Memorial do Convento
Romance de Intervenção
Memorial doConventoevocaa Históriaportuguesadoreinadode D.João V.Durante o seureinado,origor e
as perseguiçõesdoSantoOficioaumentamcomvítimasque tantopodemsercristãos-novoscomotodosos
consideradosculpadosde heresias,porse associaremapráticasmágicasou de superstição.
Caracterizauma épocade excessose diferençassociais,que se mantêmnaatualidade:opulência/miséria;
poder/opressão;devassidão/penitência;sagrado/profano;amor ausente/amorsincero…
Memorial doConventoé uma narrativahistóricaque entrelaçapersonagense acontecimentosverídicoscom
seresconseguidospelaficção.
Saramago é conhecidoporutilizarfrasese períodoscompridos,usandoapontuaçãode uma maneiranão
convencional.Osdiálogosdaspersonagenssãoinseridosnosprópriosparágrafosque osantecedem:este
tipode marcação das falasfavorece umaforte sensaçãode fluxode consciência,a pontodo leitorconfundir
se um certo diálogofoi real ou apenas um pensamento.Muitasvezesas falassãointerrompidaspor
comentáriosdonarrador,sendocomplicadodistingui-los(pluralidadede vozes,discursos). Este usavírgulas
onde a maioria dos escritoresusaria pontos finais. Usa um tom coloquial. Ricoemrecursosestilísticos.
Ação:
Nestaobra destacam-se 3planosnarrativos: a edificaçãodo Conventode Mafra; a relação amorosa de
Baltasar e Blimunda;a construção da passarola. A ação principal é a construçãodo conventode Mafra, que
entrelaçaodesejo megalómanodorei como sofrimentodopovo.Paralelamenteàação principal,encontra-
se uma ação que envolve BaltazarSete-Sóise BlimundaSete-Luas,numahistóriade espiritualidade,de
ternura,de misticismoe de magia.
Personagens
D. João V
 Personagem histórica (Rei de Portugal de 1706 a 1750);
 Protótipo do monarca absoluto;
 Mantém com a rainha apenas uma relação de "cumprimento do dever";
 Mostra-se preocupado com a falta de um herdeiro legítimo, apesar de ter bastardos;
 Pretende ser um déspota esclarecido, a exemplo de alguns monarcas europeus da sua época
(favorece,durante algumtempo,oprojetode Bartolomeude Gusmãoe contrata DomenicoScarlatti
para ensinar música à sua filha).
D. Maria Ana de Áustria
 A relaçãocerimoniosacomomaridoleva-atransgredirasregrasdo comportamento,sonhandocom
o seucunhadoD. Francisco.
 É triste e insatisfeita.
 Vive umcasamentoque consiste,essencialmente,nocumprimentode "deveresreaise conjugais",
semamor e emoção.
 Assume umaatitude de passividade e indiferençaperante avida,de infelicidadeexistencial,após
descobertadasinfidelidadesdomarido.
Blimunda Sete-Luas
 Possui a capacidade de ver o interior as pessoas;
 Ajuda na construção da passarola;
 A sua relação com Baltasar opõe-se à relação do Rei e da Rainha;
 Símbolo da resistência.
Baltasar Sete-Sóis
 Personagem com grande densidade psicológica;
 Participa na construção da passarola e do convento de Mafra;
 Entre Baltasar e Blimunda estabelece se uma relação de complementaridade;
 É queimado num auto de fé;
 Simboliza o povo oprimido.
Padre Bartolomeu Lourenço
 Personagem histórica;
 É quemtema ideiade construira passarolae,comotal, é uma persona non grata para a Inquisição;
 A passarola funciona como antítese do convento: a sua construção envolve entusiasmo e
solidariedade entre os seus construtores e aparece associada a uma história de amor;
 Morre em Toledo.
O Povo
 Construíram à custa de muitos sacrifícios e mortes o convento de Mafra e, como tal, são os
verdadeiros responsáveis pela concretização do sonho de D. João V.
Tempo
Século XVIII – 1711 a 1739
Espaço
 Lisboa - espaçofulcral onde se destacamoutrosmicroespaços:
1) TerreirodoPaço: local onde Baltasartrabalha numaçougue,apósa suachegada a Lisboa.É onde
decorre a procissãodo Corpode Deus.
2) Rossio:aparece noinícioda obra como o local onde decorremo autode fé e a procissãodo
Corpode Deus.
3) As ruasda capital:espaçoonde opovooprimidoe ignorante sofre e,paradoxalmentevibracom
as desgraçasdos seusiguaise onde vive asprincipaiscelebraçõesdocalendárioreligioso.
4) S. SebastiãodaPedreira:espaçoescolhidoparaaconstrução da passarola;é o únicoespaçoque
escapaao poderopressorda igrejae à rígida hierarquiasocial daépoca.
 Mafra - espaçoescolhidoparaa construçãodo Convento,particularmente Vela,que deulugaràVila
Nova,à voltado edifício.Nosarredoresdaobrasurge a “ilhamadeira” – local onde se alojamos
trabalhadores.

Resumos de Português: Memorial do convento

  • 1.
    Memorial do Convento Romancede Intervenção Memorial doConventoevocaa Históriaportuguesadoreinadode D.João V.Durante o seureinado,origor e as perseguiçõesdoSantoOficioaumentamcomvítimasque tantopodemsercristãos-novoscomotodosos consideradosculpadosde heresias,porse associaremapráticasmágicasou de superstição. Caracterizauma épocade excessose diferençassociais,que se mantêmnaatualidade:opulência/miséria; poder/opressão;devassidão/penitência;sagrado/profano;amor ausente/amorsincero… Memorial doConventoé uma narrativahistóricaque entrelaçapersonagense acontecimentosverídicoscom seresconseguidospelaficção. Saramago é conhecidoporutilizarfrasese períodoscompridos,usandoapontuaçãode uma maneiranão convencional.Osdiálogosdaspersonagenssãoinseridosnosprópriosparágrafosque osantecedem:este tipode marcação das falasfavorece umaforte sensaçãode fluxode consciência,a pontodo leitorconfundir se um certo diálogofoi real ou apenas um pensamento.Muitasvezesas falassãointerrompidaspor comentáriosdonarrador,sendocomplicadodistingui-los(pluralidadede vozes,discursos). Este usavírgulas onde a maioria dos escritoresusaria pontos finais. Usa um tom coloquial. Ricoemrecursosestilísticos. Ação: Nestaobra destacam-se 3planosnarrativos: a edificaçãodo Conventode Mafra; a relação amorosa de Baltasar e Blimunda;a construção da passarola. A ação principal é a construçãodo conventode Mafra, que entrelaçaodesejo megalómanodorei como sofrimentodopovo.Paralelamenteàação principal,encontra- se uma ação que envolve BaltazarSete-Sóise BlimundaSete-Luas,numahistóriade espiritualidade,de ternura,de misticismoe de magia. Personagens D. João V  Personagem histórica (Rei de Portugal de 1706 a 1750);  Protótipo do monarca absoluto;  Mantém com a rainha apenas uma relação de "cumprimento do dever";  Mostra-se preocupado com a falta de um herdeiro legítimo, apesar de ter bastardos;  Pretende ser um déspota esclarecido, a exemplo de alguns monarcas europeus da sua época (favorece,durante algumtempo,oprojetode Bartolomeude Gusmãoe contrata DomenicoScarlatti para ensinar música à sua filha). D. Maria Ana de Áustria  A relaçãocerimoniosacomomaridoleva-atransgredirasregrasdo comportamento,sonhandocom o seucunhadoD. Francisco.
  • 2.
     É tristee insatisfeita.  Vive umcasamentoque consiste,essencialmente,nocumprimentode "deveresreaise conjugais", semamor e emoção.  Assume umaatitude de passividade e indiferençaperante avida,de infelicidadeexistencial,após descobertadasinfidelidadesdomarido. Blimunda Sete-Luas  Possui a capacidade de ver o interior as pessoas;  Ajuda na construção da passarola;  A sua relação com Baltasar opõe-se à relação do Rei e da Rainha;  Símbolo da resistência. Baltasar Sete-Sóis  Personagem com grande densidade psicológica;  Participa na construção da passarola e do convento de Mafra;  Entre Baltasar e Blimunda estabelece se uma relação de complementaridade;  É queimado num auto de fé;  Simboliza o povo oprimido. Padre Bartolomeu Lourenço  Personagem histórica;  É quemtema ideiade construira passarolae,comotal, é uma persona non grata para a Inquisição;  A passarola funciona como antítese do convento: a sua construção envolve entusiasmo e solidariedade entre os seus construtores e aparece associada a uma história de amor;  Morre em Toledo. O Povo  Construíram à custa de muitos sacrifícios e mortes o convento de Mafra e, como tal, são os verdadeiros responsáveis pela concretização do sonho de D. João V. Tempo Século XVIII – 1711 a 1739 Espaço  Lisboa - espaçofulcral onde se destacamoutrosmicroespaços: 1) TerreirodoPaço: local onde Baltasartrabalha numaçougue,apósa suachegada a Lisboa.É onde decorre a procissãodo Corpode Deus. 2) Rossio:aparece noinícioda obra como o local onde decorremo autode fé e a procissãodo Corpode Deus.
  • 3.
    3) As ruasdacapital:espaçoonde opovooprimidoe ignorante sofre e,paradoxalmentevibracom as desgraçasdos seusiguaise onde vive asprincipaiscelebraçõesdocalendárioreligioso. 4) S. SebastiãodaPedreira:espaçoescolhidoparaaconstrução da passarola;é o únicoespaçoque escapaao poderopressorda igrejae à rígida hierarquiasocial daépoca.  Mafra - espaçoescolhidoparaa construçãodo Convento,particularmente Vela,que deulugaràVila Nova,à voltado edifício.Nosarredoresdaobrasurge a “ilhamadeira” – local onde se alojamos trabalhadores.