TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 3
Giane Demo
Pedagoga
Neuropsicopegagoga Clínica
MsC Intervenções Psicológicas no Desenvolvimento e na Educação
Doutoranda em Ciências da Educação
CBO 2394-40 - SBNPpC 6135
A formação docente voltada à sensibilização escolar para a inclusão de alunos autistas de nível
3, com necessidades complexas, deve constituir-se como um processo contínuo, reflexivo e
humanizador, que envolva não apenas a aquisição de conhecimentos técnicos e científicos sobre
o Transtorno do Espectro Autista, mas também o desenvolvimento de competências
socioemocionais e éticas que permitam ao educador compreender as múltiplas formas de
comunicação, expressão e interação desses alunos. Essa formação deve promover práticas
pedagógicas inovadoras e flexíveis, pautadas na escuta ativa, na observação sensível e no
planejamento colaborativo entre professores, equipe de apoio, famílias e profissionais da saúde,
de modo a construir ambientes escolares acolhedores, acessíveis e inclusivos. Assim, o processo
educativo torna-se um espaço de respeito às diferenças, de valorização das potencialidades e de
superação das barreiras atitudinais e estruturais, reafirmando o compromisso da escola com
uma educação equitativa, democrática e verdadeiramente inclusiva, que reconheça o aluno
autista como sujeito de direitos, de saberes e de experiências singulares. (Giane Demo, 2025)
4.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 4
FORMAÇÃO DOCENTE E SENSIBILIZAÇÃO ESCOLAR:
ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS
DE NÍVEL 3, COM NECESSIDADES COMPLEXAS.
Giane Demo
A formação docente e a sensibilização escolar configuram-se como pilares fundamentais para a
construção de práticas inclusivas efetivas no contexto educacional contemporâneo,
especialmente no que se refere à inclusão de alunos autistas de nível 3, caracterizados por
necessidades complexas e pela exigência de apoio muito substancial. Conforme o DSM-5 e o
DSM-5-TR (American Psychiatric Association, 2013; 2022), esses alunos apresentam
comprometimentos significativos na comunicação social e comportamentos restritos e
repetitivos, o que exige do professor uma atuação mediadora, sensível e adaptada às
especificidades de cada estudante. A formação docente deve ir além do domínio teórico,
incorporando práticas reflexivas e colaborativas que preparem o educador para lidar com a
diversidade humana (Camargo, 2017; Alves, 2006). Nesse sentido, a sensibilização escolar
emerge como uma estratégia essencial para fomentar uma cultura de acolhimento e respeito às
diferenças, estimulando o trabalho conjunto entre professores, famílias e profissionais da saúde
(Cabral, 2023a; Ischkanian et al., 2025). Tais ações dialogam com a perspectiva histórico-
cultural de Vygotsky (2011), que valoriza a mediação social como elemento central para o
desenvolvimento humano, e com a teoria da aprendizagem significativa de Ausubel (2002), que
destaca a importância de relacionar novos conhecimentos às estruturas cognitivas já existentes.
Pesquisadores como Matson (2016), Rieske (2019) e Reichow (2025) defendem a adoção de
estratégias interdisciplinares e baseadas em evidências no trabalho com o Transtorno do Espectro
Autista (TEA), destacando a importância de planos pedagógicos individualizados, uso de
tecnologias assistivas e valorização das potencialidades cognitivas e afetivas dos estudantes. A
neuropsicopedagogia, segundo Belo e Guedes (2022) e Ferreira e Silva (2021), constitui uma
importante aliada no processo de inclusão, ao oferecer instrumentos teóricos e práticos que
ajudam a compreender as relações entre cérebro, cognição e aprendizagem. A sensibilização do
corpo docente envolve o desenvolvimento das competências socioemocionais do professor,
fundamentais para o manejo de situações desafiadoras em sala de aula. Pesquisas de Brilhante et
al. (2024) e Dias et al. (2024) evidenciam que a empatia, a paciência e a autorregulação
emocional são componentes indispensáveis para uma prática pedagógica humanizada e eficaz. A
formação continuada deve integrar aspectos teóricos, metodológicos e afetivos, estimulando uma
prática pedagógica que respeite o ritmo e as singularidades de cada aluno. A inclusão de alunos
autistas de nível 3 requer um compromisso ético, coletivo e interdisciplinar da comunidade
escolar. Investir na formação docente e na sensibilização escolar significa promover não apenas
o direito à educação, mas também o direito à dignidade, à interação social e ao desenvolvimento
pleno desses estudantes, consolidando uma escola verdadeiramente inclusiva, equitativa e
transformadora.
Palavras-chave: Autismo nível 3; formação docente; sensibilização escolar; inclusão;
necessidades complexas; neuropsicopedagogia.
5.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 5
TEACHER TRAINING AND SCHOOL AWARENESS:
STRATEGIES FOR THE INCLUSION OF LEVEL 3 AUTISTIC
STUDENTS WITH COMPLEX NEEDS.
Giane Demo
Teacher training and school awareness are fundamental pillars for building effective inclusive
practices in the contemporary educational context, especially regarding the inclusion of Level 3
autistic students, characterized by complex needs and requiring very substantial support.
According to the DSM-5 and DSM-5-TR (American Psychiatric Association, 2013; 2022), these
students present significant impairments in social communication and restricted and repetitive
behaviors, which demand from teachers a mediating, sensitive, and adaptive approach tailored to
the specificities of each learner. Teacher training must go beyond theoretical knowledge,
incorporating reflective and collaborative practices that prepare educators to deal with human
diversity (Camargo, 2017; Alves, 2006). In this regard, school awareness emerges as an essential
strategy to promote a culture of acceptance and respect for differences, fostering joint work
among teachers, families, and healthcare professionals (Cabral, 2023a; Ischkanian et al., 2025).
These actions align with Vygotsky’s (2011) historical-cultural perspective, which emphasizes
social mediation as a central element of human development, and with Ausubel’s (2002) theory
of meaningful learning, which highlights the importance of relating new knowledge to pre-
existing cognitive structures. Researchers such as Matson (2016), Rieske (2019), and Reichow
(2025) advocate for the adoption of interdisciplinary and evidence-based strategies when
working with Autism Spectrum Disorder (ASD), emphasizing the importance of individualized
educational plans, the use of assistive technologies, and the appreciation of students’ cognitive
and affective potential. Neuropsychopedagogy, according to Belo and Guedes (2022) and
Ferreira and Silva (2021), plays an important role in the inclusion process by offering theoretical
and practical tools that help understand the relationships between brain function, cognition, and
learning. Teacher awareness also involves the development of socioemotional competencies,
which are essential for managing challenging classroom situations. Studies by Brilhante et al.
(2024) and Dias et al. (2024) demonstrate that empathy, patience, and emotional self-regulation
are indispensable components of a humanized and effective pedagogical practice. Continuing
education must integrate theoretical, methodological, and emotional dimensions, encouraging
pedagogical practices that respect each student’s rhythm and uniqueness. The inclusion of Level
3 autistic students requires an ethical, collective, and interdisciplinary commitment from the
entire school community. Investing in teacher training and school awareness means promoting
not only the right to education but also the right to dignity, social interaction, and the full
development of these students, thereby consolidating a truly inclusive, equitable, and
transformative school.
Keywords: Level 3 Autism; teacher training; school awareness; inclusion; complex needs;
neuropsychopedagogy.
6.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 6
FORMACIÓN DOCENTE Y SENSIBILIZACIÓN ESCOLAR:
ESTRATEGIAS PARA LA INCLUSIÓN DE ESTUDIANTES
AUTISTAS DE NIVEL 3 CON NECESIDADES COMPLEJAS.
Giane Demo
La formación docente y la sensibilización escolar se configuran como pilares fundamentales para
la construcción de prácticas inclusivas efectivas en el contexto educativo contemporáneo,
especialmente en lo que respecta a la inclusión de estudiantes autistas de nivel 3, caracterizados
por necesidades complejas y por requerir un apoyo muy sustancial. Según el DSM-5 y el DSM-5-
TR (American Psychiatric Association, 2013; 2022), estos estudiantes presentan alteraciones
significativas en la comunicación social y comportamientos restringidos y repetitivos, lo que
exige del docente una actuación mediadora, sensible y adaptada a las especificidades de cada
alumno. La formación docente debe ir más allá del dominio teórico, incorporando prácticas
reflexivas y colaborativas que preparen al educador para enfrentar la diversidad humana
(Camargo, 2017; Alves, 2006). En este sentido, la sensibilización escolar surge como una
estrategia esencial para fomentar una cultura de acogida y respeto a las diferencias, promoviendo
el trabajo conjunto entre docentes, familias y profesionales de la salud (Cabral, 2023a;
Ischkanian et al., 2025). Estas acciones se articulan con la perspectiva histórico-cultural de
Vygotsky (2011), que valora la mediación social como elemento central para el desarrollo
humano, y con la teoría del aprendizaje significativo de Ausubel (2002), que resalta la
importancia de relacionar los nuevos conocimientos con las estructuras cognitivas ya existentes.
Investigadores como Matson (2016), Rieske (2019) y Reichow (2025) defienden la adopción de
estrategias interdisciplinarias y basadas en la evidencia en el trabajo con el Trastorno del
Espectro Autista (TEA), destacando la importancia de planes pedagógicos individualizados, el
uso de tecnologías asistivas y la valorización de las potencialidades cognitivas y afectivas de los
estudiantes. La neuropsicopedagogía, según Belo y Guedes (2022) y Ferreira y Silva (2021), se
presenta como una importante aliada en el proceso de inclusión, al ofrecer herramientas teóricas
y prácticas que permiten comprender las relaciones entre cerebro, cognición y aprendizaje. La
sensibilización del cuerpo docente también implica el desarrollo de competencias
socioemocionales fundamentales para la gestión de situaciones desafiantes en el aula. Estudios
de Brilhante et al. (2024) y Dias et al. (2024) demuestran que la empatía, la paciencia y la
autorregulación emocional son componentes indispensables para una práctica pedagógica
humanizada y eficaz. La formación continua debe integrar aspectos teóricos, metodológicos y
afectivos, promoviendo una práctica educativa que respete el ritmo y las singularidades de cada
alumno. La inclusión de estudiantes autistas de nivel 3 requiere un compromiso ético, colectivo e
interdisciplinario de toda la comunidad educativa. Invertir en la formación docente y en la
sensibilización escolar significa garantizar no solo el derecho a la educación, sino también el
derecho a la dignidad, a la interacción social y al desarrollo pleno de estos estudiantes,
consolidando una escuela verdaderamente inclusiva, equitativa y transformadora.
Palabras clave: Autismo nivel 3; formación docente; sensibilización escolar; inclusión;
necesidades complejas; neuropsicopedagogía.
7.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 7
FORMAÇÃO DOCENTE E SENSIBILIZAÇÃO ESCOLAR:
ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS
DE NÍVEL 3, COM NECESSIDADES COMPLEXAS.
Giane Demo
1. INTRODUÇÃO
A inclusão de alunos autistas de nível 3, caracterizados por necessidades complexas e
elevados níveis de apoio, constitui um desafio significativo no contexto educacional
contemporâneo. Para que a prática pedagógica seja efetiva, é imprescindível investir na formação
docente, que deve contemplar não apenas o conhecimento teórico, mas também habilidades
práticas e socioemocionais capazes de atender às singularidades desses estudantes (Alves, 2006).
A criação de salas de recursos multifuncionais surge como uma estratégia fundamental para
potencializar a aprendizagem e garantir a acessibilidade educacional, proporcionando ambientes
adaptados e recursos especializados.
Segundo o DSM-5 e o DSM-5-TR, alunos com TEA nível 3 apresentam déficits graves
na comunicação social e padrões restritos e repetitivos de comportamento, necessitando de
intervenções altamente individualizadas (American Psychiatric Association, 2013; 2022). Esses
diagnósticos fornecem parâmetros científicos essenciais para que os educadores compreendam as
complexidades do autismo e possam estruturar estratégias pedagógicas alinhadas às necessidades
específicas de cada aluno, promovendo a inclusão de forma ética e baseada em evidências.
A aprendizagem significativa, conforme proposta por Ausubel (2002), destaca a
importância de relacionar novos conhecimentos às estruturas cognitivas pré-existentes dos
estudantes, sendo um princípio essencial na construção de práticas pedagógicas inclusivas.
Quando aplicada a alunos com TEA, essa abordagem favorece a compreensão e retenção de
informações, permitindo que o ensino seja mais adaptado ao ritmo e ao estilo de aprendizagem
individual, respeitando as limitações e potencialidades de cada estudante.
Pesquisas recentes demonstram que a detecção precoce do autismo, utilizando
tecnologias como EEG, é um fator determinante para intervenções eficazes e direcionadas
(Antunes, 2023). A identificação precoce permite que professores e profissionais especializados
8.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 8
ajustem estratégias pedagógicas e terapêuticas, promovendo ganhos cognitivos e
comportamentais significativos. Esse acompanhamento deve ser contínuo e interdisciplinar,
envolvendo psicopedagogos, terapeutas ocupacionais e outros profissionais da saúde.
O uso de tecnologias para análise de padrões de estresse e aprendizagem também
contribui para um entendimento mais aprofundado das necessidades dos alunos autistas (Arone,
2019). A coleta e interpretação de dados fisiológicos permitem que educadores ajustem
metodologias e intervenções de maneira mais precisa, promovendo ambientes de aprendizagem
mais seguros, acolhedores e eficientes para alunos com necessidades complexas.
A memória e os processos cognitivos dos estudantes são aspectos centrais a serem
considerados no planejamento pedagógico (Baddley, Anderson e Eysenck, 2011). A
compreensão de como o cérebro armazena, organiza e recupera informações auxilia o docente a
implementar estratégias que facilitem a aprendizagem, especialmente para alunos que
apresentam desafios significativos em termos de atenção, organização e retenção de conteúdo.
O estudo das variações do espectro autista permite a compreensão da heterogeneidade
dos alunos e a necessidade de abordagens diferenciadas (Barbosa, 2013). Essa análise detalhada
fornece subsídios para que os educadores planejem intervenções personalizadas, considerando
fatores individuais como comunicação, habilidades sociais, interesses e sensibilidades sensoriais.
Tendências pedagógicas na educação especial inclusiva apontam para a necessidade de
metodologias ativas e inovadoras, capazes de atender à diversidade em sala de aula (Barbosa et
al., 2024). A adoção de práticas colaborativas, lúdicas e participativas contribui para o
engajamento dos alunos e fortalece a inclusão, promovendo o desenvolvimento integral e
socioemocional de todos os estudantes.
A atuação do neuropsicopedagogo se destaca como suporte essencial ao processo de
aprendizagem (Belo e Guedes, 2022). Esse profissional fornece ferramentas e estratégias que
auxiliam professores e famílias na compreensão das dificuldades cognitivas e comportamentais,
permitindo intervenções mais eficazes e alinhadas às necessidades individuais dos alunos.
O desenvolvimento socioemocional dos professores é igualmente crucial, pois
competências como empatia, paciência e autorregulação emocional impactam diretamente na
eficácia das práticas inclusivas (Brilhante et al., 2024). A sensibilização docente deve, portanto,
contemplar não apenas conhecimento técnico, mas também o fortalecimento dessas habilidades,
garantindo ambientes de ensino acolhedores e seguros.
A inclusão de alunos autistas de nível 3 exige um compromisso ético, interdisciplinar e
coletivo da comunidade escolar (Camargo, 2017). Esse compromisso não se limita à simples
presença física do estudante em sala de aula, mas envolve a construção de um ambiente
educativo sensível às necessidades específicas, que valorize suas potencialidades cognitivas,
emocionais e sociais. Nesse contexto, a escola deve se constituir como um espaço de
9.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 9
acolhimento e desenvolvimento integral, articulando práticas pedagógicas, estratégias de apoio
individualizado e metodologias inovadoras que favoreçam a aprendizagem significativa (Alves,
2006).
A formação contínua dos docentes representa um elemento central nesse processo,
permitindo que os professores compreendam as especificidades do Transtorno do Espectro
Autista (TEA) nível 3, suas manifestações comportamentais e cognitivas, bem como as
estratégias pedagógicas mais eficazes para promover a inclusão (American Psychiatric
Association, 2013; 2022). O conhecimento atualizado, aliado à prática reflexiva, possibilita ao
educador identificar barreiras à aprendizagem, ajustar intervenções e adotar recursos didáticos
adaptados, favorecendo a participação plena do aluno no cotidiano escolar.
A sensibilização de docentes vai além da capacitação técnica, englobando também o
desenvolvimento de competências socioemocionais, como empatia, paciência e autorregulação
emocional, que são fundamentais para lidar com situações desafiadoras e imprevisíveis em sala
de aula (Brilhante et al., 2024). Um professor emocionalmente preparado consegue construir
relações de confiança e segurança com o aluno, favorecendo não apenas a aprendizagem
acadêmica, mas também o desenvolvimento afetivo e social do estudante autista.
A articulação com famílias e profissionais especializados constitui outro componente
indispensável para a inclusão efetiva (Ischkanian et al., 2025). A colaboração entre professores,
familiares, psicólogos, terapeutas ocupacionais e neuropsicopedagogos permite a construção de
um plano de intervenção individualizado e coerente, que respeite o ritmo, os interesses e as
limitações do aluno. Essa interação multidisciplinar garante que o suporte educacional seja
contínuo e integrado, ampliando as possibilidades de sucesso escolar e social do estudante.
A utilização de tecnologias assistivas e recursos pedagógicos adaptados, como
softwares educativos, materiais multissensoriais e estratégias de ensino baseadas em evidências,
contribui significativamente para a inclusão de alunos com necessidades complexas (Matson,
2016; Reichow, 2025). Esses instrumentos não apenas facilitam o aprendizado, mas também
promovem autonomia, engajamento e autoestima, fortalecendo a participação do aluno na
dinâmica escolar e na vida social.
A compreensão das particularidades cognitivas e comportamentais dos alunos, baseada
em estudos de neuropsicopedagogia e das ciências cognitivas, é essencial para orientar a prática
docente (Belo e Guedes, 2022; Ausubel, 2002). Saber como o cérebro processa informações,
como ocorre a memória e como surgem padrões de comportamento permite que o professor
planeje atividades desafiadoras, porém acessíveis, garantindo que o aluno alcance progressos
concretos em seu desenvolvimento acadêmico e pessoal.
A implementação de metodologias ativas, que envolvam experimentação, resolução de
problemas e aprendizagem colaborativa, também é estratégica para a inclusão (Cabral e
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TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 10
Raimundo, 2023). Essas práticas permitem que o aluno participe de maneira significativa das
atividades escolares, estimulem a comunicação e a interação social, e promovam o
desenvolvimento de habilidades cognitivas complexas, respeitando ao mesmo tempo suas
limitações sensoriais e comportamentais.
O acompanhamento contínuo e a avaliação constante do progresso do aluno são
elementos indispensáveis para a efetividade da inclusão (Biasão, 2019; Barbosa, 2013).
Monitorar avanços e dificuldades permite ajustes imediatos nas estratégias pedagógicas,
garantindo que o ensino seja sempre centrado no estudante e que as metas de aprendizagem
sejam realistas, mensuráveis e alcançáveis.
A construção de uma cultura escolar inclusiva demanda também a sensibilização de
toda a comunidade escolar, incluindo alunos, gestores e funcionários, para que a diversidade seja
compreendida e valorizada (Camargo, 2017). Uma abordagem coletiva fortalece o sentido de
pertencimento, reduz estigmas e promove um ambiente de respeito e cooperação, favorecendo a
socialização e a participação plena do aluno autista no espaço escolar.
2. DESENVOLVIMENTO
A inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) nível 3, com
necessidades complexas, representa um desafio educacional e humano que exige da escola uma
postura inovadora, empática e colaborativa. Trata-se de um processo dinâmico, multidimensional
e contínuo, que ultrapassa o campo das estratégias pedagógicas, envolvendo dimensões éticas,
afetivas, sociais e cognitivas do desenvolvimento humano (Ischkanian e Cabral, 2025). A
efetivação desse processo depende de uma rede articulada entre professores, famílias, terapeutas
e gestores escolares, consolidando uma cultura de corresponsabilidade pela aprendizagem e bem-
estar do estudante.
A formação docente assume, nesse contexto, papel essencial para o sucesso da inclusão,
uma vez que professores bem preparados são capazes de compreender os níveis de apoio
exigidos pelos alunos com TEA nível 3 e de desenvolver práticas pedagógicas significativas e
sensíveis às suas particularidades. O trabalho pedagógico precisa partir do princípio da
aprendizagem significativa (Ausubel, 2002), em que o novo conhecimento se conecta aos
saberes prévios e às experiências concretas do aluno, respeitando seu ritmo, suas formas de
expressão e seus interesses.
É imprescindível promover a sensibilização da equipe escolar, estimulando uma visão
humanizada e empática sobre o autismo. Essa sensibilização envolve formações continuadas,
rodas de conversa e vivências práticas que abordem o tema da neurodiversidade, a fim de
quebrar estigmas e fortalecer a compreensão das diferenças (Camargo, 2017). Dessa forma, a
11.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 11
escola se transforma em um espaço de acolhimento, onde cada gesto, rotina e atitude refletem o
compromisso com a inclusão como valor social e pedagógico.
No âmbito das estratégias pedagógicas, algumas práticas se destacam pela eficácia na
inclusão de alunos autistas de nível 3. A utilização de rotinas visuais estruturadas — como
agendas ilustradas, quadros de tarefas e painéis de transição — favorece a previsibilidade e a
segurança emocional do estudante (APA, 2022). O emprego de comunicação alternativa e
aumentativa (CAA), por meio de pictogramas, tablets ou pranchas de comunicação, também
amplia as possibilidades de interação, reduz a ansiedade e fortalece o vínculo entre aluno e
professor.
O uso de tecnologias assistivas e materiais multissensoriais, que estimulam os diferentes
canais de aprendizagem e permitem maior engajamento. Jogos de encaixe, recursos táteis, sons
suaves, luzes coloridas e experiências com texturas podem ser integrados às atividades de
alfabetização, raciocínio lógico e expressão artística (Belo & Guedes, 2022). Essas ações,
quando bem planejadas, contribuem para o desenvolvimento cognitivo, a concentração e a
autonomia do aluno.
A aprendizagem baseada na interação social é outro eixo fundamental. Propor
atividades coletivas mediadas, como brincadeiras simbólicas, oficinas de música e contação de
histórias, estimula o contato visual, a reciprocidade e a cooperação. Nessas experiências, o
professor atua como mediador e tradutor emocional, ajudando a criança a interpretar sinais
sociais, compreender emoções e desenvolver habilidades de convivência (Vygotski, 2011).
No campo emocional, a regulação afetiva é essencial para o sucesso do processo
inclusivo. Espaços de calma ou ―cantinhos sensoriais‖ podem ser implementados para ajudar o
aluno a se reorganizar em momentos de sobrecarga sensorial. O uso de estratégias de
autorregulação, como respiração guiada, uso de fones abafadores de som e brinquedos sensoriais,
auxilia na redução da ansiedade e na manutenção do foco durante as atividades (Brilhante et al.,
2024).
O trabalho interdisciplinar amplia ainda mais o alcance das ações inclusivas. A
articulação entre professores, psicopedagogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e
psicólogos (Ischkanian et al., 2025) garante a construção de um plano individual de atendimento
(PIA) ajustado às necessidades específicas de cada aluno. Essa integração permite o
acompanhamento contínuo e a adaptação de metodologias que favorecem o desenvolvimento
integral do estudante.
No que se refere ao envolvimento da família, é fundamental criar canais de
comunicação constantes e colaborativos. Reuniões, orientações e oficinas para familiares
permitem alinhar expectativas e estratégias entre o ambiente doméstico e o escolar, reforçando a
12.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 12
consistência das práticas educativas e o sentimento de pertencimento da criança. A família, ao
compreender as metas pedagógicas e terapêuticas, torna-se uma aliada ativa na inclusão.
A inclusão de alunos com TEA nível 3 exige mais do que a simples inserção física do
estudante em sala de aula (Camargo, 2017). Ela demanda planejamento, formação docente,
sensibilização institucional e compromisso ético coletivo, pautado no respeito à dignidade
humana e ao direito universal à educação.
Somente por meio da articulação entre conhecimento científico, prática pedagógica
inovadora, sensibilização docente e participação comunitária é possível consolidar uma escola
verdadeiramente inclusiva — um espaço de oportunidades, desenvolvimento e reconhecimento
da singularidade de cada indivíduo. Essa escola não apenas ensina conteúdos, mas forma
cidadãos conscientes, empáticos e socialmente responsáveis, comprometidos com um mundo
mais justo e acolhedor às diversidades humanas.
2.1. METODOLOGIA DA PESQUISA PARA DELINEAMENTO DO ARTIGO
Este estudo adota uma abordagem qualitativa, de natureza bibliográfica e documental,
com enfoque interpretativo, voltada à análise de produções científicas sobre ―Formação docente
e sensibilização escolar: estratégias para a inclusão de alunos autistas de nível 3 com
necessidades complexas”. A escolha por esta perspectiva justifica-se pela necessidade de
compreender processos, significados e práticas pedagógicas inclusivas, priorizando a
interpretação do fenômeno educacional em vez da quantificação de dados (Creswell, 2021; Gil,
2018).
Optou-se pela pesquisa bibliográfica como método central, cujo objetivo é reunir,
organizar e analisar o conhecimento produzido previamente sobre o tema (Vergara, 2014;
Richardson, 1999). Essa modalidade permite o levantamento de informações por meio de livros,
artigos científicos, teses, dissertações e documentos eletrônicos, servindo de base para a
construção do referencial teórico e para a identificação de lacunas de investigação.
A pesquisa assume caráter documental, incluindo materiais acessíveis em bases
acadêmicas e digitais que apresentam dados relevantes para o objeto de estudo. Foram
selecionadas publicações em plataformas como CAPES, Scopus, Web of Science, SciELO,
Academia Edu e Google Acadêmico, considerando critérios de atualidade, pertinência temática e
rigor acadêmico. Tal procedimento visa assegurar a confiabilidade e relevância dos dados
analisados (Severino, 2016; Lakatos & Marconi, 2010).
A coleta de dados iniciou-se pelo levantamento de palavras-chave recorrentes na
literatura, incluindo termos como: inclusão escolar, autismo nível 3, formação docente,
sensibilização escolar, metodologias ativas, aprendizagem significativa e tecnologias
educacionais (Quivy & Van Campenhoudt, 2008). Esse mapeamento possibilitou identificar
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TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 13
artigos e textos que tratam a temática sob diferentes perspectivas, favorecendo uma análise
crítica e abrangente.
Em seguida, realizou-se uma leitura exploratória de títulos e resumos, filtrando os
materiais mais aderentes aos objetivos do estudo (Sousa, Oliveira & Alves, 2021). Após essa
triagem, procedeu-se à leitura analítica, buscando identificar elementos comuns, divergentes e
contribuições específicas de cada autor, a fim de construir uma narrativa coerente sobre as
estratégias de inclusão de alunos autistas de nível 3.
Os dados foram analisados por meio de categorização temática, cruzando informações
de diferentes fontes para identificar padrões, convergências e contrastes entre as publicações.
Este processo permitiu organizar os conteúdos em categorias como: formação docente,
sensibilização escolar, práticas pedagógicas inclusivas, interdisciplinaridade e uso de recursos
tecnológicos, favorecendo a construção de uma análise estruturada e consistente (Gil, 2008;
Lakatos & Marconi, 2017).
A análise adotou postura crítica e reflexiva, buscando interpretar as informações de
forma dialógica e contextualizada, indo além da simples descrição das ideias apresentadas nas
fontes estudadas. Essa abordagem garante a profundidade e a coerência dos resultados,
possibilitando compreender os desafios e estratégias relacionados à inclusão de alunos com
necessidades complexas (Creswell, 2021).
A combinação de pesquisa bibliográfica e documental possibilitou a integração de
diferentes perspectivas e dados, garantindo um panorama abrangente sobre a temática e
contribuindo para a construção de conhecimento relevante sobre práticas pedagógicas inclusivas
(Severino, 2016).
Alves (2006) enfatiza que a criação de salas de recursos multifuncionais é essencial para
apoiar professores na adaptação de práticas pedagógicas para alunos com necessidades
complexas, promovendo inclusão efetiva.
A American Psychiatric Association (2013) descreve os critérios diagnósticos do
Transtorno do Espectro Autista, fornecendo parâmetros que orientam a formação docente para o
atendimento adequado de alunos de nível 3.
A American Psychiatric Association (2022) apresenta a atualização do DSM-5-TR,
detalhando níveis de suporte necessários, reforçando a importância de capacitação docente e
planejamento pedagógico individualizado.
Ausubel (2002) destaca que a aprendizagem significativa requer que professores
conectem novos conteúdos às estruturas cognitivas dos alunos, sendo essencial para estratégias
inclusivas.
Antunes (2023) evidencia que a detecção precoce do TEA por meio de EEG fornece
dados que podem subsidiar estratégias pedagógicas específicas e formação docente direcionada.
14.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 14
Arone (2019) demonstra que análises de estresse em alunos com TEA podem orientar
professores sobre práticas mais adequadas, reforçando a necessidade de formação para gestão do
comportamento e adaptação curricular.
Barbosa (2013) aponta a diversidade de manifestações do espectro autista, indicando
que a formação docente deve contemplar estratégias individualizadas para atender alunos de
nível 3.
Barbosa et al. (2024) analisam tendências pedagógicas inclusivas e enfatizam que a
sensibilização e capacitação dos docentes são fundamentais para superar desafios históricos e
contemporâneos da educação especial.
Belo e Guedes (2022) afirmam que a neuropsicopedagogia oferece ferramentas que
auxiliam professores na compreensão do processo de aprendizagem de alunos com TEA,
destacando a importância da formação continuada.
Biasão (2019) propõe a classificação da gravidade do TEA com base em rastreamento
ocular, reforçando a necessidade de estratégias pedagógicas adaptadas e formação docente
específica.
Brilhante et al. (2024) evidenciam que o desenvolvimento socioemocional das crianças
depende da atuação docente, reforçando a necessidade de sensibilização escolar para inclusão.
Camargo (2017) destaca que a inclusão de alunos com necessidades complexas requer
ação coletiva e ética da comunidade escolar, incluindo formação contínua de professores.
Cabral e Raimundo (2023d) discutem como metodologias ativas podem favorecer a
participação de alunos com TEA, enfatizando a necessidade de capacitação docente para
implementar tais estratégias.
Cabral et al. (2024) apresentam a gamificação como recurso que aumenta motivação e
engajamento, indicando a necessidade de professores preparados para aplicar tecnologias
educacionais inclusivas.
Cabral (2024) reforça a importância da inovação didática para atender demandas de
alunos com necessidades complexas, evidenciando o papel da formação docente.
Cabral (2023a) evidencia que a inteligência emocional e o uso de tecnologias auxiliam
os professores no desenvolvimento de estratégias inclusivas.
Cabral et al. (2025) mostram que estratégias de pensamento crítico aplicadas por
docentes podem contribuir para a aprendizagem de todos os alunos, incluindo aqueles com TEA.
Cabral (2023c) analisa a atuação do psicólogo educativo e do docente na construção de
práticas inclusivas, ressaltando a importância da formação interdisciplinar.
Cabral (2023b) evidencia que compreender os mecanismos cerebrais da aprendizagem
auxilia docentes na elaboração de estratégias pedagógicas adaptadas.
15.
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Dias et al. (2024) afirmam que professores desempenham papel central no
desenvolvimento socioemocional de alunos com necessidades complexas, sendo indispensável
sua capacitação.
Ischkanian e Ischkanian (2024) ressaltam a importância de compreender transtornos
como TDAH no contexto inclusivo, ampliando o escopo da formação docente para lidar com
diferentes perfis de alunos.
Ischkanian et al. (2025) reforçam a necessidade de acompanhamento interdisciplinar de
crianças com TEA, destacando que a formação e sensibilização de docentes são essenciais para
estratégias educativas eficazes.
Ischkanian, Ischkanian e Carvalho (2025) destacam que a empatia e inteligência
emocional dos professores impactam diretamente na inclusão e acolhimento de alunos com TEA.
Ischkanian et al. (2025) analisam a relevância das teorias de aprendizagem e das
neurociências na alfabetização, enfatizando a importância da formação docente para estratégias
inclusivas.
Leite (2021) destaca a contribuição da perspectiva de Vygotsky para a educação
especial, evidenciando que a formação docente deve considerar a mediação social na
aprendizagem de alunos com necessidades complexas.
Lima (2014) reforça que a teoria histórico-cultural de Vygotsky oferece base para a
inclusão de alunos com deficiência intelectual, orientando práticas docentes.
Malta et al. (2024) investigam metodologias ativas e tecnologias, mostrando que a
capacitação docente é decisiva para promover competências socioemocionais e inclusão.
Matson (2016) defende a aplicação de práticas baseadas em evidências para avaliação e
intervenção em TEA, orientando a formação de professores para estratégias pedagógicas
eficazes.
Pinheiro, Pinheiro e Pinheiro (2019) destacam que a neuropsicopedagogia contribui
para a educação inclusiva, indicando a necessidade de docentes capacitados para implementar
práticas adaptadas.
Reichow, Doehring e Volkmar (2025) reforçam a necessidade de práticas
interdisciplinares baseadas em evidências, exigindo formação docente contínua para atender
alunos com TEA.
Rezende et al. (2024) apontam os efeitos positivos da educação socioemocional no
desenvolvimento de alunos, destacando o papel do professor na inclusão escolar.
Salles (2017) evidencia que a participação familiar deve ser articulada com a atuação
docente para favorecer a inclusão de alunos com deficiência.
Seeger e Zucolotto (2018) aplicam a perspectiva histórico-cultural de Vygotsky para
orientar práticas docentes que promovam inclusão efetiva.
16.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 16
Silveira (2011) analisa intervenções com famílias, ressaltando que a formação docente
deve contemplar estratégias de articulação com o contexto familiar.
Silvereye (2016) apresenta diretrizes de boas práticas para avaliação e intervenção em
TEA no ambiente escolar, indicando que a formação docente é crucial para sua implementação.
Simão, Corrêa e Ferrandini (2020) ressaltam que a neuropsicopedagogia oferece
subsídios para que docentes adaptem práticas pedagógicas inclusivas.
Tavares et al. (2019) discutem estratégias neuropsicopedagógicas na escola, destacando
a importância da formação docente para lidar com dificuldades de aprendizagem.
Vygotski (2011) enfatiza a mediação social no desenvolvimento cognitivo, reforçando
que a formação docente deve contemplar práticas de ensino centradas na interação social e
inclusão.
A metodologia adotada se fundamenta na interpretação sistemática da literatura
existente, combinando rigor acadêmico e análise crítica, com o objetivo de fornecer subsídios
teóricos sólidos sobre a formação docente e a sensibilização escolar voltadas à inclusão de
alunos autistas de nível 3.
2.2. FORMAÇÃO DOCENTE COMO BASE PARA A PRÁTICA INCLUSIVA
A formação docente é essencial para que os professores compreendam as
particularidades do Transtorno do Espectro Autista (TEA) de nível 3, caracterizado por
necessidades complexas e demandas significativas de apoio (American Psychiatric Association,
2022). Somente profissionais bem preparados conseguem planejar estratégias pedagógicas
individualizadas e adaptar o currículo de maneira que contemple as especificidades desses
alunos. Nesse contexto, a formação contínua permite ao docente desenvolver uma postura
reflexiva e crítica, essencial para a educação inclusiva.
Segundo Alves (2006), a utilização de salas de recursos multifuncionais constitui uma
importante estratégia de suporte, oferecendo materiais e metodologias específicas para atender às
necessidades complexas dos alunos. Essas salas funcionam como espaços de aprendizagem
diversificada, permitindo que o professor pratique a inclusão de forma concreta. Além disso, a
gestão adequada desses ambientes exige conhecimento técnico e pedagógico aprofundado,
reforçando a importância da formação docente.
O DSM-5-TR, publicado pela American Psychiatric Association (2022), reforça a
necessidade de compreender os diferentes níveis de gravidade do TEA, destacando que o nível 3
demanda apoio substancial em múltiplos contextos. Tal compreensão é crucial para o
planejamento de intervenções pedagógicas eficazes. Os professores devem estar aptos a
interpretar sinais comportamentais e cognitivos complexos, ajustando práticas para favorecer o
desenvolvimento integral do aluno.
17.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 17
A integração de estratégias cognitivas, emocionais e sociais possibilita que o aluno com
TEA nível 3 participe de forma mais efetiva das dinâmicas escolares, aumentando a autonomia e
reduzindo comportamentos de isolamento ou frustração. Ausubel (2002) enfatiza que a aquisição
e retenção de conhecimento dependem da construção significativa de conceitos, o que exige do
professor estratégias didáticas diferenciadas. Para alunos com TEA nível 3, isso significa criar
oportunidades de aprendizagem que considerem suas dificuldades de comunicação e interação
social. A formação docente, portanto, deve incluir técnicas que promovam aprendizagem
estruturada, reforço positivo e contextualização do conhecimento.
Antunes (2023) demonstra que tecnologias como EEG podem contribuir para a detecção
precoce e acompanhamento de alunos com TEA, permitindo ajustes pedagógicos mais
assertivos. Professores capacitados em compreender essas informações conseguem personalizar
atividades e monitorar progressos de maneira científica. A formação docente precisa abranger
habilidades de interpretação de dados, promovendo uma abordagem interdisciplinar.
Arone (2019) ressalta que a análise de dados de estresse pode orientar estratégias de
ensino e manejo comportamental em sala de aula. Esse tipo de informação ajuda o professor a
identificar momentos de sobrecarga sensorial ou emocional do aluno, prevenindo crises e
promovendo ambientes mais inclusivos. A integração da neurociência à prática docente é,
portanto, um componente essencial da formação continuada.
A preparação docente, portanto, deve contemplar técnicas de mediação de conflitos,
estímulo à comunicação funcional e criação de rotinas previsíveis que favoreçam o bem-estar
emocional, consolidando uma base sólida para o aprendizado. Baddley, Anderson e Eysenck
(2011) destacam a relevância da memória na aprendizagem, apontando que alunos com TEA
podem apresentar padrões específicos de retenção de informações. Professores preparados são
capazes de adaptar conteúdos e métodos de revisão, garantindo melhor assimilação do
aprendizado. Isso evidencia a necessidade de formação docente voltada ao conhecimento das
bases cognitivas do desenvolvimento infantil.
Barbosa (2013) enfatiza a diversidade dentro do espectro autista, alertando que cada
aluno apresenta características únicas que exigem atenção individualizada. A formação docente
deve proporcionar ferramentas para avaliação contínua e adaptação das atividades pedagógicas.
Tal capacitação promove práticas inclusivas que respeitam a singularidade de cada estudante.
Barbosa et al. (2024) abordam tendências pedagógicas inclusivas, indicando que
estratégias inovadoras podem superar desafios históricos da educação especial. Professores bem
formados são capazes de aplicar metodologias ativas, ensino multissensorial e abordagens
colaborativas. A sensibilização docente é, portanto, um elemento central para consolidar uma
cultura escolar inclusiva.
18.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 18
Belo e Guedes (2022) apontam que o neuropsicopedagogo oferece suporte valioso ao
processo de aprendizagem de alunos com TEA, sugerindo que a formação docente deve incluir a
articulação com profissionais especializados. Essa integração fortalece a prática pedagógica,
permitindo a construção de planos de ensino mais eficientes. O conhecimento interdisciplinar é,
assim, indispensável para uma inclusão de qualidade.
Biasão (2019) demonstra que o rastreamento ocular pode auxiliar na classificação da
gravidade do TEA, fornecendo informações sobre atenção e processamento visual. Professores
capacitados podem usar essas observações para ajustar atividades, tornando-as mais acessíveis e
significativas. A formação docente deve contemplar a interpretação de recursos tecnológicos e
avaliações complementares.
Para Bittencurt (1983) a alfabetização deve ser uma experiência lúdica e motivadora,
adaptada às capacidades de cada criança. Para alunos com TEA nível 3, isso implica criar
atividades estruturadas, visuais e repetitivas, que favoreçam a aprendizagem efetiva. A formação
docente precisa incluir estratégias de ensino que equilibrem desafio e segurança emocional.
Brilhante et al. (2024) destacam a importância da educação socioemocional no
desenvolvimento integral, enfatizando que professores treinados podem promover habilidades
emocionais e sociais nos alunos. O trabalho docente deve incluir técnicas de regulação
emocional, empatia e cooperação, elementos essenciais para o sucesso da inclusão. Essa
sensibilização contribui para o fortalecimento de um ambiente escolar acolhedor.
De acordo com Rieske (2019) intervenções interdisciplinares são mais eficazes na
promoção da inclusão de alunos com TEA, integrando educação, saúde e tecnologia. A formação
docente deve contemplar essa perspectiva, preparando professores para colaborar com equipes
multiprofissionais. Essa abordagem garante que as estratégias pedagógicas sejam consistentes e
adaptadas às necessidades do aluno.
Rosen, Lord e Volkmar (2021) mostram que o diagnóstico correto do TEA é
fundamental para o planejamento educacional individualizado. Professores informados sobre
critérios diagnósticos conseguem alinhar atividades pedagógicas aos níveis de funcionamento do
aluno. A formação docente contínua promove a atualização sobre novas pesquisas e práticas
baseadas em evidências.
Sá e Lima (2025) indicam que o desenvolvimento socioemocional na primeira infância
exerce impacto direto sobre a aprendizagem futura, influenciando não apenas o desempenho
acadêmico, mas também a capacidade de interação social, resolução de conflitos e
autorregulação emocional. Professores que passam por formação em práticas inclusivas podem
identificar precocemente sinais de dificuldade socioemocional e implementar atividades
estruturadas que promovam habilidades como empatia, cooperação e controle emocional,
criando ambientes seguros e estimulantes.
19.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 19
Salles (2017) reforça que o engajamento da família é um fator determinante para o
desenvolvimento integral de alunos com deficiência, pois a participação ativa dos responsáveis
fortalece as aprendizagens e a adaptação do estudante ao contexto escolar. Professores
capacitados devem articular estratégias de comunicação clara e contínua com a família,
compartilhando objetivos pedagógicos, progressos e dificuldades, de forma a criar um vínculo
colaborativo.
A inclusão efetiva não se limita às ações dentro da sala de aula, mas envolve a
construção de parcerias que promovam continuidade educativa e apoio emocional fora do
ambiente escolar. Assim, a formação docente deve abranger não apenas conteúdos técnicos, mas
também competências para mediação de relações familiares, acompanhamento psicopedagógico
e orientação sobre intervenções domiciliares, garantindo que o aluno com TEA nível 3 tenha
suporte integral e contínuo para desenvolver suas potencialidades.
2.3. SENSIBILIZAÇÃO ESCOLAR E CULTURA DE EMPATIA
A sensibilização da comunidade escolar emerge como um elemento central na
construção de ambientes educativos que promovam o acolhimento e a empatia, reconhecendo as
singularidades de cada estudante (Cabral, 2023a; Dias et al., 2024). A escola deixa de ser apenas
um espaço de transmissão de conteúdos e assume um papel social e emocional significativo,
capaz de favorecer o pertencimento e o desenvolvimento integral dos alunos. Estudos indicam
que a promoção da empatia entre professores, estudantes e famílias constitui uma ferramenta
poderosa para reduzir barreiras atitudinais e fortalecer práticas inclusivas.
A inclusão escolar, entendida como o reconhecimento das diferenças individuais e a
adaptação das práticas pedagógicas, é essencial para a formação de uma cultura empática.
Camargo (2017) enfatiza que a educação inclusiva não se restringe a inserir alunos com
deficiência no espaço escolar, mas demanda uma reorganização das atitudes e metodologias,
favorecendo um ambiente de respeito e valorização da diversidade. Nesse sentido, a
sensibilização da comunidade escolar vai além de treinamentos pontuais, exigindo um
compromisso ético contínuo que reflita na interação cotidiana entre todos os atores educacionais.
A implementação de metodologias ativas constitui uma estratégia eficaz para promover
a participação de todos os estudantes, ao mesmo tempo em que estimula habilidades
socioemocionais. Cabral e Raimundo (2023d) destacam que práticas como aprendizagem
baseada em projetos e resolução de problemas favorecem a colaboração, o diálogo e a
compreensão das perspectivas alheias, elementos essenciais para a construção de uma cultura de
empatia. Além disso, essas metodologias incentivam os professores a refletirem sobre suas
próprias práticas e a ajustarem suas estratégias para atender às necessidades individuais de cada
estudante.
20.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 20
A gamificação, como recurso pedagógico inovador, também se mostra relevante para
sensibilizar a comunidade escolar e tornar o aprendizado mais envolvente e inclusivo. Cabral et
al. (2024) apontam que jogos educativos e desafios interativos promovem o engajamento de
alunos com diferentes perfis, incluindo aqueles no espectro do autismo, permitindo que
habilidades cognitivas e socioemocionais sejam desenvolvidas de forma simultânea. Ao integrar
elementos lúdicos, a escola cria oportunidades para que a empatia seja exercitada de maneira
natural, fortalecendo a coesão do grupo e a valorização das diferenças.
A inteligência emocional desempenha papel fundamental na construção de ambientes
empáticos. Cabral (2023a) enfatiza que professores capacitados para reconhecer e gerenciar suas
próprias emoções, bem como compreender as emoções dos alunos, conseguem mediar conflitos,
oferecer suporte adequado e promover relações mais respeitosas e colaborativas. Assim, a
sensibilização escolar não se limita à conscientização teórica, mas envolve práticas concretas de
cuidado e atenção às necessidades emocionais da comunidade educativa.
A educação socioemocional, aliada às tecnologias digitais, pode amplificar os efeitos
positivos da sensibilização. Rezende et al. (2024) demonstram que programas que incorporam
habilidades de autoconsciência, empatia e regulação emocional contribuem significativamente
para o desenvolvimento acadêmico e relacional dos alunos. Dessa forma, investir na formação
socioemocional não apenas promove o bem-estar coletivo, mas também fortalece a
aprendizagem, criando um ciclo virtuoso de inclusão e participação.
O papel do psicólogo educativo, como apontado por Cabral (2023c), é estratégico nesse
processo, ao mediar ações que promovam a educação moral em valores e o desenvolvimento de
competências sociais. O psicólogo educativo atua como facilitador da sensibilização, orientando
docentes, gestores e famílias para que adotem práticas fundamentadas em evidências e centradas
na valorização das diferenças, garantindo que o ambiente escolar seja verdadeiramente acolhedor
para todos os estudantes.
A neuropsicopedagogia oferece subsídios importantes para compreender como
diferentes alunos aprendem e interagem no contexto escolar, possibilitando estratégias de ensino
mais inclusivas. Pinheiro et al. (2019) destacam que compreender os processos cognitivos e
emocionais permite que a escola ajuste suas metodologias, tornando o aprendizado mais
acessível e promovendo o desenvolvimento de competências socioemocionais essenciais para a
empatia.
A valorização da diversidade cultural também é um aspecto crucial da sensibilização
escolar. Perlin (2004) evidencia que reconhecer culturas específicas, como a surda, exige
mudanças nas práticas pedagógicas e na comunicação, reforçando a necessidade de uma escola
que respeite e integre diferentes identidades. A empatia se manifesta não apenas na relação
21.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 21
interpessoal, mas também no reconhecimento e na valorização das distintas formas de expressão
cultural presentes no ambiente educativo.
Estratégias de pensamento crítico são instrumentos poderosos para fomentar a empatia e
a compreensão entre os alunos. Cabral et al. (2025) apontam que incentivar a análise, a reflexão
e o debate estruturado permite que estudantes reconheçam diferentes pontos de vista,
desenvolvendo habilidades cognitivas e emocionais de grande relevância para o convívio social e
escolar. Essa prática contribui para a formação de cidadãos mais conscientes e responsáveis,
capazes de atuar de forma ética e colaborativa na sociedade.
A inovação nas didáticas de ensino, segundo Cabral (2024), amplia as possibilidades de
criar um ambiente inclusivo e empático. Inovações pedagógicas que integram tecnologia,
metodologias ativas e práticas reflexivas permitem que cada aluno seja reconhecido em suas
particularidades, fortalecendo a cultura de respeito e cooperação. A escola, nesse contexto, torna-
se um espaço de experimentação, aprendizado mútuo e valorização da diversidade.
A implementação de práticas educativas baseadas em evidências é outro ponto essencial
para a sensibilização escolar. Reichow et al. (2025) destacam que intervenções
comprovadamente eficazes para alunos com Transtorno do Espectro Autista, por exemplo,
devem ser conhecidas e aplicadas de forma adaptativa, garantindo que cada estudante tenha suas
necessidades respeitadas. A cultura de empatia se fortalece quando a escola adota decisões
pedagógicas fundamentadas em dados científicos, promovendo equidade e inclusão.
A pesquisa social oferece um conjunto robusto de ferramentas metodológicas que são
essenciais para compreender as complexidades da dinâmica escolar e planejar ações eficazes de
sensibilização. Por meio de técnicas quantitativas e qualitativas, é possível analisar o comportamento, as
percepções e as atitudes de diferentes atores da comunidade escolar, incluindo professores, estudantes,
gestores e famílias. Quivy e Campenhoudt (2008) destacam que a investigação sistemática possibilita
mapear as barreiras atitudinais existentes no ambiente educativo, permitindo identificar preconceitos,
resistências e práticas que dificultam a inclusão de alunos com necessidades específicas. Esse
mapeamento não se limita a constatar problemas, mas fornece subsídios concretos para o
planejamento de intervenções pedagógicas e socioemocionais, alinhadas às necessidades reais da
escola.
Richardson (1999) complementa essa perspectiva ao enfatizar a importância de
metodologias rigorosas na pesquisa social, que permitam não apenas descrever fenômenos, mas
também compreender relações causais e contextuais. No contexto da sensibilização escolar, isso
significa que ações isoladas, sem fundamentação em dados concretos, podem ter efeito limitado
ou mesmo contraproducente. A aplicação de instrumentos de coleta de dados, como
questionários, entrevistas e observações sistemáticas, permite que gestores e educadores
identifiquem lacunas no processo de inclusão e avaliem de forma contínua o impacto de
22.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 22
programas socioemocionais. Por exemplo, ao aplicar questionários sobre percepções de empatia
e respeito às diferenças, a escola consegue detectar quais práticas pedagógicas necessitam de
ajustes ou reforço.
A pesquisa social possibilita a triangulação de dados, integrando múltiplas fontes de
informação e diferentes métodos de análise, o que fortalece a validade e a confiabilidade das
conclusões. Esse procedimento é especialmente relevante em ambientes complexos como a
escola, onde fatores individuais, culturais e institucionais interagem de maneira contínua. Ao
compreender essas interações, os educadores podem planejar ações de sensibilização que sejam
contextualizadas, realistas e efetivas, atendendo às necessidades específicas de cada comunidade
escolar.
Programas de sensibilização não podem ser tratados como iniciativas pontuais; eles
precisam ser acompanhados e ajustados à medida que se acumulam evidências sobre sua
eficácia. A investigação sistemática permite medir indicadores como o aumento da empatia entre
alunos, a redução de conflitos interpessoais, a participação efetiva de estudantes com deficiência
e a melhoria do clima escolar. Essa abordagem baseada em evidências garante que as ações
implementadas não apenas existam no papel, mas provoquem transformações reais na
convivência escolar.
A pesquisa social também desempenha um papel estratégico na construção de uma
cultura de empatia e inclusão de longo prazo (Quivy & Campenhoudt, 2008; Richardson, 1999).
Ao fornecer informações precisas sobre atitudes, comportamentos e necessidades da comunidade
escolar, ela orienta decisões pedagógicas, administrativas e políticas que sustentam a
sensibilização contínua. A escola passa a atuar não apenas como um espaço de transmissão de
conteúdos, mas como um ambiente reflexivo e adaptativo, capaz de valorizar as diferenças,
fortalecer o pertencimento e desenvolver competências socioemocionais essenciais para a
formação integral dos estudantes.
O método tradicional de ensino, embora ainda presente em muitas instituições, deve ser
repensado à luz das metodologias ativas. Cabral e Raimundo (2023d) alertam que práticas
centradas exclusivamente no professor podem limitar a participação e a expressão individual,
reduzindo oportunidades de desenvolvimento da empatia. Por outro lado, metodologias
participativas permitem que os alunos se envolvam no processo de aprendizagem, reconhecendo
e respeitando as diferenças entre colegas.
A formação contínua de professores e gestores é fundamental para consolidar uma
cultura de empatia na escola. Cabral (2023a) ressalta que capacitação em inteligência emocional,
metodologias inovadoras e educação inclusiva prepara os profissionais para lidar de forma
adequada com as diversidades presentes, garantindo um ambiente escolar mais justo, acolhedor e
23.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 23
humanizado. Sem esse investimento, as iniciativas de sensibilização tendem a ser superficiais e
de curto alcance.
A construção de uma cultura escolar empática e inclusiva é um processo dinâmico que
requer engajamento coletivo (Cabral, 2023a; Pinheiro et al., 2019; Rezende et al., 2024). A
sensibilização deve envolver todos os atores da comunidade educativa, promovendo diálogos
constantes, reflexão crítica e práticas pedagógicas inclusivas. Dessa forma, a escola se torna um
espaço não apenas de aprendizagem cognitiva, mas de desenvolvimento socioemocional,
fortalecimento da diversidade e preparação de cidadãos conscientes e solidários.
2.4. ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS E INTERVENÇÕES INTERDISCIPLINARES
A inclusão efetiva de alunos autistas de nível 3 exige estratégias pedagógicas que
ultrapassem a sala de aula tradicional, incorporando práticas interdisciplinares e fundamentadas
em evidências científicas. Segundo Matson (2016) e Reichow (2025), é essencial que tais
estratégias contemplem aspectos cognitivos, comunicativos e socioemocionais, considerando as
particularidades de cada estudante, suas dificuldades de interação social e suas formas
específicas de aprendizagem. A atuação educativa deixa de ser homogênea e passa a ser moldada
em função das necessidades individuais, promovendo um desenvolvimento mais integral e
equilibrado.
O uso de tecnologias assistivas tem se mostrado uma ferramenta indispensável nesse
processo, permitindo que alunos com limitações de comunicação ou habilidades motoras
reduzidas acessem conteúdos, interajam com colegas e participem de atividades de forma mais
autônoma. Estudos recentes indicam que softwares educativos, aplicativos de comunicação
alternativa e dispositivos adaptativos podem potencializar o aprendizado e reduzir barreiras de
participação, tornando o ambiente escolar mais inclusivo (Ischkanian et al., 2025; Belo &
Guedes, 2022). Além disso, a integração de tecnologias exige capacitação docente, incentivando
professores a se familiarizarem com novas ferramentas e metodologias inovadoras (Cabral,
2023b).
A comunicação alternativa, quando implementada de maneira planejada, oferece um
canal de expressão essencial para alunos que enfrentam desafios significativos na linguagem
oral. Esse recurso possibilita não apenas a transmissão de informações, mas também a expressão
de emoções, desejos e necessidades, fortalecendo o vínculo entre estudante e educador. Franco et
al. (2021) destacam que ferramentas web baseadas em eye tracking e outros recursos
tecnológicos podem ser utilizadas como instrumentos diagnósticos e pedagógicos, contribuindo
para a personalização do ensino e o monitoramento do progresso do aluno.
O apoio psicopedagógico é outro componente fundamental das intervenções
interdisciplinares. Ferreira e Silva (2021) ressaltam que o neuropsicopedagogo atua de maneira
24.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 24
integrada com professores e familiares, promovendo estratégias que consideram o
funcionamento cognitivo, emocional e social do aluno. Essa atuação permite identificar
dificuldades específicas, planejar atividades adaptadas e acompanhar os resultados, garantindo
que cada intervenção seja eficaz e contextualizada à realidade do estudante.
A colaboração entre diferentes profissionais da educação e da saúde é um elemento
central para o sucesso das práticas inclusivas. Ischkanian et al. (2025) enfatizam que o trabalho
conjunto entre professores, terapeutas, psicólogos e famílias fortalece a confiança do docente,
promove a troca de experiências e assegura que intervenções sejam consistentes e contínuas.
Essa articulação interdisciplinar permite que cada aluno seja acompanhado de maneira holística,
integrando dimensões cognitivas, comportamentais e socioemocionais.
O desenvolvimento socioemocional constitui uma dimensão essencial para o sucesso
escolar de alunos autistas de nível 3. Dias et al. (2024) apontam que o fortalecimento de
habilidades como empatia, autocontrole e resiliência contribui para a melhoria das interações
sociais e para a redução de comportamentos desafiadores. Estruturar atividades que promovam o
reconhecimento das próprias emoções e o respeito aos sentimentos dos colegas cria um ambiente
mais seguro, acolhedor e propício à aprendizagem.
A formação de professores deve ser contínua e especializada, abordando não apenas
aspectos pedagógicos, mas também éticos e psicológicos. Cabral (2023b) evidencia que
compreender os mecanismos cerebrais da aprendizagem possibilita que os docentes ajustem suas
estratégias, promovendo experiências de ensino mais eficazes e inclusivas. Conhecer como o
cérebro processa informações, regula emoções e responde a estímulos permite adaptar o
conteúdo, o ritmo e a forma de ensino de acordo com as necessidades específicas de cada aluno.
Intervenções em grupos operativos são uma estratégia relevante para promover
integração e desenvolvimento social. Carniel (2008) destaca que essas práticas permitem que
alunos com diferentes perfis interajam em atividades estruturadas, promovendo habilidades de
comunicação, resolução de conflitos e cooperação. Ao mesmo tempo, o docente tem a
oportunidade de observar dinâmicas de grupo, identificar necessidades individuais e planejar
ações pedagógicas mais direcionadas.
O ensino de competências socioemocionais, alinhado à Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), também se mostra fundamental para a inclusão de alunos com autismo.
Carneiro e Pinho (2025) ressaltam que trabalhar habilidades como empatia, autorregulação e
tomada de perspectiva prepara os estudantes para interações mais positivas, fortalecendo a
cultura de respeito e cooperação no ambiente escolar. Estratégias que combinam ensino de
conteúdos acadêmicos e desenvolvimento socioemocional contribuem para um aprendizado mais
completo e significativo.
25.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 25
A literatura aponta que práticas bilíngues e inclusivas, especialmente no caso de alunos
com surdez ou comunicação diferenciada, são fundamentais para garantir o acesso equitativo à
aprendizagem (Damazio, 2010). A inclusão não se restringe à adaptação física ou curricular, mas
também à promoção de uma linguagem e cultura escolar que respeite identidades diversas,
valorizando o direito à comunicação e à participação plena.
A psicogênese da língua escrita, conforme Ferreiro e Teberosky (1979), reforça a
necessidade de intervenções pedagógicas que considerem o processo de construção da linguagem
escrita de maneira gradual e adaptada. Para alunos autistas, compreender como a escrita é
internalizada e organizada cognitivamente permite que estratégias de alfabetização sejam
aplicadas de forma mais eficiente, respeitando o ritmo individual e incentivando a autonomia.
Práticas inclusivas em contextos internacionais oferecem insights valiosos para a
adaptação de estratégias pedagógicas. Coelho (2008) evidencia que experiências em Portugal e
no Brasil demonstram a eficácia de intervenções contextualizadas, que combinam suporte
psicopedagógico, formação docente e participação familiar. Esses modelos destacam a
importância de olhar para cada realidade escolar de maneira singular, sem impor soluções
uniformes.
A intervenção precoce é crucial para maximizar os resultados educacionais e
socioemocionais. Dixon, Sturmey e Matson (2024) destacam que programas iniciados cedo, com
acompanhamento interdisciplinar, aumentam significativamente a probabilidade de
desenvolvimento de habilidades sociais, cognitivas e comunicativas, reduzindo comportamentos
desafiadores e promovendo maior autonomia ao longo do tempo.
Freire (1998) e Carneiro & Pinho (2025) reforçam que a aquisição de habilidades, tanto
cognitivas quanto socioemocionais, deve ser integrada ao currículo de forma articulada e
significativa, evitando que o aprendizado seja fragmentado ou desconectado da realidade do
aluno. Estratégias que promovem contextualização, relevância e aplicação prática reforçam a
motivação, o engajamento e a efetividade das intervenções.
A construção de um modelo educacional inclusivo e interdisciplinar demanda uma
abordagem estratégica, que combine planejamento detalhado, formação contínua, avaliação
sistemática e colaboração constante entre todos os atores envolvidos no processo educativo
(Cabral, 2023b; Dias et al., 2024). Não se trata apenas de inserir alunos com necessidades
especiais na sala de aula, mas de reorganizar a prática pedagógica, os currículos, as metodologias
e os recursos disponíveis, de forma que cada estudante possa participar ativamente e desenvolver
seu potencial máximo. Esse modelo reconhece que a aprendizagem é multifacetada, abrangendo
dimensões cognitivas, emocionais, sociais e culturais, e que a inclusão só é efetiva quando essas
dimensões são integradas de maneira coerente e sistemática.
26.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 26
O planejamento cuidadoso é um dos pilares centrais desse modelo, exigindo que
professores e gestores definam objetivos claros, estratégias pedagógicas adaptadas e indicadores
de sucesso para cada aluno. Segundo Katie et al. (2019), intervenções baseadas em evidências,
quando planejadas e articuladas entre profissionais da educação e da saúde, promovem o
desenvolvimento integral do aluno, ampliando não apenas suas habilidades acadêmicas, mas
também competências socioemocionais, capacidade de autonomia, interação social e
engajamento escolar. Esse planejamento deve contemplar avaliações diagnósticas,
acompanhamento contínuo e ajustes periódicos, garantindo que as intervenções respondam às
necessidades individuais de cada estudante.
A formação contínua de professores e demais profissionais é outro elemento crucial
para a efetividade do modelo inclusivo. A capacitação deve abordar não apenas estratégias
pedagógicas, mas também aspectos éticos, psicológicos e socioemocionais, preparando os
docentes para lidar com a diversidade de perfis e com os desafios inerentes à inclusão de alunos
com autismo, deficiência intelectual ou outras condições especiais (Cabral, 2023c; Ferreira &
Silva, 2021). A formação contínua incentiva a reflexão crítica sobre a prática docente,
promovendo inovação e adaptação constante às demandas do ambiente escolar.
A avaliação sistemática desempenha um papel estratégico, permitindo medir os
resultados das intervenções, identificar lacunas e planejar melhorias (Quivy & Campenhoudt,
2008; Richardson, 1999). A coleta de dados sobre desempenho acadêmico, comportamento
social, engajamento e bem-estar emocional fornece uma base sólida para decisões pedagógicas
fundamentadas em evidências. Esse acompanhamento contínuo garante que o modelo inclusivo
não seja apenas conceitual, mas efetivo, com impactos reais na qualidade da aprendizagem e na
experiência escolar de cada estudante.
A colaboração interdisciplinar é igualmente essencial. A articulação entre professores,
psicólogos, terapeutas, neuropsicopedagogos e famílias cria um ecossistema educativo que
oferece suporte integral ao aluno. Cada profissional contribui com sua expertise específica,
assegurando que as necessidades cognitivas, emocionais, comportamentais e comunicativas
sejam atendidas de forma integrada. Katie et al. (2019) destacam que essa colaboração fortalece
a confiança do docente, melhora a coesão entre os membros da equipe e aumenta a efetividade
das intervenções, promovendo um ambiente escolar mais acolhedor e seguro.
Outro aspecto importante é a adaptação curricular e metodológica, que deve ser flexível
e individualizada. O modelo inclusivo reconhece que alunos apresentam ritmos de aprendizagem
diferentes e necessidades específicas que exigem ajustes no conteúdo, na forma de ensino e nos
recursos utilizados. Cabral (2023b) enfatiza que a compreensão dos mecanismos cerebrais da
aprendizagem permite planejar atividades mais eficazes, respeitando as singularidades cognitivas
de cada estudante e potencializando seu desenvolvimento integral.
27.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 27
A integração de tecnologias educacionais e assistivas oferece suporte fundamental para
a participação plena do aluno. Ferramentas digitais, softwares de comunicação alternativa e
recursos adaptativos auxiliam no engajamento, na expressão individual e no acesso ao currículo,
promovendo autonomia e inclusão efetiva (Franco et al., 2021; Ischkanian et al., 2025). A
articulação entre inovação tecnológica e práticas pedagógicas fundamentadas em evidências
reforça o caráter interdisciplinar do modelo e fortalece a cultura de empatia e respeito às
diferenças no ambiente escolar.
O fortalecimento da participação familiar também é um componente indispensável. A
colaboração entre escola e família contribui para a continuidade das estratégias de inclusão,
garantindo que os alunos recebam apoio consistente em diferentes contextos (Dias et al., 2024;
Belo & Guedes, 2022). A participação ativa das famílias permite que as intervenções sejam mais
contextualizadas, culturalmente sensíveis e eficazes, promovendo vínculos positivos e maior
engajamento do aluno.
A promoção da autonomia do estudante é outro objetivo central do modelo inclusivo.
Katie et al. (2019) indicam que programas interdisciplinares e articulados permitem que o aluno
desenvolva habilidades de tomada de decisão, autorregulação e resolução de problemas,
favorecendo seu protagonismo no processo de aprendizagem. A autonomia não apenas
potencializa a aprendizagem, mas também fortalece a autoestima, a confiança e a motivação do
aluno, elementos essenciais para seu desenvolvimento integral.
A qualidade de vida do estudante é diretamente impactada por um modelo inclusivo e
interdisciplinar. Intervenções planejadas e coordenadas promovem o bem-estar físico, emocional
e social, reduzindo situações de exclusão ou estigmatização. O ambiente escolar, nesse sentido,
torna-se um espaço de acolhimento, respeito e valorização das diferenças, contribuindo para que
o aluno se sinta parte integrante da comunidade e confiante em suas capacidades (Cabral, 2023c;
Dias et al., 2024).
A construção de uma cultura escolar inclusiva depende também da sensibilização de
toda a comunidade educativa (Cabral, 2023a; Rezende et al., 2024). Professores, gestores,
colegas e familiares devem estar engajados em práticas que promovam empatia, respeito e
cooperação, criando um ambiente seguro e estimulante. A inclusão só se efetiva quando a escola
se torna um espaço de aprendizado conjunto, valorizando a diversidade e reconhecendo as
potencialidades individuais.
O planejamento estratégico deve prever avaliação contínua e mecanismos de feedback
que permitam ajustar práticas pedagógicas, recursos e metodologias. O monitoramento regular
não apenas garante que os objetivos educacionais sejam alcançados, mas também fortalece a
responsabilidade compartilhada entre todos os envolvidos, promovendo uma gestão escolar mais
eficaz e orientada por evidências (Quivy & Campenhoudt, 2008; Richardson, 1999).
28.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 28
A construção de um modelo educacional inclusivo e interdisciplinar é um processo
dinâmico e contínuo. Exige engajamento, inovação, reflexão crítica e adaptação constante às
necessidades dos alunos e às demandas do contexto escolar. Katie et al. (2019) demonstram que,
quando implementadas de maneira articulada, ações interdisciplinares não apenas promovem o
desenvolvimento acadêmico, social e emocional dos alunos, mas também fortalecem a coesão da
comunidade escolar, criando um ambiente sustentável, inclusivo e centrado no estudante.
2.5. COMPROMISSO ÉTICO E POLÍTICAS DE INCLUSÃO
O compromisso ético da escola com a inclusão de alunos autistas de nível 3 exige que
toda a comunidade educativa esteja alinhada às políticas públicas e diretrizes educacionais que
asseguram o direito à educação inclusiva. Camargo (2017) e Vygotski (2011) destacam que a
inclusão não é apenas uma questão legal, mas também moral e pedagógica, implicando a
responsabilidade coletiva de garantir que cada estudante tenha acesso, permanência e
participação significativa nas atividades escolares. Esse compromisso ético não se restringe à
administração ou aos professores individualmente, mas envolve gestores, familiares e
profissionais de apoio, consolidando uma rede de suporte capaz de sustentar práticas inclusivas
consistentes.
A formação e a sensibilização docente constituem pilares essenciais para a efetivação
desse compromisso. É fundamental que os educadores recebam capacitação contínua sobre o
funcionamento cognitivo, emocional e social de alunos com autismo, além de estratégias
pedagógicas baseadas em evidências. Santos e Silva (2021) enfatizam que a
neuropsicopedagogia oferece recursos valiosos para compreender como cada aluno aprende,
permitindo que os professores adaptem suas práticas de ensino de acordo com as singularidades
individuais, favorecendo o desenvolvimento integral e a participação ativa na aprendizagem.
O reconhecimento do valor profissional do educador é um componente crítico para a
implementação de políticas inclusivas (Seeger & Zucolotto, 2018; Silveira, 2011). A valorização
docente envolve tanto aspectos salariais quanto oportunidades de formação, supervisão e apoio
técnico. Quando os professores se sentem respaldados institucionalmente, tornam-se mais
confiantes na aplicação de metodologias inclusivas, capazes de lidar com desafios complexos e
de promover uma cultura de empatia e respeito às diferenças.
A implementação de práticas pedagógicas inclusivas requer atenção às potencialidades e
ao ritmo de cada aluno. Silva e Cardoso (2020) afirmam que a identificação precoce de
deficiências ou dificuldades de aprendizagem, através de uma perspectiva neuropsicopedagógica,
possibilita intervenções direcionadas que respeitam o desenvolvimento individual. Isso significa
que o currículo e as metodologias precisam ser flexíveis, permitindo ajustes contínuos que
promovam oportunidades de aprendizagem equitativas e significativas.
29.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 29
A articulação entre escola, família e profissionais especializados constitui outra
dimensão do compromisso ético com a inclusão. Silveira (2011) evidencia que intervenções
envolvendo pais, professores e terapeutas aumentam a eficácia das práticas pedagógicas,
promovendo a consistência entre os contextos educacionais e familiares. Essa colaboração
fortalece a confiança do aluno, reduz barreiras socioemocionais e facilita a construção de
competências essenciais para a interação social e o aprendizado acadêmico.
A perspectiva histórico-cultural, baseada em Vygotski, reforça a importância do
contexto social e das interações na aprendizagem. Seeger e Zucolotto (2018) destacam que
compreender o desenvolvimento humano como um processo mediado socialmente implica que
políticas de inclusão devem considerar a participação ativa do aluno em atividades significativas,
favorecendo o aprendizado colaborativo e a internalização de habilidades cognitivas e
socioemocionais. Nesse sentido, a escola deve criar ambientes ricos em interações orientadas,
recursos adaptados e oportunidades de expressão individual.
A aplicação de práticas baseadas em evidências é essencial para consolidar o
compromisso ético da instituição. Silvereye (2016) destaca que intervenções estruturadas,
planejadas e monitoradas sistematicamente promovem não apenas a aquisição de habilidades
acadêmicas, mas também a autonomia, a autoconfiança e a qualidade de vida dos alunos. Esse
enfoque evidencia que a inclusão deve ser planejada de forma estratégica e sustentada, evitando
ações pontuais ou improvisadas que não gerem resultados duradouros.
O enfoque neuropsicopedagógico contribui significativamente para a compreensão das
dificuldades de aprendizagem e para o planejamento de intervenções personalizadas. Simão,
Corrêa e Ferrandini (2020) ressaltam que essa abordagem possibilita uma leitura ampla do
desenvolvimento escolar, considerando fatores cognitivos, emocionais e sociais, e orienta a
tomada de decisões pedagógicas que respeitam o potencial individual de cada aluno. A escola,
nesse modelo, torna-se um espaço de observação, análise e intervenção contínua, capaz de
promover aprendizagem efetiva e inclusão plena.
A ética profissional também se manifesta na criação de políticas internas que garantam
o respeito aos direitos dos alunos com necessidades especiais. Severino (2016) aponta que a
formalização de protocolos, diretrizes e instrumentos de avaliação assegura que a prática
inclusiva seja consistente, transparente e alinhada às normas legais. O compromisso ético da
escola não depende exclusivamente da boa vontade de seus profissionais, mas de uma estrutura
institucional que sustente práticas inclusivas de maneira sistemática.
A memória e a aprendizagem significativa são aspectos centrais no planejamento
pedagógico inclusivo. Sprenger (2008) enfatiza que estratégias que favorecem a retenção de
informações e a aplicação prática do conhecimento contribuem para o desenvolvimento
cognitivo de todos os alunos, incluindo aqueles com autismo. A construção de atividades
30.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 30
planejadas, contextualizadas e repetitivas, quando necessária, garante que o aprendizado seja
consolidado de maneira duradoura, reforçando a autonomia e a confiança do estudante.
A inclusão escolar também deve contemplar questões de diversidade cultural e
linguística. Wrigley (1996) destaca que o reconhecimento das diferenças, como no caso da
cultura surda, exige políticas inclusivas que integrem aspectos culturais e comunicativos ao
currículo, promovendo equidade e respeito às identidades individuais. Esse enfoque reforça a
ideia de que a ética na educação não se limita ao aspecto pedagógico, mas envolve compromisso
social e cultural, ampliando a compreensão sobre inclusão.
O acompanhamento e monitoramento contínuos das práticas inclusivas são
indispensáveis para garantir sua efetividade. Tavares et al. (2019) ressaltam que avaliações
periódicas permitem identificar barreiras, ajustar estratégias pedagógicas e medir resultados,
assegurando que as políticas de inclusão não permaneçam apenas no papel, mas se traduzam em
ações concretas e transformadoras para o aluno e a escola.
A promoção de ambientes inclusivos requer sensibilidade e formação dos profissionais
para lidar com transtornos de aprendizagem e diferenças individuais. Volobuff (2020) evidencia
que abordagens neuropsicopedagógicas aplicadas à sala de aula permitem identificar
dificuldades específicas, planejar intervenções direcionadas e promover o desenvolvimento
pleno do aluno, garantindo que ele se sinta reconhecido e valorizado.
O compromisso ético com a inclusão é consolidado quando a escola adota uma postura
proativa, fundamentada em políticas públicas, diretrizes educacionais e práticas baseadas em
evidências (Camargo, 2017; Vygotski, 2011; Santos & Silva, 2021). Essa postura promove não
apenas a participação e aprendizagem dos alunos autistas de nível 3, mas também fortalece a
cultura escolar como um todo, garantindo que valores como empatia, respeito e cooperação se
tornem princípios orientadores da vida escolar.
2.6. ATIVIDADES PARA INCLUSÃO DE ALUNOS TEA
A inclusão efetiva de alunos com TEA de nível 3 depende da aplicação de atividades
pedagógicas planejadas, individualizadas e adaptadas às necessidades cognitivas, comunicativas
e socioemocionais de cada estudante. Ischkanian et al. (2025a) ressaltam que atividades
estruturadas e diversificadas promovem engajamento, aprendizagem significativa e
desenvolvimento integral, garantindo que os alunos se sintam reconhecidos e valorizados no
ambiente escolar.
Atividades Multissensoriais de Aprendizagem - Para alunos com TEA, o uso de
estímulos visuais, auditivos e táteis é essencial. Atividades que combinam imagens, sons,
movimentos e manipulação de objetos ajudam a reforçar conceitos abstratos e promovem melhor
31.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 31
retenção de informações. Ischkanian et al. (2025b) destacam que experiências concretas
favorecem a aprendizagem significativa, permitindo que o aluno compreenda conteúdos de
forma mais completa e envolvente.
Jogos e Dinâmicas de Socialização - Para desenvolver habilidades sociais e de
interação, jogos estruturados, dramatizações e atividades em grupo são altamente recomendados.
Esses exercícios incentivam a comunicação, a cooperação e a empatia entre os alunos,
promovendo inclusão real e interação positiva com os colegas. Atividades desse tipo devem ser
supervisionadas e guiadas para garantir que o aluno participe de forma segura e confortável
(Ischkanian et al., 2025a).
Rotinas Visuais e Planejamento Estruturado - Alunos com TEA se beneficiam de rotinas
previsíveis e de recursos visuais que indiquem etapas de atividades, horários e regras. O uso de
quadros de rotina, cards ilustrativos e cronogramas visuais auxilia na organização, reduz
ansiedade e melhora a autonomia. Segundo Ischkanian et al. (2025b), a previsibilidade e a
estruturação do ambiente contribuem significativamente para o engajamento e a participação
ativa.
Tecnologias Assistivas e Comunicação Alternativa - Recursos digitais, aplicativos
educativos e ferramentas de comunicação alternativa são essenciais para alunos com dificuldades
de fala ou compreensão verbal. Ischkanian et al. (2025a) enfatizam que essas tecnologias
ampliam o acesso ao currículo, permitem a expressão individual e favorecem a autonomia,
tornando a aprendizagem mais inclusiva e personalizada.
Atividades de Regulação Emocional - Exercícios de respiração, mindfulness,
identificação de emoções e uso de histórias sociais ajudam o aluno a compreender e gerenciar
sentimentos, reduzindo comportamentos desafiadores. Atividades voltadas para o
desenvolvimento socioemocional promovem bem-estar e favorecem relações positivas entre
alunos, professores e colegas (Ischkanian et al., 2025b).
Aprendizagem Experiencial e Projetos Interdisciplinares - Projetos que envolvam
experiências práticas, investigação, experimentação e integração de diferentes disciplinas
aumentam a motivação e permitem a aplicação de conhecimentos em contextos reais. Ischkanian
et al. (2025a) afirmam que essa abordagem estimula o pensamento crítico, a resolução de
problemas e o protagonismo do aluno, fortalecendo seu senso de pertencimento.
Atividades de Alfabetização Adaptada - Para alunos com TEA, exercícios de
consciência fonológica, leitura guiada, jogos de letras e escrita multissensorial contribuem para a
aquisição da linguagem escrita. Segundo Ischkanian et al. (2025b), essas atividades devem ser
individualizadas, respeitando o ritmo do aluno e oferecendo feedback constante, promovendo
confiança e autonomia.
32.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 32
Integração Família-Escola - Atividades que envolvam a participação de familiares,
como oficinas de leitura, acompanhamento de tarefas e momentos de aprendizagem conjunta,
fortalecem a continuidade das estratégias pedagógicas e promovem consistência entre casa e
escola. Ischkanian et al. (2025a) destacam que o engajamento familiar é fundamental para o
sucesso das práticas inclusivas.
Tabela 1: Plano semanal de atividades para inclusão de alunos TEA Nível 3
Dia Atividade Objetivo Recursos Estratégias
Inclusivas
Segunda-feira
Rotina Visual e
Planejamento
Estruturado
Desenvolver
autonomia e reduzir
ansiedade
Quadro de rotina,
cards ilustrativos,
cronograma visual
Explicação passo a
passo das
atividades; reforço
positivo
Terça-feira
Jogos e
Dinâmicas de
Socialização
Estimular
habilidades sociais,
cooperação e
empatia
Jogos de tabuleiro
adaptados,
dramatizações,
atividades em grupo
Supervisão
próxima, apoio de
mediadores; papéis
rotativos
Quarta-feira
Atividades
Multissensoriais
de
Aprendizagem
Reforçar conceitos
abstratos e
promover
aprendizagem
significativa
Materiais táteis,
imagens, sons,
objetos manipuláveis
Combinar estímulos
visuais, auditivos e
táteis; instruções
claras e repetitivas
Quinta-feira
Alfabetização
Adaptada
Desenvolver
consciência
fonológica, leitura
e escrita
Jogos de letras,
aplicativos
educativos, cadernos
multissensoriais
Feedback constante,
ritmo
individualizado,
reforço positivo
Sexta-feira
Tecnologias
Assistivas e
Comunicação
Alternativa
Ampliar expressão
e acesso ao
currículo
Tablets, softwares
educativos, pranchas
de comunicação
Treinamento
individual,
integração com
atividades em sala
Diariamente
Atividades de
Regulação
Emocional
Ensinar
reconhecimento e
gerenciamento de
emoções
Cartões de emoções,
histórias sociais,
exercícios de
respiração
Momentos curtos de
mindfulness;
reforço da
identificação
emocional
Quinzenal
Projetos
Interdisciplinares
Promover
aprendizagem
experiencial e
aplicação prática
Materiais de arte,
ciência, tecnologia
Integração de
diferentes
disciplinas;
trabalhos em
pequenos grupos
Mensal
Integração
Família-Escola
Fortalecer parceria
e continuidade das
estratégias
Oficinas de leitura,
reuniões de
acompanhamento,
feedbacks
Orientações para
atividades
domiciliares;
construção conjunta
de metas
Fonte: Giane Demo e Simone Ischkanian, 2025.
A inclusão efetiva de alunos com TEA de nível 3 pode ser implementada em qualquer
escola desde que haja planejamento, sensibilização docente e organização institucional. A chave
está na adaptação das atividades pedagógicas às necessidades individuais, utilizando estratégias
que considerem os aspectos cognitivos, comunicativos e socioemocionais do estudante.
33.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 33
Ischkanian et al. (2025a) destacam que atividades estruturadas, diversificadas e multissensoriais
promovem engajamento, aprendizado significativo e desenvolvimento integral, criando um
ambiente em que os alunos se sintam valorizados e reconhecidos.
Mesmo escolas com recursos limitados podem aplicar estratégias inclusivas por meio de
criatividade e readequação de materiais (Ischkanian et al., 2025b). Por exemplo, atividades
multissensoriais podem ser construídas com objetos do cotidiano, imagens, jogos simples ou
materiais recicláveis, sem necessidade de equipamentos sofisticados.
O importante é que o aluno tenha oportunidades de explorar conceitos de
maneira concreta e experiencial, permitindo que o aprendizado seja efetivo e
prazeroso. Giane Demo, 2025.
O processo inclusivo depende da formação continuada dos professores, que devem ser
capacitados para identificar as necessidades específicas de cada aluno e adaptar suas
metodologias de ensino (Ischkanian et al., 2025a). Isso inclui o uso de rotinas visuais, estratégias
de comunicação alternativa, atividades de regulação emocional e práticas colaborativas com a
equipe interdisciplinar, como psicopedagogos, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.
Mesmo em escolas pequenas ou sem setores especializados, a articulação com profissionais
externos e familiares pode garantir suporte adequado ao aluno.
A inclusão também se fortalece por meio da flexibilização curricular e da organização
do espaço escolar (Ischkanian et al., 2025b). Salas de aula adaptadas, cantos de leitura, áreas para
atividades sensoriais e quadros visuais podem ser implementados progressivamente, conforme as
condições da escola. A criação de ambientes previsíveis e estruturados reduz ansiedade e facilita
a participação do aluno nas atividades, independentemente do porte da instituição.
O envolvimento da comunidade escolar, incluindo professores, alunos e familiares, que
juntos constroem uma cultura de empatia e respeito às diferenças (Ischkanian et al., 2025a). A
sensibilização da comunidade permite que todos compreendam a importância da inclusão,
promovendo interações positivas e garantindo que o aluno TEA se sinta parte do grupo,
fortalecendo vínculos sociais e afetivos.
Conforme Ischkanian et al. (2025a; 2025b), que qualquer escola pode implementar a
inclusão de alunos com TEA de nível 3 desde que haja planejamento estratégico, formação
docente, adaptação das atividades, envolvimento da família e apoio interdisciplinar.
A prática inclusiva não depende exclusivamente de recursos financeiros ou
tecnológicos, mas de consistência, criatividade e compromisso ético da comunidade escolar,
garantindo que cada estudante tenha acesso, participação e aprendizagem significativa.
34.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 34
2.7. PROJETO: FORMAÇÃO DOCENTE E INCLUSÃO DE ALUNOS TEA
A inclusão de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) de nível 3 nas escolas
regulares exige não apenas mudanças estruturais, mas também uma formação docente específica
e continuada. Matson (2016) e Reichow (2025) destacam que alunos nesse nível apresentam
desafios significativos em comunicação, interação social e comportamentos adaptativos, o que
demanda estratégias pedagógicas diferenciadas e interdisciplinaridade no processo educativo. A
formação docente, nesse contexto, deve capacitar os professores a compreender essas
singularidades e a desenvolver práticas pedagógicas fundamentadas em evidências, éticas e
humanizadas (Ischkanian et al., 2025a; Ischkanian et al., 2025b).
O desenvolvimento de competências socioemocionais e cognitivas nos professores é
fundamental para a criação de um ambiente escolar acolhedor e inclusivo. Malta et al. (2024)
afirmam que metodologias ativas e tecnologias educacionais promovem habilidades
socioemocionais, como empatia, autocontrole e colaboração, elementos essenciais para lidar com
estudantes autistas de nível 3. Paralelamente, Maslow (1998) e Moraes (2009) enfatizam a
importância de considerar as necessidades emocionais e afetivas dos alunos, destacando que o
aprendizado só ocorre de forma plena em contextos seguros, estimulantes e respeitosos.
O acompanhamento interdisciplinar é outro componente essencial da inclusão efetiva.
Ischkanian et al. (2025c) destacam que o trabalho conjunto entre psicopedagogos,
neuropsicopedagogos, terapeutas ocupacionais, psicomotricistas, psicólogos, fonoaudiólogos e
demais profissionais permite planejar intervenções adaptadas, monitorar o progresso do aluno e
articular estratégias de ensino individualizadas. Esse modelo interdisciplinar favorece a
integração das dimensões cognitiva, emocional e social, ampliando as oportunidades de
aprendizagem e promovendo autonomia e participação ativa do aluno na escola.
A implementação de estratégias pedagógicas diferenciadas é necessária para atender aos
desafios específicos do TEA de nível 3. As intervenções devem incluir o uso de tecnologias
assistivas, comunicação alternativa e métodos multissensoriais que facilitem a aquisição de
conhecimentos e a expressão individual (Ischkanian et al., 2025d; Franco et al., 2021). A
alfabetização deve ser planejada considerando abordagens construtivistas, aprendizagem
significativa e experiencial, integrando recursos digitais, softwares educativos e aplicativos
interativos que reforcem a leitura, escrita e consciência fonológica (Ischkanian et al., 2025e;
Morais et al., 2005).
A teoria histórico-cultural de Vygotski (2011) fornece um referencial teórico sólido para
a inclusão, ressaltando a importância da mediação social, da interação com pares e da
participação em atividades significativas para o desenvolvimento cognitivo. Leite (2021) e
Oliveira & Gomes (2020) enfatizam que a aprendizagem se dá por meio do suporte de
35.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 35
professores, colegas e familiares, o que evidencia a necessidade de um trabalho colaborativo e
articulado. A escola deve criar oportunidades para que o aluno interaja de maneira estruturada e
segura, promovendo o desenvolvimento de habilidades sociais e comunicativas.
2.7.1. Objetivo Geral
Promover a formação contínua de docentes e demais profissionais da escola para a
inclusão efetiva de alunos com TEA de nível 3, garantindo práticas pedagógicas adaptadas e
interdisciplinares que favoreçam o desenvolvimento cognitivo, comunicativo e socioemocional.
2.7.2. Objetivos Específicos
 Sensibilizar professores e equipe escolar sobre a importância da empatia, do respeito
às diferenças e da inclusão.
 Capacitar docentes em estratégias pedagógicas individualizadas e multissensoriais
para alunos com TEA.
 Integrar práticas educativas com suporte interdisciplinar, envolvendo psicopedagogos,
psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e famílias.
 Implementar atividades estruturadas que favoreçam a socialização, regulação
emocional e participação ativa dos alunos.
 Avaliar periodicamente o progresso dos alunos e a efetividade das estratégias
pedagógicas adotadas.
2.7.3. Justificativa
A inclusão de alunos com TEA de nível 3 apresenta desafios significativos devido às
especificidades cognitivas, comunicativas e socioemocionais destes estudantes. Sem a
capacitação adequada, docentes podem encontrar dificuldades em adaptar o currículo, gerenciar
comportamentos e promover a participação plena dos alunos (Ischkanian et al., 2025a). A
formação contínua e estruturada é, portanto, um instrumento essencial para a construção de um
ambiente escolar inclusivo, que valorize as singularidades de cada aluno e promova aprendizado
significativo (Cabral, 2023a; Ischkanian et al., 2025b).
A formação docente deve contemplar também aspectos éticos e legais da inclusão.
Camargo (2017) e Goldfeld (2002) ressaltam que os educadores precisam estar cientes de seus
direitos e responsabilidades, bem como das políticas públicas que garantem o acesso,
permanência e participação dos alunos com necessidades especiais. Essa compreensão fortalece
o compromisso ético do professor e da instituição, promovendo práticas que respeitem as
singularidades de cada estudante e favoreçam sua aprendizagem integral.
36.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 36
O planejamento pedagógico individualizado é indispensável para maximizar os
resultados educacionais. Ischkanian et al. (2025f) sugerem que cada plano deve considerar
objetivos específicos, estratégias diferenciadas, recursos adaptados e mecanismos de avaliação
contínua, garantindo que as intervenções sejam eficazes e ajustadas às necessidades do aluno.
Esse planejamento não apenas melhora a aprendizagem acadêmica, mas também contribui para o
desenvolvimento socioemocional, autonomia e autoestima do estudante.
O engajamento da família é outro elemento central para o sucesso da inclusão.
Ischkanian et al. (2025g) destacam que a participação familiar fortalece a continuidade das
práticas pedagógicas, proporciona consistência entre os contextos educacional e domiciliar e
promove vínculos afetivos positivos. Silveira (2011) complementa que intervenções envolvendo
os pais contribuem para mudanças significativas nas práticas educativas, reforçando hábitos e
comportamentos que favorecem a inclusão e o aprendizado.
A comunicação e o uso de línguas alternativas são fundamentais, especialmente quando
se considera alunos com TEA e surdez associada. Karnopp (2002; 2004; 2005) enfatiza que a
Língua de Sinais e o diálogo entre diferentes formas de linguagem promovem acesso equitativo
ao currículo, fortalecem a identidade do aluno e garantem participação plena nas atividades
escolares. Goldfeld (2002) reforça que uma abordagem sociointeracionista da linguagem permite
que o aluno desenvolva cognição e expressão de maneira integrada.
A aplicação de metodologias ativas, gamificação e recursos digitais possibilita tornar o
aprendizado mais significativo e envolvente. Ischkanian et al. (2025h) e Malta et al. (2024)
demonstram que o uso de tecnologias não apenas facilita a aquisição de conteúdos, mas também
estimula competências cognitivas e socioemocionais, incentivando o protagonismo do aluno e
promovendo inclusão efetiva no cotidiano escolar.
O acompanhamento constante por profissionais especializados, aliado à formação
docente e ao uso de tecnologias educacionais, cria um ambiente de aprendizagem seguro,
estruturado e estimulante. Ischkanian et al. (2025i) destacam que estratégias de avaliação
contínua permitem ajustar práticas, reforçar aprendizagens e promover autonomia, garantindo
que o aluno progrida de forma consistente e com bem-estar emocional.
A alfabetização e o letramento de alunos com TEA exigem práticas multissensoriais,
exploração de fonemas, consciência fonológica e uso de softwares interativos. Ischkanian et al.
(2025j) sugerem que metodologias baseadas em experiências concretas, jogos educativos e
recursos tecnológicos contribuem para o engajamento e a aquisição de competências de leitura e
escrita, respeitando o ritmo individual e as particularidades de cada aluno.
37.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 37
2.7.4. Público-Alvo
 Professores de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Médio.
 Coordenadores pedagógicos e equipe escolar.
 Diversos profissionais de apoio (psicopedagogos, terapeutas ocupacionais,
fonoaudiólogos, psicólogos e muitos outros).
 Famílias de alunos com TEA.
2.7.5. Metodologia
2.7.5.1. Formação e Capacitação Docente
 Realização de oficinas teóricas e práticas sobre TEA, comunicação alternativa e
regulação emocional.
 Seminários e palestras com especialistas em neuropsicopedagogia, inclusão e
estratégias adaptativas (Ischkanian et al., 2025a).
 Estudos de caso e simulações para análise de desafios e construção de soluções
pedagógicas.
2.7.5.2. Estratégias Pedagógicas
A inclusão efetiva de alunos com TEA de nível 3 exige a aplicação de estratégias
pedagógicas diversificadas e adaptadas às necessidades cognitivas, comunicativas e
socioemocionais de cada estudante. Essas estratégias devem ser planejadas de forma
individualizada, sistemática e contínua, garantindo engajamento, aprendizagem significativa e
participação ativa no ambiente escolar.
Uma das abordagens mais eficazes é a realização de atividades multissensoriais, que
envolvem estímulos visuais, auditivos, táteis e, quando possível, olfativos e gustativos. Por
exemplo, na alfabetização, pode-se combinar letras coloridas (visual), leitura em voz alta
(auditivo), escrita em areia ou massinha (tátil) e identificação de cheiros ou sabores associados a
palavras (olfativo/gustativo). Atividades semelhantes podem ser aplicadas em matemática,
ciências e artes, utilizando materiais concretos, jogos de construção e experimentos simples.
O planejamento estruturado e o uso de rotinas visuais são fundamentais para auxiliar a
organização, reduzir ansiedade e aumentar a autonomia do aluno. Cartazes com a sequência
diária de atividades, horários ilustrados e instruções passo a passo ajudam os alunos a
compreender e seguir as tarefas de forma previsível e segura.
Atividades de socialização e jogos cooperativos promovem interação positiva, empatia e
habilidades de comunicação. Jogos como ―história em grupo‖, dinâmicas de perguntas e
38.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 38
respostas, brincadeiras de imitação e dramatizações favorecem o trabalho em equipe e a
expressão de emoções.
Tecnologias assistivas e comunicação alternativa ampliam o acesso ao currículo,
permitindo que alunos com dificuldades de fala ou mobilidade participem das atividades.
Softwares educativos, aplicativos interativos, quadros de comunicação e dispositivos de seleção
de imagens são ferramentas importantes para garantir autonomia e inclusão.
Outras atividades práticas que podem ser incorporadas incluem:
Jogos de correspondência de cores, formas e números para estimular atenção e
percepção visual.
Quebra-cabeças táteis ou magnéticos para desenvolvimento da coordenação motora
fina.
Atividades de associação de imagens e palavras para reforço da linguagem e
vocabulário.
Dramatizações e teatro de fantoches para trabalhar expressão verbal, narrativa e
criatividade.
Canções e rimas com gestos para promover memória auditiva e integração sensorial.
Dinâmicas de movimento, como circuitos de obstáculos, para desenvolvimento motor e
percepção espacial.
Atividades de arte com pintura, colagem e modelagem para estimular criatividade e
coordenação motora.
Jogos de tabuleiro adaptados para trabalhar atenção, regras e tomada de decisão.
Sessões de leitura compartilhada, em pequenos grupos, com participação ativa de todos
os alunos.
Exercícios de relaxamento e respiração para autorregulação emocional.
Experimentos simples de ciências com materiais concretos para aprendizagem prática e
investigação.
Atividades de escrita com uso de tecnologias assistivas, como tablets e aplicativos de
digitação ou desenho.
Jogos de perguntas e respostas utilizando símbolos visuais para avaliação formativa e
engajamento.
Dinâmicas de reconhecimento de emoções e expressões faciais para desenvolvimento da
inteligência emocional.
Projetos interdisciplinares, como criação de murais ou exposições temáticas, integrando
arte, ciência e linguagem.
Atividades de contação de histórias com participação ativa, permitindo que os alunos
inventem finais alternativos.
39.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 39
Jogos de memória visual e auditiva com cartas ilustradas e sons associados.
Oficinas de culinária simples para estimular coordenação, noção de sequência e
socialização.
Sessões de música com instrumentos de percussão para trabalhar ritmo, coordenação e
expressão.
Atividades de jardinagem e cuidado de plantas para desenvolver responsabilidade e
percepção sensorial.
Dinâmicas de movimento em grupo, como dança guiada, para estimular coordenação e
interação social.
Atividades de classificação e organização de objetos por tamanho, cor ou forma para
raciocínio lógico.
Jogos de imitação de gestos e expressões para melhorar comunicação não verbal.
Sessões de cinema com discussão guiada sobre personagens, sentimentos e soluções de
problemas.
Atividades de dramatização de situações cotidianas para desenvolver autonomia e
habilidades sociais.
Jogos de construção com blocos ou LEGO para estimular planejamento, criatividade e
coordenação.
Atividades de escrita colaborativa, como criar um livro em grupo, promovendo
linguagem e cooperação.
Exercícios de percepção tátil com diferentes texturas para estimular o tato e integração
sensorial.
Atividades de identificação de cores, formas e números em objetos do cotidiano.
Dinâmicas de escuta ativa, como ―telefone sem fio‖, para desenvolver atenção e
comunicação.
Sessões de yoga infantil para promover equilíbrio, concentração e relaxamento.
Atividades de contagem, sequência e padrões usando materiais concretos como
tampinhas ou botões.
Jogos de tabuleiro cooperativos para estimular trabalho em equipe e tomada de decisão
conjunta.
Atividades de dramatização de histórias de vida dos alunos, promovendo expressão
emocional e autoestima.
Oficinas de modelagem com argila para estimular coordenação motora fina e
criatividade.
Atividades de criação de cartazes ou murais sobre temas curriculares ou
socioemocionais.
40.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 40
Jogos de associação de imagens a palavras ou frases para reforço da linguagem.
Atividades de resolução de problemas com desafios matemáticos adaptados.
Sessões de role-playing para treinar habilidades sociais e resolução de conflitos.
Atividades de música e movimento para explorar ritmo, expressão corporal e
coordenação.
Jogos de reconhecimento de emoções em imagens e vídeos para desenvolvimento de
empatia.
Atividades de planejamento de tarefas simples, como organizar materiais escolares, para
autonomia.
Dinâmicas de atenção plena e respiração para autorregulação emocional e redução de
ansiedade.
Atividades de pintura com diferentes materiais e texturas para estimular criatividade e
expressão sensorial.
Jogos de sequenciamento de histórias, permitindo que os alunos organizem eventos em
ordem lógica.
Atividades de dramatização com fantoches para comunicação e expressão de
sentimentos.
Oficinas de reciclagem e reutilização de materiais para consciência ambiental e
habilidades práticas.
Atividades de percepção espacial, como labirintos ou desafios de posicionamento de
objetos.
Jogos de associação de sons a imagens para desenvolver discriminação auditiva e
atenção.
Atividades de construção de mapas simples da escola ou bairro para desenvolver
orientação espacial.
Sessões de leitura de poemas com interpretação de sentimentos e gestos corporais.
Atividades de dramatização de profissões ou tarefas cotidianas para estimular
planejamento e imaginação.
Jogos de simulação de compras ou banco para trabalhar habilidades matemáticas e
sociais.
Atividades de construção coletiva de histórias usando imagens, sons e palavras.
Oficinas de expressão corporal, como mímica ou dança livre, para comunicação não
verbal e criatividade.
Atividades de registro diário de sentimentos ou acontecimentos em diário visual para
autorreflexão.
41.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 41
Atividades de montagem de sequências lógicas usando cartões ilustrados para
desenvolver raciocínio.
Exploração de caixas sensoriais com diferentes materiais como arroz, feijão e areia para
integração tátil.
Atividades de dramatização de histórias em quadrinhos para estimular narrativa e
criatividade.
Sessões de leitura de livros pop-up para aumentar atenção visual e compreensão textual.
Atividades de colagem temática com recortes de revistas para desenvolver coordenação
e criatividade.
Jogos de bingo adaptado com números, cores ou figuras para percepção visual e
socialização.
Atividades de pintura com esponjas e pincéis variados para percepção sensorial e
expressão artística.
Construção de maquetes simples para desenvolvimento de planejamento e habilidades
espaciais.
Jogos de adivinhação com charadas visuais ou auditivas para atenção e raciocínio
lógico.
Atividades de sequência de movimentos corporais guiados para coordenação motora
global.
Criação de cartões de memória com figuras e palavras para reforço da aprendizagem
visual e verbal.
Atividades de dramatização de fábulas clássicas para ensinar valores e empatia.
Sessões de música com instrumentos de sopro ou percussão para ritmo e expressão
emocional.
Jogos de montar palavras com letras móveis para alfabetização multissensorial.
Atividades de identificação de som ambiente para percepção auditiva e atenção.
Dinâmicas de role-playing de situações escolares para resolução de problemas sociais.
Sessões de leitura dramatizada com vozes e entonação para interpretação e
engajamento.
Atividades de exploração tátil de livros com diferentes texturas para estímulo sensorial.
Jogos de correspondência entre som e imagem para desenvolver percepção auditiva.
Atividades de construção de histórias coletivas com figuras recortadas.
Sessões de dança coreografada simples para coordenação motora e socialização.
Atividades de escrita criativa com apoio visual ou auditivo para estimular linguagem.
Jogos de associação de cartões com opostos (grande/pequeno, quente/frio) para
cognição.
42.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 42
Atividades de exploração de cheiros e aromas para estímulo sensorial olfativo.
Sessões de expressão corporal livre para interpretação de sentimentos e emoções.
Atividades de contagem de objetos em jogos de tabuleiro para aprendizagem
matemática.
Jogos de classificação de objetos por textura, forma ou peso para percepção tátil e
lógica.
Atividades de exploração de sombras e luzes para percepção visual e criatividade.
Sessões de teatro de improviso com participação individual ou em grupo.
Atividades de combinação de cores em mosaicos ou padrões geométricos.
Jogos de simulação de tarefas cotidianas como preparar lanche ou organizar materiais.
Atividades de criação de fantoches com meias ou materiais recicláveis para expressão
artística.
Sessões de leitura interativa com perguntas direcionadas para engajamento e
compreensão.
Atividades de construção de mapas de trajetos dentro da escola para orientação espacial.
Jogos de percepção sonora com diferentes instrumentos para discriminação auditiva.
Atividades de dramatização de profissões para ampliar conhecimento de mundo e
habilidades sociais.
Sessões de exercícios de equilíbrio com cordas ou almofadas para coordenação motora
global.
Atividades de criação de colagens com diferentes texturas e materiais recicláveis.
Jogos de sequência de imagens para compreensão temporal e narrativa.
Atividades de pintura em grupo colaborativa para socialização e expressão artística.
Sessões de exploração de volumes e formas com argila ou massinha para coordenação
motora.
Atividades de dramatização de emoções para reconhecimento de sentimentos próprios e
alheios.
Jogos de associação entre letras e sons para reforço da alfabetização fonológica.
Atividades de contagem e agrupamento de objetos para habilidades matemáticas
iniciais.
Sessões de leitura de poesias com interpretação corporal e entonação.
Atividades de construção de histórias em quadrinhos para criatividade e linguagem
escrita.
Jogos de tabuleiro cooperativos para desenvolvimento de trabalho em equipe.
Atividades de desenho livre com diferentes materiais para expressão emocional.
Sessões de exercícios de respiração e relaxamento guiados para autorregulação.
43.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 43
Atividades de dramatização de regras de convivência para aprendizado social.
Jogos de reconhecimento de figuras geométricas em diferentes contextos para percepção
visual.
Atividades de exploração de sons da natureza para percepção auditiva e atenção plena.
Sessões de dramatização de contos populares para aprendizagem cultural e linguagem.
Atividades de criação de painéis temáticos sobre temas curriculares ou socioemocionais.
Atividades de exploração de texturas naturais, como folhas, pedras e areia, para
percepção tátil.
Jogos de imitação de sons da natureza ou animais para discriminação auditiva.
Atividades de construção de torres e estruturas com blocos de diferentes tamanhos para
coordenação motora e planejamento.
Sessões de leitura de livros sensoriais com diferentes superfícies e relevos.
Atividades de pintura com spray de água ou pincéis grandes para expressão corporal e
criatividade.
Jogos de adivinhação de objetos escondidos em sacolas opacas para percepção tátil e
memória.
Atividades de criação de histórias com cartões ilustrados, permitindo narrativa coletiva.
Sessões de movimento guiado com obstáculos para melhorar equilíbrio e noção
espacial.
Atividades de reconhecimento e categorização de sons da cidade para percepção
auditiva.
Jogos de memória auditiva, como repetir sequências de sons ou palavras.
Atividades de dramatização de sentimentos usando espelhos para autopercepção
emocional.
Sessões de dança com elementos de música clássica para coordenação e relaxamento.
Atividades de colagem de fotos ou imagens sobre temas da rotina escolar para
integração curricular.
Jogos de associação de números a quantidades de objetos para matemática inicial.
Atividades de construção de labirintos simples para desenvolvimento de planejamento e
percepção espacial.
Sessões de dramatização de regras de trânsito para aprendizagem prática e socialização.
Atividades de pintura com os pés ou mãos para estimular coordenação motora ampla.
Jogos de classificação de alimentos por cores ou sabores para percepção sensorial e
aprendizagem de hábitos saudáveis.
Atividades de dramatização de profissões com fantasias simples para expressão e
compreensão social.
44.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 44
Sessões de leitura de mapas simples, explorando rotas e direções.
Atividades de criação de cartões de sentimentos com cores e figuras para expressão
emocional.
Jogos de seguir padrões visuais ou auditivos em sequência para atenção e memória.
Atividades de montagem de quebra-cabeças de paisagens ou cenas cotidianas.
Sessões de dramatização de rotinas escolares, como entrar na sala, organizar materiais,
para promover autonomia.
Atividades de identificação de diferentes superfícies e temperaturas para percepção
sensorial.
Jogos de movimento em círculos, imitando animais ou objetos, para coordenação
motora global.
Atividades de expressão corporal livre com tecidos coloridos ou lenços.
Sessões de leitura de histórias interativas, com perguntas e escolhas dos alunos sobre o
desenrolar da narrativa.
Atividades de construção de objetos com sucata e materiais recicláveis para criatividade
e planejamento.
Jogos de percepção de cheiro e sabor com frutas e alimentos naturais.
Atividades de dramatização de ações cotidianas, como cozinhar ou arrumar o quarto,
para aprendizagem funcional.
Sessões de exploração de sons de instrumentos musicais diversos.
Atividades de escrita e desenho combinados, como criar histórias ilustradas.
Jogos de montar sequências de imagens para compreensão de causa e efeito.
Atividades de exploração de luz e sombra com lanternas para percepção visual.
Sessões de dramatização de histórias de animais ou contos populares para narrativa e
empatia.
Atividades de classificação de objetos por peso para percepção sensorial e matemática
inicial.
Jogos de simulação de mercado ou compras para habilidades matemáticas e sociais.
Atividades de pintura com diferentes materiais, como giz de cera, aquarela e canetinhas,
para expressão artística.
Sessões de criação de livros coletivos com desenhos e palavras dos alunos.
Atividades de exploração do corpo e movimentos amplos em tapetes ou áreas seguras.
Jogos de reconhecimento de cores e formas em objetos do ambiente escolar.
Atividades de dramatização de emoções utilizando fantoches ou bonecos.
Sessões de criação de painéis de rotina diária para organização visual e autonomia.
Atividades de exploração de instrumentos de percussão com diferentes texturas e sons.
45.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 45
Jogos de memória visual utilizando cartões com imagens de objetos familiares.
Atividades de dramatização de histórias inventadas pelos alunos para estimular
criatividade e linguagem.
Sessões de experimentos simples de física ou química com segurança para observação e
curiosidade científica.
Atividades de expressão artística coletiva, como pintura em grandes papéis ou murais.
Jogos de percepção auditiva com repetição de sons curtos ou longos.
Atividades de reconhecimento e categorização de diferentes tipos de materiais (papel,
tecido, plástico) para habilidades cognitivas.
Sessões de dramatização de regras de convivência e cooperação em grupo para
habilidades socioemocionais.
Todas essas atividades devem ser ajustadas conforme o perfil individual do aluno,
garantindo que cada estudante participe ativamente, se sinta valorizado e tenha oportunidades de
desenvolver competências cognitivas, sociais e emocionais. A aplicação sistemática dessas
estratégias contribui para a construção de um ambiente escolar acolhedor, inclusivo e
estimulante, favorecendo o aprendizado significativo e a autonomia dos alunos com TEA de
nível 3.
2.7.5.3. Interdisciplinaridade
 Reuniões periódicas entre professores, terapeutas e psicólogos para alinhamento das
estratégias.
 Integração das famílias nas práticas pedagógicas e acompanhamento domiciliar das
atividades.
 Projetos interdisciplinares que combinem atividades de artes, ciências, linguagem e
desenvolvimento socioemocional.
2.7.5.4. Avaliação
 Avaliação contínua do desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos alunos.
 Feedback regular para docentes e famílias sobre progresso e ajustes necessários.
 Instrumentos: observações sistemáticas, escalas socioemocionais, registros de
desempenho e questionários de satisfação docente.
O processo de avaliação no projeto de inclusão de alunos com TEA de nível 3 é
concebido como contínuo, abrangente e orientado por evidências, permitindo acompanhar o
desenvolvimento cognitivo, social e emocional de cada estudante. A avaliação contínua garante
que as estratégias pedagógicas adotadas sejam efetivas, possibilitando ajustes imediatos quando
necessário e promovendo aprendizado significativo e individualizado.
46.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 46
Um aspecto central desse processo é o feedback regular direcionado tanto aos docentes
quanto às famílias. Essa comunicação constante permite que os professores entendam como os
alunos estão respondendo às atividades e quais adaptações podem ser necessárias para otimizar o
aprendizado. Para as famílias, o feedback oferece informações sobre o progresso dos filhos,
fortalece a parceria entre escola e casa e engaja os responsáveis na construção de um ambiente de
apoio contínuo (Ischkanian et al., 2025a).
A avaliação se apoia em instrumentos variados, garantindo uma visão abrangente do
desempenho dos alunos. Entre eles estão:
 Observações sistemáticas, realizadas em sala de aula, que permitem identificar
comportamentos, interações sociais, engajamento nas atividades e respostas a estímulos
pedagógicos;
 Escalas socioemocionais, que avaliam competências como autorregulação, empatia,
habilidades de socialização e autonomia;
 Registros de desempenho, que documentam o progresso em habilidades acadêmicas,
cognitivas e motoras;
 Questionários de satisfação docente, que permitem aos professores refletirem sobre
suas práticas, desafios enfrentados e percepções sobre o desenvolvimento dos alunos.
Esse conjunto de instrumentos possibilita a análise integrada dos diversos aspectos do
desenvolvimento do aluno, fornecendo informações precisas para tomada de decisões
pedagógicas e ajustes de estratégias.
A avaliação contínua torna-se uma ferramenta fundamental para garantir a inclusão
efetiva, a personalização do ensino e a promoção de um ambiente escolar acolhedor e
estimulante.
Livros para explorar diversos conteúdos de aprendizagens.
47.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 47
ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS
DE NÍVEL 3, COM NECESSIDADES COMPLEXAS.
48.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 48
ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS
DE NÍVEL 3, COM NECESSIDADES COMPLEXAS.
49.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 49
ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS
DE NÍVEL 3, COM NECESSIDADES COMPLEXAS.
50.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 50
ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS
DE NÍVEL 3, COM NECESSIDADES COMPLEXAS.
51.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 51
ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS
DE NÍVEL 3, COM NECESSIDADES COMPLEXAS.
52.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 52
ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS
DE NÍVEL 3, COM NECESSIDADES COMPLEXAS.
53.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 53
ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS
DE NÍVEL 3, COM NECESSIDADES COMPLEXAS.
54.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 54
ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS
DE NÍVEL 3, COM NECESSIDADES COMPLEXAS.
55.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 55
ESTRATÉGIAS PARA A INCLUSÃO DE ALUNOS AUTISTAS
DE NÍVEL 3, COM NECESSIDADES COMPLEXAS.
56.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 56
2.7.6. Cronograma
Etapa Atividade Período
Planejamento Levantamento de necessidades e definição de conteúdos 1 mês
Capacitação docente Oficinas, palestras, estudos de caso 3 meses
Implementação pedagógica Aplicação de atividades adaptadas e multissensoriais Contínuo
Interdisciplinaridade Reuniões periódicas e integração familiar Mensal
Avaliação Monitoramento do progresso e ajustes de estratégias Bimestral
O cronograma proposto para o projeto ―Formação Docente e Inclusão de Alunos TEA
de Nível 3‖ foi estruturado de forma a permitir execução organizada, contínua e adaptável às
necessidades da escola e dos alunos. A primeira etapa, Planejamento, prevista para um mês,
consiste no levantamento de necessidades da escola, identificação dos alunos com TEA e
definição dos conteúdos e estratégias a serem abordados nas capacitações. Essa fase inicial é
fundamental para alinhar objetivos, mapear recursos disponíveis e garantir que as ações
subsequentes sejam direcionadas às demandas reais da instituição, viabilizando uma
implementação prática e contextualizada.
Na segunda etapa, Capacitação docente, prevista para três meses, são realizadas
oficinas, palestras e estudos de caso com professores, coordenadores pedagógicos e profissionais
de apoio. Esse período possibilita a assimilação gradual dos conteúdos, troca de experiências e
discussão de estratégias adaptadas, fortalecendo competências pedagógicas e socioemocionais.
Além disso, a extensão temporal permite ajustes no formato das oficinas, caso sejam
identificadas necessidades adicionais ou desafios específicos durante a capacitação.
A etapa de Implementação pedagógica, contínua, envolve a aplicação de atividades
adaptadas, multissensoriais e interdisciplinares diretamente nas salas de aula. Essa fase é
projetada de forma flexível para que os professores possam testar diferentes estratégias,
acompanhar o engajamento dos alunos e ajustar as atividades conforme o desenvolvimento
individual. A continuidade dessa etapa garante que a aprendizagem seja gradual e personalizada,
fortalecendo a inclusão e o protagonismo dos alunos TEA.
A Interdisciplinaridade, com reuniões periódicas mensais, permite a articulação entre
professores, terapeutas, psicólogos e famílias. Essas reuniões viabilizam a troca de informações
sobre o progresso dos alunos, o planejamento conjunto de atividades e a resolução de desafios
emergentes, garantindo que o suporte seja integral e coordenado. A periodicidade mensal é
suficiente para ajustes estratégicos sem sobrecarregar a equipe, possibilitando a adaptação de
ações conforme os resultados observados.
A etapa de Avaliação, realizada bimestralmente, assegura o monitoramento contínuo do
progresso dos alunos e a efetividade das práticas pedagógicas. Essa avaliação periódica viabiliza
57.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 57
a identificação de lacunas no aprendizado, a implementação de ajustes necessários e o feedback
constante aos professores e famílias. Além disso, possibilita a documentação sistemática de
resultados, permitindo que o projeto seja aprimorado e replicado em outras escolas com base em
evidências.
O cronograma estruturado viabiliza possibilidades de adaptação e flexibilidade em todas
as etapas, assegurando que o projeto atenda às necessidades específicas dos alunos e da escola,
promova inclusão efetiva e contribua para a formação contínua e qualificada dos profissionais
envolvidos.
2.7.7. Resultados Esperados
 Professores capacitados e preparados para implementar práticas inclusivas adaptadas a
alunos TEA de nível 3.
 Ampliação da participação, autonomia e engajamento dos alunos no ambiente escolar.
 Redução de barreiras atitudinais e maior sensibilização da comunidade escolar.
 Consolidação de um modelo de inclusão replicável em outras escolas.
A gestão da disciplina e da indisciplina também é parte integrante da formação docente
e da promoção de uma educação verdadeiramente inclusiva. Ischkanian et al. (2025k) destacam
que estratégias transformadoras, quando aliadas a uma parceria consistente entre escola e família,
constituem um poderoso instrumento para a superação dos desafios comportamentais que
emergem no cotidiano escolar. Essa interação colaborativa possibilita a construção de um
ambiente mais organizado, seguro e emocionalmente estável, no qual o aluno autista de nível 3,
com necessidades complexas, pode desenvolver suas potencialidades dentro de um espaço de
respeito e previsibilidade. A indisciplina deixa de ser encarada apenas como um problema de
comportamento e passa a ser compreendida como uma forma de comunicação, que exige do
professor sensibilidade e preparo para identificar suas causas e intervir de maneira empática e
construtiva.
A gestão da sala de aula deve ir além de práticas punitivas ou de controle rígido,
incorporando estratégias preventivas que favoreçam o engajamento e a autorregulação dos
estudantes. A utilização de rotinas estruturadas, recursos visuais, reforços positivos e mediações
socioemocionais são exemplos de práticas eficazes no contexto inclusivo. Quando o professor
compreende as necessidades sensoriais e cognitivas do aluno autista, adapta o ambiente físico e
adota uma postura acolhedora, cria condições para que todos os alunos participem ativamente do
processo educativo. Essa abordagem preventiva não apenas minimiza situações de conflito, mas
também fortalece o vínculo entre aluno e professor, promovendo uma relação de confiança e
respeito mútuo que repercute positivamente na dinâmica da turma como um todo.
58.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 58
A formação docente deve incluir o desenvolvimento de competências socioemocionais e
de habilidades de gestão relacional, permitindo ao educador atuar com equilíbrio, paciência e
assertividade diante das diferentes manifestações de comportamento. Tais competências tornam-
se essenciais em ambientes inclusivos, nos quais a diversidade exige do professor não apenas
domínio de conteúdo, mas também uma escuta ativa e uma postura reflexiva diante das múltiplas
formas de aprender e interagir. Ao reconhecer o aluno em sua totalidade — com suas limitações,
mas também com suas potencialidades — o educador contribui para a construção de um
ambiente pedagógico mais justo, empático e humanizado.
A construção de um modelo educacional inclusivo e eficaz depende, portanto, da
integração de todos os elementos que compõem o ecossistema escolar: formação docente
continuada, intervenção interdisciplinar, uso ético e criativo das tecnologias educacionais,
participação ativa da família, estratégias pedagógicas adaptadas e implementação de políticas
públicas comprometidas com a equidade. Oliveira e Santos (2020) reforçam que esse modelo
integrador promove o desenvolvimento integral do aluno, fortalecendo sua autonomia, sua
participação e sua qualidade de vida, ao mesmo tempo em que valoriza o papel do professor
como mediador do aprendizado e agente de transformação social.
Quando esses elementos atuam de forma articulada, o processo educativo ganha em
coerência e efetividade. A presença de profissionais de apoio, terapeutas ocupacionais,
psicopedagogos e outros especialistas contribui para o delineamento de intervenções mais
assertivas e contextualizadas. A interdisciplinaridade, nesse caso, torna-se um fator decisivo para
o êxito da inclusão, pois possibilita compreender o aluno a partir de diferentes perspectivas,
unindo esforços em prol de seu desenvolvimento global.
A formação docente, ao incorporar esses princípios, deixa de ser um simples processo
de atualização profissional para se transformar em um movimento contínuo de sensibilização,
reflexão e reconstrução da prática. O professor passa a enxergar-se como parte de uma rede de
apoio que acolhe, orienta e transforma realidades. Essa consciência profissional fortalece a
identidade docente e consolida uma cultura escolar baseada na colaboração, na empatia e no
compromisso com o direito de todos à educação de qualidade.
A inclusão escolar de alunos autistas de nível 3 com necessidades complexas revela-se
como um campo de aprendizado mútuo, em que tanto os educadores quanto os alunos crescem e
se transformam. A escola torna-se um espaço de convivência significativa, de superação de
barreiras e de valorização da diversidade, na medida em que reconhece cada sujeito como único
e legítimo participante do processo educativo.
É fundamental compreender que a formação docente e a gestão da disciplina, quando
orientadas por princípios inclusivos, não apenas melhoram a convivência e o rendimento
acadêmico, mas também contribuem para a formação de cidadãos mais conscientes, respeitosos e
59.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 59
solidários. A inclusão, extrapola os limites da sala de aula e projeta-se como um compromisso
social, ético e humano, que reafirma a função transformadora da educação.
3. CONCLUSÃO
A inclusão de alunos autistas de nível 3, com necessidades complexas, representa um
dos maiores desafios e, ao mesmo tempo, uma das mais nobres oportunidades do contexto
educacional contemporâneo. Ao longo das últimas décadas, tem-se ampliado a compreensão de
que a escola deve ser um espaço de pertencimento, onde cada estudante, independentemente de
suas limitações ou singularidades, possa desenvolver-se integralmente. A formação docente
desponta como elemento essencial para que a inclusão aconteça de maneira efetiva,
fundamentada em práticas pedagógicas sensíveis, planejadas e comprometidas com o respeito à
diversidade humana.
A formação continuada dos professores é o caminho que possibilita a desconstrução de
paradigmas excludentes e a construção de uma nova postura pedagógica, centrada na empatia e
na individualização do ensino. O docente que compreende as especificidades do Transtorno do
Espectro Autista em seu nível mais complexo torna-se capaz de propor intervenções
significativas, adaptando estratégias e recursos que potencializam o aprendizado. Além disso,
esse processo formativo estimula a reflexão crítica sobre a prática, promovendo a troca de
experiências e o fortalecimento do senso de colaboração entre os profissionais da educação.
A sensibilização da comunidade escolar é outro aspecto indispensável para a
consolidação da inclusão. A escola, enquanto ambiente social e de aprendizagem, precisa
reconhecer que a presença de um aluno com autismo de nível 3 não é apenas uma
responsabilidade pedagógica, mas também uma oportunidade de crescimento coletivo. Por meio
de campanhas, rodas de conversa, oficinas e projetos integradores, é possível promover o
entendimento e a aceitação, minimizando preconceitos e fortalecendo vínculos de solidariedade.
A sensibilização torna-se, assim, o alicerce sobre o qual se constroem relações mais humanas e
respeitosas.
A atuação conjunta entre professores, equipe gestora, familiares e profissionais de apoio
é fundamental. A inclusão real não se restringe à sala de aula, mas abrange todo o ecossistema
escolar. O diálogo constante entre esses atores favorece a criação de estratégias mais assertivas e
adaptadas às reais necessidades do aluno, garantindo-lhe segurança emocional e condições
adequadas para o desenvolvimento de suas habilidades cognitivas, sociais e comunicativas. O
compromisso compartilhado transforma a escola em um espaço verdadeiramente inclusivo, onde
todos se sentem responsáveis pelo sucesso do estudante.
60.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 60
As estratégias pedagógicas voltadas para alunos autistas de nível 3 devem ir além da
simples adaptação curricular. Elas precisam incorporar tecnologias assistivas, metodologias
ativas e práticas sensoriais que estimulem a interação e o engajamento. A criatividade docente,
aliada ao conhecimento técnico e ao apoio institucional, pode gerar experiências de
aprendizagem significativas, capazes de despertar o potencial de cada aluno. Quando o professor
é preparado e valorizado, sua atuação torna-se transformadora, promovendo não apenas a
inclusão, mas também o fortalecimento da autonomia e da autoestima do educando.
É importante ressaltar que a inclusão não é um processo linear ou isento de desafios.
Exige paciência, resiliência e uma postura ética comprometida com a igualdade de
oportunidades. Entretanto, cada avanço, por menor que pareça, representa uma conquista
coletiva que reafirma o papel social da escola. Ao investir em formação docente e sensibilização
escolar, o sistema educacional dá passos firmes rumo a uma educação mais justa, democrática e
sensível às diferenças.
A convivência entre alunos com e sem deficiência enriquece o ambiente escolar e
contribui para a formação de cidadãos mais empáticos e conscientes. Os colegas de classe
aprendem, desde cedo, a lidar com a diversidade, desenvolvendo valores de respeito, cooperação
e solidariedade. Assim, a inclusão de alunos autistas de nível 3 não beneficia apenas o próprio
estudante, mas também a comunidade escolar como um todo, que passa a enxergar o outro sob
uma perspectiva mais humana e acolhedora.
Com o tempo, a prática inclusiva deixa de ser vista como um desafio isolado e passa a
fazer parte da identidade da escola. A cultura inclusiva se consolida quando todos compreendem
que ensinar é um ato de amor, e aprender é um direito inalienável. A educação, então, cumpre
seu papel social mais profundo: o de promover a equidade, a dignidade e a cidadania plena. Cada
gesto de inclusão contribui para a construção de uma sociedade mais justa, em que todos tenham
espaço para aprender, crescer e contribuir com suas potencialidades.
É possível afirmar que a formação docente e a sensibilização escolar são pilares
indispensáveis para a efetivação da inclusão de alunos autistas de nível 3 com necessidades
complexas. Quando esses elementos caminham juntos, a escola se transforma em um ambiente
acolhedor, inovador e humano, onde as diferenças são compreendidas como riquezas e não como
barreiras. Acreditar na inclusão é acreditar na potência do ser humano e na capacidade da
educação de transformar realidades. Essa é a verdadeira missão da escola do século XXI: ensinar
com sensibilidade, aprender com empatia e incluir com amor.
61.
TRANSTORNO DO ESPECTROAUTISTA - NÍVEL 3 Página 61
REFERÊNCIAS
ALVES, Denise de Oliveira. Sala de recursos multifuncionais: espaços para atendimento
educacional especializado. Brasília: Ministério de Educação, Secretaria de Educação Especial,
2006.
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Diagnostic and Statistical Manual of Mental
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