Renato Luiz Sbalqueiro Departamento de Tocoginecologia UFPR 10/2010 SÍFILIS
BREVE HISTÓRICO Tempos antigos = sem referências precisas Idade média (1493) = França – “Doença Napolitana”  = Itália  – “Il Morbo Gálico” * Fracastoro de Verona em 1530 escreve poema “ Syphilis sive Morbus Gallicus”  ( “A  Sífilis ou  a  Doença Francesa”) RLS-UFPR
Sífilis Agente causador:  Treponema pallidum Localização:  Extra-celular  Intra-celular Quadro clínico:  doença sistêmica múltiplas manifestações evolução lenta endarterite obliterante múltiplas manifestações comprometimento fetal  RLS-UFPR
*TRANSMISSÃO : SEXUAL CONTACTO DIRETO COM LESÕES  SANGÜINEA VERTICAL Sífilis RLS-UFPR
Sífilis A transmissão depende: Tempo de infecção Presença de lesões úmidas infectantes Tipo de contacto íntimo Número de microorganismos Porta de entrada adequado
INFECÇÃO PRIMÁRIA: * EM MULHERES PODE SER DE DIFÍCIL DIAGNÓSTICO * CANCRO PRIMÁRIO  * VULVA * PAREDES VAGINAIS * COLO UTERINO * ANAL Sífilis RLS-UFPR
INVESTIGAR  SEMPRE PARCEIRO(S) SEXUAL(AIS)  PARA EVITAR NOVAS CONTAMINAÇÕES Sífilis RLS-UFPR
Sífilis RLS-UFPR Curso Natural: Infecção Primária (incubação em torno de 21 dias) Latência (Anos) Latência  ( 2 meses a 1 ano)               Resolução espontânea sem cicatriz  (3-8 semanas) Secundarismo  (pleomorfismo) Terciarismo ( Lesões gomosas  Neurolues, Cardite, etc.)
Sífilis Lembrar que : Sífilis recente: Até um (1) ano de evolução Sífilis tardia:  Após um (1) ano RLS-UFPR
Sífilis primária * Presença do cancro no local  de inoculação * Geralmente único, podendo haver outros *Adenopatia satélite (10 dias após o aparecimento do cancro) bilateral, indolor, gânglios endurecidos Sífilis RLS-UFPR
CANCRO PRIMÁRIO
ÚLCERAS GENITAIS – VIH/ITS SÍFILIS R.L.S UFPR
Diagnóstico diferencial da Sífilis primária *Cancro Mole *Herpes genital *Donovanose *Linfogranuloma inguinal *Lesões traumáticas Sífilis RLS-UFPR
ÚLCERAS GENITAIS – VIH/ITS CANCRO MOLE R.L.S UFPR
Sífilis secundária * Infecção sistêmica * Lesões mucocutâneas * Linfadenopatia * Múltiplos sintomas e sinais Sífilis RLS-UFPR
Diagnóstico diferencial da sífilis secundária *Farmacodermias *Doenças exantemáticas não vesiculosas *Hanseniase não virchowiana *Colagenoses *Processos alérgicos *Dermatopatias Sífilis RLS-UFPR
Sífilis terciária *Lesões cutâneo-mucosas *Lesões neurológicas *Lesões cardiovasculares *Lesões articulares Sífilis RLS-UFPR
Sífilis Estudo de Tuskegel Realizado no Tuskegel Institut, em Macon County, Alabama, EEUU RLS-UFPR
Sífilis Devido a todos estes diagnósticos diferenciais, pode-se dizer que trata-se da doença das mil e uma faces RLS-UFPR
Sífilis No produto concepcional Pode causar: Abortamento Óbito intra-útero Prematuridade Lesões fetais Infecção fetal RLS-UFPR
Sífilis Diagnóstico Clínico: reconhecimento das lesões tanto primária quanto secundárias e/ou terciárias Laboratorial: pesquisa direta em campo escuro Imunofluorescência direta  provas não treponêmicas (VDRL;RPR) provas treponêmicas  (FTA-Abs; MHA-Tp; TPI) RLS-UFPR
Sífilis NÃO PODE SER CULTIVÁVEL “IN VITRO” NÃO REPRODUZIDO EM COBAIAS OS TESTES TANTO TREPONÊMICOS COMO NÃO TREPONÊMICOS NÃO NOS INDICAM QUAL O ESTÁGIO DA DOENÇA E NEM O TEMPO DE DOENÇA
Sífilis Percentagem de sensibilidade CDC RLS-UFPR Estágio  Primária Secundária Latente  Tardia  VDRL 59-87 100 73-91 37-94 FTA-Abs 86-100 99-100 96-99 96-100
Sífilis No Pré-natal Solicitar VDRL quantitativo na primeira consulta; novo exame no início do 3º trimestre; e quando do internamento (parto, CST, abortamento) RLS-UFPR
TESTE RÁPIDO – RPR REALIZAR EM: *CASOS DE ABORTAMENTO, PACIENTES SEM SOROLOGIA PRÉVIA *EM PARTURIENTES, PODEMOS  UTILIZAR  NORMALMENTE O VDRL Sífilis RLS-UFPR
Sífilis Atenção O resultado do VDRL deve ser fornecido com a sua titulação:  1:1; 1:2; 1:4; 1:8; etc Considerar sífilis sempre que diluição for 1:8 ou superior Fenômeno de De Prozona pode ocorrer em situações especiais RLS-UFPR
Sífilis Em situações de titulação baixa; ou seja inferiores a 1:8 deve  SEMPRE ser realizada uma boa  história clínica   investigando tratamento anterior e se este foi correto. Neste caso, não há indicação de solicitar provas treponêmicas. Seguimento destas pacientes através de VDRL quantitativo mensal. RLS-UFPR
Sífilis Seguimento O acompanhamento pós tratamento: - VDRL quantitativo trimestral Considerar tratamento eficaz quando houver queda de duas ou mais diluições Comunicar sempre o pediatra RLS-UFPR
Sífilis Tratamento Penicilina benzatina Sífilis primária :  2.400.000 UI(dose única) Sífilis recente :   4.800.000 UI (dividida em 2 doses- uma por semana) Sífilis tardia ou desconhecida : 7.200.000 UI (dividido em 3 doses- uma por semana ) RLS-UFPR
DROGAS ALTERNATIVAS Sífilis recente e latente precoce : Azitromicina 1 g VO/sem. duas a três sem. Doxiciclina 100 mg VO 12/12 h por 20 dias Eritromicina (estearato) 500 mg VO 6/6 h 20 dias Tetraciclina 500 mg VO 6/6 h 20 dias Sífilis latente tardia : Doxiciclina 100 mg VO 12/12 h 40 dias Sífilis RLS-UFPR
Sífilis Atenção NAS GESTANTES: Para pacientes alérgicas ou suspeita de alergia à Penicilina:  Seguir protocolo do Ministério da Saúde para identificação (Testes) e desensibilização RLS-UFPR
Medidas que podem reduzir ou erradicar a Sífilis Congênita Minuciosa investigação epidemiológica, tratamento e prevenção da Sífilis nas comunidades heterossexuais Educação das mulheres sobre a necessidade de um pré-natal precoce e contínuo Solicitação dos testes sorológicos para sífilis de rotina no primeiro e terceiro  trimestres e nos internamentos (aborto, TPP ou nascimento) RLS-UFPR
Fatores que impedem a erradicação da Sífilis congênita Privação sócio-econômica *  Atendimento tardio de pré-natal * Drogadição * Atrasos na comunicação RLS-UFPR
Fatores que impedem a erradicação da Sífilis congênita Falta de recursos *  Falta de  pessoal treinado * Clínicas superpopulosas * Atraso no rastreamento e acompanhamento * Falhas na repetição da sorologia * Falha no tratamento de parceiros sexuais * Falha no reconhecimento de infecções adquiridas tardiamente na gestação atual RLS-UFPR
Sífilis Observações Notificação obrigatória (MS) Informar ao pediatra quadro clínico materno Mãe tratada com eritromicina =>  RN considerado não tratado Investigar parceiro sexual Sexo seguro Investigar outras DSTs RLS-UFPR
 
SÍFILIS CONGÊNITA Considera-se como sífilis congênita recente os casos manifestados até o segundo ano de vida, e como sífilis congênita tardia, os casos manifestados após esta data.
SÍFILIS CONGÊNITA Na maioria dos casos, a infecção congênita não produz manifestações clínicas no momento do nascimento. As manifestações clínicas mais importantes são cutâneo-mucosas, ósseas e viscerais.
SÍFILIS CONGÊNITA Na sífilis congênita recente, a hepatomegalia e esplenomegalia estão presentes na maioria dos casos, podendo ser acompanhadas por anemia, púrpura, e icterícia com grande aumento de TGO.
SÍFILIS CONGÊNITA As lesões ósseas na maioria dos casos não apresentam sintomatologia, mas podem ser detectáveis ao exame radiológico sob o aspecto de osteocondrite, periostite ou osteíte, sem contudo serem consideradas patognomônicas da doença.
SÍFILIS CONGÊNITA Lesões cutâneas precoces quando presentes nas nádegas podem ser responsáveis por um quadro semelhante ao de "dermatite de fraldas", da qual se diferencia também por não responder a medidas locais habitualmente eficazes.
SÍFILIS CONGÊNITA No período neonatal, a concomitância de prematuridade, baixo peso, alterações liquóricas ou acometimento pulmonar pioram consideravelmente o prognóstico da doença .
SÍFILIS CONGÊNITA Sorologia não treponêmica: VDRL (Venereal Diseases Research Laboratory)   Indicado para o diagnóstico e seguimento  terapêutico.
O VDRL O teste pode resultar reagente por longos períodos, mesmo após a cura da infecção, porém apresenta queda progressiva nas titulações até que se torna não reagente. Recém-nascidos não infectados podem apresentar anticorpos maternos transferidos por meio da placenta. Neste caso, o VDRL só será reagente até aproximadamente o terceiro mês de vida.
SÍFILIS CONGÊNITA Sorologia treponêmica: FTA-Abs (Fluorescent Treponemal Antibody - Absorption)   São testes mais específicos, úteis na exclusão de resultados de VDRL falsos positivos.
SÍFILIS CONGÊNITA O FTA-ABs/IgG, quando reagente em material do RN, não significa infecção pré-natal, pois os anticorpos IgG maternos ultrapassam a barreira placentária. Em geral, os testes treponêmicos permanecem reagentes por toda a vida, mesmo após a cura da infecção.
SÍFILIS CONGÊNITA RX de Ossos Longos  Demonstram alterações ósseas nas metáfises  e /ou epífises.
SÍFILIS CONGÊNITA Exame do Líquido Céfalo-Raquidiano (LCR)  Na neurossífilis, detectam-se alterações na  contagem de linfócitos, na dosagem de  proteínas, e os testes sorológicos para sífilis  podem ser reagentes
Manejo clínico da sífilis congênita No Período Neonatal   Para todos os casos:   Toda gestante terá VDRL à admissão hospitalar ou imediatamente após o parto;  Todo recém-nascido cuja mãe tenha sorologia positiva para sífilis, deverá ter VDRL de sangue periférico.
Manejo clínico da sífilis congênita Nos recém-nascidos de mães com sífilis não tratada ou inadequadamente tratada, independentemente do resultado do VDRL do recém-nascido, realizar: raio X de ossos longos, punção lombar, e outros exames quando clinicamente indicados.
Manejo clínico da sífilis congênita Se houver alterações clínicas e/ou sorológicas e/ou radiológicas, o tratamento deverá ser feito com Penicilina Cristalina na dose de 100.000 U/Kg/dia E.V. em 2 ou 3 vezes, dependendo da idade, por 7 a 10; ou Penicilina G Procaína: 50.000 U/Kg I.M. por 10 dias.  Se houver alteração liquórica - prolongar o tratamento por 14 dias com Penicilina G. Cristalina na dose de 150.000 U/Kg/dia E.V. em 2 ou 3 vezes, dependendo da idade, por 14 dias.
Manejo clínico da sífilis congênita Se não houver alterações clínicas, radiológicas, liquóricas e a sorologia for negativa no recém-nascido, dever-se-á proceder ao tratamento com Penicilina Benzatina, via IM, na dose única de 50.000 U/Kg. O acompanhamento é desejável, incluindo o seguimento do VDRL sérico com 1 e 3 meses.
Manejo clínico da sífilis congênita Nos recém-nascidos de mães adequadamente tratadas: realizar o VDRL em amostra de sangue periférico do recém-nascido; se este for reagente ou na presença de alterações clínicas, realizar raio X de ossos longos e punção lombar.
Manejo clínico da sífilis congênita Observações:  No caso de interrupção por mais de 1 dia de tratamento, o mesmo deverá ser reiniciado.  Em todas as crianças sintomáticas deverá ser efetuado exame oftalmológico (fundo de olho).
Manejo clínico da sífilis congênita Seguimento:  ambulatorial mensal;  realizar VDRL com 1, 3, 6, 12, 18 e 24 meses, interrompendo quando negativar;  diante das elevações de títulos sorológicos ou não-negativação destes até os 18 meses, reinvestigar o paciente.
 

Sífilis diagnóstico clínico e laboratorial

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    Renato Luiz SbalqueiroDepartamento de Tocoginecologia UFPR 10/2010 SÍFILIS
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    BREVE HISTÓRICO Temposantigos = sem referências precisas Idade média (1493) = França – “Doença Napolitana” = Itália – “Il Morbo Gálico” * Fracastoro de Verona em 1530 escreve poema “ Syphilis sive Morbus Gallicus” ( “A Sífilis ou a Doença Francesa”) RLS-UFPR
  • 3.
    Sífilis Agente causador: Treponema pallidum Localização: Extra-celular Intra-celular Quadro clínico: doença sistêmica múltiplas manifestações evolução lenta endarterite obliterante múltiplas manifestações comprometimento fetal RLS-UFPR
  • 4.
    *TRANSMISSÃO : SEXUALCONTACTO DIRETO COM LESÕES SANGÜINEA VERTICAL Sífilis RLS-UFPR
  • 5.
    Sífilis A transmissãodepende: Tempo de infecção Presença de lesões úmidas infectantes Tipo de contacto íntimo Número de microorganismos Porta de entrada adequado
  • 6.
    INFECÇÃO PRIMÁRIA: *EM MULHERES PODE SER DE DIFÍCIL DIAGNÓSTICO * CANCRO PRIMÁRIO * VULVA * PAREDES VAGINAIS * COLO UTERINO * ANAL Sífilis RLS-UFPR
  • 7.
    INVESTIGAR SEMPREPARCEIRO(S) SEXUAL(AIS) PARA EVITAR NOVAS CONTAMINAÇÕES Sífilis RLS-UFPR
  • 8.
    Sífilis RLS-UFPR CursoNatural: Infecção Primária (incubação em torno de 21 dias) Latência (Anos) Latência ( 2 meses a 1 ano)               Resolução espontânea sem cicatriz (3-8 semanas) Secundarismo (pleomorfismo) Terciarismo ( Lesões gomosas Neurolues, Cardite, etc.)
  • 9.
    Sífilis Lembrar que: Sífilis recente: Até um (1) ano de evolução Sífilis tardia: Após um (1) ano RLS-UFPR
  • 10.
    Sífilis primária *Presença do cancro no local de inoculação * Geralmente único, podendo haver outros *Adenopatia satélite (10 dias após o aparecimento do cancro) bilateral, indolor, gânglios endurecidos Sífilis RLS-UFPR
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  • 12.
    ÚLCERAS GENITAIS –VIH/ITS SÍFILIS R.L.S UFPR
  • 13.
    Diagnóstico diferencial daSífilis primária *Cancro Mole *Herpes genital *Donovanose *Linfogranuloma inguinal *Lesões traumáticas Sífilis RLS-UFPR
  • 14.
    ÚLCERAS GENITAIS –VIH/ITS CANCRO MOLE R.L.S UFPR
  • 15.
    Sífilis secundária *Infecção sistêmica * Lesões mucocutâneas * Linfadenopatia * Múltiplos sintomas e sinais Sífilis RLS-UFPR
  • 16.
    Diagnóstico diferencial dasífilis secundária *Farmacodermias *Doenças exantemáticas não vesiculosas *Hanseniase não virchowiana *Colagenoses *Processos alérgicos *Dermatopatias Sífilis RLS-UFPR
  • 17.
    Sífilis terciária *Lesõescutâneo-mucosas *Lesões neurológicas *Lesões cardiovasculares *Lesões articulares Sífilis RLS-UFPR
  • 18.
    Sífilis Estudo deTuskegel Realizado no Tuskegel Institut, em Macon County, Alabama, EEUU RLS-UFPR
  • 19.
    Sífilis Devido atodos estes diagnósticos diferenciais, pode-se dizer que trata-se da doença das mil e uma faces RLS-UFPR
  • 20.
    Sífilis No produtoconcepcional Pode causar: Abortamento Óbito intra-útero Prematuridade Lesões fetais Infecção fetal RLS-UFPR
  • 21.
    Sífilis Diagnóstico Clínico:reconhecimento das lesões tanto primária quanto secundárias e/ou terciárias Laboratorial: pesquisa direta em campo escuro Imunofluorescência direta provas não treponêmicas (VDRL;RPR) provas treponêmicas (FTA-Abs; MHA-Tp; TPI) RLS-UFPR
  • 22.
    Sífilis NÃO PODESER CULTIVÁVEL “IN VITRO” NÃO REPRODUZIDO EM COBAIAS OS TESTES TANTO TREPONÊMICOS COMO NÃO TREPONÊMICOS NÃO NOS INDICAM QUAL O ESTÁGIO DA DOENÇA E NEM O TEMPO DE DOENÇA
  • 23.
    Sífilis Percentagem desensibilidade CDC RLS-UFPR Estágio Primária Secundária Latente Tardia VDRL 59-87 100 73-91 37-94 FTA-Abs 86-100 99-100 96-99 96-100
  • 24.
    Sífilis No Pré-natalSolicitar VDRL quantitativo na primeira consulta; novo exame no início do 3º trimestre; e quando do internamento (parto, CST, abortamento) RLS-UFPR
  • 25.
    TESTE RÁPIDO –RPR REALIZAR EM: *CASOS DE ABORTAMENTO, PACIENTES SEM SOROLOGIA PRÉVIA *EM PARTURIENTES, PODEMOS UTILIZAR NORMALMENTE O VDRL Sífilis RLS-UFPR
  • 26.
    Sífilis Atenção Oresultado do VDRL deve ser fornecido com a sua titulação: 1:1; 1:2; 1:4; 1:8; etc Considerar sífilis sempre que diluição for 1:8 ou superior Fenômeno de De Prozona pode ocorrer em situações especiais RLS-UFPR
  • 27.
    Sífilis Em situaçõesde titulação baixa; ou seja inferiores a 1:8 deve SEMPRE ser realizada uma boa história clínica investigando tratamento anterior e se este foi correto. Neste caso, não há indicação de solicitar provas treponêmicas. Seguimento destas pacientes através de VDRL quantitativo mensal. RLS-UFPR
  • 28.
    Sífilis Seguimento Oacompanhamento pós tratamento: - VDRL quantitativo trimestral Considerar tratamento eficaz quando houver queda de duas ou mais diluições Comunicar sempre o pediatra RLS-UFPR
  • 29.
    Sífilis Tratamento Penicilinabenzatina Sífilis primária : 2.400.000 UI(dose única) Sífilis recente : 4.800.000 UI (dividida em 2 doses- uma por semana) Sífilis tardia ou desconhecida : 7.200.000 UI (dividido em 3 doses- uma por semana ) RLS-UFPR
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    DROGAS ALTERNATIVAS Sífilisrecente e latente precoce : Azitromicina 1 g VO/sem. duas a três sem. Doxiciclina 100 mg VO 12/12 h por 20 dias Eritromicina (estearato) 500 mg VO 6/6 h 20 dias Tetraciclina 500 mg VO 6/6 h 20 dias Sífilis latente tardia : Doxiciclina 100 mg VO 12/12 h 40 dias Sífilis RLS-UFPR
  • 31.
    Sífilis Atenção NASGESTANTES: Para pacientes alérgicas ou suspeita de alergia à Penicilina: Seguir protocolo do Ministério da Saúde para identificação (Testes) e desensibilização RLS-UFPR
  • 32.
    Medidas que podemreduzir ou erradicar a Sífilis Congênita Minuciosa investigação epidemiológica, tratamento e prevenção da Sífilis nas comunidades heterossexuais Educação das mulheres sobre a necessidade de um pré-natal precoce e contínuo Solicitação dos testes sorológicos para sífilis de rotina no primeiro e terceiro trimestres e nos internamentos (aborto, TPP ou nascimento) RLS-UFPR
  • 33.
    Fatores que impedema erradicação da Sífilis congênita Privação sócio-econômica * Atendimento tardio de pré-natal * Drogadição * Atrasos na comunicação RLS-UFPR
  • 34.
    Fatores que impedema erradicação da Sífilis congênita Falta de recursos * Falta de pessoal treinado * Clínicas superpopulosas * Atraso no rastreamento e acompanhamento * Falhas na repetição da sorologia * Falha no tratamento de parceiros sexuais * Falha no reconhecimento de infecções adquiridas tardiamente na gestação atual RLS-UFPR
  • 35.
    Sífilis Observações Notificaçãoobrigatória (MS) Informar ao pediatra quadro clínico materno Mãe tratada com eritromicina => RN considerado não tratado Investigar parceiro sexual Sexo seguro Investigar outras DSTs RLS-UFPR
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  • 37.
    SÍFILIS CONGÊNITA Considera-secomo sífilis congênita recente os casos manifestados até o segundo ano de vida, e como sífilis congênita tardia, os casos manifestados após esta data.
  • 38.
    SÍFILIS CONGÊNITA Namaioria dos casos, a infecção congênita não produz manifestações clínicas no momento do nascimento. As manifestações clínicas mais importantes são cutâneo-mucosas, ósseas e viscerais.
  • 39.
    SÍFILIS CONGÊNITA Nasífilis congênita recente, a hepatomegalia e esplenomegalia estão presentes na maioria dos casos, podendo ser acompanhadas por anemia, púrpura, e icterícia com grande aumento de TGO.
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    SÍFILIS CONGÊNITA Aslesões ósseas na maioria dos casos não apresentam sintomatologia, mas podem ser detectáveis ao exame radiológico sob o aspecto de osteocondrite, periostite ou osteíte, sem contudo serem consideradas patognomônicas da doença.
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    SÍFILIS CONGÊNITA Lesõescutâneas precoces quando presentes nas nádegas podem ser responsáveis por um quadro semelhante ao de "dermatite de fraldas", da qual se diferencia também por não responder a medidas locais habitualmente eficazes.
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    SÍFILIS CONGÊNITA Noperíodo neonatal, a concomitância de prematuridade, baixo peso, alterações liquóricas ou acometimento pulmonar pioram consideravelmente o prognóstico da doença .
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    SÍFILIS CONGÊNITA Sorologianão treponêmica: VDRL (Venereal Diseases Research Laboratory) Indicado para o diagnóstico e seguimento terapêutico.
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    O VDRL Oteste pode resultar reagente por longos períodos, mesmo após a cura da infecção, porém apresenta queda progressiva nas titulações até que se torna não reagente. Recém-nascidos não infectados podem apresentar anticorpos maternos transferidos por meio da placenta. Neste caso, o VDRL só será reagente até aproximadamente o terceiro mês de vida.
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    SÍFILIS CONGÊNITA Sorologiatreponêmica: FTA-Abs (Fluorescent Treponemal Antibody - Absorption) São testes mais específicos, úteis na exclusão de resultados de VDRL falsos positivos.
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    SÍFILIS CONGÊNITA OFTA-ABs/IgG, quando reagente em material do RN, não significa infecção pré-natal, pois os anticorpos IgG maternos ultrapassam a barreira placentária. Em geral, os testes treponêmicos permanecem reagentes por toda a vida, mesmo após a cura da infecção.
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    SÍFILIS CONGÊNITA RXde Ossos Longos Demonstram alterações ósseas nas metáfises e /ou epífises.
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    SÍFILIS CONGÊNITA Examedo Líquido Céfalo-Raquidiano (LCR) Na neurossífilis, detectam-se alterações na contagem de linfócitos, na dosagem de proteínas, e os testes sorológicos para sífilis podem ser reagentes
  • 49.
    Manejo clínico dasífilis congênita No Período Neonatal Para todos os casos: Toda gestante terá VDRL à admissão hospitalar ou imediatamente após o parto; Todo recém-nascido cuja mãe tenha sorologia positiva para sífilis, deverá ter VDRL de sangue periférico.
  • 50.
    Manejo clínico dasífilis congênita Nos recém-nascidos de mães com sífilis não tratada ou inadequadamente tratada, independentemente do resultado do VDRL do recém-nascido, realizar: raio X de ossos longos, punção lombar, e outros exames quando clinicamente indicados.
  • 51.
    Manejo clínico dasífilis congênita Se houver alterações clínicas e/ou sorológicas e/ou radiológicas, o tratamento deverá ser feito com Penicilina Cristalina na dose de 100.000 U/Kg/dia E.V. em 2 ou 3 vezes, dependendo da idade, por 7 a 10; ou Penicilina G Procaína: 50.000 U/Kg I.M. por 10 dias. Se houver alteração liquórica - prolongar o tratamento por 14 dias com Penicilina G. Cristalina na dose de 150.000 U/Kg/dia E.V. em 2 ou 3 vezes, dependendo da idade, por 14 dias.
  • 52.
    Manejo clínico dasífilis congênita Se não houver alterações clínicas, radiológicas, liquóricas e a sorologia for negativa no recém-nascido, dever-se-á proceder ao tratamento com Penicilina Benzatina, via IM, na dose única de 50.000 U/Kg. O acompanhamento é desejável, incluindo o seguimento do VDRL sérico com 1 e 3 meses.
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    Manejo clínico dasífilis congênita Nos recém-nascidos de mães adequadamente tratadas: realizar o VDRL em amostra de sangue periférico do recém-nascido; se este for reagente ou na presença de alterações clínicas, realizar raio X de ossos longos e punção lombar.
  • 54.
    Manejo clínico dasífilis congênita Observações: No caso de interrupção por mais de 1 dia de tratamento, o mesmo deverá ser reiniciado. Em todas as crianças sintomáticas deverá ser efetuado exame oftalmológico (fundo de olho).
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    Manejo clínico dasífilis congênita Seguimento: ambulatorial mensal; realizar VDRL com 1, 3, 6, 12, 18 e 24 meses, interrompendo quando negativar; diante das elevações de títulos sorológicos ou não-negativação destes até os 18 meses, reinvestigar o paciente.
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