1/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
ESPAÇOS EUCLIDIANOS R
n
(combinação linear, (in)dependência linear, subespaço, base e dimensão)
(a consulta a estas notas de aula não dispensa a leitura da bibliografia de referência)
Prof. Ricardo Saldanha de Morais
Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Departamento de Matemática (http://www.dm.cefetmg.br)
II semestre de 2021
2/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
Sumário
1 Os espaços R
n
2 Combinação linear
3 (In)dependência linear
Equações paramétricas do plano
4 Subespaço, base e dimensão
Bases ortogonais e ortonormais
5 Referências
3/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
Os espaços R
n
Muito do que sabemos sobre vetores pode ser estendido para além dos
espaços R
2
e R
3
.
Definição (Espaço euclidiano n-dimensional)
O espaço euclidiano R
n
(n é um inteiro positivo) é o conjunto de todas as
n-uplas ordenadas (x1, x2, ⋯, xn) de números reais. Em sı́mbolos,
R
n
= {(x1, x2, ⋯, xn) ∣ xi ∈ R} .
(x1, x2, ⋯, xn) = (y1, y2, ⋯, yn) se e só se x1 = y1, x2 = y2, ⋯, xn = yn.
Exemplo 1
A sextúpla (
1
3
, 0, −4,
√
7,
3
4
, 2) é um elemento do R
6
, que pode ser pensado
como um ponto ou como um vetor.
Quando realizamos operações com elementos de R
n
, nos referimos a eles
como vetores.
Definições (Soma de vetores e multiplicação de vetor por escalar)
(a) A soma de dois vetores ⃗
v = (v1, v2, ⋯, vn) e ⃗
w = (w1, w2, ⋯, wn) do R
n
é definida por
⃗
v + ⃗
w = (v1 + w1, v2 + w2, ⋯, vn + wn).
(b) A multiplicação de um vetor ⃗
v = (v1, v2, ⋯, vn) do R
n
por um escalar
α ∈ R é definida por
α ⃗
v = (α v1, α v2, ⋯, α vn).
O vetor nulo do R
n
, denotado por ⃗
0, é definido como sendo
⃗
0 = (0, 0, ⋯, 0).
Se ⃗
v = (v1, v2, ⋯, vn) ∈ R
n
, então o simétrico do vetor ⃗
v, representado
por −⃗
v, é definido por
−⃗
v = (−v1, −v2, ⋯, −vn) (i.e., − ⃗
v = (−1) ⃗
v).
A diferença de dois vetores do R
n
, ⃗
v e ⃗
w, é definida por
⃗
v − ⃗
w = ⃗
v + (− ⃗
w) (i.e., a diferença é um caso particular da soma).
Define-se que dois vetores ⃗
v, ⃗
w ∈ R
n
são paralelos (⃗
v/
/ ⃗
w) se ⃗
v = α ⃗
w,
ou ⃗
w = α ⃗
v, para algum α ∈ R.
4/35
Teorema (Propriedades da soma e da multiplicação por escalar)
Se ⃗
u = (u1, u2, ⋯, un), ⃗
v = (v1, v2, ⋯, vn) e ⃗
w = (w1, w2, ⋯, wn) são vetores
do R
n
e α e β são escalares, então:
(a) ⃗
u + ⃗
v = ⃗
v + ⃗
u,
(b) (⃗
u + ⃗
v) + ⃗
w = ⃗
u + (⃗
v + ⃗
w),
(c) ⃗
u + ⃗
0 = ⃗
u,
(d) ⃗
u + (−⃗
u) = ⃗
0,
(e) α (β ⃗
u) = (α β) ⃗
u,
(f) α (⃗
u + ⃗
v) = α ⃗
u + α ⃗
v,
(g) (α + β) ⃗
u = α ⃗
u + β ⃗
u,
(h) 1 ⃗
u = ⃗
u.
O teorema acima segue das propriedades da álgebra matricial.
Definições (Extensões das noções de produto escalar e ortogonalidade)
Sejam ⃗
u = (u1, u2, ⋯, un) e ⃗
v = (v1, v2, ⋯, vn) vetores do R
n
.
O produto escalar entre ⃗
u e ⃗
v é
⃗
u ⋅ ⃗
v = u1 ⋅ v1 + u2 ⋅ v2 + ⋯ + un ⋅ vn .
A norma de ⃗
u é ∥ ⃗
u ∥=
√
⃗
u ⋅ ⃗
u =
√
u2
1 + u2
2 + ⋯ + u2
n .
⃗
u e ⃗
v são ortogonais (⃗
u ⊥ ⃗
v) se ⃗
u ⋅ ⃗
v = 0 .
Se ⃗
u ≠ ⃗
0, a projeção ortogonal de ⃗
v sobre ⃗
u é proj⃗
u ⃗
v = (
⃗
v ⋅ ⃗
u
∥ ⃗
u ∥2
) ⃗
u .
5/35
6/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
Combinação linear
Definição (Combinação linear)
Um vetor ⃗
v ∈ R
n
é combinação linear dos vetores ⃗
v1, ⃗
v2, ⋯ , ⃗
vk ∈ R
n
se
existem escalares α1, α2, ⋯, αk ∈ R tais que
α1 ⃗
v1 + α2 ⃗
v2 + ⋯ + αk ⃗
vk = ⃗
v (1)
Exemplo 2
⃗
v = (1, −4, 6) é combinação linear dos vetores ⃗
v1 = (1, −1, 1) e ⃗
v2 = (2, 1, −3).
Com efeito, podemos verificar que
(1, −4, 6) = 3 (1, −1, 1) + (−1) (2, 1, −3).
Logo, ⃗
v é combinação linear de ⃗
v1 e ⃗
v2.
Quando k = 1, a equação vetorial (1) fica α1 ⃗
v1 = ⃗
v, isto é, ⃗
v é combinação
linear de ⃗
v1 se e somente se ⃗
v /
/ ⃗
v1.
Exemplo 3
⃗
v = (1, 1, 1) é combinação linear dos vetores ⃗
v1 = (1, −1, 1) e ⃗
v2 = (2, 1, −3)?
Solução:
Temos que
α1 ⃗
v1 + α2 ⃗
v2 = ⃗
v ⇔ α1 (1, −1, 1) + α2 (2, 1, −3) = (1, 1, 1)
⇔ (α1 + 2α2, −α1 + α2, α1 − 3α2) = (1, 1, 1)
⇔
⎧
⎪
⎪
⎪
⎨
⎪
⎪
⎪
⎩
α1 + 2 α2 = 1
−α1 + 2 α2 = 1
α1 − 3 α2 = 1
.
Precisamos verificar se o sistema linear acima possui solução:
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 2 1
−1 1 1
1 −3 1
⃗
v
1
→
⃗
v
2
→
⃗
v
→
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
escalonando...
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
→
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 2 1
0 1 0
0 0 2
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
.
Como o sistema linear não possui solução, ⃗
v não é combinação linear de ⃗
v1
e ⃗
v2.
7/35
Exemplo 4
O vetor ⃗
v = (0, 0, 4, 2) é combinação linear dos vetores ⃗
v1 = (1, −1, 0, 0),
⃗
v2 = (−2, 2, 2, 1) e ⃗
v3 = (−1, 1, 2, 1)?
Solução:
Devemos verificar se a equação vetorial α1 ⃗
v1 + α2 ⃗
v2 + α3 ⃗
v3 = ⃗
v admite
solução. Essa equação é equivalente ao sistema linear
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
⎨
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩
α1 − 2 α2 − α3 = 0
−α1 + 2 α2 + α3 = 0
2 α2 + 2 α3 = 4
α2 + α3 = 2
⟺
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 −2 −1
−1 2 1
0 2 2
0 1 1
⃗
v
1
→
⃗
v
2
→
⃗
v
3
→
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
α1
α2
α3
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
=
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
0
0
4
2
⃗
v
→
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
.
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 −2 −1 0
−1 2 1 0
0 2 2 4
0 1 1 2
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
escalonando...
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
→
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 −2 −1 0
0 1 1 2
0 0 0 0
0 0 0 0
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
.
Uma vez que o sistema possui solução, ⃗
v é combinação linear de ⃗
v1, ⃗
v2 e
⃗
v3. Cabe notar que, como esse sistema admite infinitas soluções, ⃗
v pode ser
expresso como combinação de linear de ⃗
v1, ⃗
v2 e ⃗
v3 de infinitas maneiras. Em
particular, temos ⃗
v = 4 ⃗
v1 + 2 ⃗
v2 + 0 ⃗
v3 e ⃗
v = 5 ⃗
v1 + 3 ⃗
v2 − ⃗
v3 (confira!).
8/35
Exemplo 5
O vetor nulo ⃗
0 ∈ R
n
é combinação linear de quaisquer vetores ⃗
v1, ⃗
v2, ⋯ , ⃗
vk ∈
R
n
pois podemos escrever
⃗
0 = 0 ⃗
v1 + 0 ⃗
v2 + ⋯ + 0 ⃗
vk
(i.e., a equação vetorial α1 ⃗
v1 + α2 ⃗
v2 + ⋯ + αk ⃗
vk = ⃗
0 possui solução).
Exemplo 6
Sejam ⃗
i = (1, 0, 0), ⃗
j = (0, 1, 0) e
⃗
k = (0, 0, 1) (vetores unitários canônicos
do R
3
).
Todo vetor ⃗
v = (a, b, c) do R
3
é com-
binação linear de ⃗
i, ⃗
j e ⃗
k. De fato,
(a, b, c) = a (1, 0, 0) + b (0, 1, 0)
+c (0, 0, 1)
= a⃗
i + b ⃗
j + c ⃗
k .
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10/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
Equações paramétricas do plano
(In)dependência linear
Definição ((In)dependência linear)
Um conjunto C = {⃗
v1, ⃗
v2, ⋯, ⃗
vk} de vetores do R
n
é linearmente
independente (LI) se a equação vetorial
α1 ⃗
v1 + α2 ⃗
v2 + ⋯ + αk ⃗
vk = ⃗
0
possui somente a solução trivial, isto é, α1 = α2 = ⋯ = αk = 0. Caso
contrário, dizemos que C é linearmente dependente (LD).
Exemplo 7
O conjunto C = {⃗
v}, ⃗
v ∈ R
n
, ⃗
v ≠ ⃗
0, é LI, já que α ⃗
v = ⃗
0 se e somente se α = 0.
Exemplo 8
⃗
i = (1, 0, 0), ⃗
j = (0, 1, 0) e ⃗
k = (0, 0, 1) formam um conjunto LI. Com efeito,
α1 ⃗
i + α2 ⃗
j + α3 ⃗
k = ⃗
0 ⇔ α1(1, 0, 0) + α2(0, 1, 0) + α3(0, 0, 1) = (0, 0, 0)
⇔ (α1, α2, α3) = (0, 0, 0) ⇔ α1 = α2 = α3 = 0 .
Exemplo 9
Os vetores ⃗
v1 = (1, 0, 1, 2), ⃗
v2 = (0, 1, 1, 2) e ⃗
v3 = (1, 1, 1, 3) são LI?
Solução:
A equação vetorial
α1(1, 0, 1, 2) + α2(0, 1, 1, 2) + α3 (1, 1, 1, 3) = (0, 0, 0, 0)
é equivalente ao sistema linear homogêneo
⎧
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
⎨
⎪
⎪
⎪
⎪
⎪
⎩
α1 + α3 = 0
α2 + α3 = 0
α1 + α2 + α3 = 0
2 α1 + 2 α2 + 3 α3 = 0
⟺
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 0 1
0 1 1
1 1 1
2 2 3
⃗
v
1
→
⃗
v
2
→
⃗
v
3
→
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
α1
α2
α3
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
=
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
0
0
0
0
⃗
0
→
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
.
Devemos verificar se esse sistema possui somente a solução trivial:
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 0 1 0
0 1 1 0
1 1 1 0
2 2 3 0
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
escalonando...
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
→
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 0 0 0
0 1 0 0
0 0 1 0
0 0 0 0
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
.
Como o sistema possui somente a solução trivial, {⃗
v1, ⃗
v2, ⃗
v3} é LI.
11/35
12/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
Equações paramétricas do plano
Exemplo 10
Sejam ⃗
v1 = (1, 2, −1), ⃗
v2 = (1, −2, 1), ⃗
v3 = (−3, 2, −1) e ⃗
v4 = (2, 0, 0) vetores
do R
3
. O conjunto {⃗
v1, ⃗
v2, ⃗
v3, ⃗
v4} é LI?
Solução:
A equação vetorial
α1 (1, 2, −1) + α2 (1, −2, 1) + α3(−3, 2, −1) + α4(2, 0, 0) = (0, 0, 0)
é equivalente a
⎧
⎪
⎪
⎪
⎨
⎪
⎪
⎪
⎩
α1 + α2 − 3α3 + 2α4 = 0
2α1 − 2α2 + 2α3 = 0
−α1 + α2 − α3 = 0
,
que é um sistema linear homogêneo com menos equações do que incógnitas
e que possui, portanto, solução não trivial (infinitas soluções). Logo,
{⃗
v1, ⃗
v2, ⃗
v3, ⃗
v4} é LD.
Um conjunto com mais do que n vetores do R
n
é sempre LD.
(In)dependência linear no caso de três vetores do R
3
Sejam ⃗
u = (u1, u2, u3), ⃗
v = (v1, v2, v3) e ⃗
w = (w1, w2, w3) vetores do R
3
.
A equação vetorial
α1 (u1, u2, u3) + α2 (v1, v2, v3) + α3(w1, w2, w3) = (0, 0, 0)
é equivalente ao sistema linear homogêneo (nas incógnitas α1, α2 e α3)
⎧
⎪
⎪
⎪
⎨
⎪
⎪
⎪
⎩
u1 α1 + v1 α2 + w1 α3 = 0
u2 α1 + v2 α2 + w2 α3 = 0
u3 α1 + v3 α2 + w3 α3 = 0
ou
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
u1 v1 w1
u2 v2 w2
u3 v3 w2
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
α1
α2
α3
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
=
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
0
0
0
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
.
O sistema admite solução não trivial se e somente se
det
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
u1 v1 w1
u2 v2 w2
u3 v3 w2
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
= 0 ⇔ det
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
u1 u2 u3
v1 v2 v3
w1 w2 w3
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
= 0 ⇔ ⃗
u ⋅ (⃗
v × ⃗
w)
ÍÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÑÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÏ
produto misto
= 0.
13/35
(In)dependência linear no caso de três vetores do R
3
Três vetores do R
3
são LD se e somente se eles são coplanares.
Três vetores do R
3
são LI se e somente se eles não são coplanares.
Figura: Três vetores do R
3
LD Figura: Três vetores do R
3
LI
14/35
(In)dependência linear versus combinação linear
Exemplo 11
Sejam ⃗
v1 = (−2, −2, 2), ⃗
v2 = (−3, 3/2, 0) e ⃗
v3 = (−2, 1, 0) vetores do R
3
. O
conjunto {⃗
v1, ⃗
v2, ⃗
v3} é LI?
Solução: Como det
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
−2 −3 −2
−2 3/2 1
2 0 0
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
= 0 (confira!), o sistema
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
−2 −3 −2
−2 3/2 1
2 0 0
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
α1
α2
α3
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
=
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
0
0
0
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
(e a eq. vetorial α1 ⃗
v1 + α2 ⃗
v2 + α3 ⃗
v3 = ⃗
0)
possui solução não trivial. Consequentemente, {⃗
v1, ⃗
v2, ⃗
v3} é LD.
Note que, neste caso, ⃗
v2 = 0 ⃗
v1 +
3
2
⃗
v3, ou seja, ⃗
v2 é combinação linear de ⃗
v1
e ⃗
v3 (⃗
v1 não é combinação linear de ⃗
v2 e ⃗
v3).
Teorema
O conjunto {⃗
v1, ⃗
v2, ⋯, ⃗
vk} ⊂ R
n
(k > 1) é linearmente dependente se, e
somente se, um dos vetores ⃗
vi é combinação linear dos demais vetores.
Em particular, {⃗
v1, ⃗
v2} ⊂ R
n
é LD se e somente se um vetor é com-
binação linear do outro, isto é, um vetor é múltiplo escalar do outro.
15/35
Equações paramétricas do plano
Seja π o plano que passa pelo
ponto P0 = (x0, y0, z0) e é para-
lelo aos vetores ⃗
v = (v1, v2, v3) e
⃗
w = (w1, w2, w3), não paralelos
entre si.
P = (x, y, z) ∈ π se e somente
se os vetores
−
−
−
→
P0P, ⃗
v e ⃗
w são co-
planares, isto é, são LD. Assim,
P = (x, y, z) ∈ π se e somente se
um dos três vetores pode ser ex-
presso como combinação linear
dos outros dois.
Em outros termos, como ⃗
v e ⃗
w não são paralelos, P = (x, y, z) ∈ π se e
somente se existem s, t ∈ R tais que
−
−
−
→
P0P = s ⃗
v + t ⃗
w (veja o Exercı́cio 8,
da Parte II, da Lista de Exercı́cios 9).
A igualdade
−
−
−
→
P0P = s ⃗
v + t ⃗
w, s, t ∈ R — ou (x − x0, y − y0, z − z0) =
s (v1, v2, v3) + t (w1, w2, w3), s, t ∈ R — pode ser escrita como
16/35
⎧
⎪
⎪
⎪
⎨
⎪
⎪
⎪
⎩
x = x0 + v1 s + w1 t
y = y0 + v2 s + w2 t
z = z0 + v3 s + w3 t
, s, t ∈ R (2)
As equações (2), chamadas equações paramétricas, descrevem o plano
π que passa por P0 = (x0, y0, z0) e é paralelo aos vetores ⃗
v = (v1, v2, v3)
e ⃗
w = (w1, w2, w3) (não paralelos entre si).
O conjunto de equações (2) é equivalente à equação
(x, y, z) = (x0, y0, z0) + s (v1, v2, v3) + t (w1, w2, w3), s, t ∈ R
— ou
−
−
→
OP =
−
−
−
→
OP0 + s ⃗
v + t ⃗
w, s, t ∈ R — denominada equação vetorial
do plano π.
Exemplo 12
Encontre equações paramétricas do plano que contém os pontos A = (0, 1, 0),
B = (1, 0, 1) e C = (0, 0, 1).
Solução: Temos que
−
−
→
AB = (1, −1, 1) e
−
−
→
AC = (0, −1, 1) são LI (por quê?).
Logo, tomando A como ponto particular, o plano tem equações paramétricas
⎧
⎪
⎪
⎪
⎨
⎪
⎪
⎪
⎩
x = s
y = 1 − s − t
z = s + t
, s, t ∈ R .
17/35
18/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
Equações paramétricas do plano
As equações paramétricas e vetorial de um plano não são únicas.
Exemplo 13
Um plano π tem equação geral x + 2 y − z − 1 = 0. Obtenha uma equação
vetorial de π.
Solução:
Da equação geral, segue que x = 1 − 2 y + z. Fazendo y = s e z = t, s, t ∈ R,
⎧
⎪
⎪
⎪
⎨
⎪
⎪
⎪
⎩
x = 1 − 2 s + t
y = s
z = t
são equações paramétricas de π. Podemos ver então que o plano passa por
P0 = (1, 0, 0) e é paralelo aos vetores ⃗
v = (−2, 1, 0) e ⃗
w = (1, 0, 1). Resulta
também das equações paramétricas que
(x, y, z) = (1, 0, 0) + s (−2, 1, 0) + t (1, 0, 1), s, t ∈ R,
é uma equação vetorial do plano π.
19/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
Bases ortogonais e ortonormais
Subespaço
Definição (Subespaço)
Um subconjunto W ⊆ R
n
, W ≠ ∅, é um subespaço se satisfaz as duas
condições a seguir:
(i) se ⃗
u, ⃗
v ∈ W, então ⃗
u + ⃗
v ∈ W,
(ii) se ⃗
u ∈ W e α ∈ R, então α ⃗
u ∈ W.
Exemplo 14
Seja W = {(x, y) ∈ R
2
∣x ≥ 0, y ≥ 0}.
Temos que W ≠ ∅, pois (0, 0) ∈ W.
O subconjunto W não é subespaço do R
2
, já
que ⃗
u = (1, 1) ∈ W, mas (−1) ⃗
u = (−1, −1) ∉ W,
ou seja, a condição (ii) da definição não é
satisfeita.
Contudo, W é fechado em relação à soma, isto
é, a condição (i) é satisfeita (confira!).
Exemplo 15
Seja W = {(x, y) ∈ R
2
∣ y = 2 x}. O subconjunto W é um subespaço do R
2
.
De fato, W ≠ ∅, uma vez que (0, 0) ∈ W. Sejam ⃗
u = (u1, u2) e ⃗
v = (v1, v2)
elementos arbitrários de W e α ∈ R. Então, u2 = 2 u1 e v2 = 2 v1.
⃗
u + ⃗
v ∈ W? Sim, já que ⃗
u + ⃗
v = (u1, u2) + (v1, v2) = (u1 + v1, u2 + v2) e
u2 + v2 = (2 u1) + (2 v1) = 2 (u1 + v1), ou seja, a condição que define os
elementos de W é atendida.
α ⃗
u ∈ W? Sim, pois α ⃗
u = (α u1, α u2) e α u2 = α (2 u1) = 2 (α u1).
Portanto, W é um subespaço do R
2
.
Vale observar que, se ⃗
w = (x, y) ∈ W, então
⃗
w = (x, 2 x) = x (1, 2).
Ou seja, todo elemento de W é múltiplo escalar
do vetor ⃗
v = (1, 2) ∈ W. Desse modo, W pode ser
geometricamente representado pela reta que
passa pela origem e é paralela ao vetor ⃗
v.
Alternativamente, um subconjunto W ⊆ R
n
, W ≠ ∅, é um subespaço
se, e somente se, α ⃗
u + ⃗
v ∈ W, ∀α ∈ R e ∀⃗
u, ⃗
v ∈ W.
20/35
Se o subconjunto W ⊆ R
n
é um subespaço, então ⃗
0 ∈ W. Com efeito, se
⃗
w ∈ W, segue que ⃗
0 = 0 ⃗
w ∈ W. A recı́proca não é verdadeira (veja o
Exemplo 12).
R
n
admite pelo menos dois subespaços: o conjunto { ⃗
0 } (⃗
0 ∈ R
n
), cha-
mado subespaço nulo, e o próprio R
n
.
Subespaços do R
2
:
{ (0, 0) }.
Retas pela origem.
R
2
.
Subespaços do R
3
:
{ (0, 0, 0) }.
Retas pela origem.
Planos pela origem.
R
3
.
Teorema
Seja A uma matriz m×n. O conjunto solução do sistema homogêneo AX = 0̄
é um subespaço do R
n
.
Prova: AX = 0̄ admite pelo menos a solução trivial. Portanto, seu conjunto
solução, W, é não vazio. Sejam X1, X2 ∈ W e α ∈ R. Então,
A(αX1 + X2) = A(αX1) + A X2 = α A X1 + A X2 = α 0̄ + 0̄ = 0̄ ,
ou seja, α X1 + X2 ∈ W. Assim, W é um subespaço do R
n
(M(n, 1) ≅ R
n
).
21/35
Base
Definição (Base)
Seja W ⊆ R
n
um subespaço não nulo. Um subconjunto C = {⃗
v1, ⃗
v2, ⋯, ⃗
vk} ⊂
W é uma base de W se
(i) C é LI e
(ii) C gera W, isto é, todo vetor de W é combinação linear de ⃗
v1, ⃗
v2, ⋯, ⃗
vk
(W = [⃗
v1, ⃗
v2, ⋯, ⃗
vk]).
Exemplo 16
Seja A =
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 1 2 −1
2 3 6 −2
−2 1 2 2
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
. Encontre uma base para o conjunto solução
do sistema homogêneo AX = 0̄.
Solução:
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 1 2 −1 0
2 3 6 −2 0
−2 1 2 2 0
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
escalonando...
−
−
−
−
−
−
−
−
−
−
→
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 0 0 −1 0
0 1 2 0 0
0 0 0 0 0
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
.
22/35
Exemplo 16 (cont.)
O sistema AX = 0̄ é equivalente a {
x − w = 0
y + 2z = 0
, cujo conjunto solução
é X =
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
x
y
z
w
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
=
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
β
−2α
α
β
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
, α, β ∈ R, ou
W = {(β, −2α, α, β) ∣ α, β ∈ R} , que é um subespaço do R
4
.
Precisamos de um candidato à base de W. Podemos escrever
(β, −2α, α, β) = (0, −2α, α, 0) + (β, 0, 0, β)
= α (0, −2, 1, 0) + β (1, 0, 0, 1) = α ⃗
v1 + β ⃗
v2,
em que ⃗
v1 = (0, −2, 1, 0) e ⃗
v2 = (1, 0, 0, 1). Ou seja, todo vetor de W
é combinação linear de ⃗
v1 e ⃗
v2. Além disso, ⃗
v1 ∈ W (α = 1, β = 0) e
⃗
v2 ∈ W (α = 0, β = 1). Ou seja, S = {⃗
v1, ⃗
v2} é um subconjunto de W que
gera W (W = [⃗
v1, ⃗
v2]).
Ademais S = {⃗
v1, ⃗
v2} é LI, posto que ⃗
v1 e ⃗
v2 não são múltiplos esca-
lares entre si. Logo, S é uma base de W.
23/35
Exemplo 17
{⃗
i = (1, 0), ⃗
j = (0, 1)} é uma base (base canônica) do R
2
, pois
(i) {⃗
i, ⃗
j} é LI, dado que ⃗
i e ⃗
j não são paralelos, e
(ii) R
2
= [⃗
i, ⃗
j], visto que (a, b) = (a, 0) + (0, b) = a(1, 0) + b(0, 1) = a⃗
i + b ⃗
j.
Exemplo 18
{⃗
v1 = (1, 1), ⃗
v2 = (−1, 0)} é uma base do R
2
. De fato,
(i) {⃗
v1, ⃗
v2} é LI, uma vez que ⃗
v1 e ⃗
v2 não são paralelos, e
(ii) R
2
= [⃗
v1, ⃗
v2], já que, para ⃗
v = (a, b), vale
⃗
v = α1 ⃗
v1 + α2 ⃗
v2 ⇔ (a, b) = α1(1, 1) + α2(−1, 0) ⇔
(a, b) = (α1 − α2, α1) ⇔ {
α1 − α2 = a
α1 = b
⇔ {
α1 = b
α2 = b − a
,
ou seja, ⃗
v = b ⃗
v1 + (b − a) ⃗
v2. Em outras palavras, qualquer vetor do R
2
é combinação linear de ⃗
v1 e ⃗
v2.
Logo, {⃗
v1, ⃗
v2} é uma base do R
2
.
Bases de subespaços não são únicas.
24/35
Exemplo 19
{⃗
i = (1, 0, 0), ⃗
j = (0, 1, 0), ⃗
k = (0, 0, 1)} é uma base (base canônica) do R
3
,
pois, como vimos anteriomente,
(i) {⃗
i, ⃗
j, ⃗
k} é LI, e
(ii) (a, b, c) = a⃗
i + b ⃗
j + c ⃗
k, isto é, R
3
= [⃗
i, ⃗
j, ⃗
k].
Exemplo 20
{⃗
v1 = (1, 2, 3), ⃗
v2 = (0, 1, 2), ⃗
v3 = (0, 0, 1)} é uma base do R
3
. Com efeito,
(i) {⃗
v1, ⃗
v2, ⃗
v3} é LI, pois det
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 0 0
2 1 0
3 2 1
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
= 1 ⋅ 1 ⋅ 1 = 1 ≠ 0, e
(ii) R
3
= [⃗
v1, ⃗
v2, ⃗
v3], visto que ⃗
v = (a, b, c) = α1 ⃗
v1 + α2 ⃗
v2 + α3 ⃗
v3 ⇔
⎧
⎪
⎪
⎪
⎨
⎪
⎪
⎪
⎩
α1 = a
2 α1 + α2 = b
3 α1 + 2 α2 + α3 = c
⇔
⎧
⎪
⎪
⎪
⎨
⎪
⎪
⎪
⎩
α1 = a
α2 = b − 2 a
α3 = a − 2 b + c
,
ou seja, ⃗
v = a ⃗
v1 + (b − 2 a) ⃗
v2 + (a − 2 b + c) ⃗
v3. Em outros termos, todo
vetor do R
3
é combinação linear de ⃗
v1, ⃗
v2 e ⃗
v3.
Portanto, {⃗
v1, ⃗
v2, ⃗
v3} é uma base do R
3
.
25/35
Dimensão
Já observamos que bases de subespaços do R
n
não são únicas.
Teorema
Qualquer base de um subespaço W ⊆ R
n
não nulo tem o mesmo n
o
¯ de
elementos. Esse n
o
¯ é chamado dimensão de W e é denotado por dim W.
Exemplo 21
{(1, 0), (0, 1)} e {(1, 1), (0, 1)} são bases do R
2
e {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)}
e {(1, 2, 3), (0, 1, 2), (0, 0, 1)} são bases do R
3
. Daı́, dim R
2
= 2 e dim R
3
= 3.
Exemplo 22
{⃗
e1 = (1, 0, 0, ⋯, 0, 0), ⃗
e2 = (0, 1, 0, ⋯, 0, 0), ⋯, ⃗
en = (0, 0, 0, ⋯, 0, 1)} é uma
base (base canônica) do R
n
. Portanto, dim R
n
= n.
Exemplo 23
Vimos, no Exemplo 16, que {⃗
v1 = (0, −2, 1, 0), ⃗
v2 = (1, 0, 0, 1)} é uma base
do subespaço W = {(β, −2α, α, β) ∣ α, β ∈ R} ⊆ R
4
. Logo, dim W = 2.
Se W ⊆ R
n
é um subespaço não nulo, então 1 ≤ dim W ≤ n.
26/35
27/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
Bases ortogonais e ortonormais
Convencionamos que o subespaço nulo { ⃗
0 }, ⃗
0 ∈ R
n
, tem dimensão 0.
Teorema
Seja W ⊆ R
n
um subespaço não nulo. Se dim W = k, então k vetores de W,
linearmente independentes, formam uma base de W.
Ou seja, quando as hipóteses do teorema são satisfeitas, não é necessário
verificar que os k vetores geram W para concluir que estes constituem
uma base.
Exemplo 24
Consideremos o subespaço W = {(β, −2α, α, β) ∣ α, β ∈ R} do exemplo ante-
rior.
Temos que ⃗
w1 = (5, 2, −1, 5) (α = −1, β = 5) e ⃗
w2 = (−1, −4, 2, −1)
(α = 2, β = −1) são elementos de W.
Sabemos que dim W = 2. Portanto, de acordo com o teorema acima, como
os vetores ⃗
w1 e ⃗
w2 formam um conjunto LI (por quê?), podemos inferir que
o conjunto { ⃗
w1, ⃗
w2} é uma (outra) base de W.
28/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
Bases ortogonais e ortonormais
Exemplo 25
{(1, 1, 1), (2, 3, 1), (3, 1, 2)} é uma base do R
3
, pois dim R
3
= 3 e o conjunto
contém 3 elementos do R
3
que são lineamente independentes, já que
det
⎡
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎢
⎣
1 2 3
1 3 1
1 1 2
⎤
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎥
⎦
= −3 ≠ 0.
O conjunto {⃗
v1, ⃗
v2, ⋯, ⃗
vn} ⊂ R
n
é uma base do R
n
se e somente se
det [ ⃗
v1 ∣ ⃗
v2 ∣ ⋯ ∣ ⃗
vn ] ≠ 0 .
Bases ortogonais e ortonormais
Definição (Bases ortogonais e ortonormais)
Seja {⃗
v1, ..., ⃗
vk} uma base de um subespaço do R
n
.
(a) {⃗
v1, ..., ⃗
vk} é uma base ortogonal se os vetores são mutuamente orto-
gonais, isto é, ⃗
vi ⋅ ⃗
vj = 0 para i ≠ j.
(b) {⃗
v1, ..., ⃗
vk} é uma base ortonormal, se além de ser uma base ortogonal,
todos os vetores são unitários, isto é, ∥ ⃗
vi ∥= 1 para i = 1, ⋯, k.
Exemplo 26
Temos que β = {⃗
v1 = (
√
2
2
,
√
2
2
) , ⃗
v2 = (−
√
2
2
,
√
2
2
)} é uma base do R
2
(ve-
rifique!). O conjunto β é uma base ortogonal, uma vez que ⃗
v1 ⋅ ⃗
v2 =
(
√
2
2
,
√
2
2
) ⋅ (−
√
2
2
,
√
2
2
) =
√
2
2
⋅ (−
√
2
2
) +
√
2
2
⋅
√
2
2
= −
1
2
+
1
2
= 0. Ademais, β
é uma base ortonormal, pois ∥ ⃗
v1 ∥=∥ ⃗
v2 ∥=
√
√
√
√
√
√
√
⎷(
√
2
2
)
2
+ (
√
2
2
)
2
= 1.
29/35
Exemplo 27
γ = {⃗
v1 = (1, 1, 1), ⃗
v2 = (0, 1, 1), ⃗
v3 = (0, 0, 1)} é uma base do R
3
(verifique!).
O conjunto γ não é uma base ortogonal porque
⃗
v1 ⋅ ⃗
v2 = (1, 1, 1) ⋅ (0, 1, 1) = 1 ⋅ 0 + 1 ⋅ 1 + 1 ⋅ 1 = 2 ≠ 0.
É possı́vel obter uma base ortogonal ou ortonormal a partir de uma base
conhecida?
Seja W ⊆ R
n
um subespaço com base β = {⃗
v1, ⃗
v2} . Sejam
⃗
w1 = ⃗
v1 e ⃗
w2 = ⃗
v2 − c ⃗
w1 (ou ⃗
w2 = ⃗
v2 − c ⃗
v1) ,
em que c ∈ R é tal que ⃗
w1 ⊥ ⃗
w2, isto é, ⃗
w1 ⋅ ⃗
w2 = 0 .
Os vetores ⃗
w1 e ⃗
w2 pertencem a W pois são combinações lineares de ⃗
v1
e ⃗
v2. Também, como β é LI, ⃗
w1 e ⃗
w2 são não nulos, qualquer que seja c.
⃗
w1 ⋅ ⃗
w2 = 0 ⟺ ⃗
w1 ⋅ (⃗
v2 − c ⃗
w1) = 0 ⟺ ⃗
w1 ⋅ ⃗
v2 − c ⃗
w1 ⋅ ⃗
w1 = 0
⟺ ⃗
v2 ⋅ ⃗
w1 − c ∥ ⃗
w1 ∥
2
= 0 ⟺ c =
⃗
v2 ⋅ ⃗
w1
∥ ⃗
w1 ∥2
.
30/35
Assim, ⃗
w2 = ⃗
v2 − (
⃗
v2 ⋅ ⃗
w1
∥ ⃗
w1 ∥2
) ⃗
w1 = ⃗
v2 − proj ⃗
w1
⃗
v2 . Visto que dim W = 2 e
{ ⃗
w1, ⃗
w2} ⊆ W é LI (por quê?), segue que { ⃗
w1, ⃗
w2} é uma base ortogonal
de W obtida a partir da base β.
Por exemplo, seja W ⊆ R
3
o subespaço de base {⃗
v1 = (−2, 4, 2), ⃗
v2 = (2, 4, 0)} .
Figura: {⃗
v1, ⃗
v2} é base de W. Figura: { ⃗
w1, ⃗
w2} é base ortogonal de W.
Sejam ⃗
w1 = ⃗
v1 e ⃗
w2 = ⃗
v2 − (
⃗
v2 ⋅ ⃗
w1
∥ ⃗
w1 ∥2
) ⃗
w1 = (2, 4, 0) −
12
24
(−2, 4, 2) =
(3, 2, −1) .
31/35
O conjunto { ⃗
w1 = (−2, 4, 2), ⃗
w2 = (3, 2, −1)} é uma base ortogonal do
subespaço W.
De modo geral, vale o seguinte resultado:
Processo de ortogonalização de Gram-Schmidt
Seja β = {⃗
v1, ..., ⃗
vk} uma base de um subespaço não nulo W do R
n
. Sejam
⃗
w1 = ⃗
v1 ,
⃗
w2 = ⃗
v2 − proj ⃗
w1
⃗
v2 ,
⃗
w3 = ⃗
v3 − proj ⃗
w1
⃗
v3 − proj ⃗
w2
⃗
v3 ,
⋮
⃗
wk = ⃗
vk − proj ⃗
w1
⃗
vk − proj ⃗
w2
⃗
vk − ⋯ − proj ⃗
wk−1
⃗
vk.
Então o conjunto { ⃗
w1, ..., ⃗
wk} é uma base ortogonal de W.
Se ⃗
u1 =
1
∥ ⃗
w1 ∥
⃗
w1 , ⃗
u2 =
1
∥ ⃗
w2 ∥
⃗
w2, ⋯ , ⃗
uk =
1
∥ ⃗
wk ∥
⃗
wk , a coleção
{⃗
u1, ⃗
u2, ⋯, ⃗
uk} é uma base ortonormal do subespaço W.
32/35
33/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
Bases ortogonais e ortonormais
Exemplo 28
Use o processo de ortogonalização de Gram-Schmidt para
obter uma base ortonormal de R
3
a partir da base γ =
{⃗
v1 = (1, 1, 1), ⃗
v2 = (0, 1, 1), ⃗
v3 = (0, 0, 1)}.
Solução:
Passo 1:
⃗
w1 = ⃗
v1 = (1, 1, 1),
⃗
w2 = ⃗
v2 − proj ⃗
w1
⃗
v2 = ⃗
v2 − (
⃗
v2 ⋅ ⃗
w1
∥ ⃗
w1 ∥2
) ⃗
w1 = (0, 1, 1) −
2
3
(1, 1, 1)
= (−
2
3
,
1
3
,
1
3
) ,
⃗
w3 = ⃗
v3 − proj ⃗
w1
⃗
v3 − proj ⃗
w2
⃗
v3 = ⃗
v3 − (
⃗
v3 ⋅ ⃗
w1
∥ ⃗
w1 ∥2
) ⃗
w1 − (
⃗
v3 ⋅ ⃗
w2
∥ ⃗
w2 ∥2
) ⃗
w2
= (0, 0, 1) −
1
3
(1, 1, 1) −
1/3
2/3
(−
2
3
,
1
3
,
1
3
) = (0, −
1
2
,
1
2
) .
{ ⃗
w1, ⃗
w2, ⃗
w3} é uma base ortogonal do R
3
obtida a partir da base γ.
34/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
Bases ortogonais e ortonormais
Exemplo 28 (cont.)
Passo 2:
As normas dos vetores ⃗
w1, ⃗
w2 e ⃗
w3 são
∥ ⃗
w1 ∥=
√
3, ∥ ⃗
w2 ∥=
√
6
3
e ∥ ⃗
w3 ∥=
1
√
2
.
Então, ⃗
u1 =
1
∥ ⃗
w1 ∥
⃗
w1 =
1
√
3
(1, 1, 1) = (
1
√
3
,
1
√
3
,
1
√
3
), ⃗
u2 =
1
∥ ⃗
w2 ∥
⃗
w2 =
3
√
6
(−
2
3
,
1
3
,
1
3
) = (−
2
√
6
,
1
√
6
,
1
√
6
) e ⃗
u3 =
1
∥ ⃗
w3 ∥
⃗
w3 =
√
2 (0, −
1
2
,
1
2
) =
(0, −
√
2
2
,
√
2
2
) formam uma base ortonormal do R
3
obtida a partir de γ.
35/35
Os espaços R
n
Combinação linear
(In)dependência linear
Subespaço, base e dimensão
Referências
Referências
SANTOS, R.J. Geometria Analı́tica e Álgebra Linear. Belo Hori-
zonte: Imprensa Universitária da UFMG, 2014.
ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra Linear com Aplicações. 8. ed.
Porto Alegre: Bookman, 2001.
CAMARGO, I.; BOULOS, P. Geometria Analı́tica: um tratamento
vetorial. 3 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
POOLE, D. Álgebra Linear. São Paulo: Pioneira Thomson Learning,
2004.
https://www.geogebra.org/
L
A
TEX https://www.latex-project.org/

Espaços Euclidianos Rn: (in)dependência linear, subespaços, base e dimensão.

  • 1.
    1/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências ESPAÇOS EUCLIDIANOS R n (combinação linear, (in)dependência linear, subespaço, base e dimensão) (a consulta a estas notas de aula não dispensa a leitura da bibliografia de referência) Prof. Ricardo Saldanha de Morais Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais Departamento de Matemática (http://www.dm.cefetmg.br) II semestre de 2021
  • 2.
    2/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências Sumário 1 Os espaços R n 2 Combinação linear 3 (In)dependência linear Equações paramétricas do plano 4 Subespaço, base e dimensão Bases ortogonais e ortonormais 5 Referências
  • 3.
    3/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências Os espaços R n Muito do que sabemos sobre vetores pode ser estendido para além dos espaços R 2 e R 3 . Definição (Espaço euclidiano n-dimensional) O espaço euclidiano R n (n é um inteiro positivo) é o conjunto de todas as n-uplas ordenadas (x1, x2, ⋯, xn) de números reais. Em sı́mbolos, R n = {(x1, x2, ⋯, xn) ∣ xi ∈ R} . (x1, x2, ⋯, xn) = (y1, y2, ⋯, yn) se e só se x1 = y1, x2 = y2, ⋯, xn = yn. Exemplo 1 A sextúpla ( 1 3 , 0, −4, √ 7, 3 4 , 2) é um elemento do R 6 , que pode ser pensado como um ponto ou como um vetor. Quando realizamos operações com elementos de R n , nos referimos a eles como vetores.
  • 4.
    Definições (Soma devetores e multiplicação de vetor por escalar) (a) A soma de dois vetores ⃗ v = (v1, v2, ⋯, vn) e ⃗ w = (w1, w2, ⋯, wn) do R n é definida por ⃗ v + ⃗ w = (v1 + w1, v2 + w2, ⋯, vn + wn). (b) A multiplicação de um vetor ⃗ v = (v1, v2, ⋯, vn) do R n por um escalar α ∈ R é definida por α ⃗ v = (α v1, α v2, ⋯, α vn). O vetor nulo do R n , denotado por ⃗ 0, é definido como sendo ⃗ 0 = (0, 0, ⋯, 0). Se ⃗ v = (v1, v2, ⋯, vn) ∈ R n , então o simétrico do vetor ⃗ v, representado por −⃗ v, é definido por −⃗ v = (−v1, −v2, ⋯, −vn) (i.e., − ⃗ v = (−1) ⃗ v). A diferença de dois vetores do R n , ⃗ v e ⃗ w, é definida por ⃗ v − ⃗ w = ⃗ v + (− ⃗ w) (i.e., a diferença é um caso particular da soma). Define-se que dois vetores ⃗ v, ⃗ w ∈ R n são paralelos (⃗ v/ / ⃗ w) se ⃗ v = α ⃗ w, ou ⃗ w = α ⃗ v, para algum α ∈ R. 4/35
  • 5.
    Teorema (Propriedades dasoma e da multiplicação por escalar) Se ⃗ u = (u1, u2, ⋯, un), ⃗ v = (v1, v2, ⋯, vn) e ⃗ w = (w1, w2, ⋯, wn) são vetores do R n e α e β são escalares, então: (a) ⃗ u + ⃗ v = ⃗ v + ⃗ u, (b) (⃗ u + ⃗ v) + ⃗ w = ⃗ u + (⃗ v + ⃗ w), (c) ⃗ u + ⃗ 0 = ⃗ u, (d) ⃗ u + (−⃗ u) = ⃗ 0, (e) α (β ⃗ u) = (α β) ⃗ u, (f) α (⃗ u + ⃗ v) = α ⃗ u + α ⃗ v, (g) (α + β) ⃗ u = α ⃗ u + β ⃗ u, (h) 1 ⃗ u = ⃗ u. O teorema acima segue das propriedades da álgebra matricial. Definições (Extensões das noções de produto escalar e ortogonalidade) Sejam ⃗ u = (u1, u2, ⋯, un) e ⃗ v = (v1, v2, ⋯, vn) vetores do R n . O produto escalar entre ⃗ u e ⃗ v é ⃗ u ⋅ ⃗ v = u1 ⋅ v1 + u2 ⋅ v2 + ⋯ + un ⋅ vn . A norma de ⃗ u é ∥ ⃗ u ∥= √ ⃗ u ⋅ ⃗ u = √ u2 1 + u2 2 + ⋯ + u2 n . ⃗ u e ⃗ v são ortogonais (⃗ u ⊥ ⃗ v) se ⃗ u ⋅ ⃗ v = 0 . Se ⃗ u ≠ ⃗ 0, a projeção ortogonal de ⃗ v sobre ⃗ u é proj⃗ u ⃗ v = ( ⃗ v ⋅ ⃗ u ∥ ⃗ u ∥2 ) ⃗ u . 5/35
  • 6.
    6/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências Combinação linear Definição (Combinação linear) Um vetor ⃗ v ∈ R n é combinação linear dos vetores ⃗ v1, ⃗ v2, ⋯ , ⃗ vk ∈ R n se existem escalares α1, α2, ⋯, αk ∈ R tais que α1 ⃗ v1 + α2 ⃗ v2 + ⋯ + αk ⃗ vk = ⃗ v (1) Exemplo 2 ⃗ v = (1, −4, 6) é combinação linear dos vetores ⃗ v1 = (1, −1, 1) e ⃗ v2 = (2, 1, −3). Com efeito, podemos verificar que (1, −4, 6) = 3 (1, −1, 1) + (−1) (2, 1, −3). Logo, ⃗ v é combinação linear de ⃗ v1 e ⃗ v2. Quando k = 1, a equação vetorial (1) fica α1 ⃗ v1 = ⃗ v, isto é, ⃗ v é combinação linear de ⃗ v1 se e somente se ⃗ v / / ⃗ v1.
  • 7.
    Exemplo 3 ⃗ v =(1, 1, 1) é combinação linear dos vetores ⃗ v1 = (1, −1, 1) e ⃗ v2 = (2, 1, −3)? Solução: Temos que α1 ⃗ v1 + α2 ⃗ v2 = ⃗ v ⇔ α1 (1, −1, 1) + α2 (2, 1, −3) = (1, 1, 1) ⇔ (α1 + 2α2, −α1 + α2, α1 − 3α2) = (1, 1, 1) ⇔ ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ α1 + 2 α2 = 1 −α1 + 2 α2 = 1 α1 − 3 α2 = 1 . Precisamos verificar se o sistema linear acima possui solução: ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 2 1 −1 1 1 1 −3 1 ⃗ v 1 → ⃗ v 2 → ⃗ v → ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ escalonando... − − − − − − − − − − → ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 2 1 0 1 0 0 0 2 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ . Como o sistema linear não possui solução, ⃗ v não é combinação linear de ⃗ v1 e ⃗ v2. 7/35
  • 8.
    Exemplo 4 O vetor⃗ v = (0, 0, 4, 2) é combinação linear dos vetores ⃗ v1 = (1, −1, 0, 0), ⃗ v2 = (−2, 2, 2, 1) e ⃗ v3 = (−1, 1, 2, 1)? Solução: Devemos verificar se a equação vetorial α1 ⃗ v1 + α2 ⃗ v2 + α3 ⃗ v3 = ⃗ v admite solução. Essa equação é equivalente ao sistema linear ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ α1 − 2 α2 − α3 = 0 −α1 + 2 α2 + α3 = 0 2 α2 + 2 α3 = 4 α2 + α3 = 2 ⟺ ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 −2 −1 −1 2 1 0 2 2 0 1 1 ⃗ v 1 → ⃗ v 2 → ⃗ v 3 → ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ α1 α2 α3 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ = ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 0 0 4 2 ⃗ v → ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ . ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 −2 −1 0 −1 2 1 0 0 2 2 4 0 1 1 2 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ escalonando... − − − − − − − − − − → ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 −2 −1 0 0 1 1 2 0 0 0 0 0 0 0 0 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ . Uma vez que o sistema possui solução, ⃗ v é combinação linear de ⃗ v1, ⃗ v2 e ⃗ v3. Cabe notar que, como esse sistema admite infinitas soluções, ⃗ v pode ser expresso como combinação de linear de ⃗ v1, ⃗ v2 e ⃗ v3 de infinitas maneiras. Em particular, temos ⃗ v = 4 ⃗ v1 + 2 ⃗ v2 + 0 ⃗ v3 e ⃗ v = 5 ⃗ v1 + 3 ⃗ v2 − ⃗ v3 (confira!). 8/35
  • 9.
    Exemplo 5 O vetornulo ⃗ 0 ∈ R n é combinação linear de quaisquer vetores ⃗ v1, ⃗ v2, ⋯ , ⃗ vk ∈ R n pois podemos escrever ⃗ 0 = 0 ⃗ v1 + 0 ⃗ v2 + ⋯ + 0 ⃗ vk (i.e., a equação vetorial α1 ⃗ v1 + α2 ⃗ v2 + ⋯ + αk ⃗ vk = ⃗ 0 possui solução). Exemplo 6 Sejam ⃗ i = (1, 0, 0), ⃗ j = (0, 1, 0) e ⃗ k = (0, 0, 1) (vetores unitários canônicos do R 3 ). Todo vetor ⃗ v = (a, b, c) do R 3 é com- binação linear de ⃗ i, ⃗ j e ⃗ k. De fato, (a, b, c) = a (1, 0, 0) + b (0, 1, 0) +c (0, 0, 1) = a⃗ i + b ⃗ j + c ⃗ k . 9/35
  • 10.
    10/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências Equações paramétricas do plano (In)dependência linear Definição ((In)dependência linear) Um conjunto C = {⃗ v1, ⃗ v2, ⋯, ⃗ vk} de vetores do R n é linearmente independente (LI) se a equação vetorial α1 ⃗ v1 + α2 ⃗ v2 + ⋯ + αk ⃗ vk = ⃗ 0 possui somente a solução trivial, isto é, α1 = α2 = ⋯ = αk = 0. Caso contrário, dizemos que C é linearmente dependente (LD). Exemplo 7 O conjunto C = {⃗ v}, ⃗ v ∈ R n , ⃗ v ≠ ⃗ 0, é LI, já que α ⃗ v = ⃗ 0 se e somente se α = 0. Exemplo 8 ⃗ i = (1, 0, 0), ⃗ j = (0, 1, 0) e ⃗ k = (0, 0, 1) formam um conjunto LI. Com efeito, α1 ⃗ i + α2 ⃗ j + α3 ⃗ k = ⃗ 0 ⇔ α1(1, 0, 0) + α2(0, 1, 0) + α3(0, 0, 1) = (0, 0, 0) ⇔ (α1, α2, α3) = (0, 0, 0) ⇔ α1 = α2 = α3 = 0 .
  • 11.
    Exemplo 9 Os vetores⃗ v1 = (1, 0, 1, 2), ⃗ v2 = (0, 1, 1, 2) e ⃗ v3 = (1, 1, 1, 3) são LI? Solução: A equação vetorial α1(1, 0, 1, 2) + α2(0, 1, 1, 2) + α3 (1, 1, 1, 3) = (0, 0, 0, 0) é equivalente ao sistema linear homogêneo ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ α1 + α3 = 0 α2 + α3 = 0 α1 + α2 + α3 = 0 2 α1 + 2 α2 + 3 α3 = 0 ⟺ ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 0 1 0 1 1 1 1 1 2 2 3 ⃗ v 1 → ⃗ v 2 → ⃗ v 3 → ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ α1 α2 α3 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ = ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 0 0 0 0 ⃗ 0 → ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ . Devemos verificar se esse sistema possui somente a solução trivial: ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 0 1 0 0 1 1 0 1 1 1 0 2 2 3 0 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ escalonando... − − − − − − − − − − → ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ . Como o sistema possui somente a solução trivial, {⃗ v1, ⃗ v2, ⃗ v3} é LI. 11/35
  • 12.
    12/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências Equações paramétricas do plano Exemplo 10 Sejam ⃗ v1 = (1, 2, −1), ⃗ v2 = (1, −2, 1), ⃗ v3 = (−3, 2, −1) e ⃗ v4 = (2, 0, 0) vetores do R 3 . O conjunto {⃗ v1, ⃗ v2, ⃗ v3, ⃗ v4} é LI? Solução: A equação vetorial α1 (1, 2, −1) + α2 (1, −2, 1) + α3(−3, 2, −1) + α4(2, 0, 0) = (0, 0, 0) é equivalente a ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ α1 + α2 − 3α3 + 2α4 = 0 2α1 − 2α2 + 2α3 = 0 −α1 + α2 − α3 = 0 , que é um sistema linear homogêneo com menos equações do que incógnitas e que possui, portanto, solução não trivial (infinitas soluções). Logo, {⃗ v1, ⃗ v2, ⃗ v3, ⃗ v4} é LD. Um conjunto com mais do que n vetores do R n é sempre LD.
  • 13.
    (In)dependência linear nocaso de três vetores do R 3 Sejam ⃗ u = (u1, u2, u3), ⃗ v = (v1, v2, v3) e ⃗ w = (w1, w2, w3) vetores do R 3 . A equação vetorial α1 (u1, u2, u3) + α2 (v1, v2, v3) + α3(w1, w2, w3) = (0, 0, 0) é equivalente ao sistema linear homogêneo (nas incógnitas α1, α2 e α3) ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ u1 α1 + v1 α2 + w1 α3 = 0 u2 α1 + v2 α2 + w2 α3 = 0 u3 α1 + v3 α2 + w3 α3 = 0 ou ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ u1 v1 w1 u2 v2 w2 u3 v3 w2 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ α1 α2 α3 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ = ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 0 0 0 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ . O sistema admite solução não trivial se e somente se det ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ u1 v1 w1 u2 v2 w2 u3 v3 w2 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ = 0 ⇔ det ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ u1 u2 u3 v1 v2 v3 w1 w2 w3 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ = 0 ⇔ ⃗ u ⋅ (⃗ v × ⃗ w) ÍÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÑÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÒÏ produto misto = 0. 13/35
  • 14.
    (In)dependência linear nocaso de três vetores do R 3 Três vetores do R 3 são LD se e somente se eles são coplanares. Três vetores do R 3 são LI se e somente se eles não são coplanares. Figura: Três vetores do R 3 LD Figura: Três vetores do R 3 LI 14/35
  • 15.
    (In)dependência linear versuscombinação linear Exemplo 11 Sejam ⃗ v1 = (−2, −2, 2), ⃗ v2 = (−3, 3/2, 0) e ⃗ v3 = (−2, 1, 0) vetores do R 3 . O conjunto {⃗ v1, ⃗ v2, ⃗ v3} é LI? Solução: Como det ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ −2 −3 −2 −2 3/2 1 2 0 0 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ = 0 (confira!), o sistema ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ −2 −3 −2 −2 3/2 1 2 0 0 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ α1 α2 α3 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ = ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 0 0 0 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ (e a eq. vetorial α1 ⃗ v1 + α2 ⃗ v2 + α3 ⃗ v3 = ⃗ 0) possui solução não trivial. Consequentemente, {⃗ v1, ⃗ v2, ⃗ v3} é LD. Note que, neste caso, ⃗ v2 = 0 ⃗ v1 + 3 2 ⃗ v3, ou seja, ⃗ v2 é combinação linear de ⃗ v1 e ⃗ v3 (⃗ v1 não é combinação linear de ⃗ v2 e ⃗ v3). Teorema O conjunto {⃗ v1, ⃗ v2, ⋯, ⃗ vk} ⊂ R n (k > 1) é linearmente dependente se, e somente se, um dos vetores ⃗ vi é combinação linear dos demais vetores. Em particular, {⃗ v1, ⃗ v2} ⊂ R n é LD se e somente se um vetor é com- binação linear do outro, isto é, um vetor é múltiplo escalar do outro. 15/35
  • 16.
    Equações paramétricas doplano Seja π o plano que passa pelo ponto P0 = (x0, y0, z0) e é para- lelo aos vetores ⃗ v = (v1, v2, v3) e ⃗ w = (w1, w2, w3), não paralelos entre si. P = (x, y, z) ∈ π se e somente se os vetores − − − → P0P, ⃗ v e ⃗ w são co- planares, isto é, são LD. Assim, P = (x, y, z) ∈ π se e somente se um dos três vetores pode ser ex- presso como combinação linear dos outros dois. Em outros termos, como ⃗ v e ⃗ w não são paralelos, P = (x, y, z) ∈ π se e somente se existem s, t ∈ R tais que − − − → P0P = s ⃗ v + t ⃗ w (veja o Exercı́cio 8, da Parte II, da Lista de Exercı́cios 9). A igualdade − − − → P0P = s ⃗ v + t ⃗ w, s, t ∈ R — ou (x − x0, y − y0, z − z0) = s (v1, v2, v3) + t (w1, w2, w3), s, t ∈ R — pode ser escrita como 16/35
  • 17.
    ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ x = x0+ v1 s + w1 t y = y0 + v2 s + w2 t z = z0 + v3 s + w3 t , s, t ∈ R (2) As equações (2), chamadas equações paramétricas, descrevem o plano π que passa por P0 = (x0, y0, z0) e é paralelo aos vetores ⃗ v = (v1, v2, v3) e ⃗ w = (w1, w2, w3) (não paralelos entre si). O conjunto de equações (2) é equivalente à equação (x, y, z) = (x0, y0, z0) + s (v1, v2, v3) + t (w1, w2, w3), s, t ∈ R — ou − − → OP = − − − → OP0 + s ⃗ v + t ⃗ w, s, t ∈ R — denominada equação vetorial do plano π. Exemplo 12 Encontre equações paramétricas do plano que contém os pontos A = (0, 1, 0), B = (1, 0, 1) e C = (0, 0, 1). Solução: Temos que − − → AB = (1, −1, 1) e − − → AC = (0, −1, 1) são LI (por quê?). Logo, tomando A como ponto particular, o plano tem equações paramétricas ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ x = s y = 1 − s − t z = s + t , s, t ∈ R . 17/35
  • 18.
    18/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências Equações paramétricas do plano As equações paramétricas e vetorial de um plano não são únicas. Exemplo 13 Um plano π tem equação geral x + 2 y − z − 1 = 0. Obtenha uma equação vetorial de π. Solução: Da equação geral, segue que x = 1 − 2 y + z. Fazendo y = s e z = t, s, t ∈ R, ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ x = 1 − 2 s + t y = s z = t são equações paramétricas de π. Podemos ver então que o plano passa por P0 = (1, 0, 0) e é paralelo aos vetores ⃗ v = (−2, 1, 0) e ⃗ w = (1, 0, 1). Resulta também das equações paramétricas que (x, y, z) = (1, 0, 0) + s (−2, 1, 0) + t (1, 0, 1), s, t ∈ R, é uma equação vetorial do plano π.
  • 19.
    19/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências Bases ortogonais e ortonormais Subespaço Definição (Subespaço) Um subconjunto W ⊆ R n , W ≠ ∅, é um subespaço se satisfaz as duas condições a seguir: (i) se ⃗ u, ⃗ v ∈ W, então ⃗ u + ⃗ v ∈ W, (ii) se ⃗ u ∈ W e α ∈ R, então α ⃗ u ∈ W. Exemplo 14 Seja W = {(x, y) ∈ R 2 ∣x ≥ 0, y ≥ 0}. Temos que W ≠ ∅, pois (0, 0) ∈ W. O subconjunto W não é subespaço do R 2 , já que ⃗ u = (1, 1) ∈ W, mas (−1) ⃗ u = (−1, −1) ∉ W, ou seja, a condição (ii) da definição não é satisfeita. Contudo, W é fechado em relação à soma, isto é, a condição (i) é satisfeita (confira!).
  • 20.
    Exemplo 15 Seja W= {(x, y) ∈ R 2 ∣ y = 2 x}. O subconjunto W é um subespaço do R 2 . De fato, W ≠ ∅, uma vez que (0, 0) ∈ W. Sejam ⃗ u = (u1, u2) e ⃗ v = (v1, v2) elementos arbitrários de W e α ∈ R. Então, u2 = 2 u1 e v2 = 2 v1. ⃗ u + ⃗ v ∈ W? Sim, já que ⃗ u + ⃗ v = (u1, u2) + (v1, v2) = (u1 + v1, u2 + v2) e u2 + v2 = (2 u1) + (2 v1) = 2 (u1 + v1), ou seja, a condição que define os elementos de W é atendida. α ⃗ u ∈ W? Sim, pois α ⃗ u = (α u1, α u2) e α u2 = α (2 u1) = 2 (α u1). Portanto, W é um subespaço do R 2 . Vale observar que, se ⃗ w = (x, y) ∈ W, então ⃗ w = (x, 2 x) = x (1, 2). Ou seja, todo elemento de W é múltiplo escalar do vetor ⃗ v = (1, 2) ∈ W. Desse modo, W pode ser geometricamente representado pela reta que passa pela origem e é paralela ao vetor ⃗ v. Alternativamente, um subconjunto W ⊆ R n , W ≠ ∅, é um subespaço se, e somente se, α ⃗ u + ⃗ v ∈ W, ∀α ∈ R e ∀⃗ u, ⃗ v ∈ W. 20/35
  • 21.
    Se o subconjuntoW ⊆ R n é um subespaço, então ⃗ 0 ∈ W. Com efeito, se ⃗ w ∈ W, segue que ⃗ 0 = 0 ⃗ w ∈ W. A recı́proca não é verdadeira (veja o Exemplo 12). R n admite pelo menos dois subespaços: o conjunto { ⃗ 0 } (⃗ 0 ∈ R n ), cha- mado subespaço nulo, e o próprio R n . Subespaços do R 2 : { (0, 0) }. Retas pela origem. R 2 . Subespaços do R 3 : { (0, 0, 0) }. Retas pela origem. Planos pela origem. R 3 . Teorema Seja A uma matriz m×n. O conjunto solução do sistema homogêneo AX = 0̄ é um subespaço do R n . Prova: AX = 0̄ admite pelo menos a solução trivial. Portanto, seu conjunto solução, W, é não vazio. Sejam X1, X2 ∈ W e α ∈ R. Então, A(αX1 + X2) = A(αX1) + A X2 = α A X1 + A X2 = α 0̄ + 0̄ = 0̄ , ou seja, α X1 + X2 ∈ W. Assim, W é um subespaço do R n (M(n, 1) ≅ R n ). 21/35
  • 22.
    Base Definição (Base) Seja W⊆ R n um subespaço não nulo. Um subconjunto C = {⃗ v1, ⃗ v2, ⋯, ⃗ vk} ⊂ W é uma base de W se (i) C é LI e (ii) C gera W, isto é, todo vetor de W é combinação linear de ⃗ v1, ⃗ v2, ⋯, ⃗ vk (W = [⃗ v1, ⃗ v2, ⋯, ⃗ vk]). Exemplo 16 Seja A = ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 1 2 −1 2 3 6 −2 −2 1 2 2 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ . Encontre uma base para o conjunto solução do sistema homogêneo AX = 0̄. Solução: ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 1 2 −1 0 2 3 6 −2 0 −2 1 2 2 0 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ escalonando... − − − − − − − − − − → ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 0 0 −1 0 0 1 2 0 0 0 0 0 0 0 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ . 22/35
  • 23.
    Exemplo 16 (cont.) Osistema AX = 0̄ é equivalente a { x − w = 0 y + 2z = 0 , cujo conjunto solução é X = ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ x y z w ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ = ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ β −2α α β ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ , α, β ∈ R, ou W = {(β, −2α, α, β) ∣ α, β ∈ R} , que é um subespaço do R 4 . Precisamos de um candidato à base de W. Podemos escrever (β, −2α, α, β) = (0, −2α, α, 0) + (β, 0, 0, β) = α (0, −2, 1, 0) + β (1, 0, 0, 1) = α ⃗ v1 + β ⃗ v2, em que ⃗ v1 = (0, −2, 1, 0) e ⃗ v2 = (1, 0, 0, 1). Ou seja, todo vetor de W é combinação linear de ⃗ v1 e ⃗ v2. Além disso, ⃗ v1 ∈ W (α = 1, β = 0) e ⃗ v2 ∈ W (α = 0, β = 1). Ou seja, S = {⃗ v1, ⃗ v2} é um subconjunto de W que gera W (W = [⃗ v1, ⃗ v2]). Ademais S = {⃗ v1, ⃗ v2} é LI, posto que ⃗ v1 e ⃗ v2 não são múltiplos esca- lares entre si. Logo, S é uma base de W. 23/35
  • 24.
    Exemplo 17 {⃗ i =(1, 0), ⃗ j = (0, 1)} é uma base (base canônica) do R 2 , pois (i) {⃗ i, ⃗ j} é LI, dado que ⃗ i e ⃗ j não são paralelos, e (ii) R 2 = [⃗ i, ⃗ j], visto que (a, b) = (a, 0) + (0, b) = a(1, 0) + b(0, 1) = a⃗ i + b ⃗ j. Exemplo 18 {⃗ v1 = (1, 1), ⃗ v2 = (−1, 0)} é uma base do R 2 . De fato, (i) {⃗ v1, ⃗ v2} é LI, uma vez que ⃗ v1 e ⃗ v2 não são paralelos, e (ii) R 2 = [⃗ v1, ⃗ v2], já que, para ⃗ v = (a, b), vale ⃗ v = α1 ⃗ v1 + α2 ⃗ v2 ⇔ (a, b) = α1(1, 1) + α2(−1, 0) ⇔ (a, b) = (α1 − α2, α1) ⇔ { α1 − α2 = a α1 = b ⇔ { α1 = b α2 = b − a , ou seja, ⃗ v = b ⃗ v1 + (b − a) ⃗ v2. Em outras palavras, qualquer vetor do R 2 é combinação linear de ⃗ v1 e ⃗ v2. Logo, {⃗ v1, ⃗ v2} é uma base do R 2 . Bases de subespaços não são únicas. 24/35
  • 25.
    Exemplo 19 {⃗ i =(1, 0, 0), ⃗ j = (0, 1, 0), ⃗ k = (0, 0, 1)} é uma base (base canônica) do R 3 , pois, como vimos anteriomente, (i) {⃗ i, ⃗ j, ⃗ k} é LI, e (ii) (a, b, c) = a⃗ i + b ⃗ j + c ⃗ k, isto é, R 3 = [⃗ i, ⃗ j, ⃗ k]. Exemplo 20 {⃗ v1 = (1, 2, 3), ⃗ v2 = (0, 1, 2), ⃗ v3 = (0, 0, 1)} é uma base do R 3 . Com efeito, (i) {⃗ v1, ⃗ v2, ⃗ v3} é LI, pois det ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 0 0 2 1 0 3 2 1 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ = 1 ⋅ 1 ⋅ 1 = 1 ≠ 0, e (ii) R 3 = [⃗ v1, ⃗ v2, ⃗ v3], visto que ⃗ v = (a, b, c) = α1 ⃗ v1 + α2 ⃗ v2 + α3 ⃗ v3 ⇔ ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ α1 = a 2 α1 + α2 = b 3 α1 + 2 α2 + α3 = c ⇔ ⎧ ⎪ ⎪ ⎪ ⎨ ⎪ ⎪ ⎪ ⎩ α1 = a α2 = b − 2 a α3 = a − 2 b + c , ou seja, ⃗ v = a ⃗ v1 + (b − 2 a) ⃗ v2 + (a − 2 b + c) ⃗ v3. Em outros termos, todo vetor do R 3 é combinação linear de ⃗ v1, ⃗ v2 e ⃗ v3. Portanto, {⃗ v1, ⃗ v2, ⃗ v3} é uma base do R 3 . 25/35
  • 26.
    Dimensão Já observamos quebases de subespaços do R n não são únicas. Teorema Qualquer base de um subespaço W ⊆ R n não nulo tem o mesmo n o ¯ de elementos. Esse n o ¯ é chamado dimensão de W e é denotado por dim W. Exemplo 21 {(1, 0), (0, 1)} e {(1, 1), (0, 1)} são bases do R 2 e {(1, 0, 0), (0, 1, 0), (0, 0, 1)} e {(1, 2, 3), (0, 1, 2), (0, 0, 1)} são bases do R 3 . Daı́, dim R 2 = 2 e dim R 3 = 3. Exemplo 22 {⃗ e1 = (1, 0, 0, ⋯, 0, 0), ⃗ e2 = (0, 1, 0, ⋯, 0, 0), ⋯, ⃗ en = (0, 0, 0, ⋯, 0, 1)} é uma base (base canônica) do R n . Portanto, dim R n = n. Exemplo 23 Vimos, no Exemplo 16, que {⃗ v1 = (0, −2, 1, 0), ⃗ v2 = (1, 0, 0, 1)} é uma base do subespaço W = {(β, −2α, α, β) ∣ α, β ∈ R} ⊆ R 4 . Logo, dim W = 2. Se W ⊆ R n é um subespaço não nulo, então 1 ≤ dim W ≤ n. 26/35
  • 27.
    27/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências Bases ortogonais e ortonormais Convencionamos que o subespaço nulo { ⃗ 0 }, ⃗ 0 ∈ R n , tem dimensão 0. Teorema Seja W ⊆ R n um subespaço não nulo. Se dim W = k, então k vetores de W, linearmente independentes, formam uma base de W. Ou seja, quando as hipóteses do teorema são satisfeitas, não é necessário verificar que os k vetores geram W para concluir que estes constituem uma base. Exemplo 24 Consideremos o subespaço W = {(β, −2α, α, β) ∣ α, β ∈ R} do exemplo ante- rior. Temos que ⃗ w1 = (5, 2, −1, 5) (α = −1, β = 5) e ⃗ w2 = (−1, −4, 2, −1) (α = 2, β = −1) são elementos de W. Sabemos que dim W = 2. Portanto, de acordo com o teorema acima, como os vetores ⃗ w1 e ⃗ w2 formam um conjunto LI (por quê?), podemos inferir que o conjunto { ⃗ w1, ⃗ w2} é uma (outra) base de W.
  • 28.
    28/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências Bases ortogonais e ortonormais Exemplo 25 {(1, 1, 1), (2, 3, 1), (3, 1, 2)} é uma base do R 3 , pois dim R 3 = 3 e o conjunto contém 3 elementos do R 3 que são lineamente independentes, já que det ⎡ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎢ ⎣ 1 2 3 1 3 1 1 1 2 ⎤ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎥ ⎦ = −3 ≠ 0. O conjunto {⃗ v1, ⃗ v2, ⋯, ⃗ vn} ⊂ R n é uma base do R n se e somente se det [ ⃗ v1 ∣ ⃗ v2 ∣ ⋯ ∣ ⃗ vn ] ≠ 0 .
  • 29.
    Bases ortogonais eortonormais Definição (Bases ortogonais e ortonormais) Seja {⃗ v1, ..., ⃗ vk} uma base de um subespaço do R n . (a) {⃗ v1, ..., ⃗ vk} é uma base ortogonal se os vetores são mutuamente orto- gonais, isto é, ⃗ vi ⋅ ⃗ vj = 0 para i ≠ j. (b) {⃗ v1, ..., ⃗ vk} é uma base ortonormal, se além de ser uma base ortogonal, todos os vetores são unitários, isto é, ∥ ⃗ vi ∥= 1 para i = 1, ⋯, k. Exemplo 26 Temos que β = {⃗ v1 = ( √ 2 2 , √ 2 2 ) , ⃗ v2 = (− √ 2 2 , √ 2 2 )} é uma base do R 2 (ve- rifique!). O conjunto β é uma base ortogonal, uma vez que ⃗ v1 ⋅ ⃗ v2 = ( √ 2 2 , √ 2 2 ) ⋅ (− √ 2 2 , √ 2 2 ) = √ 2 2 ⋅ (− √ 2 2 ) + √ 2 2 ⋅ √ 2 2 = − 1 2 + 1 2 = 0. Ademais, β é uma base ortonormal, pois ∥ ⃗ v1 ∥=∥ ⃗ v2 ∥= √ √ √ √ √ √ √ ⎷( √ 2 2 ) 2 + ( √ 2 2 ) 2 = 1. 29/35
  • 30.
    Exemplo 27 γ ={⃗ v1 = (1, 1, 1), ⃗ v2 = (0, 1, 1), ⃗ v3 = (0, 0, 1)} é uma base do R 3 (verifique!). O conjunto γ não é uma base ortogonal porque ⃗ v1 ⋅ ⃗ v2 = (1, 1, 1) ⋅ (0, 1, 1) = 1 ⋅ 0 + 1 ⋅ 1 + 1 ⋅ 1 = 2 ≠ 0. É possı́vel obter uma base ortogonal ou ortonormal a partir de uma base conhecida? Seja W ⊆ R n um subespaço com base β = {⃗ v1, ⃗ v2} . Sejam ⃗ w1 = ⃗ v1 e ⃗ w2 = ⃗ v2 − c ⃗ w1 (ou ⃗ w2 = ⃗ v2 − c ⃗ v1) , em que c ∈ R é tal que ⃗ w1 ⊥ ⃗ w2, isto é, ⃗ w1 ⋅ ⃗ w2 = 0 . Os vetores ⃗ w1 e ⃗ w2 pertencem a W pois são combinações lineares de ⃗ v1 e ⃗ v2. Também, como β é LI, ⃗ w1 e ⃗ w2 são não nulos, qualquer que seja c. ⃗ w1 ⋅ ⃗ w2 = 0 ⟺ ⃗ w1 ⋅ (⃗ v2 − c ⃗ w1) = 0 ⟺ ⃗ w1 ⋅ ⃗ v2 − c ⃗ w1 ⋅ ⃗ w1 = 0 ⟺ ⃗ v2 ⋅ ⃗ w1 − c ∥ ⃗ w1 ∥ 2 = 0 ⟺ c = ⃗ v2 ⋅ ⃗ w1 ∥ ⃗ w1 ∥2 . 30/35
  • 31.
    Assim, ⃗ w2 =⃗ v2 − ( ⃗ v2 ⋅ ⃗ w1 ∥ ⃗ w1 ∥2 ) ⃗ w1 = ⃗ v2 − proj ⃗ w1 ⃗ v2 . Visto que dim W = 2 e { ⃗ w1, ⃗ w2} ⊆ W é LI (por quê?), segue que { ⃗ w1, ⃗ w2} é uma base ortogonal de W obtida a partir da base β. Por exemplo, seja W ⊆ R 3 o subespaço de base {⃗ v1 = (−2, 4, 2), ⃗ v2 = (2, 4, 0)} . Figura: {⃗ v1, ⃗ v2} é base de W. Figura: { ⃗ w1, ⃗ w2} é base ortogonal de W. Sejam ⃗ w1 = ⃗ v1 e ⃗ w2 = ⃗ v2 − ( ⃗ v2 ⋅ ⃗ w1 ∥ ⃗ w1 ∥2 ) ⃗ w1 = (2, 4, 0) − 12 24 (−2, 4, 2) = (3, 2, −1) . 31/35
  • 32.
    O conjunto {⃗ w1 = (−2, 4, 2), ⃗ w2 = (3, 2, −1)} é uma base ortogonal do subespaço W. De modo geral, vale o seguinte resultado: Processo de ortogonalização de Gram-Schmidt Seja β = {⃗ v1, ..., ⃗ vk} uma base de um subespaço não nulo W do R n . Sejam ⃗ w1 = ⃗ v1 , ⃗ w2 = ⃗ v2 − proj ⃗ w1 ⃗ v2 , ⃗ w3 = ⃗ v3 − proj ⃗ w1 ⃗ v3 − proj ⃗ w2 ⃗ v3 , ⋮ ⃗ wk = ⃗ vk − proj ⃗ w1 ⃗ vk − proj ⃗ w2 ⃗ vk − ⋯ − proj ⃗ wk−1 ⃗ vk. Então o conjunto { ⃗ w1, ..., ⃗ wk} é uma base ortogonal de W. Se ⃗ u1 = 1 ∥ ⃗ w1 ∥ ⃗ w1 , ⃗ u2 = 1 ∥ ⃗ w2 ∥ ⃗ w2, ⋯ , ⃗ uk = 1 ∥ ⃗ wk ∥ ⃗ wk , a coleção {⃗ u1, ⃗ u2, ⋯, ⃗ uk} é uma base ortonormal do subespaço W. 32/35
  • 33.
    33/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências Bases ortogonais e ortonormais Exemplo 28 Use o processo de ortogonalização de Gram-Schmidt para obter uma base ortonormal de R 3 a partir da base γ = {⃗ v1 = (1, 1, 1), ⃗ v2 = (0, 1, 1), ⃗ v3 = (0, 0, 1)}. Solução: Passo 1: ⃗ w1 = ⃗ v1 = (1, 1, 1), ⃗ w2 = ⃗ v2 − proj ⃗ w1 ⃗ v2 = ⃗ v2 − ( ⃗ v2 ⋅ ⃗ w1 ∥ ⃗ w1 ∥2 ) ⃗ w1 = (0, 1, 1) − 2 3 (1, 1, 1) = (− 2 3 , 1 3 , 1 3 ) , ⃗ w3 = ⃗ v3 − proj ⃗ w1 ⃗ v3 − proj ⃗ w2 ⃗ v3 = ⃗ v3 − ( ⃗ v3 ⋅ ⃗ w1 ∥ ⃗ w1 ∥2 ) ⃗ w1 − ( ⃗ v3 ⋅ ⃗ w2 ∥ ⃗ w2 ∥2 ) ⃗ w2 = (0, 0, 1) − 1 3 (1, 1, 1) − 1/3 2/3 (− 2 3 , 1 3 , 1 3 ) = (0, − 1 2 , 1 2 ) . { ⃗ w1, ⃗ w2, ⃗ w3} é uma base ortogonal do R 3 obtida a partir da base γ.
  • 34.
    34/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências Bases ortogonais e ortonormais Exemplo 28 (cont.) Passo 2: As normas dos vetores ⃗ w1, ⃗ w2 e ⃗ w3 são ∥ ⃗ w1 ∥= √ 3, ∥ ⃗ w2 ∥= √ 6 3 e ∥ ⃗ w3 ∥= 1 √ 2 . Então, ⃗ u1 = 1 ∥ ⃗ w1 ∥ ⃗ w1 = 1 √ 3 (1, 1, 1) = ( 1 √ 3 , 1 √ 3 , 1 √ 3 ), ⃗ u2 = 1 ∥ ⃗ w2 ∥ ⃗ w2 = 3 √ 6 (− 2 3 , 1 3 , 1 3 ) = (− 2 √ 6 , 1 √ 6 , 1 √ 6 ) e ⃗ u3 = 1 ∥ ⃗ w3 ∥ ⃗ w3 = √ 2 (0, − 1 2 , 1 2 ) = (0, − √ 2 2 , √ 2 2 ) formam uma base ortonormal do R 3 obtida a partir de γ.
  • 35.
    35/35 Os espaços R n Combinaçãolinear (In)dependência linear Subespaço, base e dimensão Referências Referências SANTOS, R.J. Geometria Analı́tica e Álgebra Linear. Belo Hori- zonte: Imprensa Universitária da UFMG, 2014. ANTON, H.; RORRES, C. Álgebra Linear com Aplicações. 8. ed. Porto Alegre: Bookman, 2001. CAMARGO, I.; BOULOS, P. Geometria Analı́tica: um tratamento vetorial. 3 ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005. POOLE, D. Álgebra Linear. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2004. https://www.geogebra.org/ L A TEX https://www.latex-project.org/