSIA Na eutanásia, o Espírito pode sofrer um trauma perispiritual delicado, embora geralmente menos intenso que no suicídio, pois em muitos casos o doente não tem vontade direta sobre o ato. A antecipação da morte física interrompe o escoamento natural da reserva vital, impedindo a liberação gradual de forças e energias ligadas ao corpo e ao perispírito. Isso pode dificultar a drenagem de conteúdos mentais e emocionais responsáveis pelas doenças em curso, prolongando sofrimentos no plano espiritual. Kardec, por meio da orientação do Espírito São Luís, adverte: Não se pode afirmar com certeza o instante exato da morte, e que até o último suspiro pode ser um momento precioso de arrependimento e reequilíbrio. Assim, abreviar a vida, mesmo que por um minuto, pode trazer graves consequências espirituais. Em resumo, a eutanásia é vista como um procedimento temerário e precipitado, diante dos complexos processos espirituais que envolvem o desencarne, recomendando-se cuidado, respeito e amparo ao doente, sem antecipar seu desligamento da vida física. A eutanásia, na perspectiva espírita, é uma interferência na lei divina, pois: 55
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    1. Desrespeita otempo cármico do Espírito. 2. Pode agravar seu estado espiritual pós-morte. 3. A morte natural é sempre preferível, pois permite o fechamento de ciclos evolutivos. EUTANÁSIA Impacto Perispiritual • A eutanásia, mesmo quando realizada por compaixão, pode causar um trauma perispirítico no desencarnante, pois interrompe abruptamente o processo natural de esgotamento da reserva vital. • Embora menos grave que o suicídio (por ausência de vontade direta do doente), ainda perturba o desligamento do Espírito, que pode carregar resíduos de desequilíbrios mentais e cármicos. Posição Espírita • Contra a eutanásia ativa: A decisão de abreviar a vida, mesmo por misericórdia, é considerada temerária, pois: • Ignora a complexidade dos fenômenos espirituais nos momentos finais. • Pode privar o Espírito de experiências reparadoras (ex.: perdão, aceitação). • A favor do alívio da dor: Recomenda-se cuidados paliativos para minorar sofrimentos físicos, sem acelerar a morte. Sinônimos e termos relacionados à eutanásia e morte assistida 1. Eutanásia (do grego "eu" = bom + "thanatos" = morte) Significa literalmente “boa morte” ou “morte tranquila”. Pode aparecer com os seguintes termos:  Morte misericordiosa  Boa morte  Morte compassiva  Morte piedosa  Alívio terminal (menos comum, mais técnico) 2. Morte assistida Refere-se à prática em que o próprio paciente toma a decisão e o agente letal, com apoio médico. Termos relacionados:  Suicídio assistido (ou suicídio medicamente assistido)  Morte voluntária assistida 56
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     Ato demorrer com dignidade (termo mais comum em legislações favoráveis)  Autoadministração de fármacos letais  Interrupção voluntária da vida com auxílio médico O que é o suicídio assistido? O suicídio assistido é quando uma pessoa em estado de sofrimento físico ou psíquico severo — geralmente com doença terminal ou degenerativa — solicita auxílio médico ou de terceiros para encerrar a própria vida, em geral através da prescrição ou administração de substâncias letais. Esse ato difere da eutanásia, em que o próprio médico realiza diretamente o procedimento, enquanto no suicídio assistido a própria pessoa toma a substância letal. Sinônimos ou expressões associadas:  Morte assistida  Auxílio ao suicídio  Morte digna (em alguns discursos jurídicos ou bioéticos)  Finalização voluntária da vida Visão espírita sobre o suicídio assistido Do ponto de vista espírita (conforme O Livro dos Espíritos, item 957, e complementações de André Luiz, Emmanuel, Manoel Philomeno de Miranda, entre outros autores espirituais), o suicídio — sob qualquer forma e motivação — é sempre uma interferência direta no plano reencarnatório e, portanto, traz consequências dolorosas para o Espírito. Mesmo em casos de intenso sofrimento físico, a antecipação da morte é compreendida como ruptura violenta do laço fluídico, pois a vida corporal se encerra antes que a programação reencarnatória seja concluída. Isso pode acarretar:  Prolongamento da perturbação pós-desencarne  Repercussões perispirituais dolorosas, como a permanência do laço com o corpo em decomposição  Arrependimentos ao perceber que a prova terrena estava próxima do fim ou que havia lições preciosas ainda a serem assimiladas  A necessidade de resgatar em futuras vidas as provas não cumpridas 57
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    Diferença entre julgamentoe compaixão É essencial que se faça uma distinção entre a condenação moral (o que o Espiritismo não pratica) e a compreensão das consequências espirituais naturais dos atos humanos. O suicida — assistido ou não — não é julgado, mas acolhido com misericórdia no mundo espiritual, conforme suas intenções, grau de consciência e condições psíquicas. Espíritos que cometeram suicídio assistido ou eutanásia involuntária são frequentemente amparados, mas ainda enfrentam, em muitos casos, os efeitos naturais da quebra do fluido vital antes do tempo determinado. Conclusão Do ponto de vista espiritual, a dor da existência tem função educativa, ainda que não compreendida na Terra. A paciência e a fé são instrumentos recomendados pelos benfeitores espirituais. O suicídio assistido, embora cada vez mais debatido em contextos legais e éticos, continua sendo, sob a ótica da imortalidade da alma, uma escolha que interrompe o processo evolutivo programado, gerando consequências que se estendem além da vida física. ABORTO Aborto e suas repercussões espirituais  O aborto voluntário é visto, sob a ótica espiritual, como um ato de graves consequências, comparáveis às do suicídio.  A interrupção violenta da gestação causa um choque doloroso no perispírito do Espírito reencarnante, especialmente devido à ruptura forçada dos laços fluídicos com o corpo em formação.  Isso gera perturbações, frustrações, ódio e desejo de vingança, que muitas vezes alimentam processos de obsessão espiritual entre os envolvidos.  O aborto atinge profundamente a estrutura psicossomática dos responsáveis, especialmente os centros coronário, cerebral e genésico, gerando culpa e desequilíbrios energéticos.  Trata-se de um drama humano presente em todas as épocas, mas cujas consequências foram esclarecidas com mais profundidade pela Doutrina Espírita.  A Espiritualidade Superior sempre alertou quanto aos perigos morais e espirituais do aborto, inclusive pelas leis humanas. 58
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     Segundo AndréLuiz, os autores do aborto enfrentam prolongadas aflições espirituais, resultantes do "delito de lesa-maternidade". ABORTO Impacto no Espírito Reencarnante • Choque perispiritual traumático: A interrupção violenta da gestação rompe os laços energéticos que unem o espírito ao corpo em formação, causando: • Sofrimento proporcional ao estágio de desenvolvimento fetal. • Perturbação espiritual, com sentimentos de rejeição, revolta e ódio no espírito abortado. • Consequências cármicas: O espírito prejudicado pode tornar-se um obsessor dos envolvidos no aborto (pais, médicos), alimentando ciclos de dor e vingança. TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS Transplante de órgãos e repercussões espirituais  Transplantes de órgãos podem afetar o perispírito do doador e do receptor, embora nem sempre de forma significativa.  Se o doador não tiver previamente autorizado a doação com desprendimento e intenção sincera de ajudar, pode sentir-se espoliado após a morte, perturbando-se com a sensação de que algo lhe falta.  Essa perturbação espiritual do doador pode afetar o receptor, inclusive agravando o processo de rejeição do órgão transplantado.  Segundo Chico Xavier, doar exige desapego evoluído. Aqueles que ainda possuem forte senso de posse (de bens, pessoas, afetos) não estão espiritualmente preparados para doar sem sofrer repercussões.  A rejeição do órgão pode ocorrer por incompatibilidade perispiritual, mesmo sem reclamações do Espírito do doador — destacando a relação entre histocompatibilidade e compatibilidade perispiritual.  Embora a doação seja um ato nobre e elevado, o processo ainda levanta questões morais e espirituais delicadas, como a definição exata da morte encefálica.  A retirada de órgãos com o doador ainda em processo vital (ainda que sem atividade encefálica) pode antecipar a morte física, o que pode configurar, em tese, uma forma sutil de eutanásia.  O desligamento do Espírito nem sempre ocorre imediatamente após o diagnóstico de morte cerebral — o que exige prudência espiritual e ética médica.  No futuro, espera-se que a ciência possibilite retirada de órgãos sem traumas espirituais ou que órgãos artificiais ou regenerados substituam os transplantáveis. 59
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     Independentemente dascircunstâncias, quando a doação é voluntária, consciente e amorosa, ela atrai assistência espiritual protetora e suaviza os possíveis sofrimentos.  Acima de tudo, a Lei do Merecimento assegura que cada situação segue o curso da Justiça Divina, pois, como lembra André Luiz: "a vida não erra". TRANSPLANTE DE ÓRGÃOS Impacto no Doador • Desprendimento espiritual é crucial: • Se o doador não tem apego material, a doação não afeta seu perispírito. • Se apegado, pode sentir-se "espoliado" após a morte, gerando perturbação e até influenciar na rejeição do órgão no receptor. • Morte cerebral e dilema ético: • A retirada de órgãos em casos de morte encefálica pode equivaler a eutanásia, pois o espírito ainda pode estar em processo de desligamento. • Doação consciente em vida: • Se feita com amor e desapego, atrai assistência espiritual e minimiza traumas. • Caso contrário, pode criar conflitos pós-morte. • Avanços futuros: • Órgãos artificiais ou terapias genéticas podem evitar os riscos espirituais dos transplantes. Doar órgãos é um ato nobre, mas exige maturidade espiritual. CONGELAMENTO (CRIOGENIA) Congelamento de corpos (criogenia) e suas repercussões espirituais  A prática atual da criogenia — congelamento de corpos humanos na esperança de cura futura — pode gerar aflições espirituais sérias.  Isso ocorre porque o perispírito pode permanecer ligado ao corpo congelado por tempo indefinido, caso suas condições evolutivas e espirituais assim determinem.  Segundo Emmanuel, por meio de Chico Xavier, o congelamento durante o processo de desencarnação pode dificultar o desligamento espiritual, gerando perturbações ao Espírito.  Ele compara a situação com o embalsamamento praticado no Egito Antigo, onde Espíritos ficavam retidos por longos períodos próximos aos seus corpos preservados.  Se, por provação espiritual, alguns Espíritos tentarem retornar aos corpos congelados no futuro, não há garantias de que a Ciência possa restaurar adequadamente a estrutura física, especialmente o cérebro, que sofreria danos imprevisíveis pelo congelamento prolongado. 60
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     A criogenia,portanto, pode afetar tanto o Espírito congelado quanto os cientistas envolvidos, dependendo de suas intenções reais e do respeito ao princípio da vida.  Os Espíritos Superiores recomendam cuidado com práticas que interfiram nos processos naturais de desencarnação, pois o uso do livre-arbítrio traz consigo responsabilidades espirituais profundas, com efeitos que se manifestam pela Lei de Causa e Efeito. A criogenia é uma ilusão materialista, enquanto o Espiritismo ensina que a verdadeira vida está no espírito, não na conservação artificial do corpo. CONGELAMENTO DE CORPOS (Criogenia) O Que é Criogenia? • Prática científica: Congelamento de corpos após a morte clínica na esperança de "revivê-los" no futuro, quando a medicina avançar. • Objetivo: Preservar o corpo para uma possível "cura" posterior de doenças incuráveis atualmente. Impacto no Espírito (Perispírito) • Risco de vinculação forçada: • O perispírito (corpo espiritual) pode ficar retido ao corpo congelado, gerando: • Perturbação prolongada (dificuldade de desligamento). • Sofrimento análogo ao embalsamamento (como no Antigo Egito). • Exceção: Se o espírito já estiver livre, o congelamento não o afeta, mas isso depende do seu estágio evolutivo. Considerações Finais Todos os casos mostram que a desencarnação é um processo delicado e individualizado, com desdobramentos que extrapolam a morte biológica. O perispírito, como elo entre o Espírito e o corpo, sofre os impactos diretos das escolhas feitas antes, durante ou após a morte física. A maturidade espiritual, a intenção e o respeito aos desígnios da vida são fatores fundamentais que minimizam sofrimentos e facilitam a libertação da alma. Que o entendimento das consequências espirituais nos ajude a caminhar com mais compaixão, sabedoria e fé na justiça amorosa do Criador, para que saibamos fazer escolhas inspiradas no amor, na lucidez e na luz do conhecimento. "Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a lei." Allan Kardec 61
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    Como Ter umDesencarne Tranquilo e Consciente A morte do corpo físico não precisa ser um momento de sofrimento ou perturbação. Pelo contrário, pode ser um despertar sereno para a verdadeira vida espiritual. Para isso, devemos nos preparar desde agora. 1. Cultive a Paz Interior  Uma consciência tranquila é o melhor passaporte para um desencarne harmonioso.  Perdoe e reconcilie-se: Resolva conflitos e mágoas durante a vida. Evite ressentimentos e qualquer peso emocional que possa dificultar sua libertação.  Pratique o perdão e o amor, pois esses sentimentos elevam sua vibração e facilitam a transição. O perdão liberta a alma e evita cargas negativas no momento do desencarne.  Evite o arrependimento tardio: Viva de maneira a não se arrepender de suas escolhas. Aja com amor e responsabilidade em todas as situações. 2. Conheça a Vida Espiritual  O estudo do Espiritismo ou de ensinamentos sobre a vida após a morte ajuda a compreender o processo do desencarne.  Quem conhece sua destinação espiritual sente menos medo e menos apego ao corpo físico.  Leia obras como O Livro dos Espíritos, Nosso Lar e Obreiros da Vida Eterna para entender melhor o que acontece após a morte. 3. Pratique a Prece e a Sintonia com o Bem  A oração é um bálsamo para o Espírito e um canal de conexão com os benfeitores espirituais.  O hábito da prece diária fortalece nossa alma e nos prepara para a transição com mais serenidade. 4. Faça o Bem Sempre  A melhor herança que levamos para o mundo espiritual são nossas boas ações.  O socorro espiritual no momento do desencarne depende do que fizemos em vida.  Ame, ajude, seja generoso e espalhe a luz por onde passar. 5. Desapegue-se das Ilusões Materiais  O Espírito que se apega excessivamente à matéria sofre mais para se desligar do corpo.  A morte não significa perda, mas sim libertação para um plano maior. 63
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     Viva nomundo material, mas sem ser escravo dele. 6. Confie na Justiça Divina  Deus nunca desampara seus filhos. O desencarne é apenas uma mudança de plano.  Espíritos amparadores estarão ao lado daqueles que cultivaram o bem e a fé.  A morte não é um castigo, mas um recomeço para novas experiências. 7. Cuide da Saúde, mas Aceite o Momento da Partida  Manter o corpo saudável é importante, mas quando o momento do desencarne chegar, aceite com serenidade.  A rebeldia e o medo só aumentam o sofrimento da transição.  Lembre-se: ninguém morre antes do tempo e tudo segue um propósito maior. 8. Para os Familiares e Amigos  Ofereça apoio emocional: Esteja presente, com palavras de conforto e amor, para quem está prestes a desencarnar.  Evite o desespero: O sofrimento excessivo dos que ficam pode dificultar a transição do Espírito. Ore e mantenha pensamentos positivos para auxiliar no processo. Mensagem Final: A chave para um desencarne tranquilo está na maneira como vivemos. Cultive o amor, a bondade e a fé durante a vida terrena. Prepare-se espiritualmente, aceite a morte como uma passagem natural e confie na misericórdia divina. Assim, ao chegar o momento, você estará pronto para seguir em paz, com lucidez e serenidade, rumo ao plano espiritual, onde novos desafios e oportunidades de crescimento o aguardam. Quanto mais nos prepararmos espiritualmente, mais suave será nossa passagem. O verdadeiro segredo para um desencarne tranquilo não está na morte, mas na forma como vivemos. "A morte é apenas uma porta que se abre para a vida eterna. Viva de maneira a atravessá-la com dignidade e paz." Viva com amor, pratique a caridade e confie em Deus. Assim, a transição será um retorno sereno ao lar espiritual. 64
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    A dor nãoé punição — é consequência vibratória Essa parte é muito importante: não se trata de castigo, mas de consequência natural da forma como se deu o desligamento e do estado de consciência do Espírito. Um Espírito que viveu com equilíbrio, fé e amor, mesmo morrendo de forma trágica, pode ser desligado rapidamente e sem sofrimento, assistido por mentores. Já outros, mesmo em mortes aparentemente “tranquilas”, podem viver perturbações se estavam espiritualmente presos à matéria. A assistência espiritual faz toda a diferença Em todos esses casos, a presença de Espíritos amigos, familiares e socorristas pode atenuar ou mesmo eliminar grande parte do sofrimento. É por isso que orações, vibrações de amor e o entendimento sobre a vida espiritual são tão importantes — não só para a vida, mas para o momento do retorno. Mensagens Tudo passa Sobre a Terra, tudo é ilusão, tudo passa, tudo se transforma de um instante para outro. O que conta é o que guardamos dentro de nós; tudo mais há de ficar com o corpo, que se desfará em pó… Não vale a pena tanta luta por nada! Precisamos crescer interiormente, adquirir valores que sejam eternos. Uma simples célula cancerígena que nos apareça no corpo joga tudo no chão. Vamos partir para o Além com os tesouros da alma. Como é que haveremos de nos apresentar aos que nos endossaram a reencarnação, de mãos vazias? Precisamos ser alegres, ter confiança em Deus, amar os nossos semelhantes. No momento da morte, nada nos valerá tanto quanto a consciência tranquila! Chico Xavier-Carlos Bacceli. Ação de Tratamento Tristeza vazia? O trabalho te alegrará. Depressões? Serviço aos semelhantes te livrará da angústia. Afeições que te abandonaram? Segue adiante agindo no bem ao próximo e acharás corações outros que te compartilhem os ideais. Mágoas? Fácil olvidá-las na atividade em que nos esqueçamos em benefício dos outros. Inquietações? Sejamos pontuais no melhor que possamos fazer e a vida, em nome de Deus, resolverá os problemas que nos cercam, muitas vezes, sem nossa interferência. Erros alheios? Reflitamos nos nossos e a paz nos abençoará o caminho. Emmanuel / Chico Xavier – Obra: Recados do além 65
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    REFERÊNCIAS: KARDEC, Allan. AGênese: Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 52ª Ed. Araras – SP: IDE, 2018. KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. Tradução de Salvador Gentile. 365ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Tradução de Salvador Gentile. 182ª Ed. Araras – SP: IDE, 2009. KARDEC, Allan. O Livro dos Médiuns. Tradução de Salvador Gentile. 85ª Ed. Araras – SP: IDE, 2008. XAVIER, Chico. A Caminho da Luz. 21ª ed. Rio de Janeiro: FEB, 1995. Pelo Espírito Emmanuel. XAVIER, Chico. Libertação. 33ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Nosso Lar. 61ª ed. Brasília: FEB, 2010. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Obreiros da Vida Eterna. 35ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. XAVIER, Chico. Os Mensageiros. 47ª ed. Brasília: FEB, 2017. Pelo Espírito André Luiz. ZIMMERMANN, Zalmino. Perispírito. Campinas: CEAK, 2000. https://www.bibliaonline.com.br/ http://www.olivrodosespiritoscomentado.com/questoes.html https://www.youtube.com/user/livrodosespiritos/videos https://www.youtube.com/watch?v=4xRhAKctMo8&list=PLI- OgasY7T5tz8FFyT2yr5aKTPbavF7by&index=111 https://www.passatempoespirita.com.br/atividades/ 66
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    Suicídio Assistido eEutanásia no Mundo: O Caso do Canadá e Outros Países O suicídio assistido e a eutanásia têm sido legalizados em vários países, mas com impactos sociais e éticos preocupantes, especialmente no Canadá, onde a prática se expandiu rapidamente. Vamos analisar como isso tem funcionado e suas consequências. 1. Canadá: De "Cuidado Paliativo" para "Morte como Solução" Como começou?  2016: Legalização do MAID (Medical Assistance in Dying – Assistência Médica para Morrer), inicialmente para casos de doenças terminais.  2021: Ampliação para doenças crônicas não terminais (ex.: depressão, paralisia, pobreza).  2024: Discussão para incluir doentes mentais e menores de idade sem consentimento dos pais. Prática Atual (Dados Alarmantes)  Mais de 13.000 mortes por MAID em 2022 (crescimento de 30% ao ano).  Motivações preocupantes: o Pessoas escolhendo a morte por falta de acesso a saúde, pobreza ou solidão. o Hospitais sugerindo MAID como "alternativa" a tratamentos caros. o Casos como:  Veteranos de guerra oferecidos MAID em vez de apoio psicológico.  Pacientes com deficiência pressionados a optar pela morte. Mudança de Mentalidade  Antes: Medicina focada em aliviar a dor e curar.  Agora: Morte assistida como "solução rápida" para problemas sociais e de saúde. 2. Suíça (Um dos Pioneiros)  Legalizado desde 1942, mas apenas para suicídio assistido (não inclui eutanásia ativa).  Organizações como Dignitas ajudam estrangeiros a morrer (custa ~€10.000).  Controvérsias: o Turismo da morte (pessoas viajam só para morrer). o Casos de pessoas sem doenças terminais usando o serviço. 3. Colômbia (Legal, mas Restrito)  Legal desde 1997, mas só regulamentado em 2015.  Apenas para doenças terminais (não para depressão ou pobreza).  Baixa adesão (cultura católica forte e falta de divulgação). 67
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    4. Holanda eBélgica (Eutanásia para Menores e Doentes Mentais)  Holanda: o Permite eutanásia para crianças a partir de 12 anos (com consentimento dos pais). o Casos de demência avançada e doenças psiquiátricas.  Bélgica: o Sem limite de idade (já houve casos de eutanásia em adolescentes). o Doentes mentais podem solicitar morte assistida. 5. Críticas e Riscos A) "Inclinação para a Morte" em vez de Cuidados  No Canadá, médicos sugerem MAID antes de tratamentos (ex.: paciente com câncer sem tentar quimioterapia).  Falta de investimento em cuidados paliativos (morte vira "opção barata"). B) Pressão Sobre Vulneráveis  Idosos, deficientes e pobres podem ser "incentivados" a escolher a morte.  Relatos de pacientes que se sentiram "um fardo" para a família. C) Banalização da Vida  Se doenças mentais forem incluídas, pessoas em crise podem morrer sem real chance de recuperação. 6. Visão Espírita x Realidade Mundial  Espiritismo: Condena suicídio assistido e eutanásia por violar leis cármicas e interromper provas espirituais.  Mundo atual: Morte assistida está se tornando "solução prática" para problemas complexos, desvalorizando a vida. "A dor tem um propósito evolutivo. Antecipar a morte pode ser um atalho para sofrimentos ainda maiores no plano espiritual." Conclusão Enquanto alguns países normalizam a morte assistida, o Espiritismo alerta para os riscos espirituais dessa prática. O Canadá, em especial, mostra como uma política bem-intencionada pode virar um sistema que incentiva a morte em vez do cuidado. 68
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    EUTANÁSIA – Legalizaçãoem alguns países Holanda  Eutanásia ativa e suicídio assistido: Legais desde 2002.  Condições: O paciente deve sofrer de uma condição médica insuportável e sem perspectiva de melhora, ser mentalmente competente, e o pedido deve ser voluntário e bem refletido.  Eutanásia passiva: Permitida mediante consentimento informado. Bélgica  Eutanásia ativa: Legal desde 2002, incluindo para menores de idade sob condições estritas.  Condições: Sofrimento físico ou psicológico constante e insuportável, sem perspectiva de alívio, com consentimento voluntário e repetido.  Suicídio assistido: Também permitido. Canadá  Eutanásia ativa e suicídio assistido: Legais desde 2016, sob o termo "Assistência Médica para Morrer" (MAiD).  Condições: Pacientes com doenças graves e irremediáveis, cuja morte natural seja razoavelmente previsível.  Eutanásia passiva: Permitida mediante diretivas antecipadas ou consentimento do paciente. Suíça  Suicídio assistido: Legal, desde que não haja motivos egoístas por parte do assistente.  Condições: O paciente deve ser mentalmente competente e realizar o ato final por si mesmo.  Eutanásia ativa: Ilegal. Alemanha  Suicídio assistido: Descriminalizado em 2020.  Condições: O paciente deve ser mentalmente competente e tomar a decisão de forma autônoma.  Eutanásia ativa: Ilegal. Estados Unidos  Suicídio assistido: Legal em vários estados, incluindo Oregon, Washington, Califórnia, Vermont, Colorado, Havaí, Maine, Nova Jersey, Novo México e Washington D.C.  Condições: Pacientes adultos com doença terminal e prognóstico de seis meses ou menos de vida, capazes de tomar decisões de saúde.  Eutanásia ativa: Ilegal em todos os estados. Austrália  Morte Assistida Voluntária (VAD): Legal em todos os estados e no Território da Capital Australiana (ACT). 69
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     Condições: Pacientesadultos com doença avançada e expectativa de vida limitada, em sofrimento intolerável.  Eutanásia passiva: Permitida mediante consentimento. Espanha  Eutanásia ativa e suicídio assistido: Legais desde 2021.  Condições: Sofrimento físico ou psicológico grave, crônico e impossibilitante, com consentimento informado. Portugal  Eutanásia ativa e suicídio assistido: Legalizados em 2023.  Condições: Doença grave e incurável, com sofrimento duradouro e insuportável, mediante pedido voluntário e consciente. Colômbia  Eutanásia ativa: Legal desde 1997.  Condições: Pacientes com doença terminal, em sofrimento intenso, com consentimento informado.  Suicídio assistido: Descriminalizado em 2022. Índia  Eutanásia passiva: Legal desde 2018.  Condições: Pacientes em estado vegetativo permanente, mediante diretivas antecipadas ou consentimento judicial.  Eutanásia ativa e suicídio assistido: Ilegais. Japão  Eutanásia passiva: Aceita em determinadas circunstâncias.  Eutanásia ativa: Ilegal, embora haja precedentes judiciais que estabelecem critérios estritos para sua consideração.  Suicídio assistido: Ilegal. Irlanda  Eutanásia ativa e suicídio assistido: Ilegais.  Eutanásia passiva: Permitida mediante retirada de suporte vital com consentimento. Observações:  Eutanásia ativa: Envolve uma ação direta para causar a morte do paciente, como a administração de uma substância letal.  Eutanásia passiva: Consiste na omissão ou retirada de tratamentos médicos que prolongariam a vida do paciente.  Suicídio assistido: O paciente recebe os meios para terminar sua vida, mas realiza o ato final por conta própria. É importante notar que as legislações estão em constante evolução, e recomenda-se consultar fontes oficiais ou especialistas locais para obter informações atualizadas e detalhadas sobre o assunto. 70