Receita de sucesso
I
ntercâmbio de expe-
riências e tecnologia.
Esse é o tema que reuniu
empresários franceses e
brasileiros, autoridades
e especialistas, na sede da
Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (FIESP),
em novembro. O VI Fórum
de Inovação e Tecnologia,
idealizado pela Câmara
de Comércio França-Brasil
de São Paulo (CCFB-SP) já
é uma tradição relevante
para o setor, estimulando
o debate sobre inovação e
mobilidade.
O objetivo da iniciativa é
que seja uma oportunidade
aos associados de trocar
experiências e de promover
o intercâmbio de projetos e
de tecnologias”, afirmou
Louis Bazire, presidente da
CCFB-SP e do BNP Paribas.
“Trata-se de um encon-
tro único para ampliar
os negócios entre os dois
países”, sinalizou Bazire. O
cônsul geral da França em
São Paulo, Damien Loras,
ressaltou a importância da
ação para o crescimento
sustentável. “A inovação já
faz parte do coração dessa
parceria e ela é sem dúvida,
essencial para o futuro”, des-
tacou Loras.
As pesquisas reforçam a
relevância e os avanços
da inovação na França.
Estudo da Forbes mostra oito
empresas francesas entre as
mais inovadoras do mundo.
O país ocupa o 10° lugar
em número de patentes por
milhão de habitantes, na
frente dos Estados Unidos.
“Em 2011, a França já reu-
nia mais de cinco milhões
de pesquisadores. Apesar
da crise, os investimentos
em P&D vêm crescendo em
torno de 2% ao ano”, afirmou
Jean Claude Bernard, minis-
tro conselheiro para Assuntos
Econômicos, chefe do ser-
viço Econômico Regional
do Brasil da Embaixada da
França. “O Brasil aumentou
a capacidade de conhe-
cimento e ampliou a quali-
dade”, sinalizou.
De acordo com o espe-
cialista, existem hoje no
Brasil, aproximadamente 850
empresas francesas, com
mais de 500 mil emprega-
dos. “A boa relação entre
os dois países fomentou ao
longo dos anos a ampliação
da cooperação. Existem
hoje no Brasil centros de
pesquisas globais que são
referências e foram imple-
mentados por grandes
organizações como Rhodia,
Sanofi e L’oreal”, destacou
Bernard.
Câmara de
Comércio França-
Brasil de São Paulo
(CCFB-SP) reúne
empresáriosfranceses
ebrasileiros,
autoridadese
especialistaspara
debaterosdesafios
dainovaçãoparao
desenvolvimento
global
Prêmio COMEX
Prêmio EMPREENDEDOR
Em seus primeiros vinte anos de existên-
cia (1980-2000) o Laboratório Nacional
de Computação Científica (LNCC) se
consolidou como uma instituição líder
em Computação Científica e Modela-
gem Computacional no País, atuando
como unidade de pesquisa científica e
desenvolvimento tecnológico do Minis-
tério de Ciências e Tecnologia (MCT) e
como órgão governamental provedor
de infraestrutura computacional de alto
desempenho para a comunidade cien-
tífica e tecnológica nacional. São cerca
de 60 pesquisadores que se dedicam à
pesquisa interdisciplinar.
“O intuito do LNCC é realizar trabalhos e
projetos baseados em pesquisas básicas
e aplicadas”, afirmou o pesquisador Artur
Ziviani. “A área de ciência de dados está
crescendo no Brasil e no mundo, pois tem
como objetivo analisar redes complexas
e dados coletados”, enfatizou. Segundo
o especialista, uma das pesquisas realiza-
das é sobre um dos temas de destaque
do fórum: a mobilidade.
“Um dos projetos que estão sendo
realizados analisa e caracteriza a mo-
bilidade humana resultante da coleta
de dados por meio da rede de tele-
fonia, durante eventos de grande es-
cala como Copa, Carnaval e shows”,
exemplificou. Ziviani destacou, ainda,
que o Brasil está bem defasado em
relação aos países do BRICs (Brasil,
Rússia, Índia e China). “A competitivi-
dade no País está sendo afetada e,
por isso, precisamos atualizar o nosso
sistema, transferir a tecnologia france-
Os incríveis
sa para o Brasil e adquirir novos siste-
mas”, concluiu.
Temos 17,5% de vegetação nativa e es-
peramos atingir 20% em 2020”, sinalizou.
Diante desse cenário, Alexia Ohannes-
sian, da BPI France, apresentou as opor-
tunidades de investimentos oferecidos
pela instituição e destacou a sinergia en-
tre os dois países só reforça a oportunida-
de de negócios. “Nosso objetivo é ajudar
as empresas francesas a se instalarem
no Brasil. Inovação e exportação são as
duas bases essenciais”, disse Alexia.
Para João Florência da Silva, gerente
do departamento de Fármacos e Biotec-
nologia da FINEP, o intuito da instituição
é atuar em toda a cadeia de inovação,
com foco em ações estratégicas para
o desenvolvimento sustentável do Brasil.
Dados apresentados pelo especialista
revelam que o investimento brasileiro em
P&D empresarial em relação ao PIB é
de 0,5%. Nos Estados Unidos é de 2%, na
Zona do Euro de 1,5% e na China de 4%.
“É necessário aumentar os investimen-
tos no Brasil para que o País tenha uma
taxa maior e as empresas tenham uma
maior competitividade internacional”,
destacou
Alberto Lemos de Araújo Filho, diretor
Geral da Atos-Bull, há várias questões
que precisam ser analisadas em relação
à segurança da informação e ao direito
do usuário na rede. “O marco civil da in-
ternet foi um importante passo, mas as
empresas precisam estar atentas ao con-
teúdo que está disponível na nuvem”,
exemplificou o diretor. “A nuvem expõe
a soberania dos dados das companhias
e das pessoas”, enfatizou. “Ao mesmo
tempo, trata-se de uma oportunidade
para as organizações de realizar proje-
tos de transformação para aumentar a
competitividade”, concluiu.
Força tarefa Crédito das fotos: Bruno Poletti
Tecnologia urbana O mensageiro
O grande trunfo
Comunicação 360°
A Alstom acaba de lançar um novo produto para o
transporte de massa. O Axónis é uma solução integrada
que usa trilho e roda ferroviária. Um sistema de metrô
inovador, concebido para melhorar a mobilidade urba-
na com baixo custo. A inovação sem condutor pode
transportar de 10 mil a 45 mil passageiros por hora. “Se-
gurança, design elegante, agilidade de construção e
adequação à arquitetura das cidades são os principais
destaques”, apresentou Wagner Ribeiro, diretor de No-
vos Negócios da Alstom. “A construção do sistema é
rápida, de 4 a 5 anos, com viaduto modular que ofere-
Líder no mercado de segurança digital, presente
em 44 países e mais de 12 mil funcionários, a Ge-
malto reforça como a inovação está mudando o
jeito de se comunicar com os clientes. Não à toa,
no Brasil 60% dos aparelhos de telefone móvel são
smartphones, segundos dados apresentados por Gi-
bson Nagata, gerente de Marketing da Gemalto.
A tecnologia de smart message desenvolvida pela
empresa que é um pop-up na tela do celular, que
aparece sem sonoridade e só apaga após uma in-
teração do usuário, já vem atraindo a atenção das
grandes empresas. “Em média, uma pessoa olha
para o seu celular 150 vezes por dia. Aproveitar esse
espaço de uma forma inovadora e inteligente revo-
luciona o mercado”, sinalizou.
Um desafio iminente hoje é desenvolver ações estraté-
gicas diante da descentralização da rede. “Hoje há um
ambiente multicanal disponível para todos”, ressaltou
Flávio Marietto, gerente de Mobilidade da Capgemini.
“As empresas precisam analisar quando é o melhor mo-
mento e qual a melhor forma para adquirir tecnologia.
Esses passos são fundamentais, pois o atraso pode signi-
ficar perda de mercado”, indicou. Segundo ele, a expe-
riência do usuário ganha cada vez mais destaque. “Não
adiante trazer apenas design, é preciso trazer também
experiência a partir da leitura de análises profundas so-
bre o público”, exemplificou. Os resultados? Três vezes
mais chance de reter o cliente, de três a cinco vezes
mais chances de compra de produtos.
Você já parou
para pensar em
como é planeja-
do toda a sinali-
zação de uma
estação de me-
trô? Esse é o ex-
pertise da Thales,
que está entre as
8 empresas fran-
cesas que mais
investe em inovação e faturou 14 bilhões de euros no
último ano. “Além de mostrar informações relevantes
sobre o próprio transporte, o sistema oferece ganhos
comerciais por ser uma plataforma multimídia”, expli-
cou Thomaz Aquino, diretor de Transportes da Thales.
“Trata-se de um sistema de informação alinhado aos de
sinalização e aos de telecomunicação. O passageiro
visualiza as diversas informações e, ao mesmo tempo,
usufrui do transporte.
Crédito das fotos: Bruno Poletti
Box
Criado em 2007 pela Câmara de
Comércio França-Brasil de São Pau-
lo (CCFB-SP), o Prêmio de Comércio
Exterior França Brasil tem como ob-
jetivo promover o comércio bilateral
entre França e Brasil, homenagean-
do empresas francesas que se des-
tacaram no Brasil e empresas brasi-
leiras que se destacaram na França.
Ao longo das sete edições foram
premiadas empresas como Embra-
er, Natura, Alpargatas, Marfrig, Poko
Pano, Brasfruit e Sarah Chofakian. Já
do lado francês entre as premiadas
estão: Rhodia, TopSolid, Missler, Che-
eeeese, Eurocooler.
Na categoria“Santos Dumont”, a
vencedora foi a francesa Maïqual
Consultoria e Engenharia, com
mais de 18 anos de experiência na
implementação de procedimentos
de qualidade, segurança e meio-
-ambiente. Stéphanie Cherubin,
diretora da empresa, assumiu o de-
safio de posicionar a empresa no se-
tor de agronegócio no Brasil, espe-
cialmente no planejamento de silos
para cana-de-açúcar. “A prova de
que o trabalho que estamos desen-
volvendo no Brasil é de qualidade é
que os nossos primeiros clientes con-
tinuam com a gente até hoje e pre-
vemos novos projetos para os próxi-
mos anos”, disse ela.
VIII Prêmio de Comércio
Exterior
I Prêmio Empreendedor
Os troféus foram para:
Arkadin, organização que presta servi-
ços de vídeo e web conferência para o
meio empresarial. Com apenas 13 anos
de experiência, a empresa conta com
uma rede global de 50 escritórios, em
29 países e seis continentes. Ao receber
o troféu, o diretor comercial da empresa
no Brasil, disse ser um orgulho para a em-
presa francesa. “Temos o objetivo de reu-
nir pessoas que estão geograficamente
distantes para acelerar seus negócios, fa-
zendo reuniões virtuais e entregando pro-
dutividade e velocidade nas decisões.”
Na categoria Villegaignon, a ven-
cedora foi a empresa de origem bra-
sileira Granado, fundada em 1870
pelo português José Antônio Coxito
Granado. Clientes ilustres como o Im-
perador Dom Pedro II e o jurista Rui
Barbosa foram alguns dos freqüen-
tadores da botica. Levar a marca
que já é tradicional no País para o
berço do setor foi um desafio, segun-
do a diretora de marketing e vendas
da empresa, Nazish Munchenbach.
“Uma das razões para o nosso
sucesso é ter ficado muito fiel às
nossas raízes. Não foi preciso inventar
uma história”, disse ela, ressaltando
que a inovação é constante diante
das diferenças culturais existentes
entre as diversas regiões do Brasil.
flash
A
Comissão de Inteligên-
cia Estratégica da Câ-
mara de Comércio Fran-
ça-Brasil de São Paulo
(CCFB-SP), coordenada
por Frédéric Donier sócio-diretor da
Crescendo Consultoria, trouxe no
dia 11 de novembro de 2014 três
exemplos do uso de informações
de valor no processo de aquisição,
fusão e integração de empresas.
Edson Ito, professor da Faculdade
Getúlio Vargas (FGV) e membro da
Strategic and Competitive Intelli-
gence Professionals (Scip), abriu o
encontro expondo as macrotendên-
cias da área.
Segundo Ito, há um crescente pro-
cesso mundial de privatização da
inteligência estratégica, ou seja, da
transferência de know-how de agên-
cias governamentais para entes do
mercado. Aliado a isso, há também
uma sofisticação dos usuários e uma
tendência de unir a disciplina a ou-
tras áreas da administração, como
a inovação. O termo que vem sendo
utilizado para denominar esse fenô-
meno é Insight Management. Com
base nesse cenário, os executivos das
empresas que lideraram processos de
aquisição e fusão apresentaram os
desafios que enfrentaram nesse tema.
Primeiro desafio: Sanofi e o
mercado colombiano
A Sanofi é uma das líderes mundiais
do mercado farmacêutico. Aproxima-
damente, 33% de suas receitas anuais
vêm das chamadas economias emer-
gentes, sendo que a zona latino-ame-
ricana responde por 6%. Bruno Grêlé,
vice-presidente de Genéricos para
América Latina, revelou as estratégias
da companhia na Colômbia, hoje um
dos hubs regionais da multinacional.
A Colômbia com 50 milhões de
habitantes atinge também os mer-
cados do Equador, do Peru e da Ve-
nezuela, perfazendo uma economia
de 200 milhões de pessoas, quase
um Brasil, no valor de US$ 4 bilhões
em compras de produtos farmacêu-
ticos por ano. Aproximadamente,
metade desse segmento é domina-
do por compras governamentais e
a outra pela compra privada. Em
2011, a Sanofi, com 700 empregados
e vendas de US$ 200 milhões, estava
no quinto lugar no ranking.
Da inteligência estratégica
ao Insight Management
A Sanofi é uma das líderes
mundiais do mercado
farmacêutico. Aproximada-
mente, 33% de suas receitas
anuais vêm das chamadas
economias emergentes,
sendo que a zona
latino-americana
Foi esse motivo que fez a multina-
cional francesa adquirir a Genfar,
uma farmacêutica de capital co-
lombiano, 1.200 colaboradores e US$
150 milhões de faturamento. A com-
panhia, com presença também nos
mercados da zona andina, da Amé-
rica Central e da Venezuela, tinha
três grandes atrativos para a Sano-
fi: força no segmento de genéricos,
modelo de negócios sustentável e
possibilidades de sinergia.
Com a compra, a Sanofi atingiu a
primeira posição no mercado co-
lombiano e a quinta no equatoria-
no. Segundo Grêlé, o maior desa-
fio foi integrar as culturas dos dois
grupos, fazendo com que a Genfar
assimilasse gradualmente uma visão
multinacional, uma organização
matricial e um compromisso com o
compliance.
Segundo desafio: Somfy e a
integração de três empresas
A Somfy é uma empresa france-
sa, de 1 bilhão de Euros de fatura-
mento, que atua nas áreas de se-
gurança e automação residencial
e de escritórios. Conta com mais
de 200 mil objetos conectados e
70 milhões de motores instalados
em janelas por todo o mundo. Com
8.000 funcionários e presença em 80
países, iniciou em 2011 um projeto
mundial de expansão denominado
LETs (Living Environment Transforma-
tion through Somfy), o que incluiu
aumentar a relevância do território
brasileiro, explica Paul Violland, In-
novation & Partnership Manager.
Com 34 colaborares no Brasil e
uma instalação em Osasco, na
Grande São Paulo, e foco exclusi-
vo na motorização de persianas, a
Somfy iniciou um rápido e amplo
processo de aquisição de empresas
brasileiras. Adquiriu a Garen Auto-
mação, com 336 empregados, a
Neocontrol, com 36 funcionários, e
a Giga Security, com 163 trabalha-
dores. Desse modo, conseguiu obter
um papel de relevo no mercado na-
cional.
A estratégia de consolidação utili-
zou-se de business plan elaborados
em conjunto com as lideranças das
empresas adquiridas, um horizonte
de três anos, novas regras de com-
pliance e um acompanhamento es-
tratégico com um time de integra-
ção especialmente designado para
a tarefa.
Para fazer com que a união sofres-
se de poucos percalços, a Somfy
promoveu em 2014 o primeiro Brazil
Somfy Conference, encontro com
40 lideranças das empresas, e defi-
niu um plano de ação comum. Os
objetivos definidos foram: promover
o cross selling, a transferência tec-
nológica, a internacionalização, a
melhoria dos processos internos e
o desenvolvimento de uma cultura
comum. Segundo Violland, todas
as metas estão sendo atingidas
a contento.
Terceiro desafio: de startup a
líder brasileira em lavanderias
Fundada em 1883 na França, a
Elis é uma empresa de lavanderia
industrial de 1,2 bilhão de Euros de
faturamento anual, com 18 mil fun-
cionários, 240 mil clientes, 160 cen-
tros de distribuição e 100 centros de
lavagem pelo mundo. Aproxima-
A Somfy é uma empresa
francesa, de 1 bilhão de Euros
de faturamento, que atua
nas áreas de segurança e
automação residencial e de
escritórios. Conta com mais
de 200 mil objetos conecta-
dos e 70 milhões de motores
instalados em janelas por
todo o mundo
damente, 30% da sua receita vêm
de hotéis, 15% de hospitais, 36%
de comércio e serviços e 20% de
indústrias.
Para entrar no mercado brasileiro,
a Elis adotou uma estratégia inusi-
tada. Criou uma operação na for-
ma de uma start-up, de maneira a
conhecer o mercado brasileiro em
todos os seus detalhes, dos riscos
operacionais aos trâmites da buro-
cracia. Assim, logo conseguiu o seu
primeiro cliente: a Sanofi.
As perspectivas do mercado bra-
sileiro nessa área de lavagem in-
dustrial são bastante promissoras.
Enquanto na Europa, 60% das em-
presas se responsabilizam pela hi-
gienização dos uniformes dos fun-
cionários, no Brasil esse índice está
em apenas 20%.
Com o objetivo de conquistar mer-
cados regionais, a Elis internacio-
nal intensificou seu programa de
aquisições desde 2011 na Europa.
No Brasil, a Elis adquiriu a compa-
nhia Atmosfera, que representa 7%
da receita do Grupo e possui 3500
funcionários, transformando-se ime-
diatamente em líder no mercado
brasileiro.
O processo de consolidação das
operações segue acelerado desde
fevereiro de 2014, data da aquisi-
ção. Em Jundiaí, a Elis herdou da
segunda maior lavanderia indus-
trial do mundo, com 40 mil metros
quadrados de área, atualmente em
fase de expansão com a criação
de uma nova planta de higieniza-
ção de uniformes. Atualmente, a
empresa processa 1.500 toneladas
de roupas por semana no Brasil, hi-
gienizando 74.000 peças de roupas.
Segundo Jeremy Devooght-Ozen-
ne, diretor do Segmento Industrial
da Elis no Brasil, o maior desafio
agora é aumentar a produtividade
da operação verde-amarela. Téc-
nicos europeus foram trazidos para
apoiar a melhoria da performance,
que está 50% abaixo das similares
da Europa.
Quarto desafio: orquestrando
uma equipe com culturas
diferentes
No Brasil, a DECATHLON iniciou as
atividades em 2001. Atualmente,
conta com 18 lojas, um armazém e
um amplo processo de expansão,
além da transformação omnicanal
da empresa. Uma das principais ca-
racterísticas da empresa é a inova-
ção com o objetivo de promover a
saúde e o bem-estar do esportista.
Mas como desenvolver uma estra-
tégia de alta performance que en-
globe os colaboradores, os enge-
nheiros e os profissionais espalhados
pelos mais de 50 laboratórios inter-
nos e externos que desenvolvem
mais de 3.500 produtos novos e mais
de 50 inovações por ano?
Uma das descobertas durante o
processo foi que as culturas fran-
cesas e brasileiras quando bem or-
questradas e combinadas podem
formar uma mistura eficiente e de
sucesso. No desenvolvimento das
práticas de aprendizado também
foram sinalizados: a formação de
um time com perfis psicológicos
bem diversos e a criação de dinâ-
micas lúdicas para estimular o tra-
balho em grupo e o compartilha-
mento. Os resultados?
Amadurecimento e reconheci-
mento do time como equipe de alta
performance e o Prêmio da Revista
Época Reclame Aqui – As melhores
empresas para o consumidor 2014,
que geraram prestígio nacional e
internacional. Também a operação
Decathlon.com.br se destacou pela
prêmio de maior crescimento em
comércio eletrônico na América La-
tina nos anos de 2013 e 2014 segun-
do estudo da Internet Retailer’s.
Em conclusão, Frédéric Donier des-
tacou que os quatro cases ilustram
a importância da disciplina de Inte-
ligência Estratégica para apoiar o
crescimento das empresas nos dias
atuais, seja no crescimento externo
no caso de fusões, seja no cresci-
mento orgânico como no caso dos
processos de transformação digital.
Fundada em 1883 na França,
a Elis é uma empresa de
lavanderia industrial de
1,2 bilhão de Euros de
faturamento anual, com
18 mil funcionários,
240 mil clientes, 160 centros
de distribuição e 100 centros
de lavagem pelo mundo
No Brasil, a DECATHLON
iniciou as atividades em
2001. Atualmente, conta com
18 lojas, um armazém e um
amplo processo de expansão,
além da transformação
omnicanal da empresa
flash
Para promover ainda mais a rela-
ção de troca e compartilhamento
entre os dois países, a Câmara de
Comércio França-Brasil de São Paulo
(CCFB-SP) realizou na noite do dia 25
de novembro, um evento especial
com o tema “Luxo França-Brasil”.
Mais de 300 empresários, autori-
dades e especialistas em moda e
beleza se reuniram, no Grand Hyatt
Hotel, em São Paulo, para celebrar
o sucesso das trocas comerciais e
culturais.
Grandes grifes como Guerlain,
Givenchy, Sephora, Peclers Pa-
ris, Pedro Lourenço e Mon Absolu
apoiaram a iniciativa de modo a re-
forçar os avanços do setor no cenário
global.
“O nosso objetivo é criar cada vez
mais oportunidades de troca e com-
partilhamento de negócios e inova-
ção entre os associados e interessa-
dos”, afirmou Louis Bazire, presidente
da Câmara de Comércio França-
-Brasil de São Paulo (CCFB-SP).
Não à toa, representantes de gran-
des empresas como Allianz, ASGV
Advogados, Atos/Bull, Banco Crédit
Agricole, BNP Paribas, Banco Soci-
été Générale, Carrefour, Chandon
(LVMH), Chez France, EAGV, Eden-
red, GT Lawyers, Lacoste, Pernod
Ricard, Rhodia Solvay, Sanofi, Saint-
-Gobain e Velours também marca-
ram presença.
Outro destaque da festa foi a esta-
ção de beleza da marca Givenchy,
comandada pelo maquiador oficial
da marca João Carlos Alcantara,
que ficou disponível durante todo o
coquetel para os convidados expe-
rimentarem os produtos e vivencia-
rem uma experiência única.
Por volta das 21 horas, iniciou-se o
jantar com mais uma surpresa, o pres-
tigiado som do quarteto da La Regi-
na, uma grife musical que busca na
tradição das músicas tocadas a par-
tir do século XVI na Europa, a inspira-
ção para o mundo contemporâneo.
Sorteios de passagens aéreas e
hospedagens para Paris, champag-
nes e kits exclusivos da marcas Se-
phora e Givenchy foram realizados
entre os convidados.
“Uma iniciativa especial criada
para comemorar o ano de 2014 e for-
talecer as ações estimadas pela en-
tidade para o 2015”, concluiu Bazire.
Fête do Luxo
flashflash
flashflash
A CCFB-SP
deseja a todos
um Feliz Natal
e um próspero
Ano Novo!
Boas-vindas aos novos associados
CourrierVI Fórum de Sustentabilidade
& XIII Prêmio LIF
Acompanhamento Editorial: Marjolaine Anfuso
Supervisão: Sueli Lartigue
Redação de textos: Retoque Jornalismo
Fotos: Bruno Poletti
Diagramação e arte: Anilton Rodrigues

"Da Inteligência Estratégica ao Insight Management" artigo @newsletter ccfb nov 2014 páginas 6 a 8

  • 1.
    Receita de sucesso I ntercâmbiode expe- riências e tecnologia. Esse é o tema que reuniu empresários franceses e brasileiros, autoridades e especialistas, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), em novembro. O VI Fórum de Inovação e Tecnologia, idealizado pela Câmara de Comércio França-Brasil de São Paulo (CCFB-SP) já é uma tradição relevante para o setor, estimulando o debate sobre inovação e mobilidade. O objetivo da iniciativa é que seja uma oportunidade aos associados de trocar experiências e de promover o intercâmbio de projetos e de tecnologias”, afirmou Louis Bazire, presidente da CCFB-SP e do BNP Paribas. “Trata-se de um encon- tro único para ampliar os negócios entre os dois países”, sinalizou Bazire. O cônsul geral da França em São Paulo, Damien Loras, ressaltou a importância da ação para o crescimento sustentável. “A inovação já faz parte do coração dessa parceria e ela é sem dúvida, essencial para o futuro”, des- tacou Loras. As pesquisas reforçam a relevância e os avanços da inovação na França. Estudo da Forbes mostra oito empresas francesas entre as mais inovadoras do mundo. O país ocupa o 10° lugar em número de patentes por milhão de habitantes, na frente dos Estados Unidos. “Em 2011, a França já reu- nia mais de cinco milhões de pesquisadores. Apesar da crise, os investimentos em P&D vêm crescendo em torno de 2% ao ano”, afirmou Jean Claude Bernard, minis- tro conselheiro para Assuntos Econômicos, chefe do ser- viço Econômico Regional do Brasil da Embaixada da França. “O Brasil aumentou a capacidade de conhe- cimento e ampliou a quali- dade”, sinalizou. De acordo com o espe- cialista, existem hoje no Brasil, aproximadamente 850 empresas francesas, com mais de 500 mil emprega- dos. “A boa relação entre os dois países fomentou ao longo dos anos a ampliação da cooperação. Existem hoje no Brasil centros de pesquisas globais que são referências e foram imple- mentados por grandes organizações como Rhodia, Sanofi e L’oreal”, destacou Bernard. Câmara de Comércio França- Brasil de São Paulo (CCFB-SP) reúne empresáriosfranceses ebrasileiros, autoridadese especialistaspara debaterosdesafios dainovaçãoparao desenvolvimento global Prêmio COMEX Prêmio EMPREENDEDOR
  • 2.
    Em seus primeirosvinte anos de existên- cia (1980-2000) o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) se consolidou como uma instituição líder em Computação Científica e Modela- gem Computacional no País, atuando como unidade de pesquisa científica e desenvolvimento tecnológico do Minis- tério de Ciências e Tecnologia (MCT) e como órgão governamental provedor de infraestrutura computacional de alto desempenho para a comunidade cien- tífica e tecnológica nacional. São cerca de 60 pesquisadores que se dedicam à pesquisa interdisciplinar. “O intuito do LNCC é realizar trabalhos e projetos baseados em pesquisas básicas e aplicadas”, afirmou o pesquisador Artur Ziviani. “A área de ciência de dados está crescendo no Brasil e no mundo, pois tem como objetivo analisar redes complexas e dados coletados”, enfatizou. Segundo o especialista, uma das pesquisas realiza- das é sobre um dos temas de destaque do fórum: a mobilidade. “Um dos projetos que estão sendo realizados analisa e caracteriza a mo- bilidade humana resultante da coleta de dados por meio da rede de tele- fonia, durante eventos de grande es- cala como Copa, Carnaval e shows”, exemplificou. Ziviani destacou, ainda, que o Brasil está bem defasado em relação aos países do BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China). “A competitivi- dade no País está sendo afetada e, por isso, precisamos atualizar o nosso sistema, transferir a tecnologia france- Os incríveis sa para o Brasil e adquirir novos siste- mas”, concluiu. Temos 17,5% de vegetação nativa e es- peramos atingir 20% em 2020”, sinalizou. Diante desse cenário, Alexia Ohannes- sian, da BPI France, apresentou as opor- tunidades de investimentos oferecidos pela instituição e destacou a sinergia en- tre os dois países só reforça a oportunida- de de negócios. “Nosso objetivo é ajudar as empresas francesas a se instalarem no Brasil. Inovação e exportação são as duas bases essenciais”, disse Alexia. Para João Florência da Silva, gerente do departamento de Fármacos e Biotec- nologia da FINEP, o intuito da instituição é atuar em toda a cadeia de inovação, com foco em ações estratégicas para o desenvolvimento sustentável do Brasil. Dados apresentados pelo especialista revelam que o investimento brasileiro em P&D empresarial em relação ao PIB é de 0,5%. Nos Estados Unidos é de 2%, na Zona do Euro de 1,5% e na China de 4%. “É necessário aumentar os investimen- tos no Brasil para que o País tenha uma taxa maior e as empresas tenham uma maior competitividade internacional”, destacou Alberto Lemos de Araújo Filho, diretor Geral da Atos-Bull, há várias questões que precisam ser analisadas em relação à segurança da informação e ao direito do usuário na rede. “O marco civil da in- ternet foi um importante passo, mas as empresas precisam estar atentas ao con- teúdo que está disponível na nuvem”, exemplificou o diretor. “A nuvem expõe a soberania dos dados das companhias e das pessoas”, enfatizou. “Ao mesmo tempo, trata-se de uma oportunidade para as organizações de realizar proje- tos de transformação para aumentar a competitividade”, concluiu. Força tarefa Crédito das fotos: Bruno Poletti
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    Tecnologia urbana Omensageiro O grande trunfo Comunicação 360° A Alstom acaba de lançar um novo produto para o transporte de massa. O Axónis é uma solução integrada que usa trilho e roda ferroviária. Um sistema de metrô inovador, concebido para melhorar a mobilidade urba- na com baixo custo. A inovação sem condutor pode transportar de 10 mil a 45 mil passageiros por hora. “Se- gurança, design elegante, agilidade de construção e adequação à arquitetura das cidades são os principais destaques”, apresentou Wagner Ribeiro, diretor de No- vos Negócios da Alstom. “A construção do sistema é rápida, de 4 a 5 anos, com viaduto modular que ofere- Líder no mercado de segurança digital, presente em 44 países e mais de 12 mil funcionários, a Ge- malto reforça como a inovação está mudando o jeito de se comunicar com os clientes. Não à toa, no Brasil 60% dos aparelhos de telefone móvel são smartphones, segundos dados apresentados por Gi- bson Nagata, gerente de Marketing da Gemalto. A tecnologia de smart message desenvolvida pela empresa que é um pop-up na tela do celular, que aparece sem sonoridade e só apaga após uma in- teração do usuário, já vem atraindo a atenção das grandes empresas. “Em média, uma pessoa olha para o seu celular 150 vezes por dia. Aproveitar esse espaço de uma forma inovadora e inteligente revo- luciona o mercado”, sinalizou. Um desafio iminente hoje é desenvolver ações estraté- gicas diante da descentralização da rede. “Hoje há um ambiente multicanal disponível para todos”, ressaltou Flávio Marietto, gerente de Mobilidade da Capgemini. “As empresas precisam analisar quando é o melhor mo- mento e qual a melhor forma para adquirir tecnologia. Esses passos são fundamentais, pois o atraso pode signi- ficar perda de mercado”, indicou. Segundo ele, a expe- riência do usuário ganha cada vez mais destaque. “Não adiante trazer apenas design, é preciso trazer também experiência a partir da leitura de análises profundas so- bre o público”, exemplificou. Os resultados? Três vezes mais chance de reter o cliente, de três a cinco vezes mais chances de compra de produtos. Você já parou para pensar em como é planeja- do toda a sinali- zação de uma estação de me- trô? Esse é o ex- pertise da Thales, que está entre as 8 empresas fran- cesas que mais investe em inovação e faturou 14 bilhões de euros no último ano. “Além de mostrar informações relevantes sobre o próprio transporte, o sistema oferece ganhos comerciais por ser uma plataforma multimídia”, expli- cou Thomaz Aquino, diretor de Transportes da Thales. “Trata-se de um sistema de informação alinhado aos de sinalização e aos de telecomunicação. O passageiro visualiza as diversas informações e, ao mesmo tempo, usufrui do transporte. Crédito das fotos: Bruno Poletti Box
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    Criado em 2007pela Câmara de Comércio França-Brasil de São Pau- lo (CCFB-SP), o Prêmio de Comércio Exterior França Brasil tem como ob- jetivo promover o comércio bilateral entre França e Brasil, homenagean- do empresas francesas que se des- tacaram no Brasil e empresas brasi- leiras que se destacaram na França. Ao longo das sete edições foram premiadas empresas como Embra- er, Natura, Alpargatas, Marfrig, Poko Pano, Brasfruit e Sarah Chofakian. Já do lado francês entre as premiadas estão: Rhodia, TopSolid, Missler, Che- eeeese, Eurocooler. Na categoria“Santos Dumont”, a vencedora foi a francesa Maïqual Consultoria e Engenharia, com mais de 18 anos de experiência na implementação de procedimentos de qualidade, segurança e meio- -ambiente. Stéphanie Cherubin, diretora da empresa, assumiu o de- safio de posicionar a empresa no se- tor de agronegócio no Brasil, espe- cialmente no planejamento de silos para cana-de-açúcar. “A prova de que o trabalho que estamos desen- volvendo no Brasil é de qualidade é que os nossos primeiros clientes con- tinuam com a gente até hoje e pre- vemos novos projetos para os próxi- mos anos”, disse ela. VIII Prêmio de Comércio Exterior I Prêmio Empreendedor Os troféus foram para: Arkadin, organização que presta servi- ços de vídeo e web conferência para o meio empresarial. Com apenas 13 anos de experiência, a empresa conta com uma rede global de 50 escritórios, em 29 países e seis continentes. Ao receber o troféu, o diretor comercial da empresa no Brasil, disse ser um orgulho para a em- presa francesa. “Temos o objetivo de reu- nir pessoas que estão geograficamente distantes para acelerar seus negócios, fa- zendo reuniões virtuais e entregando pro- dutividade e velocidade nas decisões.” Na categoria Villegaignon, a ven- cedora foi a empresa de origem bra- sileira Granado, fundada em 1870 pelo português José Antônio Coxito Granado. Clientes ilustres como o Im- perador Dom Pedro II e o jurista Rui Barbosa foram alguns dos freqüen- tadores da botica. Levar a marca que já é tradicional no País para o berço do setor foi um desafio, segun- do a diretora de marketing e vendas da empresa, Nazish Munchenbach. “Uma das razões para o nosso sucesso é ter ficado muito fiel às nossas raízes. Não foi preciso inventar uma história”, disse ela, ressaltando que a inovação é constante diante das diferenças culturais existentes entre as diversas regiões do Brasil.
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    A Comissão de Inteligên- ciaEstratégica da Câ- mara de Comércio Fran- ça-Brasil de São Paulo (CCFB-SP), coordenada por Frédéric Donier sócio-diretor da Crescendo Consultoria, trouxe no dia 11 de novembro de 2014 três exemplos do uso de informações de valor no processo de aquisição, fusão e integração de empresas. Edson Ito, professor da Faculdade Getúlio Vargas (FGV) e membro da Strategic and Competitive Intelli- gence Professionals (Scip), abriu o encontro expondo as macrotendên- cias da área. Segundo Ito, há um crescente pro- cesso mundial de privatização da inteligência estratégica, ou seja, da transferência de know-how de agên- cias governamentais para entes do mercado. Aliado a isso, há também uma sofisticação dos usuários e uma tendência de unir a disciplina a ou- tras áreas da administração, como a inovação. O termo que vem sendo utilizado para denominar esse fenô- meno é Insight Management. Com base nesse cenário, os executivos das empresas que lideraram processos de aquisição e fusão apresentaram os desafios que enfrentaram nesse tema. Primeiro desafio: Sanofi e o mercado colombiano A Sanofi é uma das líderes mundiais do mercado farmacêutico. Aproxima- damente, 33% de suas receitas anuais vêm das chamadas economias emer- gentes, sendo que a zona latino-ame- ricana responde por 6%. Bruno Grêlé, vice-presidente de Genéricos para América Latina, revelou as estratégias da companhia na Colômbia, hoje um dos hubs regionais da multinacional. A Colômbia com 50 milhões de habitantes atinge também os mer- cados do Equador, do Peru e da Ve- nezuela, perfazendo uma economia de 200 milhões de pessoas, quase um Brasil, no valor de US$ 4 bilhões em compras de produtos farmacêu- ticos por ano. Aproximadamente, metade desse segmento é domina- do por compras governamentais e a outra pela compra privada. Em 2011, a Sanofi, com 700 empregados e vendas de US$ 200 milhões, estava no quinto lugar no ranking. Da inteligência estratégica ao Insight Management A Sanofi é uma das líderes mundiais do mercado farmacêutico. Aproximada- mente, 33% de suas receitas anuais vêm das chamadas economias emergentes, sendo que a zona latino-americana
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    Foi esse motivoque fez a multina- cional francesa adquirir a Genfar, uma farmacêutica de capital co- lombiano, 1.200 colaboradores e US$ 150 milhões de faturamento. A com- panhia, com presença também nos mercados da zona andina, da Amé- rica Central e da Venezuela, tinha três grandes atrativos para a Sano- fi: força no segmento de genéricos, modelo de negócios sustentável e possibilidades de sinergia. Com a compra, a Sanofi atingiu a primeira posição no mercado co- lombiano e a quinta no equatoria- no. Segundo Grêlé, o maior desa- fio foi integrar as culturas dos dois grupos, fazendo com que a Genfar assimilasse gradualmente uma visão multinacional, uma organização matricial e um compromisso com o compliance. Segundo desafio: Somfy e a integração de três empresas A Somfy é uma empresa france- sa, de 1 bilhão de Euros de fatura- mento, que atua nas áreas de se- gurança e automação residencial e de escritórios. Conta com mais de 200 mil objetos conectados e 70 milhões de motores instalados em janelas por todo o mundo. Com 8.000 funcionários e presença em 80 países, iniciou em 2011 um projeto mundial de expansão denominado LETs (Living Environment Transforma- tion through Somfy), o que incluiu aumentar a relevância do território brasileiro, explica Paul Violland, In- novation & Partnership Manager. Com 34 colaborares no Brasil e uma instalação em Osasco, na Grande São Paulo, e foco exclusi- vo na motorização de persianas, a Somfy iniciou um rápido e amplo processo de aquisição de empresas brasileiras. Adquiriu a Garen Auto- mação, com 336 empregados, a Neocontrol, com 36 funcionários, e a Giga Security, com 163 trabalha- dores. Desse modo, conseguiu obter um papel de relevo no mercado na- cional. A estratégia de consolidação utili- zou-se de business plan elaborados em conjunto com as lideranças das empresas adquiridas, um horizonte de três anos, novas regras de com- pliance e um acompanhamento es- tratégico com um time de integra- ção especialmente designado para a tarefa. Para fazer com que a união sofres- se de poucos percalços, a Somfy promoveu em 2014 o primeiro Brazil Somfy Conference, encontro com 40 lideranças das empresas, e defi- niu um plano de ação comum. Os objetivos definidos foram: promover o cross selling, a transferência tec- nológica, a internacionalização, a melhoria dos processos internos e o desenvolvimento de uma cultura comum. Segundo Violland, todas as metas estão sendo atingidas a contento. Terceiro desafio: de startup a líder brasileira em lavanderias Fundada em 1883 na França, a Elis é uma empresa de lavanderia industrial de 1,2 bilhão de Euros de faturamento anual, com 18 mil fun- cionários, 240 mil clientes, 160 cen- tros de distribuição e 100 centros de lavagem pelo mundo. Aproxima- A Somfy é uma empresa francesa, de 1 bilhão de Euros de faturamento, que atua nas áreas de segurança e automação residencial e de escritórios. Conta com mais de 200 mil objetos conecta- dos e 70 milhões de motores instalados em janelas por todo o mundo
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    damente, 30% dasua receita vêm de hotéis, 15% de hospitais, 36% de comércio e serviços e 20% de indústrias. Para entrar no mercado brasileiro, a Elis adotou uma estratégia inusi- tada. Criou uma operação na for- ma de uma start-up, de maneira a conhecer o mercado brasileiro em todos os seus detalhes, dos riscos operacionais aos trâmites da buro- cracia. Assim, logo conseguiu o seu primeiro cliente: a Sanofi. As perspectivas do mercado bra- sileiro nessa área de lavagem in- dustrial são bastante promissoras. Enquanto na Europa, 60% das em- presas se responsabilizam pela hi- gienização dos uniformes dos fun- cionários, no Brasil esse índice está em apenas 20%. Com o objetivo de conquistar mer- cados regionais, a Elis internacio- nal intensificou seu programa de aquisições desde 2011 na Europa. No Brasil, a Elis adquiriu a compa- nhia Atmosfera, que representa 7% da receita do Grupo e possui 3500 funcionários, transformando-se ime- diatamente em líder no mercado brasileiro. O processo de consolidação das operações segue acelerado desde fevereiro de 2014, data da aquisi- ção. Em Jundiaí, a Elis herdou da segunda maior lavanderia indus- trial do mundo, com 40 mil metros quadrados de área, atualmente em fase de expansão com a criação de uma nova planta de higieniza- ção de uniformes. Atualmente, a empresa processa 1.500 toneladas de roupas por semana no Brasil, hi- gienizando 74.000 peças de roupas. Segundo Jeremy Devooght-Ozen- ne, diretor do Segmento Industrial da Elis no Brasil, o maior desafio agora é aumentar a produtividade da operação verde-amarela. Téc- nicos europeus foram trazidos para apoiar a melhoria da performance, que está 50% abaixo das similares da Europa. Quarto desafio: orquestrando uma equipe com culturas diferentes No Brasil, a DECATHLON iniciou as atividades em 2001. Atualmente, conta com 18 lojas, um armazém e um amplo processo de expansão, além da transformação omnicanal da empresa. Uma das principais ca- racterísticas da empresa é a inova- ção com o objetivo de promover a saúde e o bem-estar do esportista. Mas como desenvolver uma estra- tégia de alta performance que en- globe os colaboradores, os enge- nheiros e os profissionais espalhados pelos mais de 50 laboratórios inter- nos e externos que desenvolvem mais de 3.500 produtos novos e mais de 50 inovações por ano? Uma das descobertas durante o processo foi que as culturas fran- cesas e brasileiras quando bem or- questradas e combinadas podem formar uma mistura eficiente e de sucesso. No desenvolvimento das práticas de aprendizado também foram sinalizados: a formação de um time com perfis psicológicos bem diversos e a criação de dinâ- micas lúdicas para estimular o tra- balho em grupo e o compartilha- mento. Os resultados? Amadurecimento e reconheci- mento do time como equipe de alta performance e o Prêmio da Revista Época Reclame Aqui – As melhores empresas para o consumidor 2014, que geraram prestígio nacional e internacional. Também a operação Decathlon.com.br se destacou pela prêmio de maior crescimento em comércio eletrônico na América La- tina nos anos de 2013 e 2014 segun- do estudo da Internet Retailer’s. Em conclusão, Frédéric Donier des- tacou que os quatro cases ilustram a importância da disciplina de Inte- ligência Estratégica para apoiar o crescimento das empresas nos dias atuais, seja no crescimento externo no caso de fusões, seja no cresci- mento orgânico como no caso dos processos de transformação digital. Fundada em 1883 na França, a Elis é uma empresa de lavanderia industrial de 1,2 bilhão de Euros de faturamento anual, com 18 mil funcionários, 240 mil clientes, 160 centros de distribuição e 100 centros de lavagem pelo mundo No Brasil, a DECATHLON iniciou as atividades em 2001. Atualmente, conta com 18 lojas, um armazém e um amplo processo de expansão, além da transformação omnicanal da empresa
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    flash Para promover aindamais a rela- ção de troca e compartilhamento entre os dois países, a Câmara de Comércio França-Brasil de São Paulo (CCFB-SP) realizou na noite do dia 25 de novembro, um evento especial com o tema “Luxo França-Brasil”. Mais de 300 empresários, autori- dades e especialistas em moda e beleza se reuniram, no Grand Hyatt Hotel, em São Paulo, para celebrar o sucesso das trocas comerciais e culturais. Grandes grifes como Guerlain, Givenchy, Sephora, Peclers Pa- ris, Pedro Lourenço e Mon Absolu apoiaram a iniciativa de modo a re- forçar os avanços do setor no cenário global. “O nosso objetivo é criar cada vez mais oportunidades de troca e com- partilhamento de negócios e inova- ção entre os associados e interessa- dos”, afirmou Louis Bazire, presidente da Câmara de Comércio França- -Brasil de São Paulo (CCFB-SP). Não à toa, representantes de gran- des empresas como Allianz, ASGV Advogados, Atos/Bull, Banco Crédit Agricole, BNP Paribas, Banco Soci- été Générale, Carrefour, Chandon (LVMH), Chez France, EAGV, Eden- red, GT Lawyers, Lacoste, Pernod Ricard, Rhodia Solvay, Sanofi, Saint- -Gobain e Velours também marca- ram presença. Outro destaque da festa foi a esta- ção de beleza da marca Givenchy, comandada pelo maquiador oficial da marca João Carlos Alcantara, que ficou disponível durante todo o coquetel para os convidados expe- rimentarem os produtos e vivencia- rem uma experiência única. Por volta das 21 horas, iniciou-se o jantar com mais uma surpresa, o pres- tigiado som do quarteto da La Regi- na, uma grife musical que busca na tradição das músicas tocadas a par- tir do século XVI na Europa, a inspira- ção para o mundo contemporâneo. Sorteios de passagens aéreas e hospedagens para Paris, champag- nes e kits exclusivos da marcas Se- phora e Givenchy foram realizados entre os convidados. “Uma iniciativa especial criada para comemorar o ano de 2014 e for- talecer as ações estimadas pela en- tidade para o 2015”, concluiu Bazire. Fête do Luxo
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    A CCFB-SP deseja atodos um Feliz Natal e um próspero Ano Novo! Boas-vindas aos novos associados CourrierVI Fórum de Sustentabilidade & XIII Prêmio LIF Acompanhamento Editorial: Marjolaine Anfuso Supervisão: Sueli Lartigue Redação de textos: Retoque Jornalismo Fotos: Bruno Poletti Diagramação e arte: Anilton Rodrigues