Compostos de Coordenação
Seminário de Química Inorgânica III
Faculdade de Ciências e Tecnologia
Campus de Presidente Prudente
UNESP
Alessandra M. G Mutti
Murillo S. Paiano
Thaísa A. Baldo
Prof.ª Dr.ª Ana Maria Pires
OBJETIVOS
• Verificar experimentalmente como varia a cor
dos compostos a partir da variação do numero
de ligantes coordenados ao metal.
• Ilustrar a formação de um composto de
coordenação de cobalto, no qual o íon
complexo é um ânion.
INTRODUÇÃO
Cobalto
• O cobalto não encontra-se muito difundido na natureza,
e geralmente está associado ao níquel.
• O cobalto comporta-se como um metal bivalente ou
trivalente.
▫ Compostos de cobalto +2: cloreto, sulfato, nitrato e
cianeto.
▫ Compostos de cobalto +3: hidróxido, fluoreto,
nitrato e vários tipos de sulfatos mistos de cobalto.
INTRODUÇÃO
Cobalto
• Os compostos de cobalto(III) são de particular interesse, pois seus
complexos "trocam" de ligantes muito lentamente se comparados
com os complexos de muitos outros íons de metais de transição.
• Exemplo: O Ni(NH3)6
2+
reage muito rápido com a água e forma o
Ni(OH2)6
2+
. Já no Co(NH3)6
3+
a reação com a água ocorre muito
lentamente.
INTRODUÇÃO
Cobalto
• Em geral esses complexos que trocam os ligantes preferem um
campo mais forte, mesmo sendo mais difícil romper depois.
• Exemplo: Nos complexos de cobalto, a H2O pode ser trocada
tanto por moléculas de NH3 que são neutras, quanto por
hidroxilas que são negativas. Essa troca é responsável pelas
mudanças de cores, clareamento e escurecimento dos
complexos.
INTRODUÇÃO
Cobalto
• Tabela 1- Propriedades Físicas e Químicas do Cobalto
INTRODUÇÃO
Níquel
• É o 22º elemento mais abundante em peso na crosta
terrestre.
• E um metal de transição de coloração branco-prateada,
condutor de eletricidade e calor, dúctil e maleável, que
não pode ser laminado, polido ou forjado facilmente,
apresentando certo caráter ferromagnético.
Na molécula ou íon
complexo, existe um átomo metálico
central que é denominado átomo ou
íon central e um determinado numero
de grupos coordenados ligados ao
átomo central que são denominados
de ligantes e situados dentro de uma
região que se costuma chamar de
“esfera de coordenação”.
Ao número de grupamentos
doadores que o átomo pode
acomodar, convencionou-se chamar
de “numero ou índice de
coordenação” do átomo metálico
central.
Teoria das ligações químicas e estrutura dos
complexos
INTRODUÇÃO
Exemplo: [Co(NH3)6]3+
INTRODUÇÃO
Co: 1s2
2s2
sp6
3s2
3p6
4s2
3d7
Os esclarecimentos apresentados para explicar a união dos
ligantes ao átomo ou íon central fundamentaram-se no conceito de
orbital atômico. No entanto outras teorias como a dos orbitais
moleculares, a da atração eletrostática e a do campo cristalino tem
sido desenvolvidas para evidenciar a estrutura dos complexos.
Teoria do Campo Cristalino
“Esta teoria procura explicar a ligação entre um íon central e os ligantes da
seguinte maneira: um íon com um certo valor para o seu numero de oxidação
pode receber um numero de ligantes compatível com a relação entre raio do
metal e raio do ligante, e adquirir uma configuração que torna mínima a
repulsão entre os ligantes. A estabilidade final do íon complexo resulta mais da
atração entre o metal e os ligantes do que da repulsão entre os ligantes”.
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO
• A geometria espacial de um
complexo é determinada pelo
numero de ligantes que o
mesmo possui, ou seja, o seu
numero de coordenação.
• São conhecidos complexos
com numero de coordenação
de 2 ate 9, sendo os mais
comuns os de número de
coordenação 2, 4 e 6.
Nº DE COORDENAÇÃO
GEOMETRIAS
ESPACIAIS
2 Linear
4 Tetraédrica
4 Quadrada Plana
6 Octaédrica
INTRODUÇÃO
Exemplo:
[Fe(CN)6]4-
= complexo octaédrico
INTRODUÇÃO
Natureza dos Ligantes.
É previsível que os ligantes influam sobre os
valores de 10 Dq dos elementos centrais e essa previsão
é facilmente confirmada experimentalmente.
Experimentos realizados com compostos nos quais
apenas os ligantes são diferentes, mantendo-se a mesma
carga, a mesma simetria e o mesmo numero quântico
principal para o orbital d de valência no íon central,
verifica-se que as posições relativas das bandas
fundamentais (10Dq) quase sempre são mantidas, mesmo
que sofram deslocamentos para regiões de mais alta ou
mais baixa energia, por causa da forca dos ligantes.
INTRODUÇÃO
Natureza dos Ligantes.
A partir da observação desse fato, tornou-se possível
ordenar os ligantes numa sequência determinada pelas
suas capacidades de afetar o valor da 10Dq.
I-
< Br-
< SCN-
< Cl-
< NO3
-
< F-
< OH-
< Ox2-
< H2O < NCS-
< CH3CN <NH3 < en < dipy < phen < NO2
-
< CN-
< CO
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Tabela 2 – Dados dos Reagentes.
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Toxicidade dos Reagentes
Cloreto de Níquel: Quando inalado causa irritação ao trato respiratório sendo
os sintomas tosse, gosto metálico na boca e falta de ar. Tóxico por ingestão,
senso dos sintomas dor abdominal, náuseas, vômito, diarréia. Em contato
com a pele e olhos causa irritação.
Etilenodiamina: Irritante para os olhos, nariz e garganta. Em contato com os
olhos e pele causam queimaduras. Prejudicial se inalado.
Ácido Clorídrico: Tóxico por ingestão. O contato causa queimaduras na pele e
nos olhos. Pode ser nocivo se inalado. Em contato com fogo pode produzir
gases irritantes ou venenosos.
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Toxicidade dos Reagentes
Nitrito de sódio: Desenvolve ação prejudicial para o sangue, e é
hipotensivo. Pode ocasionar aparecimento de câncer quando injetado em
animais.
Ácido acético: Na forma concentrada é corrosivo podendo causar
queimaduras na pele, danos permanente aos olhos, e irritação às mucosas
em geral.
Álcool etílico: Ao inalar causa irritação nos olhos e na mucosa nasal
(ardência) e se ingerido em grandes quantidades causa desconforto
estomacal acarretando em náuseas, narcose e vômito. Produto inflamável.
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Eliminação dos resíduos
Os resíduos foram recolhidos resíduos para posterior
descarte. As águas residuais não devem atingir galerias ou
rios e lagos, devendo ser contidas. Em caso de
contaminação de rios ou lagos, avisar imediatamente o
Serviço de Saneamento Básico local, Defesa Civil,
Autoridades locais
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Materiais utilizados
•Balão volumétrico;
•Béquer;
•Bastão de vidro;
•Bico de Bunsen;
•Balança Analítica;
•Tripé;
•Tela de Amianto;
•Tubo de ensaio;
•Tubo de vidro;
•Banho de gelo;
•Rolha de borracha;
•Espátula;
•Pipeta de Pasteur;
•Pipeta graduada;
•Trompa d`água;
•Kitassato;
•Funil analítico;
•Funil de buchner;
•Vidro relógio;
•Papel de filtro.
•Cloreto de Níquel;
•Etilenodiamina;
Reagentes Utilizados:
•Ácido Clorídrico;
•Água destilada;
•Nitrito de Sódio;
•Nitrato de Hexacobalto(II);
•Ácido Acético;
•Álcool Etílico.
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Parte A- Efeito de número de ligantes sobre a cor
dos compostos de coordenação
10 mL da solução cloreto de
níquel 0,2 M
Béquer 50 mL
50 mL etilenodiamina 0,2 M
Observação
HCl(conc)
(gota a gota)
(Separação da solução)
Solução 1 Solução 2
Solução com coloração do
Cloreto de Níquel
10 mL da solução cloreto de
níquel 0,2 M
Béquer 50 mL
50 mL etilenodiamina 0,2 M
Observação
HCl(conc)
(gota a gota)
(Separação da solução)
Solução 1 Solução 2
Solução com coloração do
Cloreto de Níquel
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Parte A- Efeito de número de ligantes sobre a cor
dos compostos de coordenação
10 mL da solução cloreto de
níquel 0,2 M
Béquer 50 mL
100 mL etilenodiamina 0,2 M
Observação
HCl(conc)
(gota a gota)
(Separação da solução)
Solução 1 Solução 2
Solução com coloração do Cloreto
de Níquel
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
7,5 g de Nitrito
de Sódio
Béquer 150 mL
10 mL H2
Odestilada
∆ em banho-maria (80ºC)
Resfriamento (50ºC)
Gota a gota de 2,5 mL
de HAc 50%
2,5 g Co(NO3
)3
.6H2
O
Agitação (CAPELA)
Kitassato 250 mL
adaptado à
bombeamento de ar
Parte B: Preparação do Hexanitrocobalto(III) de Sódio
PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS
Parte B: Preparação do Hexanitrocobalto(III) de Sódio
Dessecador
Obs: Cálculo
Rendimento
(Filtração à Vácuo)
Ppt amarelo Sobrenadante
Béquer 150 mL
12,5 mL de álcool
etílico
Banho de gelo
(Filtração à Vácuo)
Precipitado Sobrenadante
Cristais
Kitassato 250 mL
adaptado à
bombeamento de ar
Fluxo de Ar
por 5 min
Resultados
• Parte A – Evidenciando o efeito do número de
ligantes sobre a cor dos compostos de
coordenação
▫ Ponto de partida : NiCl2.6H2O
OH2
OH2
OH2
OH2
H2O
H2O
2+
Resultados
▫ 28Ni2+
: 1s2
, 2s2
, 2p6
, 3s2
, 3p6
, 3d8
.
Orbital d
Estado Fundamental
eg
t2g
Ni2+ = d8
Sem efeito
Jahn-Teller
Campo
Octaédrico
10Dq
Resultados
▫ Primeira adição de etilenodiamina
[Ni(H2O)6]2+
(aq) + en [Ni(H2O)4(en)]2+
(aq) + 2H2O(l)
1 en
OH2
NH2
OH2
H2O
H2O
2+
NH2
Resultados
▫ Segunda adição de etilenodiamina
[Ni(H2O)6]2+
(aq)+2 en [Ni(H2O)2(en)2]2+
(aq) + 2H2O(l)
2 en
OH2
NH2
OH2
NH2
NH2
2+
NH2
Resultados
▫ Primeira adição de etilenodiamina
[Ni(H2O)6]2+
(aq)+ 3 en [Ni(en)3]2+
(aq) + 3H2O(l)
3 en
NH2
NH2
NH2
NH2
NH2
2+
NH2
Resultados
▫ Força dos ligantes:
I-
< Br-
< SCN-
< Cl-
< NO3
-
< F-
< OH-
< Ox2-
< H2O < NCS-
<
CH3CN <NH3 < en < dipy < phen < NO2
-
< CN-
< CO
▫ Fórmula genérica:
[Ni(H2O)6-2x(en)x]2+
, (onde x =0, 1, 2, ou 3)
Resultados
▫ Esfera de cores (espalhamento e absorção)
OH2
NH2
OH2
H2O
H2O
2+
NH2
E10Dq
0en 1 en 2 en 3 en
OH2
OH2
OH2
OH2
H2O
H2O
2+
OH2
NH2
OH2
NH2
NH2
2+
NH2
NH2
NH2
NH2
NH2
NH2
2+
NH2
Resultados
UV-Vis (Perkin-Helmer Lambda 35)
10 Dq
Absorção no UV
Transf. de carga
Deslocamentos
no visível
3
Pelo diagrama, observamos que no
caso do complexo de Ni2+
, o estado
fundamental é o 3
A2g. As transições
permitidas são aquelas que ocorrem
entre o estado fundamental e os
estados excitados que apresentam a
mesma multiplicidade de spin. Em
principio três transições são
possíveis: 3
A2g  3
T2g, 3
A2g  3
T1g(F)
e 3
A2g  3
T1g(P), onde (F) e (P) indicam
os estados originados de 3
F e 3
P
,
respectivamente. Estas transições são
também designadas pelas
notações v1, v2 e v3,
respectivamente.
Resultados
TANABE-SUGANO
Resultados
Transferência de Cargas
TANABE-SUGANO
Nos mostra a intensidade de campo produzida pelos ligantes, baseada
nos valores calculados de n1(10Dq). A seguinte ordem crescente de
intensidade de campo produzida pelos ligantes é encontrada: en> NH3 >
H2O > dmso. A transição proibida por spin, 3
A2g  1
Eg é também
observada nos espectros, exceto no complexo de etilenodiamina. Esta
transição foi atribuída baseada no diagrama de Tanabe-Sugano acima,
com os valores de Dq/B entre 0,85 a 1,4.
Resultados
Absorção no UV
• Comprimentos de onda abaixo do espectro visível
• Apesar de serem bandas consideráveis no espectro,
são imperceptíveis a olho humano.
Resultados
Absorção no visível
Espécie λ1 (nm) λ2 (nm)
Ni(II) aq
393,30 nm -
Ni(II) : 1 en 370,09 nm 621,11 nm
Ni(II) : 2 en 353,12 nm 565,60 nm
Ni(II) : 3 en 342,63 nm 542,09 nm
3
Resultados
Reversibilidade
A: [Ni(H2O)4(en)]2+
(aq)+ H3O+
(aq) [Ni(H2O)6]2+
(aq) + en(aq) + H+
B: [Ni(H2O)2(en)2]2+
(aq) + 2H3O+
(aq) [Ni(H2O)6]2+
(aq)+ 2en(aq)+ 2H+
C: [Ni(en)3]2+
(aq) + 3H3O+
(aq) [Ni(H2O)6]2+
(aq) + 3en(aq) + 3H+
E10Dq
3 en 2 en 1 en 0 en
Resultados
• Parte B – Evidenciando o efeito do número
de ligantes sobre a cor dos compostos de
coordenação
Co(NO3)2.6H2O(aq)+6NaNO2(aq) Na3[Co(NO2)6](aq)+2 NaNO3(aq)
Resultados
27Co2+
= 1s2
2s2
2p6
3s2
3p6
3d7
.
Resultados
2+
H2O
H2O
H2O
H2O
OH2
OH2
[Co(OH2)6]2+
(aq)
A solução de cobalto aquosa espalha
no vermelho, indicando que a cor absorvida
é o verde, em um comprimento de onda de
absorção entre 490 e 560 nm.
Portanto, para esta espécie de
cobalto hexahidratada, o valor para 10 Dq
está na faixa de 490-560 nm.
Resultados
27
Co2+
= 1s2
2s2
2p6
3s2
3p6
3d7
.
27Co3+
= 1s2
2s2
2p6
3s2
3p6
3d6
.
Co(II)
Co(III)
O2
Resultados
[Co(NO2)6]3-
(aq)
A cor deste novo sal complexo
sintetizado espalha no laranja conferindo
uma absorção no azul num comprimento
de onda de absorção (10 Dq) de 430-490
nm.
3-
O2N
O2N
NO2
NO2
NO2
O2N
Resultados
Filtração
• O sal complexo produzido é formado por uma espécie catiônica (Na+
) como
contra-íon do ânion complexo [Co(NO2)6]3-
.
• Para que as duas espécies se liguem, formando o complexo, o meio (solvente)
não poderá ter alta polaridade
• Etanol tem a função de diminuir essa polaridade da solução (aquosa)
• Pois a apolaridade da cadeia carbônica do etanol interferirá na interação íon-
dipolo dos íons do complexo com as moléculas de água, o que facilita sua
precipitação.
Resultados
Rendimentos
Sabendo-se que a relação é 1:1 entre o a espécie de cobalto precursora e o
cobalto presente no sal complexo sintetizado, calculou-se o rendimento da
reação:
Conclusões
A – Entende-se como a concentração de um ligante influência na
esfera de coordenação de um metal em meio aquoso. Pôde-se avaliar de
modo sucinto o comportamento energético dos desdobramentos do
orbital d (deslocamentos, absorbâncias, cores espalhadas, etc.).
B – Uma via sintética para sais com espécies aniônicas
complexas nos permitiu observar a importância da natureza do ligante
utilizado, e também “artifícios” de conhecimento químico para dominar
precipitações quantitativas a fim de evitar perdas na solubilização do sal
formado durante a rota, através dos controles de polaridade da solução.
Referências
[1] Disponível em: <http://reocities.com/Vienna/Choir/9201/grupos_B_4.htm>, acessado
em 4 de novembro de 2010.
[2] Disponível em: <http://kamiotaku.wordpress.com/tag>, acessado em 4 de novembro
de 2010.
[3] Disponível em: <http://www.tabela.oxigenio.com/metais_de_transicao/>, acessado em
4 de novembro de 2010.
[4] LEE, J. D., Química Inorgânica não tão concisa. 5° ed. Editora Edgard Blücher, São
Paulo, 1999.
[5] Disponível em: <http://ce.esalq.usp.br/arquimedes/Atividade08.pdf>. Acessado em 04
de novembro de 2010.
[6] FARIAS, R. F. (organizador). Química de Coordenação: Fundamentos e atualidades.
Editora Átomo, Campinas, 2005.
[7] SHRIVER, D. F.; ATKINS, P
. W.. Química Inorgânica. 3º ed. Editora Bookman, Porto
Alegre, 2006.
[8] Disponível em: <http://www.unifesp.br/reitoria/residuos/download/fispq>. Acessado
em: 04 de novembro de 2010.
Obrigado!

Compostos de Coordenação - Seminário de QI3

  • 1.
    Compostos de Coordenação Semináriode Química Inorgânica III Faculdade de Ciências e Tecnologia Campus de Presidente Prudente UNESP Alessandra M. G Mutti Murillo S. Paiano Thaísa A. Baldo Prof.ª Dr.ª Ana Maria Pires
  • 2.
    OBJETIVOS • Verificar experimentalmentecomo varia a cor dos compostos a partir da variação do numero de ligantes coordenados ao metal. • Ilustrar a formação de um composto de coordenação de cobalto, no qual o íon complexo é um ânion.
  • 3.
    INTRODUÇÃO Cobalto • O cobaltonão encontra-se muito difundido na natureza, e geralmente está associado ao níquel. • O cobalto comporta-se como um metal bivalente ou trivalente. ▫ Compostos de cobalto +2: cloreto, sulfato, nitrato e cianeto. ▫ Compostos de cobalto +3: hidróxido, fluoreto, nitrato e vários tipos de sulfatos mistos de cobalto.
  • 4.
    INTRODUÇÃO Cobalto • Os compostosde cobalto(III) são de particular interesse, pois seus complexos "trocam" de ligantes muito lentamente se comparados com os complexos de muitos outros íons de metais de transição. • Exemplo: O Ni(NH3)6 2+ reage muito rápido com a água e forma o Ni(OH2)6 2+ . Já no Co(NH3)6 3+ a reação com a água ocorre muito lentamente.
  • 5.
    INTRODUÇÃO Cobalto • Em geralesses complexos que trocam os ligantes preferem um campo mais forte, mesmo sendo mais difícil romper depois. • Exemplo: Nos complexos de cobalto, a H2O pode ser trocada tanto por moléculas de NH3 que são neutras, quanto por hidroxilas que são negativas. Essa troca é responsável pelas mudanças de cores, clareamento e escurecimento dos complexos.
  • 6.
    INTRODUÇÃO Cobalto • Tabela 1-Propriedades Físicas e Químicas do Cobalto
  • 7.
    INTRODUÇÃO Níquel • É o22º elemento mais abundante em peso na crosta terrestre. • E um metal de transição de coloração branco-prateada, condutor de eletricidade e calor, dúctil e maleável, que não pode ser laminado, polido ou forjado facilmente, apresentando certo caráter ferromagnético.
  • 8.
    Na molécula ouíon complexo, existe um átomo metálico central que é denominado átomo ou íon central e um determinado numero de grupos coordenados ligados ao átomo central que são denominados de ligantes e situados dentro de uma região que se costuma chamar de “esfera de coordenação”. Ao número de grupamentos doadores que o átomo pode acomodar, convencionou-se chamar de “numero ou índice de coordenação” do átomo metálico central. Teoria das ligações químicas e estrutura dos complexos INTRODUÇÃO
  • 9.
  • 10.
    Os esclarecimentos apresentadospara explicar a união dos ligantes ao átomo ou íon central fundamentaram-se no conceito de orbital atômico. No entanto outras teorias como a dos orbitais moleculares, a da atração eletrostática e a do campo cristalino tem sido desenvolvidas para evidenciar a estrutura dos complexos. Teoria do Campo Cristalino “Esta teoria procura explicar a ligação entre um íon central e os ligantes da seguinte maneira: um íon com um certo valor para o seu numero de oxidação pode receber um numero de ligantes compatível com a relação entre raio do metal e raio do ligante, e adquirir uma configuração que torna mínima a repulsão entre os ligantes. A estabilidade final do íon complexo resulta mais da atração entre o metal e os ligantes do que da repulsão entre os ligantes”. INTRODUÇÃO
  • 11.
    INTRODUÇÃO • A geometriaespacial de um complexo é determinada pelo numero de ligantes que o mesmo possui, ou seja, o seu numero de coordenação. • São conhecidos complexos com numero de coordenação de 2 ate 9, sendo os mais comuns os de número de coordenação 2, 4 e 6. Nº DE COORDENAÇÃO GEOMETRIAS ESPACIAIS 2 Linear 4 Tetraédrica 4 Quadrada Plana 6 Octaédrica
  • 12.
  • 13.
    INTRODUÇÃO Natureza dos Ligantes. Éprevisível que os ligantes influam sobre os valores de 10 Dq dos elementos centrais e essa previsão é facilmente confirmada experimentalmente. Experimentos realizados com compostos nos quais apenas os ligantes são diferentes, mantendo-se a mesma carga, a mesma simetria e o mesmo numero quântico principal para o orbital d de valência no íon central, verifica-se que as posições relativas das bandas fundamentais (10Dq) quase sempre são mantidas, mesmo que sofram deslocamentos para regiões de mais alta ou mais baixa energia, por causa da forca dos ligantes.
  • 14.
    INTRODUÇÃO Natureza dos Ligantes. Apartir da observação desse fato, tornou-se possível ordenar os ligantes numa sequência determinada pelas suas capacidades de afetar o valor da 10Dq. I- < Br- < SCN- < Cl- < NO3 - < F- < OH- < Ox2- < H2O < NCS- < CH3CN <NH3 < en < dipy < phen < NO2 - < CN- < CO
  • 15.
    PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Tabela 2– Dados dos Reagentes.
  • 16.
    PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Toxicidade dosReagentes Cloreto de Níquel: Quando inalado causa irritação ao trato respiratório sendo os sintomas tosse, gosto metálico na boca e falta de ar. Tóxico por ingestão, senso dos sintomas dor abdominal, náuseas, vômito, diarréia. Em contato com a pele e olhos causa irritação. Etilenodiamina: Irritante para os olhos, nariz e garganta. Em contato com os olhos e pele causam queimaduras. Prejudicial se inalado. Ácido Clorídrico: Tóxico por ingestão. O contato causa queimaduras na pele e nos olhos. Pode ser nocivo se inalado. Em contato com fogo pode produzir gases irritantes ou venenosos.
  • 17.
    PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Toxicidade dosReagentes Nitrito de sódio: Desenvolve ação prejudicial para o sangue, e é hipotensivo. Pode ocasionar aparecimento de câncer quando injetado em animais. Ácido acético: Na forma concentrada é corrosivo podendo causar queimaduras na pele, danos permanente aos olhos, e irritação às mucosas em geral. Álcool etílico: Ao inalar causa irritação nos olhos e na mucosa nasal (ardência) e se ingerido em grandes quantidades causa desconforto estomacal acarretando em náuseas, narcose e vômito. Produto inflamável.
  • 18.
    PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Eliminação dosresíduos Os resíduos foram recolhidos resíduos para posterior descarte. As águas residuais não devem atingir galerias ou rios e lagos, devendo ser contidas. Em caso de contaminação de rios ou lagos, avisar imediatamente o Serviço de Saneamento Básico local, Defesa Civil, Autoridades locais
  • 19.
    PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Materiais utilizados •Balãovolumétrico; •Béquer; •Bastão de vidro; •Bico de Bunsen; •Balança Analítica; •Tripé; •Tela de Amianto; •Tubo de ensaio; •Tubo de vidro; •Banho de gelo; •Rolha de borracha; •Espátula; •Pipeta de Pasteur; •Pipeta graduada; •Trompa d`água; •Kitassato; •Funil analítico; •Funil de buchner; •Vidro relógio; •Papel de filtro. •Cloreto de Níquel; •Etilenodiamina; Reagentes Utilizados: •Ácido Clorídrico; •Água destilada; •Nitrito de Sódio; •Nitrato de Hexacobalto(II); •Ácido Acético; •Álcool Etílico.
  • 20.
    PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Parte A-Efeito de número de ligantes sobre a cor dos compostos de coordenação 10 mL da solução cloreto de níquel 0,2 M Béquer 50 mL 50 mL etilenodiamina 0,2 M Observação HCl(conc) (gota a gota) (Separação da solução) Solução 1 Solução 2 Solução com coloração do Cloreto de Níquel 10 mL da solução cloreto de níquel 0,2 M Béquer 50 mL 50 mL etilenodiamina 0,2 M Observação HCl(conc) (gota a gota) (Separação da solução) Solução 1 Solução 2 Solução com coloração do Cloreto de Níquel
  • 21.
    PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Parte A-Efeito de número de ligantes sobre a cor dos compostos de coordenação 10 mL da solução cloreto de níquel 0,2 M Béquer 50 mL 100 mL etilenodiamina 0,2 M Observação HCl(conc) (gota a gota) (Separação da solução) Solução 1 Solução 2 Solução com coloração do Cloreto de Níquel
  • 22.
    PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS 7,5 gde Nitrito de Sódio Béquer 150 mL 10 mL H2 Odestilada ∆ em banho-maria (80ºC) Resfriamento (50ºC) Gota a gota de 2,5 mL de HAc 50% 2,5 g Co(NO3 )3 .6H2 O Agitação (CAPELA) Kitassato 250 mL adaptado à bombeamento de ar Parte B: Preparação do Hexanitrocobalto(III) de Sódio
  • 23.
    PROCEDIMENTOS EXPERIMENTAIS Parte B:Preparação do Hexanitrocobalto(III) de Sódio Dessecador Obs: Cálculo Rendimento (Filtração à Vácuo) Ppt amarelo Sobrenadante Béquer 150 mL 12,5 mL de álcool etílico Banho de gelo (Filtração à Vácuo) Precipitado Sobrenadante Cristais Kitassato 250 mL adaptado à bombeamento de ar Fluxo de Ar por 5 min
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    Resultados • Parte A– Evidenciando o efeito do número de ligantes sobre a cor dos compostos de coordenação ▫ Ponto de partida : NiCl2.6H2O OH2 OH2 OH2 OH2 H2O H2O 2+
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    Resultados ▫ 28Ni2+ : 1s2 ,2s2 , 2p6 , 3s2 , 3p6 , 3d8 . Orbital d Estado Fundamental eg t2g Ni2+ = d8 Sem efeito Jahn-Teller Campo Octaédrico 10Dq
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    Resultados ▫ Primeira adiçãode etilenodiamina [Ni(H2O)6]2+ (aq) + en [Ni(H2O)4(en)]2+ (aq) + 2H2O(l) 1 en OH2 NH2 OH2 H2O H2O 2+ NH2
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    Resultados ▫ Segunda adiçãode etilenodiamina [Ni(H2O)6]2+ (aq)+2 en [Ni(H2O)2(en)2]2+ (aq) + 2H2O(l) 2 en OH2 NH2 OH2 NH2 NH2 2+ NH2
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    Resultados ▫ Primeira adiçãode etilenodiamina [Ni(H2O)6]2+ (aq)+ 3 en [Ni(en)3]2+ (aq) + 3H2O(l) 3 en NH2 NH2 NH2 NH2 NH2 2+ NH2
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    Resultados ▫ Força dosligantes: I- < Br- < SCN- < Cl- < NO3 - < F- < OH- < Ox2- < H2O < NCS- < CH3CN <NH3 < en < dipy < phen < NO2 - < CN- < CO ▫ Fórmula genérica: [Ni(H2O)6-2x(en)x]2+ , (onde x =0, 1, 2, ou 3)
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    Resultados ▫ Esfera decores (espalhamento e absorção) OH2 NH2 OH2 H2O H2O 2+ NH2 E10Dq 0en 1 en 2 en 3 en OH2 OH2 OH2 OH2 H2O H2O 2+ OH2 NH2 OH2 NH2 NH2 2+ NH2 NH2 NH2 NH2 NH2 NH2 2+ NH2
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    Resultados UV-Vis (Perkin-Helmer Lambda35) 10 Dq Absorção no UV Transf. de carga Deslocamentos no visível 3
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    Pelo diagrama, observamosque no caso do complexo de Ni2+ , o estado fundamental é o 3 A2g. As transições permitidas são aquelas que ocorrem entre o estado fundamental e os estados excitados que apresentam a mesma multiplicidade de spin. Em principio três transições são possíveis: 3 A2g  3 T2g, 3 A2g  3 T1g(F) e 3 A2g  3 T1g(P), onde (F) e (P) indicam os estados originados de 3 F e 3 P , respectivamente. Estas transições são também designadas pelas notações v1, v2 e v3, respectivamente. Resultados TANABE-SUGANO
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    Resultados Transferência de Cargas TANABE-SUGANO Nosmostra a intensidade de campo produzida pelos ligantes, baseada nos valores calculados de n1(10Dq). A seguinte ordem crescente de intensidade de campo produzida pelos ligantes é encontrada: en> NH3 > H2O > dmso. A transição proibida por spin, 3 A2g  1 Eg é também observada nos espectros, exceto no complexo de etilenodiamina. Esta transição foi atribuída baseada no diagrama de Tanabe-Sugano acima, com os valores de Dq/B entre 0,85 a 1,4.
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    Resultados Absorção no UV •Comprimentos de onda abaixo do espectro visível • Apesar de serem bandas consideráveis no espectro, são imperceptíveis a olho humano.
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    Resultados Absorção no visível Espécieλ1 (nm) λ2 (nm) Ni(II) aq 393,30 nm - Ni(II) : 1 en 370,09 nm 621,11 nm Ni(II) : 2 en 353,12 nm 565,60 nm Ni(II) : 3 en 342,63 nm 542,09 nm 3
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    Resultados Reversibilidade A: [Ni(H2O)4(en)]2+ (aq)+ H3O+ (aq)[Ni(H2O)6]2+ (aq) + en(aq) + H+ B: [Ni(H2O)2(en)2]2+ (aq) + 2H3O+ (aq) [Ni(H2O)6]2+ (aq)+ 2en(aq)+ 2H+ C: [Ni(en)3]2+ (aq) + 3H3O+ (aq) [Ni(H2O)6]2+ (aq) + 3en(aq) + 3H+ E10Dq 3 en 2 en 1 en 0 en
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    Resultados • Parte B– Evidenciando o efeito do número de ligantes sobre a cor dos compostos de coordenação Co(NO3)2.6H2O(aq)+6NaNO2(aq) Na3[Co(NO2)6](aq)+2 NaNO3(aq)
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    Resultados 2+ H2O H2O H2O H2O OH2 OH2 [Co(OH2)6]2+ (aq) A solução decobalto aquosa espalha no vermelho, indicando que a cor absorvida é o verde, em um comprimento de onda de absorção entre 490 e 560 nm. Portanto, para esta espécie de cobalto hexahidratada, o valor para 10 Dq está na faixa de 490-560 nm.
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    Resultados [Co(NO2)6]3- (aq) A cor destenovo sal complexo sintetizado espalha no laranja conferindo uma absorção no azul num comprimento de onda de absorção (10 Dq) de 430-490 nm. 3- O2N O2N NO2 NO2 NO2 O2N
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    Resultados Filtração • O salcomplexo produzido é formado por uma espécie catiônica (Na+ ) como contra-íon do ânion complexo [Co(NO2)6]3- . • Para que as duas espécies se liguem, formando o complexo, o meio (solvente) não poderá ter alta polaridade • Etanol tem a função de diminuir essa polaridade da solução (aquosa) • Pois a apolaridade da cadeia carbônica do etanol interferirá na interação íon- dipolo dos íons do complexo com as moléculas de água, o que facilita sua precipitação.
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    Resultados Rendimentos Sabendo-se que arelação é 1:1 entre o a espécie de cobalto precursora e o cobalto presente no sal complexo sintetizado, calculou-se o rendimento da reação:
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    Conclusões A – Entende-secomo a concentração de um ligante influência na esfera de coordenação de um metal em meio aquoso. Pôde-se avaliar de modo sucinto o comportamento energético dos desdobramentos do orbital d (deslocamentos, absorbâncias, cores espalhadas, etc.). B – Uma via sintética para sais com espécies aniônicas complexas nos permitiu observar a importância da natureza do ligante utilizado, e também “artifícios” de conhecimento químico para dominar precipitações quantitativas a fim de evitar perdas na solubilização do sal formado durante a rota, através dos controles de polaridade da solução.
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    Referências [1] Disponível em:<http://reocities.com/Vienna/Choir/9201/grupos_B_4.htm>, acessado em 4 de novembro de 2010. [2] Disponível em: <http://kamiotaku.wordpress.com/tag>, acessado em 4 de novembro de 2010. [3] Disponível em: <http://www.tabela.oxigenio.com/metais_de_transicao/>, acessado em 4 de novembro de 2010. [4] LEE, J. D., Química Inorgânica não tão concisa. 5° ed. Editora Edgard Blücher, São Paulo, 1999. [5] Disponível em: <http://ce.esalq.usp.br/arquimedes/Atividade08.pdf>. Acessado em 04 de novembro de 2010. [6] FARIAS, R. F. (organizador). Química de Coordenação: Fundamentos e atualidades. Editora Átomo, Campinas, 2005. [7] SHRIVER, D. F.; ATKINS, P . W.. Química Inorgânica. 3º ed. Editora Bookman, Porto Alegre, 2006. [8] Disponível em: <http://www.unifesp.br/reitoria/residuos/download/fispq>. Acessado em: 04 de novembro de 2010.
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