Vanguardas Europeias
FUTURISMO: 
-Liderado pelo italiano Marinetti, autor do Manifesto 
Futurista (1909) 
- Celebração da técnica e da velocidade 
-Desprezo pelo passado 
-Elogio da guerra 
-Revolução na linguagem
Visões 
simultâneas, de 
Umberto 
Boccioni
CUBISMO 
• Geometrização das figuras 
• Predomínio de linhas retas 
• Representação de todas as partes do objeto 
num mesmo plano (variação da perspectiva 
• Simultaneidade
Les demoiselles 
d’Avignon, de Pablo 
Picasso
DADAÍSMO 
• Negação radical das tradições artísticas 
• Arte da destruição 
• Niilismo 
• Non-sense; absurdo
A Fonte, de Marcel Duchamp
SURREALISMO 
• Manifesto Surrealista, escrito por André 
Breton (1924) 
• Valorização do inconsciente 
• Atmosferas oníricas, delirantes, mágicas
A persistência 
da Memória, 
de Salvador 
Dalí
A traição das imagens, de René Magritte
Semana de Arte Moderna
Teatro Municipal de São Paulo, local que sediou a Semana de Arte 
Moderna de 1922.
Os Sapos, de Manuel Bandeira 
Enfunando os papos, 
Saem da penumbra, 
Aos pulos, os sapos. 
A luz os deslumbra. 
Em ronco que aterra, 
Berra o sapo-boi: 
- "Meu pai foi à 
guerra!" 
- "Não foi!" - "Foi!" - 
"Não foi!". 
O sapo-tanoeiro, 
Parnasiano aguado, 
Diz: - "Meu cancioneiro 
É bem martelado. 
Vede como primo 
Em comer os hiatos! 
Que arte! E nunca rimo 
Os termos cognatos. 
[...]
Artes Plásticas
Entre morros e 
roda d’água, de 
Anita Malfatti
Cabeça de Cristo, de Victor 
Brecheret
Abaporu, de Tarsila do Amaral
Mário de Andrade
Inspiração 
São Paulo! Comoção de minha vida... 
Os meus amores são flores feitas de original... 
Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e ouro... 
Luz e bruma... Forno e inverno morno... 
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes... 
Perfumes de Paris... Arys! 
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!... 
São Paulo! Comoção de minha vida... 
Galicismo a berrar nos desertos da América!
Ode ao burguês 
Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, 
o burguês-burguês! 
A digestão bem-feita de São Paulo! 
O homem-curva! o homem-nádegas! 
O homem que sendo francês, brasileiro, 
italiano, 
é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! 
Eu insulto as aristocracias cautelosas! 
Os barões lampiões! os condes Joões! os 
duques zurros! 
que vivem dentro de muros sem pulos; 
e gemem sangues de alguns mil-réis 
fracos 
para dizerem que as filhas da senhora 
falam o francês 
e tocam os "Printemps" com as unhas! 
Eu insulto o burguês-funesto! 
O indigesto feijão com toucinho, dono das 
tradições! 
Fora os que algarismam os amanhãs! 
Olha a vida dos nossos setembros! 
Fará Sol? Choverá? Arlequinal! 
Mas à chuva dos rosais 
o èxtase fará sempre Sol! 
Morte à gordura! 
Morte às adiposidades cerebrais! 
Morte ao burguês-mensal! 
ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi! 
Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano! 
"–Ai, filha, que te darei pelos teus anos? 
–Um colar... –Conto e quinhentos!!! 
Mas nós morremos de fome!" 
Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina 
pasma! 
Oh! purée de batatas morais! 
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! 
Ódio aos temperamentos regulares! 
Ódio aos relógios musculares! Morte à 
infâmia! 
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados! 
Ódio aos sem desfalecimentos nem 
arrependimentos, 
sempiternamente as mesmices 
convencionais! 
De mãos nas costas! Marco eu o 
compasso! Eia! 
Dois a dois! Primeira posição! Marcha! 
Todos para a Central do meu rancor 
inebriante 
Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais 
ódio! 
Morte ao burguês de giolhos, 
cheirando religião e que não crê em 
Deus! 
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio 
cíclico! 
Ódio fundamento, sem perdão! 
Fora! Fu! Fora o bom burgês!...
Oswald de Andrade
a descoberta 
Seguimos nosso caminho por esse mar de longo 
Até a oitava de Paschoa 
Topamos aves 
E houvemos vista de terra 
os selvagens 
Mostraram-lhes uma galinha 
Quase haviam medo della 
E não queriam pôr a mão 
E depois a tomaram como espantados
primeiro chá 
Depois de dansarem 
Diogo Dias 
Fez o salto real 
as meninas da gare 
Eram tres ou quatro moças bem moças e bem gentis 
Com cabellos mui pretos pelas espadoas 
E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas 
Que de nós as muito bem olharmos 
Não tinhamos nenhuma vergonha
Vício na fala 
Para dizerem milho dizem mio 
Para melhor dizem mió 
Para pior pió 
Para telha dizem têia 
Para telhado dizem teado 
E vão fazendo telhados
Pobre alimária 
O cavalo e a carroça 
Estavam atravancados no trilho 
E como o motorneiro se impacientasse 
Porque levava os advogados para os escritórios 
Desatravancaram o veículo 
E o animal disparou 
Mas o lesto carroceiro 
Trepou na boléia 
E castigou o fugitivo atrelado 
Com um grandioso chicote
Pronominais 
Dê-me um cigarro 
Diz a gramática 
Do professor e do aluno 
E do mulato sabido 
Mas o bom negro e o bom branco 
Da Nação Brasileira 
Dizem todos os dias 
Deixa disso camarada 
Me dá um cigarro

Vanguardas e Modernismo

  • 1.
  • 2.
    FUTURISMO: -Liderado peloitaliano Marinetti, autor do Manifesto Futurista (1909) - Celebração da técnica e da velocidade -Desprezo pelo passado -Elogio da guerra -Revolução na linguagem
  • 3.
    Visões simultâneas, de Umberto Boccioni
  • 4.
    CUBISMO • Geometrizaçãodas figuras • Predomínio de linhas retas • Representação de todas as partes do objeto num mesmo plano (variação da perspectiva • Simultaneidade
  • 5.
  • 6.
    DADAÍSMO • Negaçãoradical das tradições artísticas • Arte da destruição • Niilismo • Non-sense; absurdo
  • 7.
    A Fonte, deMarcel Duchamp
  • 8.
    SURREALISMO • ManifestoSurrealista, escrito por André Breton (1924) • Valorização do inconsciente • Atmosferas oníricas, delirantes, mágicas
  • 9.
    A persistência daMemória, de Salvador Dalí
  • 10.
    A traição dasimagens, de René Magritte
  • 11.
  • 13.
    Teatro Municipal deSão Paulo, local que sediou a Semana de Arte Moderna de 1922.
  • 14.
    Os Sapos, deManuel Bandeira Enfunando os papos, Saem da penumbra, Aos pulos, os sapos. A luz os deslumbra. Em ronco que aterra, Berra o sapo-boi: - "Meu pai foi à guerra!" - "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!". O sapo-tanoeiro, Parnasiano aguado, Diz: - "Meu cancioneiro É bem martelado. Vede como primo Em comer os hiatos! Que arte! E nunca rimo Os termos cognatos. [...]
  • 15.
  • 16.
    Entre morros e roda d’água, de Anita Malfatti
  • 17.
    Cabeça de Cristo,de Victor Brecheret
  • 18.
  • 19.
  • 20.
    Inspiração São Paulo!Comoção de minha vida... Os meus amores são flores feitas de original... Arlequinal!... Traje de losangos... Cinza e ouro... Luz e bruma... Forno e inverno morno... Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes... Perfumes de Paris... Arys! Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!... São Paulo! Comoção de minha vida... Galicismo a berrar nos desertos da América!
  • 21.
    Ode ao burguês Eu insulto o burguês! O burguês-níquel, o burguês-burguês! A digestão bem-feita de São Paulo! O homem-curva! o homem-nádegas! O homem que sendo francês, brasileiro, italiano, é sempre um cauteloso pouco-a-pouco! Eu insulto as aristocracias cautelosas! Os barões lampiões! os condes Joões! os duques zurros! que vivem dentro de muros sem pulos; e gemem sangues de alguns mil-réis fracos para dizerem que as filhas da senhora falam o francês e tocam os "Printemps" com as unhas! Eu insulto o burguês-funesto! O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições! Fora os que algarismam os amanhãs! Olha a vida dos nossos setembros! Fará Sol? Choverá? Arlequinal! Mas à chuva dos rosais o èxtase fará sempre Sol! Morte à gordura! Morte às adiposidades cerebrais! Morte ao burguês-mensal! ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi! Padaria Suissa! Morte viva ao Adriano! "–Ai, filha, que te darei pelos teus anos? –Um colar... –Conto e quinhentos!!! Mas nós morremos de fome!" Come! Come-te a ti mesmo, oh gelatina pasma! Oh! purée de batatas morais! Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas! Ódio aos temperamentos regulares! Ódio aos relógios musculares! Morte à infâmia! Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados! Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos, sempiternamente as mesmices convencionais! De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia! Dois a dois! Primeira posição! Marcha! Todos para a Central do meu rancor inebriante Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio! Morte ao burguês de giolhos, cheirando religião e que não crê em Deus! Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico! Ódio fundamento, sem perdão! Fora! Fu! Fora o bom burgês!...
  • 22.
  • 23.
    a descoberta Seguimosnosso caminho por esse mar de longo Até a oitava de Paschoa Topamos aves E houvemos vista de terra os selvagens Mostraram-lhes uma galinha Quase haviam medo della E não queriam pôr a mão E depois a tomaram como espantados
  • 24.
    primeiro chá Depoisde dansarem Diogo Dias Fez o salto real as meninas da gare Eram tres ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabellos mui pretos pelas espadoas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós as muito bem olharmos Não tinhamos nenhuma vergonha
  • 25.
    Vício na fala Para dizerem milho dizem mio Para melhor dizem mió Para pior pió Para telha dizem têia Para telhado dizem teado E vão fazendo telhados
  • 26.
    Pobre alimária Ocavalo e a carroça Estavam atravancados no trilho E como o motorneiro se impacientasse Porque levava os advogados para os escritórios Desatravancaram o veículo E o animal disparou Mas o lesto carroceiro Trepou na boléia E castigou o fugitivo atrelado Com um grandioso chicote
  • 27.
    Pronominais Dê-me umcigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro